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Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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Durante o fim-de-semana, em Maputo serão apresentadas as peças teatrais, “O Profeta”, quando forem 20h30, no Cine-Teatro “Gilberto Mendes”, assim como a peça teatral “Mariano Nyongo – Eu também posso governar o país, a partir das 15h00. Todas as peças serão encenadas de 17 a 19 de Janeiro.

 

Local: Maputo  

A primeira sessão do programa Cine Lusco-fusco – Tardes de cinema no Consulado Geral de 2020 apresentará ao público o filme "Comboio de Sal e Açúcar", do realizador brasileiro Licínio Azevedo, radicado em Moçambique desde 1975.

 

Realizada pelo Consulado-Geral de Portugal em São Paulo, com apoio Camões, I.P. através do seu Programa de Cinema, a sessão terá lugar no dia 25 de janeiro de 2020, às 16h00, no Consulado-Geral. 

 

Licínio Azevedo, cineasta e escritor, radicado em Moçambique, desde 1978, viveu na Guiné-Bissau, onde trabalhou como jornalista. A sua obra acompanha praticamente desde o início o processo de independência do país. Foi um dos fundadores da produtora moçambicana de cinema Ébano Multimídia. No Instituto Nacional de Cinema de Moçambique, onde trabalhou desde a sua chegada ao país, colaborou com os directores Ruy Guerra e Jean Luc Godard.

 

Dirigiu filmes de ficção e  documentários, preferindo este último género para a narração de histórias do presente, tendo reservado o primeiro para o passado e a memória. Admirador do novo jornalismo norte-americano, já procurava uma perspetiva ficcional nas suas reportagens sobre a guerra na Guiné-Bissau. Posteriormente, como diretor de filmes, passou a abordar a realidade através da ficção, propondo-se a dar estrutura dramatúrgica ao documentário.

Da África do Sul foram deportadas, no período de 13 de Dezembro de 2019 a 13 de Janeiro de 2020, 307 pessoas, através do posto de travessia de Ressano Garcia na província de Maputo e 13 foi através do posto da Ponta do Ouro.

 

De acordo com informações partilhadas pelo porta-voz do Serviço Nacional de Migração (SENAMI), Celestino Matsinhe, no mesmo período, foram realizadas actividades de fiscalização de permanência de cidadãos estrageiros no país, tendo sido interpelados 203 estrageiros em situação irregular, dos quais 105 já regularizaram sua situação migratória e 98 foram repatriados para os seus países de proveniência.

 

Matsinhe explicou que as principais causas do repatriamento foram a imigração clandestina, a permanência ilegal e a falta de documentos de viagens.

 

De acordo com o SENAMI, de 13 de Dezembro a 13 de Janeiro foram também impedidos de entrar no país 179 cidadãos de diversas nacionalidades por não reunirem todos os requisitos, contra 79 da quadra festiva anterior, o que representou um aumento acima de 100%.

 

As principais causas que ditaram a recusa da entrada dos cidadãos estrageiros no território nacional foram a falta de clareza quanto aos motivos da sua entrada no país, porte de vistos falsos e o uso de passaportes com validades abaixo de seis meses.

 

Por outro lado, o porta-voz explicou que durante a “Operação Hoyo Hoyo”, levada a cabo pelo SENAMI para a cobertura das operações da quadra festiva, num período de um mês, atravessaram pelos postos de travessia nacionais 837.267 viajantes, dos quais 406.975 entrados e 430.267 saídos, contra 752.984 do ano anterior, o que representa um aumento do movimento migratório em 12 por cento. Do total de viajantes que atravessaram os postos de travessia, 524.708 foram de nacionalidade estrageira e 312.559 foram nacionais.

 

“O pico do movimento migratório de entradas foi no dia 21 de Dezembro com a passagem de 45.195 viajantes e o pico de movimento de saídas foi verificado no dia cinco de Janeiro com a travessia de 34.341 viajantes. O dia 01 de Janeiro foi o dia com menor fluxo tendo sido registado o movimento de 10.525 viajantes”, explicou.

 

No entanto, os postos de travessia que mais registaram movimento neste período são: Ressano Garcia, na província de Maputo, com 411.948, que corresponde a 50% do movimento global desta época, Machipanda na província de Manica com 117.427 viajantes, correspondente a 14%, e Kushemane na província de Tete com 64.164 viajantes. (Marta Afonso)

Numa altura em que a comunidade portuguesa residente em Moçambique já assistiu a raptos e assassinatos de alguns dos seus concidadãos (aqui residentes) – principalmente a partir de 2014 – diferentes órgãos de comunicação social nacionais e estrangeiros procuraram saber do Ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, que se encontra no país a acompanhar a visita do presidente Marcelo Rebelo de Sousa, qual a posição do seu governo, relativamente a um conjunto de casos: o (1) de Américo Sebastião, raptado em 2016, numa estação de abastecimento em Marínguè, e que até agora – tanto quanto se sabe – as investigações resultaram em “nem água vem e nem água vai”; o (2) de José Paulo Antunes Caetano, de 51 anos de idade, que vivia em Moçambique havia oito anos, operava no ramo da construção civil alugando máquinas a interessados e foi morto em 2018, após ter sido raptado; e o (3) de Inês Botas, que em 2017, com 28 anos de idade, foi assaltada, maltratada, violentada, amarrada e atirada no rio Púnguè, a pouco mais de 70 km da cidade da Beira, perdendo a vida.

 

Augusto Santos Silva respondeu: “as questões da segurança e justiça de casos ligados a cidadãos portugueses em Moçambique têm sido tratadas a nível dos governos, da boa relação entre os presidentes e ao nível das autoridades judiciárias”.

 

Santos Silva acrescentou ainda: “através da cooperação a nível dos governos e também da boa relação entre os presidentes e da cooperação a nível das autoridades judiciárias, esperamos que tudo se resolva”.(Carta)

Durante a cerimónia de investidura do segundo mandato do Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, cidadãos ouvidos pela ‘’Carta’’ foram unânimes em afirmar que, no novo mandato que inicia, o PR deve apostar na criação de mais emprego e fazer os possíveis para que haja paz no país.

 

José Patrício, jovem, residente na cidade de Maputo, diz que para o próximo mandato espera que a economia moçambicana cresça para que tenha capacidade de competir com o resto dos países do mundo.

 

“Acredito que Moçambique tem potencial para ser uma das maiores e melhores nações do mundo, então tem tudo para chegar lá”, acrescentou.

 

Patrício explicou ainda que o mandato anterior foi de bastantes dificuldades visto que, durante os cinco anos, muitas coisas negativas aconteceram como a ocorrência dos ciclones Idai e Kenneth, os ataques na zona centro e dos malfeitores que têm feito das suas.

 

Por sua vez, Juvêncio José Júlio, também jovem, diz que para o próximo mandato espera que haja muitos avanços, apesar da tensão política e dos ataques que têm sido perpetrados na província de Cabo Delgado.

 

“Antes de mais nada, o elemento chave que precisa de ser revisto no início deste novo mandato é a paz para que tudo entre nos eixos. Este é um grande desafio para o Presidente da República”.

 

Paula Jakude, por sua vez, considera que o presidente deve pautar pela continuidade da boa governação. “Deve haver continuidade para a consolidação da paz efectiva e deve haver mais aposta no empoderamento da mulher para que mais mulheres possam estar em altura de responder pelo país.

 

“Sinto-me muito feliz em saber que mais uma vez uma mulher tomou posse como presidente da Assembleia da República, o que demonstra que o PR está a dar espaço às mulheres’’, referiu.

 

Catarina Sousa Baloi, de 42 anos de idade, mãe de sete filhos, apela ao Presidente da República que olhe para as estradas de modo que as mesmas estejam em melhores condições de transitabilidade.

 

“Nesta nova fase que se inicia, não queremos morrer de fome, por isso pedimos que os preços dos produtos nas lojas estabilizem e os salários melhorem e sejam mais dignos, para que os nossos filhos não morram de fome”.

 

Por seu turno, Isabel Vasco Janelane, de 47 anos de idade, apela para a criação de mais postos de trabalho, sobretudo para os jovens, como forma de reduzir o consumo de drogas e a bandidagem.

 

“Neste novo mandato, o Presidente da República deve ter apoio para trabalhar com os chefes de quarteirões e líderes dos bairros porque são eles que conhecem os principais problemas que afligem o cidadão”, acrescentou.

 

Para Paulo Cândido, de 18 anos de idade, as estradas precisam de ser reabilitadas. De igual forma, os prédios das principais cidades também carecem de reabilitação, sobretudo no que se refere à sua pintura.

 

“No mandato passado, o Presidente trabalhou mais para as restantes províncias do país e se esqueceu um pouco da capital”, lamentou. (Marta Afonso)

 

Quarta-feira última, o país parou, literalmente, para assistir à cerimónia de investidura do novo Presidente da República, Filipe Nyusi. Entretanto, mais do que o acto em si (investidura), a cerimónia foi, sem dúvidas, marcada pela ausência dos líderes dos partidos da oposição, que, com Filipe Nyusi, disputaram a presidência do país.

 

Trata-se de Ossufo Momade (presidente da Renamo), Daviz Simango (Movimento Democrático de Moçambique) e Mário Albino (AMUSI), todos convidados por Filipe Nyusi para assistir à sua investidura. Não só foram convidados, como também tinham um lugar destacado na tenda reservada aos VIPs do megalómano evento. Ou seja, na primeira fila, onde também se sentaram Armado Guebuza e Joaquim Chissano.

 

Mas nem Ossufo Momade, nem Daviz Simango e muito menos Mário Albino se fizeram presentes ao local que acolheu a cerimónia. Aliás, os deputados dos dois maiores partidos da oposição (Renamo e MDM) do xadrez político nacional, também boicotaram a cerimónia de investidura.

 

Esta quinta-feira o nosso jornal procurou ouvir a versão dos ausentes. Para o MDM, na pessoa do seu respectivo porta-voz, Sande Carmona, o presidente do partido dignou-se em não comparecer à cerimónia porque não queria assistir a uma “investidura da fantochada”.

 

Sande Carmona disse que o MDM não reconhece os resultados saídos das eleições do passado dia 15 de Outubro, porque os mesmos não reflectem a real vontade expressa nas urnas pelos eleitores. O porta-voz do “galo” disse que, na verdade, o partido Frelimo manipulou, de forma maquiavélica, a vontade popular.

 

Participar da cerimónia, disse Carmona, igualar-se-ia a “testemunhar à investidura de um ladrão que lhe roubou de forma descarada”.

 

Sobre o facto de os deputados do MDM terem tomado posse na última segunda-feira, enquanto esta formação não reconhece os resultados eleitorais, Carmona avançou que assim procederam porque dão valor à vontade do povo. Para esta legislatura, o MDM conta com um total de seis deputados, depois de na anterior ter tido 17.

 

Já Ossufo Momade, citado pela DW África, na passada quarta-feira, começou por confirmar a recepção do convite para tomar parte do evento. De seguida, o presidente do maior partido da oposição disse que optou por não se fazer presente porque não “tinha moral” para lá estar e também para evitar ser confundido pelo povo. Tal como disse, a sua presença no local igualar-se-ia a um “escândalo”.

 

Ossufo Momade reiterou a não aceitação dos resultados das últimas eleições, mas deixou a garantia que continuará a dialogar com o recém-empossado Presidente da República, por prezar os princípios deixados pelo falecido presidente do partido, Afonso Dhlakama.

 

Em relação à assumpção do estatuto especial de líder da oposição, Momade disse que cabia ao partido decidir se deve ou não aceitar.

 

Por outro lado, Mário Albino, “marinheiro de primeira viagem” nas corridas à Presidência (tal como Momade), declinou tecer qualquer comentário à volta do assunto, sob o argumento de que estava reunido. De forma insistente, o nosso jornal tentou entabular conversa com o líder do AMUSI, mas este simplesmente declinou as nossas chamadas. (Carta)

A discursar, esta quarta-feira (15), após investidura, o Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, apresentou algumas linhas daquilo que será a sua governação até 2024. De entre várias actividades que apontou dos diferentes sectores, na área económico-financeira, Nyusi e seu governo prevêem o melhoramento do ambiente de negócios, “prosseguiremos com os esforços em cursos, simplificando os procedimentos e combatendo a burocracia e a corrupção”.

 

Nesse âmbito, Filipe Nyusi defende que fazer negócio em Moçambique não pode constituir dificuldade para os investidores, sobretudo por causa de atitudes e comportamentos de funcionários que pretendem vantagens ilícitas.

 

Neste quinquénio, Nyusi irá promover a construção de uma instituição financeira de desenvolvimento, com participação significativa do Estado, para financiar, em termos concessionais de prazo e juros, empreendimentos e negócios do sector privado, incluindo linhas de crédito para as Pequenas e Médias Empresas e as necessárias garantias.

 

Agricultura

 

No subsector da agricultura, uma actividade que continua o garante da renda de mais de 68% da população moçambicana, Nyusi não trouxe muitas novidades ao reafirmar (por não cumprir no mandato anterior) que irá mobilizar recursos e alocar 10% do seu orçamento para agricultura num compromisso sem precedente em Moçambique.

 

Indústria

 

Na sua nova governação, o Presidente da República projecta uma economia que tenha como um dos pilares o desenvolvimento da indústria, em alinhamento com os planos de integração regional e comercial.

 

Neste sentido, Nyusi pretende estimular iniciativas empresariais que visem a revitalização e modernização das agro-indústrias, agro-químicas, têxteis e confecções, das metalo-mecânicas e das indústrias de materiais de construção. “Deste modo, iremos garantir mais emprego, reduzir as assimetrias de desenvolvimento e os desequilíbrios da balança comercial. Igualmente, incentivaremos a transformação de matérias-primas, de modo a agregar valor na sua exportação”, acrescentou o PR.

 

Electrificação

 

Antes de mais, o recém-empossado para o segundo mandato reconheceu que electrificação continua grande desafio actual do país, por isso, durante este quinquénio, Nyusi disse que a energia deverá cumprir o seu papel de impulsionador do desenvolvimento social e económico, assegurando a agricultura e industrialização.

 

Neste subsector, o Chefe da Nação frisou que acções irão prosseguir com vista à expansão e reforço da rede eléctrica nacional e construção dos primeiros 750 km da nova espinha dorsal do sistema de transporte de electricidade de alta tensão à 400 KV, ligando o norte ao sul do país.

 

Hidrocarbonetos

 

“Na área dos hidrocarbonetos, vamos prosseguir as acções visando viabilizar a exploração sustentável das reservas de gás natural de que dispomos, assegurando a conclusão do projecto da plataforma flutuante que tornará Moçambique produtor de gás natural liquefeito. Vamos igualmente facilitar a construção das primeiras quatro unidades de liquefacção em terra”, disse, tendo lembrado a importância desses projectos na promoção dos conteúdos locais.

 

Ainda nesta área, a aposta de Nyusi incidirá, igualmente, na implementação da primeira unidade de produção de GPL (gás de cozinha) no país, em Temane, assegurando, deste modo, que 60% do volume actualmente importado seja substituído pela produção nacional.

 

“Mais uma vez, exortamos aos moçambicanos a gerir as suas expectativas com alguma dose de paciência, porque os cofres do Estado levarão algum tempo para acolher receitas provenientes dos hidrocarbonetos na dimensão prevista”, sublinhou.

 

Mineração

 

Perante milhares de expectadores, desde deputados recém-empossados, presidentes convidados dos outros países, ex-ministros, entre outros gestores públicos e público em geral, Nyusi prometeu para este sector realizar acções que garantam o arranque de mais empreendimentos estruturantes, com destaque para a construção do projecto integrado para a produção de Ferro e Aço em Tete, uma nova mina de Grafite em Montepuez, Areias pesadas em Chinde e Chibuto, mármore em Montepuez e uma Fábrica de Briquetes para o melhor aproveitamento do carvão mineral em Tete, promovendo a cadeia de valor que estimule a diversificação da indústria nacional.

 

“Vamos ainda, no processo Kimberly, implantar os primeiros interpostos comerciais de pedras e metais preciosos que, a par de medidas para melhorar o quadro regulamentar e combater veementemente as práticas de contrabando, assegurem que a exploração destes recursos resultem em postos de trabalho mais dignos, mais divisas para o país e mais receitas para o Estado”, sublinhou.

 

Sistema financeiro

 

Ao nível do sistema financeiro, o Chefe de Estado prevê junto com o seu governo continuar a consolidar a estabilidade macroeconómica e financeira, através de acções que concorram para uma inflação baixa e estável e para a promoção de um sector financeiro robusto e preparado para os desafios do futuro.

 

Pretende ainda combater a inflação de modo a criar um ambiente de negócio que favoreça a atracção do investimento directo nacional. Com a redução da inflação, o PR acredita que o custo de vida dos cidadãos irá reduzir.

 

O seu governo irá ainda nesta área continuar a implementar políticas macro-económicas prudentes, em particular na gestão da despesa e da dívida pública, aproximando os mecanismos de monitoria, supervisão e gestão do risco fiscal e estabilidade do Metical.

 

“O diálogo com os credores será inevitável, com vista a reforçar a confiança do país junto dos parceiros de cooperação para o desenvolvimento e dos mercados financeiros nacionais e internacionais”, acrescentou Nyusi.

 

Fundo Soberano

 

O governo a ser anunciado, brevemente, cujo mandato cessa em princípios de 2025, considera criar, dentro do ciclo de governação, um Fundo Soberano que, para além de constituir um instrumento de poupança financeira para as gerações presentes e futuras, poderá ajudar a proteger a economia do impacto da flutuação dos preços das matérias-primas no mercado internacional.

 

Na perspectiva de Nyusi, o Fundo Soberano poderá apoiar nos esforços de diversificação da nossa economia, através da canalização de recursos para o desenvolvimento dos sectores não tradicionais, com destaque para o sector agrário e a industrialização que emprega a maioria da nossa população.

 

Mesmo sem precisar o modelo, o Chefe de Estado adiantou que o Fundo Soberano a ser criado deverá ter como base as receitas provenientes da exploração dos recursos minerais. Não queremos que este Fundo possa constituir uma fonte de desvios e de enriquecimento ilícito. “Por isso, não avançaremos sem garantir a prevalência dos princípios de boa governação, transparência, responsabilização, independência, assente num quadro legal moderno, que permite que a população acompanhe e se sinta dona dos recursos”, concluiu. (Carta)

Quatro rios da província de Cabo Delgado, na zona norte do país, ainda se encontram acima dos níveis de alerta em alguns pontos do distrito de Montepuez, segundo deu a conhecer, ontem, a Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH).

 

Em comunicado de imprensa, divulgado na tarde de ontem, a DNGRH garantiu que as bacias hidrográficas dos rios Messalo, Megaruma, Montepuez e Muaguide ainda se encontram estacionárias naquela região do país, com o volume das águas ainda a manterem-se acima dos níveis de alerta.

 

Um dos rios que ainda mantém o caudal acima do nível de alerta é o Messalo que, na zona de Nairoto, distrito de Montepuez, mantém os 19 centímetros de caudal, acima do nível de alerta, porém, de acordo com aquela instituição, sem impactos significativos.

 

De acordo com a autoridade responsável pela gestão das bacias hidrográficas, nas próximas 72 horas, o Rio Messalo poderá manter-se acima do nível de alerta, entretanto, condicionando a circulação rodoviária entre Mirate e Nairoto.

 

Já o rio Megaruma, em Montepuez, também continua com os seus 2 metros acima do nível de alerta e com tendência a subir. Esta situação, segundo a DNGRH, provocou a interrupção da circulação rodoviária entre Mecúfi-Chiúre e inundações nas aldeias de Napolimuite, Nimanro, Natuco, Moje e Milapani.

 

Tal como o rio Messalo, a DNGRH refere que o rio Megaruma, naquele ponto do país, poderá manter-se também acima do alerta, condicionando a circulação rodoviária entre os distritos de Chiúre e Mecúfi.

 

Por seu turno, o rio Montepuez, na zona de Mecuia, também está com 30 centímetros acima do alerta e com tendência a subir. A situação já causou um galgamento da ponte que liga os distritos de Quissanga e Macomia.

 

Inundações causou também o rio Muaguide, que deixou as aldeias de Nangua, Nacuta, Nuamapala, 25 de Junho, Nanjua, Pulo e Tratara debaixo das águas.

 

Para as próximas 72 horas, a DNGRH prevê a subida do nível de água nas bacias do Limpopo, Inhanombe, Mutamba, Búzi, Púnguè, Zambeze, Ligonha, Meluli, Lúrio e Rovuma.

 

A bacia do Licungo, que já desalojou centenas de famílias nos distritos de Maganja da Costa, Namacurra, Lugela e Mocuba, na província central da Zambézia, poderá manter-se em alerta, causando inundações moderadas nos distritos de Maganja da Costa (povoações da Vila Valdez, Yassopa e Ntabo) e em Namacurra (povoações de Furquia, Mbau, Muebele e Malei).

 

A DNGRH prevê, igualmente, a continuação do cenário de inundações nas cidades da Beira e Quelimane.

 

No que tange ao armazenamento da água nas principais albufeiras do país, a DNGRH revela que a Albufeira de Nampula está esgotada (100%), com uma reserva de 20.25 m³/s; Nacala, também com 100% (2.98 m³/s); Mugica com 78.13% e Chipembe com 95.06%, correspondentes a 0.96 m³/s.

 

Já na região centro, a Albufeira de Cahora Bassa está com tendência de subida, contando com 72% de armazenamento, equivalente a 2895.50 m³/s e 1885.70 m³/s. Chicamba está com 68.68%; e Muda-Nhaurire com 88.20%, o que equivale a 0.80 m³/s.

 

Na região sul, a Albufeira dos Pequenos Libombos tinha 25.43% de armazenamento, estando a descer, correspondente a 1.85 m³/s e 3.09 m³/s. A Albufeira de Corumana apresenta uma tendência de subida, estando com 27.45%, equivalendo a 15.86 m³/s e 2.43 m³/s. Já a Albufeira de Massingir, com 35.31%, apresenta uma tendência de subida, correspondente a 56.44 m³/s e 20.00 m³/s.

 

No seu comunicado, a DNRGH apela à sociedade, em geral, para a observância de medidas de precaução, evitar a travessia do leito dos rios, particularmente nas bacias de Púnguè, Licungo, Montepuez, Megaruma e Messalo, sob o risco de ser arrastado pela força da água. (Carta)

Foi a 28 de Novembro de 2019 que Shelton Lalgy, de 30 anos de idade, filho do empresário do ramo de transporte de cargas Junaid Lalgy foi raptado por indivíduos até aqui “desconhecidos”. Completa hoje 51 dias de cativeiro, numa altura em que a família colocou à venda 20 camiões como forma de pagar o resgate que, segundo apuramos, ronda pouco mais de 4 milhões de USD.

 

Entretanto, a Directora Provincial do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) na Província de Maputo, Benjamina Chaves, afirmou, em entrevista à Rádio Moçambique: “o caso em que a vítima é um dos familiares da família Lalgy continua em investigação. Quero dizer, em casos de rapto dificilmente a investigação tem a colaboração da própria família, porque afinal de conta os raptores ameaçam tanto a própria vítima como os familiares da vítima. Por isso, não tem sido fácil os familiares colaborarem com as autoridades para o esclarecimento do caso, mas nós já dissemos à família que estamos sempre disponíveis, assim que precisarem da nossa mão ou se tiverem algum elemento adicional que nos ajude a caminharmos para o esclarecimento do processo”.

 

Relativamente ao pedido de somas elevadas para libertar a vítima, Benjamina Chaves, disse: “se existe algum valor que os raptores tenham solicitado para o resgate não posso precisar, pois não chegou aos nossos processos. Podem ser conversas de corredores, mas não posso precisar. Portanto, o processo deste caso prossegue: todos os dias fazemos as nossas diligências no âmbito da investigação para que, de facto, o caso seja esclarecido, para poderemos resgatar a vítima do cativeiro”.

 

Refira-se que Shelton Lalgy foi raptado quando regressava de mais uma jornada de ginástica em direcção a sua residência, às 06:00h do passado dia 28 de Novembro de 2019 por indivíduos que se faziam transportar numa viatura da marca Toyota Noah, sem chapa de matrícula, tendo os mesmos interpelado a viatura da vítima, de marca Toyota Hilux. Até aqui o SERNIC diz não ter pistas. (Carta)

O país precisou no ano passado de 890.9 milhões de USD para importar 1.449 milhões de Toneladas Métricas (TM) de diferentes combustíveis líquidos, contra 946 milhões de USD despendidos em 2018 para adquirir 1.386 milhões de TM.

 

Dados da Importadora Moçambicana de Petróleos (IMOPETRO) indicam que, do total (890 milhões de USD), 622. 8 milhões de USD destinaram-se a importar 1 024 milhões de TM de gasóleo, o mais consumido em Moçambique.

 

Do total ainda, 195.2 milhões de USD foi o valor usado para adquirir 306.4 milhões de TM de gasolina. A IMOPETRO importou no ano passado 83.7 milhões de TM de Jet por 53 milhões de USD e despendeu 18.9 milhões de USD para comprar 35.2 milhões de TM de GPL, ou gás de cozinha.

 

Para importar os combustíveis, a IMOPETRO contratou duas empresas, das quais a Trafigura trabalhou durante o primeiro semestre e a Finergy nos últimos seis meses de 2019. Durante o primeiro semestre deste ano, a importação dos combustíveis está a cargo da empresa Sahara Energy.

 

Após ser adquiridos em mercados considerados baratos, nomeadamente Golfo Pérsico e mar Mediterrâneo, os combustíveis são distribuídos a 15 empresas gasolineiras, que operam no país associadas à IMOPETRO. (Evaristo Chilingue)