Militares das FDS, afectos em Mucojo-sede, balearam gravemente dois jovens, na aldeia Runho, distrito de Macomia.
Os dois jovens eram cunhados, sendo um natural de Rueia e outro de Simbolongo. Ambos viviam em Rueia e deslocaram-se a Runho, um dos bairros de Mucojo-sede para um passeio que terminou em tragédia.
Há duas versões sobre os motivos que fizeram com que os jovens fossem maltratados pelas FDS.
A primeira explicação aponta para o facto de um (terceiro) jovem, da mesma aldeia, tê-los denunciado aos militares, sob alegação de que a dupla havia consumido drogas (soruma). Face a esta acusação, os militares tê-los-iam baleado nas pernas.
A segunda versão refere que os jovens caíram nas mãos das Forças de Defesa e Segurança, porque supostamente não eram conhecidos naquela zona, daí a razão de serem suspeitos, mas sem, no entanto, serem questionados, viram-se apenas sendo maltratados.
Mais tarde, os dois jovens viriam a ser levados num carro militar para o Centro de Saúde de Macomia-sede, onde até quinta-feira recebiam tratamento, porém, agora sob a acusação de serem… insurgentes.
Na vila de Macomia, muitos curiosos dirigiram-se ao Centro de Saúde para ver “com os próprios olhos”, a cara dos supostos insurgentes.
Entretanto, uma fonte disse à Carta que um dos jovens teria perdido a vida este sábado, tendo sido enterrado num dos cemitérios da vila de Macomia, por muçulmanos da mesquita Furcan, no bairro de Manhã B, depois de uma solicitação das autoridades locais. (Carta)
Dois dias depois de circularem informações, nalguma imprensa e nas redes sociais, sobre um alegado ataque a uma base das Forças de Defesa e Segurança, no posto administrativo de Mbau, distrito de Mocímboa da Praia, o Chefe de Estado visitou o Quartel Militar de Mueda.
Numa parada militar naquele quartel, segundo noticiou a televisão pública TVM, o Presidente da República, Filipe Nyusi, reiterou que o Governo vai priorizar a sua atenção às actividades das Forças de Defesa e Segurança, cuja acção visa restabelecer a ordem e tranquilidade públicas nos distritos da província de Cabo Delgado, assolados pela insurgência.
O Comandante em Chefe das Forças de Defesa e Segurança encorajou, mais uma vez que se envidem todos os esforços para a captura dos insurgentes, a quem chamou de “cobardes” bem como a quem os paga e dá suporte.
No entanto, Nyusi, que durante o mandato anterior, escusou-se a dar esclarecimentos aos moçambicanos sobre a questão dos ataques em Cabo Delgado, crítica os jornais que escrevem sobre a insurgência em Cabo Delgado e diz que os mesmos “escrevem mentiras para desestabilizar o país”.
De referir que o alegado ataque a uma base militar em Mbua, foi supostamente revindicado pelo ISIS nas suas plataformas de comunicação e nas redes sociais. (Carta)
Os indivíduos que atacam alvos civis e militares na província de Cabo Delgado, região norte, não param de fazer das suas. Um vídeo amador do grupo circula nas redes sociais desde a semana passada. Nas imagens, os insurgentes aparecem a exibir o seu poderio de fogo e uma viatura “nova” de marca Mahindra, que se acredita pertencer às Forças de Defesa e Segurança (FDS).
Tal como documenta o vídeo, o grupo (numeroso), maioritariamente trajado com fardamento do exército moçambicano, deixa-se filmar no interior, e ao redor, da carrinha Mahindra, de cor branca, com a chapa da inscrição AIG 985 MC.
Nas imagens, a viatura aparece com perfurações no para-brisas, no “capot” e nas laterais (portas), denunciando à partida ter sido produto de uma confrontação armada. O grupo aparece empunhando armas de fogo (AK47 e RPG “Bazuca”) e apinhado na larga bagageira daquela viatura.
O vídeo começou a circular quase dois meses depois das primeiras imagens do grupo terem vindo ao público. Na verdade, não há muita diferença entre o vídeo e as outras imagens postas a circular. Ou seja, analisadas as imagens, os indivíduos que aparecem no vídeo parecem ser os mesmíssimos que aparecem nas primeiras fotografias, que deixaram meio mundo escandalizado.
As vestimentas (fardamento das FDS), as armas, a bandeira preta com dizeres em árabe, o ambiente da mata, e a viatura da marca Mahindra por sinal de cor branca coincidem com as das primeiras imagens.
No vídeo, o grupo, ao que tudo indica inspirando no radicalismo islâmico, aparece a pronunciar a expressão “Allah Akbar” (Deus é grande – na tradução para a língua portuguesa), içando as numerosas Ak-47. Apesar de estar num local que se assemelha a uma mata é possível vislumbrar algumas residências.
Na sequência da circulação das imagens, o Comandante Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael, veio a público confirmar que os insurgentes se haviam apoderado de viaturas das FDS. No entanto, Rafael não precisou as circunstâncias em que as viaturas foram parar às mãos daquele grupo, cujo “rosto” e motivações, até ao momento, são desconhecidos.
Desde que os ataques armados em Cabo Delgado iniciaram em Outubro de 2017 estima-se que cerca de 350 pessoas, entre civis e militares, perderam a vida. (Carta)
Ao cair da tarde da última sexta-feira (24), um comunicado aparentemente “oficial”, com o timbre da Presidência da República, e a indicação, no cabeçalho, que o mesmo fora emitido pelo respectivo Gabinete de Imprensa, pulverizou as redes sociais e as conversas de café.
De acordo com o documento, o PR acabava de nomear, em despachos separados, cinco Conselheiros, nomeadamente: Cidália Chaúque Oliveira, Augusto Raul Paulino, Egídio Guilherme Vaz Raposo, Atanásio Salvador M’tumuke e Ana Rita Sithole; e um Adido de Imprensa, no caso, Mendes Mutenda Chidima.
Em grande medida, a rápida repercussão que este documento teve nas redes sociais deveu-se ao facto de, entre os “conselheiros”, constar o nome de Egídio Vaz, historiador e (ora) analista político, conhecido por ter encetado uma “metamorfose camaleónica” sem precedentes: depois de ter dito “cobras e lagartos” sobre a governação da Frelimo e de ter endossado publicamente o seu voto a Afonso Dhlakama e à Renamo, nas penúltimas eleições, eis que surgiu tempos depois, durante o primeiro mandato de Filipe Nyusi, como o maior apoiante deste e do seu partido – o que para muitos soou a uma “venda de alma”, a troco de um lugar ao sol na nomenclatura.
A verdade é que, cerca de uma hora depois de o Comunicado ter sido posto a circular, começaram a surgir os desmentidos. Primeiro da parte de alguns dos visados, e depois, de pessoas próximas aos círculos do poder.
Afinal não era verdade que Sexa havia nomeado as figuras supramencionadas para seus conselheiros e, sequer, havia indicado novo Adido de Imprensa. Era tudo “fake”.
Por outras palavras: alguém se “apoderou” – de uma forma ou doutra – de um “papel timbrado” da Presidência da República, mais concretamente do seu Gabinete de Imprensa, para “fabricar” um documento tão falso quanto Judas.
E a avaliar pela forma como tudo isto sucedeu e se espalhou, é de crer que, certamente, se podem falsificar montes de “documentos presidenciais” iguais a este.
Ora, isso é gravíssimo!... Tanto assim que levanta, para já, um conjunto de questões pertinentes: Como é possível que a Presidência da República seja vulnerável a esse ponto? Qual era o real interesse da(s) pessoa(s) que pôs a circular esta mentira vil? Sabendo-se que, hoje em dia, é possível rastear-se o computador de onde partiu o (primeiro) comunicado “fake”, será que já se está a trabalhar no assunto, ou vai acabar tudo em águas de bacalhau”?…
Do novo Código do Processo Penal…
De entre as várias teorias aventadas para explicar os interesses obscuros, que alguém eventualmente poderia ter, para colocar em circulação um comunicado falso, duas se destacam: (1) a oposição – como sempre – com a clara intenção de descredibilizar o PR, e (2) alguém do grupo dos supostos nomeados, com o intuito de pressionar Nyusi, antecipando-lhe as intenções.
A verdade é que, independente de quem tenha(m) sido o(s) autor(es) desta brincadeira de mau gosto, a imagem da Presidência da República é que sai “chamuscada”.
Aliás, nem de propósito, passa pouco mais de um mês que Sexa promulgou e mandou publicar o novo Código do Processo Penal, o qual, entre as suas principais inovações faz saber que, “Gravar, registar, utilizar, transmitir ou divulgar conversa, comunicação telefónica, imagem, fotografia, vídeo, áudio, facturação detalhada, mensagens de correio electrónico, de rede social ou de outra plataforma, sem consentimento do proprietário, passa a ser crime, com pena de prisão até 1 ano e multa correspondente”.
Punido com prisão será igualmente “quem aceder, sem autorização do proprietário, a um dispositivo alheio, fixo ou móvel, com o fim de obter informação não pública de correio ou comunicação electrónica privada, bem como quem efectuar gravação de palavras proferidas por alguém, mas não destinadas ao público, a filmagem ou fotografia de um cidadão, contra a sua vontade, mesmo que tenha sido em evento público”.
De alguma maneira, a falsificação do comunicado a que temos estado a fazer referência insere-se na panóplia de crimes supramencionados, sendo ainda mais grave pelo facto de se tratar da Presidência da República.
Os meios de combate?…
Há que referir, no entanto, que este tipo “cibercrimes” contra instituições do estado não é coisa nova. Mais ou menos em meados do ano passado a PGR revelou que, devido a ataques cibernéticos, a reputação dos endereços do Governo de Moçambique ficou manchada na internet.
Na mesma altura, o Instituto Nacional de Governo Electrónico (INAGE) confirmava que várias instituições do Governo haviam sofrido ataques cibernéticos, os quais se manifestaram através da indisponibilidade temporária de alguns serviços públicos digitais e da falta de acesso a informações actualizadas em páginas web do Governo.
Vai daí, e de acordo com o INAGE, foi implementado um centro de resposta a incidentes de segurança cibernética (CSIRT) do Governo, o qual priorizou a instalação e configuração de equipamentos e softwares que actuam no tratamento de incidentes e ataques a computadores e sistemas do Governo a nível nacional.
Além disso existe uma Estratégia Nacional de Segurança Cibernética de Moçambique (2017 - 2021), em cuja proposta é realçada a necessidade imperiosa de se assegurar que o país garanta um ciberespaço seguro e resiliente, que seja utilizado com segurança pelo Governo, sector privado, sociedade civil e demais instituições.
É igualmente reconhecida a existência de uma multiplicidade de ameaças e riscos que podem prejudicar o bom funcionamento do ciberespaço, incluindo os sistemas e serviços de TIC em Moçambique, os quais podem provocar um impacto negativo nos esforços para o aproveitamento das TIC’s para o desenvolvimento socioeconómico.
Não nos foi possível aferir actual o grau de implementação desta estratégia, mas – independentemente desse detalhe – com todos estas leis, instrumentos, argumentos e intenções, é de crer que rastrear-se a quem pirateia documentos da Presidência da República, seja “canja”.
É só uma questão de haver interesse e empenho.
É que, se hoje se brinca de forjar “comunicados presidenciais” aparentemente inofensivos, podendo escapar-se impune, não tarda nada e teremos aí “hackers” sérios a provocarem danos irreparáveis na nossa já fragilizada soberania…
(Homero Lobo)
A Galp chegou a acordo com o grupo ACS para a aquisição de projetos de produção de energia fotovoltaica em Espanha, tornando-se assim no principal produtor de energia solar da Península Ibérica.
Os ativos incluem parques fotovoltaicos já em operação com uma capacidade instalada de 900 MW e projetos em desenvolvimento ou em licenciamento que permitirão atingir até 2023 uma capacidade de geração instalada de 2,9 GW, o equivalente ao consumo médio de 1,8 milhões de habitações, contribuindo para a redução de 87 milhões de toneladas de CO2.
“Damos desta forma um passo significativo na concretização do compromisso para uma transição rumo a uma economia de baixo carbono. Este acordo reforça a posição da Galp enquanto empresa integrada de energia, materializando os seus guidelines estratégicos para o reforço de um portefólio competitivo de renováveis e novos negócios” sublinha Carlos Gomes da Silva, CEO da Galp.
O acordo inclui a aquisição, desenvolvimento e construção de projetos até um valor total estimado de €2,2 mil milhões até 2023. A Galp tem como objetivo obter project finance para os restantes desenvolvimentos no período 2020-23 e desenvolver parcerias na área de renováveis.
A Galp tenciona financiar os restantes desenvolvimentos no período 2020-23 em project finance e antecipa oportunidades para realizar uma potencial parceria para os negócios de renováveis.
A conclusão do negócio deverá ocorrer no segundo trimestre de 2020, ainda sujeito a certas condições habituais, prevendo-se na altura o pagamento de €450 milhões e a assunção de um passivo de €430 milhões decorrente do project finance dos parques em operação.
“Esta aquisição permitirá integrar e desenvolver, em parceria com uma empresa que é líder mundial na implementação de projetos, um portefólio solar de última geração que vai acelerar o crescimento na área das renováveis e novos modelos de negócio” destaca Susana Quintana-Plaza, Administradora da Galp com este pelouro.
Esta transação está alinhada com o objetivo estratégico assumido pela Galp de alocar cerca de 40% do seu investimento a oportunidades relacionadas com a transição energética. O investimento médio líquido anual da empresa até 2022 mantém-se dentro do intervalo previsto, isto é, em média, entre €1,0 mil milhões e €1,2 mil milhões por ano.
Sobre a Galp
A Galp é uma empresa de energia de base portuguesa, de capital aberto com presença internacional. Desenvolvemos soluções eficientes e ambientalmente sustentáveis em todas as fases da cadeia de valor do setor energético, tanto nas nossas operações, como na oferta integral que fazemos aos nossos clientes, sejam indústrias, empresas de todos os setores ou simples consumidores que buscam as soluções mais flexíveis e competitivas para as suas casas e necessidades de mobilidade. Produzimos e extraímos petróleo e gás natural a partir de reservatórios situados quilómetros abaixo da superfície marítima, mas assumimos o compromisso de dedicar 40% do nosso investimento a projetos que contribuam para a redução global das emissões de CO2, incluindo a produção de energia renovável. Integramos todos os tipos de energia, da eletricidade, ao gás e aos combustíveis líquidos. Contribuímos ainda para o desenvolvimento económico dos 11 países em que operamos e para o progresso social das comunidades que nos acolhem. A Galp emprega 6.360 pessoas. Mais informações em www.galp.com.
Os utentes dos Serviços Nacionais de Migração passam a receber atendimento domiciliar e hospitalar para requerer documentos migratórios – um serviço que já está a ser usado desde o mês de Dezembro de 2019, mas que ainda não era de conhecimento público.
A informação foi avançada, esta quinta-feira, pelo porta-voz do Serviço Nacional de Migração (SENAMI), Celestino Matsinhe, durante o habitual briefing semanal com a comunicação social. Na ocasião, Matsinhe explicou que o atendimento domiciliar e hospitalar de requerentes de documentos de viagem é apenas para os cidadãos que não estejam em condições de se dirigir à Migração, ou por doença ou por necessitarem de serviços ou cuidados especiais.
Segundo a fonte, para aceder a este serviço é preciso que os parentes próximos da pessoa que necessita deste atendimento façam um requerimento dirigido ao Director Provincial da área em que o candidato se encontra. Explicou ainda que este serviço não tem qualquer custo adicional: paga-se apenas o valor normal da emissão do documento.
Matsinhe explicou ainda que esta medida foi tomada, porque as direções provinciais têm recebido, com frequência, pessoas que não se encontram bem de saúde, mas são obrigadas a se deslocar à Migração. Entretanto, só este ano, na cidade de Maputo, já foram atendidos seis requerentes nas suas residências.
Por outro lado, durante a operação relativa à quadra festiva, foram detectados dois casos de tentativa de burla por meio de intermediação de pedidos de passaporte: um na cidade de Maputo e outro na província de Maputo. O caso que se verificou na cidade foi de um cidadão que veio da província de Gaza para submeter o pedido de documento de viagem para um mineiro e ao invés de se dirigir ao sector de atendimento recorreu a um intermediário a quem pagou um valor de 7000 Mts para um documento que custa 400 Mts (normal) e 463 Mts (urgente). No segundo caso, o da província de Maputo, um cidadão pagou a um intermediário 11000 Mts a um intermediário para ajuda-lo a tratar passaporte sendo que este (normal custa 2.400 Mts, urgente 2.775 Mts e o expresso que custa 7.200 Mts).
Entretanto, em ambos casos os intermediários não conseguiram tratar os respectivos documentos, visto que o pedido de passaporte é feito em presença e quando os requerentes se aperceberam que estavam a ser vítimas de burla, contactaram as direcções provinciais, tendo sido feito um trabalho que culminou com a instrução de um auto que foi submetido às instâncias competentes para o devido procedimento. (Marta Afonso)
Há cerca de três meses que os transportadores semi-colectivos que operam na rota Maputo-Manzini somam prejuízos, devido às altas “taxas-de-fronteira” impostas pelo Reino de E-Swatine (antes Swazilândia).
E-Swatine cobra, por cada veículo estrangeiro que entra naquele país, 300 Rands (contra 80 Rands praticados antes de Novembro), alegadamente para “retaliar” os 100 USD que Moçambique cobra aos camiões que vêm daquele Reino.
Dada a gravidade das medidas de E-Swatine para os transportadores nacionais, o Governo, através de uma Comissão Interministerial, composta pelo Ministério das Obras Públicas e Habitação (MOPRH) e dos Transportes e Comunicações (MTC), decidiu, em Dezembro último, intervir, depois de ter recusado, durante 30 dias, auxiliar diplomaticamente os operadores para reverter o cenário.
A Comissão previa encontrar-se com o Governo de E-Swatine em finais de Dezembro, mas não foi possível.
Falando esta semana à “Carta”, o Director Nacional dos Transportes no MTC, Cláudio Zunguze, explicou que a reunião falhou devido à quadra festiva e à indisponibilidade de alguns membros durante a quinzena na campanha de fiscalização rodoviária.
“Mas neste momento estamos a aguardar e era nossa expectativa que na última semana de Janeiro em curso se concretizasse. E, neste momento não posso dizer que existe a data, mas aguardamos a confirmação do lado do E-Swatine sobre a disponibilidade de se reunirem”, afirmou a fonte.
Zunguze explicou que a reunião visa harmonizar a taxa que sufoca mais de três dezenas de transportadores semi-colectivos nacionais que, para minimizar os custos de operação, decidiram fazer o transbordo de passageiros com os operadores daquele reino, na fronteira de Goba, na província de Maputo. (Carta)
A partir do primeiro dia de Fevereiro, as taxas das portagens de Maputo e Moamba passam a ser mais caras – anunciou ontem a empresa sul-africana TRAC, concessionária da Estrada Nacional Nº 4 (EN4).
“Avisa-se ao público em geral, aos utentes da N4 em particular, que nos termos do contrato de concessão da N4, (Estrada Maputo-Tshwane), está previsto o ajustamento das tarifas de portagem quando estas encontrarem-se desactualizadas, mostrando-se insusceptíveis de cobrir as despesas de manutenção e desde que se verifiquem os requisitos exigidos para o efeito”, escreve a TRAC, no comunicado.
Com o aumento, as novas tarifas parte dos 40 Meticais a 550 Meticais, na portagem de Maputo e dos 210 Meticais a 1600 Meticais na portagem de Moamba, contra os actuais 35 Meticais a 500 Meticais em Maputo e 190 Meticais a 1500 Meticais na Moamba. Os detalhes seguem abaixo, com as novas taxas entre parênteses.
Classe de Viatura |
Portagem de Maputo |
Portagem da Moamba |
Classe 1 |
MZM 35.00 (40.00) |
MZM 190.00 (210.00) |
Classe 2 |
MZM 120.00 (130.00) |
MZM 480.00 (530.00) |
Classe 3 |
MZM 350.00 (375.00) |
MZM 1100.00 (1 150.00) |
Classe 4 |
MZM 500.00 (550.00) |
MZM 1500.00 (1 600.00) |
O comunicado ressalta que as taxas descontadas, dos transportes semicolectivos de passageiros e o transporte público de passageiros não serão alteradas, e serão conforme a tabela abaixo:
Classe de Viatura |
Portagem de Maputo |
Portagem da Moamba |
Classe 1 |
MZN 15.00 |
MZN 81.00 |
Classe 2 |
MZN 51.00 |
MZN 198.00 |
Refira-se que o agravamento das tarifas (o último dos quais aconteceu a 01 de Dezembro de 2017) surge após o início da montagem do separador central, numa extensão de 7 km (desde a zona da Shoprite da Matola, à Maguinag, já na Cidade de Maputo), montado para evitar acidentes de viação que ocorriam com frequência naquele troço até há bem pouco tempo. (Carta)
O Ministro do Interior, Amade Miquidade, disse esta quarta-feira, em Maputo, que a corrupção é algo que deve ser combatido no seio da corporação. Para Miquidade, é urgente que sejam tomadas medidas criteriosas na utilização dos escassos recursos que são colocados à disposição do sector e que se deve cultivar o espírito de rigor em relação à coisa pública, sobretudo cortando todas as formas de manifestação da corrupção, dentro das fileiras.
Falando durante a cerimónia de patenteamento e passagem à reserva de quadros daquele sector pertencentes a diferentes escalões, naquela que foi a sua primeira intervenção num evento, enquanto Ministro do Interior, Miquidade disse: “a nossa missão é servir a sociedade, e não nos servirmos da sociedade, para alcançar objectivos inconcretos”.
Na cerimónia que teve como epicentro a Cidade de Maputo e foi replicada em todo o território nacional foram contemplados para o patenteamento 2298 membros da PRM, tendo no local presentes 578 membros, onde foram patenteados 220 oficiais superiores e 358 oficiais subalternos, entre sargentos e cabos da polícia.
Na ocasião, o Comandante-Geral da PRM, Bernardino Rafael, realçou a necessidade dos patenteados passarem a criar soluções que visam reprimir a criminalidade em Moçambique e garantirem a ordem, segurança e tranquilidade públicas. (Carta)
Foi anunciada, esta quinta-feira (23), a classificação do Índice de Percepção da Corrupção (IPC) que é implementado pela Transparência Internacional (TI) e que avalia a transparência de 180 países. Contrariamente ao que tem sido apanágio nos outros anos, em 2019 Moçambique recuperou a pontuação e subiu 12 posições, tendo saído da anterior 158ª para a actual 146ª posição.
Em 2018, Moçambique havia perdido dois pontos. Ou seja, em 2017, o país tinha 25 pontos e, em 2018, passou a ter 23, uma situação que dava continuidade à derrapagem que se vinha registando desde 2015, quando tinha 31 pontos. Em 2016 passou a ter 27. Com esta subida Moçambique passou a estar na mesma posição que países como Angola, Nigéria, Bangladesh, Guatemala, Honduras e Irão.
A nível dos países de língua oficial portuguesa, Angola foi quem teve a maior ascensão, tendo subido 19 posições, ou seja, do 165º lugar para 146º. Em seguida vem a Guine-Bissau que também conquistou 18 pontos, tendo saído da posição 172ª para 168ª. Cabo Verde passou da anterior 45ª posição para a 41ª, neste ano. Timor-Leste de 105 para 93.
Já o Brasil caiu da anterior posição 106 para 105, enquanto que Portugal se mantém na posição 30, apesar de ter perdido dois pontos na classificação. São Tome e Príncipe também manteve os 46 pontos e a posição 64.
A Nova Zelândia e Dinamarca lideram o ranking com 87 pontos, num IPC que, a nível da África subsaariana, Botswana e Seychelles amealharam 61 e 66 respectivamente.
Refira-se que os governos africanos declararam 2018 como o ano de luta cerrada contra a corrupção, o que foi acompanhado de várias acções dos governos dos diversos países do nosso continente. Foi aí que começaram detenções e julgamentos em países como Moçambique, Angola, África do Sul, Tanzânia, entre outros.
Em Moçambique, por exemplo, verificaram-se as detenções de 20 arguidos envolvidos no caso das dívidas ocultas, em 2019. Também foram detidos Helena Taipo, ex-embaixadora de Moçambique em Angola, Paulo Zucula, antigo Ministro dos Transportes e Comunicações. Houve ainda o julgamento e condenação de Amélia Sumbana e Bernardo Xerinda. Recentemente foi detido e encontra-se em julgamento Francisco Mazoio, entãoPCA do INSS e Baptista Machaieie, ex-Director-geral, no caso CR Aviation/INSS, tendo a sentença sido marcada para o dia 27 de Janeiro próximo.
De acordo com o Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), nos últimos 12 anos, o estado moçambicano perdeu mais de 46 mil milhões de Meticais devido à corrupção, tendo em 2017 sido registado o maior rombo financeiro, estimado em 610 milhões de Meticais, enquanto em 2016, o mesmo se situou nos 459 milhões de Meticais.
Refira-se que, entre 2008 e 2018, o Estado moçambicano recuperou 96 milhões de Meticais, instaurou 8 mil processos-crime e deteve 1.300 pessoas por corrupção.
Referir que a TI é uma organização que actua desde as aldeias do interior da Índia até aos corredores do poder em Bruxelas, dando voz às vítimas e testemunhas de corrupção, trabalhando em conjunto com governos, empresas e cidadãos para impedir o abuso de poder, suborno e acordos secretos. A TI é um movimento global com uma visão de luta para um mundo livre de corrupção. Tem representações em mais de 100 países e um secretariado internacional em Berlim. (O.O)