É já Maio próximo que a Agência Metropolitana de Transportes de Maputo (AMTM) irá introduzir o polémico sistema automático de cobrança de tarifas no transporte urbano de passageiros na área metropolitana de Maputo.
O anúncio foi feito há dias pelo PCA da instituição, António Matos, à margem da conversa com “Carta” acerca dos desafios que se colocam ao Governo no sector dos Transportes e Comunicações.
O sistema, a ser implementado pela empresa tanzaniana Maxcom Africa PLC, irá abranger todos os autocarros da AMTM e mais 400 transportes semi-colectivos e, de acordo com a instituição, visa modernizar o sistema de cobrança nos autocarros, eliminando os pagamentos em numerário.
A ser implementado pela empresa tanzaniana, num período de 10 anos, o sistema é avaliado em 1.400.905.602,00 Mts e consistirá na emissão de cartões de viagem, a serem cobrados automaticamente em cada viagem no maior centro urbano do país. Refira-se que a Maxcom venceu a concorrência do consórcio moçambicano Sir Comércio Internacional e BCI; da CC Investimento, SA; do Consórcio ITC-Works; e da SA Transit Connect. A Servisis não apresentou nenhuma proposta.
À nossa reportagem, Matos afirmou que, nesta primeira fase, o sistema será introduzido no chamado “Corredor 1 (Baixa/Museu/Boane/Mozal/Tchumene)”, que integra 15 rotas e mais de 70 autocarros operacionais, de modo a avaliar a operacionalidade do sistema.
Segundo o PCA da AMTM, os autocarros das rotas a serem abrangidas, nesta fase, já se encontram preparados e, desde Dezembro passado, que a instituição tem vindo a fazer testes. “Os autocarros estarão equipados com validadores, consolas e computadores, que irão receber os dados. Estamos, neste momento, a trabalhar na infra-estrutura tecnológica”, disse a fonte.
António Matos explicou ainda que, para o sucesso do projecto, a AMTM irá realizar campanhas de marketing, a partir do próximo mês de Fevereiro, nos seis corredores de transporte rodoviário de passageiros, que compõem a área metropolitana de Maputo. Sublinhou que a Maxcom irá adquirir e distribuir, gratuitamente, 500 mil cartões aos passageiros de todos os corredores, que integram as cidades de Maputo e Matola e os distritos de Marracuene, Boane, Matutuine e Manhiça.
“Os custos de emissão dos cartões são da responsabilidade da empresa. O que vai acontecer é que o passageiro irá recarregar o cartão, no acto do seu registo. Todos os passageiros vão adquirir esse cartão. O registo será feito em quiosques e/ou nos serviços financeiros (banca móvel ou convencional) para podermos entregar os cartões”, explica a fonte, garantindo que a Maxcom irá emitir diferentes tipos de cartões, como são os casos do “cartão de passageiro frequente; cartão de estudante; cartão de idoso; cartão de combatente; e cartão de deficiente físico. Todos com 50% de desconto em todas as viagens”.
“Teremos também cartões para grandes empresas, com viagens ilimitadas, que serão pagos pelas empresas”, disse Matos, assegurando: “vamos estipular formas para que os passageiros que apanham dois ou mais autocarros, numa viagem, possam pagar uma vez, sobretudo os passageiros frequentes”.
Questionado se o sistema garantia segurança na colecta da receita, o PCA da AMTM respondeu que seria “criancice da nossa parte não reconhecermos falhas na tecnologia, mas penso que é um sistema seguro e que tem a vantagem não só de eliminar os pagamentos em numerário, como também produzir dados”, disse.
“O sistema irá produzir dados, o que me vai permitir sabermos quantos passageiros estavam a bordo”, explicou.
De acordo com a AMTM, o sistema irá abranger mais de três milhões de utentes da área metropolitana de Maputo e o reembolso do capital será através de comissões, a serem cobradas pela empresa, por cada bilhete vendido.
Refira-se que a “vitória” da Maxcom foi bastante contestada por alguns concorrentes, que consideram não ter havido transparência no apuramento dos resultados do concurso nº01/UGEA/AMT/2019. (Carta)
O Credit Suisse Group AG ignorou as advertências de um seu Presidente Executivo Regional, que estava de saída do banco, sobre os riscos de emprestar 2 bilhões de USD a Moçambique, num negocio que se tornou escandaloso e levou o banco suíço a um processo judicial, abrindo questões sobre a sua integridade.
Uma declaração legal do Credit Suisse (CS) publicada na semana passada revelou que Fawzi Kyriakos-Saad, na época o chefe dos negócios do banco na EMEA, alertou a um grupo de negociadores internos para não prosseguirem com o financiamento de bilhões de USD a Moçambique. É a primeira vez que o CS confirma que seus gerentes tinham dúvidas sobre a transação.
O dinheiro foi mobilizado para Moçambique investir numa força de patrulha costeira e desenvolver uma frota de pesca de atum. Mas a captação de mais recursos acabaria chamando a atenção de promotores norte-americanos, que alegaram que os contratos eram uma fachada para funcionários do Governo de Moçambique e os próprios banqueiros do Credit Suisse se enriquecerem em até cerca de 200 milhões de USD.
Por outro lado, acções movidas pelos EUA e Moçambique expuseram o lado sombrio de alguns dos financiamentos. Numa acção em Londres, Moçambique questionou a tomada de decisão do Credit Suisse, dizendo que o banco ignorou “alertas vermelhos” e fechou os olhos à corrupção de seus próprios banqueiros.
A declaração legal do CS fornece uma janela para os trabalhos internos do banco, no final de 2012, na preparação das transações. Qualquer transação que envolva uma combinação do bilionário franco-libanês Iskandar Safa e Moçambique não deve avançar, avisara Kyriakos-Saad, segundo os documentos.
O aviso foi relatado num e-mail de Andrew Pearse, que liderou o grupo de financiamento global do banco e mais tarde se declarou culpado de embolsar pelo menos 45 milhões de USD em subornos. Ainda não está exactamente claro a que é que Kyriakos-Saad se opôs.
Mas um dia depois do seu alerta, o banco divulgou que Kyriaks-Saad deveria deixar a instituição no quadro de um processo de reestruturação. O Credit Suisse não comentou as circunstâncias da saída de Kyriakos-Saad e o ex-executivo se recusou a comentar com base no seu acordo com o banco de Zurique. (adaptado de Bloomberg)
A polícia moçambicana afirma que revogou as promoções concedidas a três membros do “esquadrão da morte” que assassinou Anastácio Matavele, activista da sociedade civil e da observação eleitoral, a 7 de Outubro, em Xai-Xai, província de Gaza. Citado pela Lusa, o porta-voz da corporação, Orlando Mudumane, disse que o Comandante Geral da Polícia, Bernardino Rafael, anulou "no devido tempo" os despachos que assinara em 27 de Dezembro, promovendo os três assassinos.
Dos interrogatórios do Ministério Público, sabe-se que cinco membros do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia, em Gaza, nomeadamente Euclidio Mapulasse, Edson Silica, Agapito Matavele, Nobrega Chauque e Martins Wiliamo, receberam de seus oficiais superiores a "missão" de eliminar Anastácio Matavel, então Diretor Executivo do Fórum Provincial de ONGs (FONGA) e membro activo do grupo de observação eleitoral conhecido como "Sala da Paz".
De acordo com a edição da sexta-feira passada do "Savana", o nome de Silica foi incluído num despacho de 27 de Dezembro que promoveu vários agentes ao posto de sub-inspetor de Polícia. E Mapulasse e Agapito, haviam, alegadamente, sido promovidos a sargentos, num despacho separado. Mas agora Mudumane afirma que tudo foi um erro que foi corrigido. “Assim que o erro foi detectado, as promoções foram revogadas”.
Ele não disse se foram revogadas antes ou depois de o "Savana" alertar o público sobre as promoções. “As propostas para promover os agentes policiais acusados desse assassinato receberam um despacho favorável por engano”, insistiu ele, “mas a situação foi corrigida”. Quando a Lusa pediu para ver os despachos revogando as promoções, Mudumane recusou. "Documentos institucionais não podem ser exibidos em público", afirmou. (Carta)
Ficamos a contemplar cada uma das imagens em que os corpos femininos dão à tela uma estranha leveza que nos seduz com lembranças do mundo desconhecido do inconsciente. Dimand movimenta-se num mundo de sonho, criatividade e fantasia, um mundo mágico de deuses e demónios misturados com pessoas. As suas obras são simultaneamente inesperadas e inquietantes, com inúmeras justa-posições de objectos e sombras alongadas, repletas de visões e mistério que nos proporcionam os ambientes transcendentes e irrealistas dos sonhos. Eles próprios inexplicáveis e inquietantes nas diferentes construções que, as nossas mentes conferem aos aspectos da vida.
(De 05 a 29 de Fevereiro, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)
Improvisos e leituras de textos resultantes da oficina de dois dias com a jornalista e actriz brasileira Maitê Freitas.
(5 e 6 de Fevereiro, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)
Verão de 1998, Cabul em ruínas é ocupada pelos talibãs. Mohsen e Zunaira são jovens e se amam profundamente. Apesar da violência e da miséria cotidiana, eles querem acreditar no futuro. Um gesto insensato de Mohsen vai transformar suas vidas.
(04 de Fevereiro, às 17Hrs no Centro Cultural Franco-Moçambicano)
Técnicos da área de protecção vegetal de 16 países da região da Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento estão reunidos, desde segunda-feira, em Maputo, para um treinamento que terá a duração de cinco dias, versando a identificação e impacto da mosca da fruta que está a afectar a África Austral.
Com o objectivo de ter uma concertação em termos de trabalho, que será realizado futuramente no que tem a ver com aspectos de identificação, acções de risco em relação à mosca da fruta, para garantir a melhor resposta para esta praga e para criar capacidade em termos de maneio e monitoria, visto que a mosca está a afectar toda a região.
Segundo o representante da Universidade Eduardo Mondlane, Domingos Cugala, Moçambique é um dos países até agora activo na área da mosca da fruta a nível da SADC, razão pela qual a escolha deste ponto para o debate e devido a sua capacidade.
“A nível nacional existem três técnicos, dois com doutoramento e um com mestrado que estão ligados directamente a esta área da mosca da fruta. Existe também um laboratório na província de Manica contruído especificamente para atender à problemática da fruta e na Faculdade de Agronomia da Universidade Eduardo Mondlane existem dois laboratórios onde se pode desenvolver actividades ligadas à fruta. Entretanto, outros países da região, com excepção da África do Sul, não têm as mesmas capacidades”.
Entretanto, Cugala diz que os custos de combate da mosca da fruta chegam a ser altos e variam de fruta para fruta, tendo em conta que a exportação ou o dano causado depende também de cada tipo de fruta. Algumas indicam mais ou menos 170 USD por hectare que se pode perder se esta mosca não for combatida.
Porém, neste momento, para a exportação da manga, banana e litchi passa-se por algumas condições no acto com uma medida adicional de quarentena para garantir que, ao sair de Moçambique, estejam livres da mosca da fruta, que está a afectar principalmente a manga e a goiaba e o nível de infestação chega a 90 por cento.
“Em princípio não houve interdição para exportação de manga, banana e litchi, mas depois do estudo que a faculdade de Agronomia fez para mostrar que a banana na fase da colheita não era hospedeira, a manga quando tratada com água quente pode desenfestar a mosca da fruta, fez-se negociações com os países para que eles continuassem a ser exportadas”.
Por outro lado, o Director Nacional da Agricultura e Civicultura, Pedro Zucula, revelou que o assunto de pragas e doenças na agricultura é bastante preocupante, visto que as estatísticas mostram que cerca de 30 a 40 por cento de perdas na agricultura são provocadas por pragas e a mosca da fruta é uma grande preocupação para o país. Portanto, neste encontro deverão ser formados formadores que vão, por sua vez, formar outras pessoas a nível das províncias, distritos, regiões sobre como se podem prevenir. Neste momento, as regiões norte e sul são as mais afectadas por esta mosca. (Marta Afonso)
O novo Ministro dos Transportes e Comunicações, Janfar Abdulai, empossado recentemente pelo Presidente da República, diz que o licenciamento dos aeroportos para permitir que os voos internacionais possam operar no país é um desafio que poderá ser ultrapassado ao longo destes períodos.
O dirigente falava durante uma visita de trabalho ao Instituto da Aviação Civil de Moçambique, esta quarta-feira, onde pretendia inteirar-se do funcionamento daquela unidade, seus desafios e perspectivas no âmbito do arranque do novo ciclo de governação.
Na sua explanação, o então ministro explicou que, o sector da Aviação Civil é extremamente importante, sobretudo na área da regulamentação da aviação civil nacional e suas políticas.
Por outro lado, o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Aviação Civil, João de Abreu, explicou que nada está a falhar em relação ao licenciamento e certificação, que são dois aspectos que devem ser notados.
“Os aeroportos internacionais já estão certificados, o de Nacala, Maputo e, neste momento, estamos na fase final da certificação do aeroporto da Beira e, como sabem, no ano passado criámos um decreto 81/2018 que cria pontos de entrada nas capitais provinciais e que culminou com a possibilidade de Chimoio receber tráfico de voos não regulares e internacionais em Mocímboa da Praia. Entretanto, é nesta parte que será feito o licenciamento.
Na ocasião, o PCA clarificou ainda que os preços das passagens para os voos domésticos não aumentaram, mas sim, houve uma redução de 50 por cento, o que as pessoas devem passar a fazer é programarem suas viagens com maior antecedência para que não paguem os preços da ocasião que chegam a ser elevados. Se houver uma boa organização, os clientes poderão pagar um preço oportuno.
Entretanto, no segmento dos voos internacionais, Abreu disse que, a partir de Julho próximo, os Emirates vão começar a operar no país, utilizado um privilégio que existe e que é chamado de quinta liberdade, onde farão voos de Dubai-Maputo e seguirão para Botswana em Gaberone. Para os voos domésticos, a fonte explicou que a procura e a oferta é que ditam o aparecimento de novas companhias, porém, há perspectivas de algumas companhias que pretendem operar nesta área e que já contactaram esta entidade. (Marta Afonso)
A Cornelder de Moçambique, SA (CdM) e outras entidades públicas e privadas congregadas na iniciativa “Beira Corridor”, organizam, no próximo dia 31 de Janeiro, na cidade de Joanesburgo, na África de Sul, uma conferência e um torneio de golfe, com vista a promover os serviços prestados pelo Porto da Beira, as potencialidades do Corredor e, sobretudo, a fidelização dos seus clientes naquele país vizinho.
A iniciativa faz parte de uma estratégia liderada pela CdM que congrega vários actores da cadeia logística do Corredor da Beira, tais como: Caminhos de Ferro de Moçambique, transportadores rodoviários, agentes transitários, linhas de navegação e empresas de logística.
Estima-se que, no total, cerca de 300 participantes estejam presentes no evento.
Ainda no decurso do corrente ano, a iniciativa irá escalar a Zâmbia, o Zimbabwe, o Malawi, e a República Democrática do Congo, onde vai reunir, no mesmo espaço, vários decisores da cadeia logística que liga Moçambique a estes países vizinhos.(FDS)
Duas crianças morreram há dias e um adulto perdeu a nádega no passado domingo, 26, por ataque perpetrado por crocodilos no distrito de Moamba, Província de Maputo.
De acordo com a chefe do posto administrativo de Sabié, em entrevista à Rádio Moçambique (RM), Helena Chivite, duas crianças perderam a vida nas últimas duas semanas, sendo uma de 11 e a outra de três anos de idade, mortas por crocodilos nos rios Incomáti e Sabié, sediados naquele distrito.
Helena Chivite disse: “infelizmente, este mês de Janeiro tivemos três ataques de crocodilos, dos quais dois resultaram em óbitos, em que foi atacada uma criança de 11 anos e só conseguimos recuperar metade do corpo. A outra criança tem três anos e conseguimos recuperar todo o corpo porque a mãe estava a lavar, começou a fazer barulho, gritou, a população se fez ao rio até conseguimos matar o réptil”.
“A terceira vítima foi no domingo, aqui mesmo no posto administrativo por trás do mercado. Foi uma sorte porque a pessoa estava a entrar no rio para atravessar, o crocodilo pegou-lhe pelas costas, mais ou menos na parte traseira e arrancou-lhe toda a carne (…)”, explicou Helena Chivite.
Questionada pela RM, como autoridade do governo, o que estavam a fazer para minimizar a situação, sendo uma situação constante, Helena Chivite respondeu: “como autoridade, o que nós temos feito é apelar às comunidades para evitarem lavar nos rios, nas margens do rio e evitarem atravessar. Neste momento, o rio está cheio de água, então a travessia é feita por barquitos, eles devem evitar atravessar a pé”. (Carta)