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Redacção

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Zélia Menete directora mz rural

O Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural (MADER), Celso Correia, empossou ontem a nova Directora-geral do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique (IIAM). Zélia Menete vai substituir Olga Fafetine.

 

A IIAM é uma entidade pública que desenvolve acções de pesquisa, desenvolvimento e disseminação de tecnologias agrárias de Moçambique.

 

Zélia Menete foi desafiada a colocar a investigação no centro de transformação estratégica do sector agrário nacional.

 

Lembrar que Zélia Menete foi até 30 de junho de 2022 directora da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), uma organização liderada por Graça Machel.

 

Importa destacar que como directora da FDC Menete desenvolveu mais programas, reconectou a organização com as comunidades, lançou e fortaleceu o empoderamento das raparigas e mulheres e contribuiu activamente para a lei das uniões prematuras.

 

Quase um ano depois de Zélia Menete ter cessado o cargo de Directora da FDC, a organização esteve envolvida em Março deste ano em polémica com o Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural quando o titular do pelouro Celso Correia partilhou durante a sua visita à sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, os dados sobre segurança alimentar onde dava conta de que "90% da população tem alimentação.

 

Na ocasião, a Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade, uma organização que lida directamente com as populações rurais, desmentiu as declarações do governante e pediu a Celso Correia que explicasse aos moçambicanos a origem dos dados apresentados à FAO.(Carta)

 

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Engana-se quem pensa que após a intervenção da Fly Modern Ark (FMA) a empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) estará em condições de voltar ao mercado para encomendar seus próprios aviões.

 

Segundo o Gestor do Projecto de Reestruturação da LAM, Sérgio Matos, a companhia aérea de bandeira não está em condições de encomendar qualquer aeronave pelos próximos cinco ou 10 anos. A informação foi dada esta semana, durante a conferência de imprensa de balanço dos primeiros três meses de intervenção do consultor sul-africano, sem, no entanto, avançar os pormenores desta incapacidade da LAM.

 

A novidade foi avançada após “Carta” questionar a lógica usada pela FMA para negociar, com a fabricante norte-americana Boeing, a devolução de 23 milhões de USD (dos 25 milhões de USD pagos em 2013, em forma de adiantamento, para a compra de três aeronaves B737-700 NG), ao invés de negociar o pagamento de uma diferença para compra de novas aeronaves.

 

“Esta possibilidade [de pagar diferença e encomendar novas aeronaves], nem nos próximos cinco anos não acredito que seja possível, porque as aeronaves que a LAM fez adiantamento estavam avaliadas em 120 milhões de USD”, explicou a fonte, defendendo: “estamos a fazer essa negociação para devolução porque não acreditamos que nos próximos cinco anos ou mesmo 10 anos, a LAM possa comprar uma aeronave”.

 

O valor que a LAM tenta recuperar foi pago por um financiamento contraído no Moza Banco, através de uma carta de conforto do Governo. Ao que “Carta” sabe, o valor não é recuperável, pelo facto de a LAM ter quebrado o contrato, pois, foi a empresa moçambicana que desistiu do negócio, quando ficou sem dinheiro para concluir os pagamentos.

 

Actualmente, segundo a FMA, a LAM opera com 10 aeronaves, das quais sete são alugadas e três pertencem à Moçambique Expresso (MEX), empresa subsidiária da LAM. Pelo aluguer das aeronaves, a LAM paga, em média, 2.200 USD/hora por cada avião.

 

Desde a entrada da FMA, a LAM integrou três aeronaves na sua frota, sendo duas alugadas (modelo CRJ900) à CemAir, companhia aérea privada sul-africana, e uma pertencente à MEX (Embraer 145), que se encontrava na Namíbia para manutenção, depois de ter saído da pista do Aeroporto Internacional de Maputo, em Setembro de 2019.

 

A FMA refere que, de Maio a Julho de 2023, a LAM transportou 161.455 passageiros, contra 141.751 transportados no mesmo período do ano passado, representando um crescimento de 14%. Dos passageiros transportados nestes três meses da intervenção da FMA, a LAM produziu uma receita de 2 mil milhões de Meticais, contra 1.9 mil milhões de Meticais, conseguida em igual período de 2022.

 

Para os próximos meses, a FMA pretende introduzir mais quatro aeronaves de passageiros (CRJ Next Generation com capacidade de 90 lugares) e uma de carga (B737 Freighter), todas alugadas, sendo que o projecto será operacionalizado por um financiamento de 15 milhões de USD, a ser pago pela LAM a partir do terceiro ano, numa taxa de juro de 2,5% a 3% por ano. (A. Maolela)

 

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Já não é boato: a 
Fly Modern Ark (FMA), consultora sul-africana contratada para reanimar a moribunda Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), terceirizou, em Junho último, os serviços de manutenção das aeronaves da companhia aérea de bandeira a um consultor (também sul-africano), sendo que as facturas são pagas pela LAM. A informação foi confirmada esta semana pelo Gestor do Projecto de Reestruturação da LAM, Sérgio Matos, em conferência de imprensa, que visava fazer balanço dos três meses da intervenção da FMA.

 

Segundo Sérgio Matos, a FMA não é uma empresa de operações, pelo que teve de contratar um consultor para lidar com esta área, sendo que as facturas dos seus serviços recaem directamente à tesouraria da LAM. Disse ainda que a FMA poderá contratar outros consultores à custa da LAM, caso sinta necessidade de o fazer.

 

Matos confirmou estes dados, após ser questionado pelos jornalistas, em torno das informações publicadas pelo jornal Evidências, segundo as quais, a FMA contratou um consultor para a área de manutenção, que é pago 180 mil Meticais por semana, equivalente a uma média mensal de 800 mil Meticais.

 

Primeiro, negou confirmar o pagamento deste valor pela LAM, alegando que não viu o contrato do referido consultor. Mas, de seguida, confirmou a sua contratação: “existe, claro. É esse consultor que está a fazer milagres, como se diz, na área de manutenção”, assumiu, justificando que a FMA não tem técnicos.

 

“A FMA é uma empresa de consultoria, não é uma empresa de operações. Se tem de haver intervenção técnica, não tem como a FMA formar um quadro para ser técnico em pouco tempo para depois ele fazer intervenção. O consultor é pago pela LAM, mas não sei quanto é que paga. Havendo necessidade de trazer outros consultores ou outras valências, serão sempre à custa da própria LAM. Só se forem técnicos para usarem inteligência, aí é que é da FMA”, defendeu.

 

O Gestor do Projecto de Reestruturação da LAM negou ainda que a FMA recebe, mensalmente, perto de 1.5 milhão de Rands pela sua intervenção na companhia aérea de bandeira. “Não posso confirmar. O que sei é que, no contrato, este valor nunca vi. (…) Como qualquer um que trabalha, tem que ter ganhos. Mas, neste contrato, a FMA entrou a riscos próprios e que só teria ganhos se trouxer resultados positivos, mas não posso revelar o valor, uma vez que o contrato está em regime de confidencialidade”, finalizou a fonte.

 

Segundo a FMA, com a entrada do Perito Técnico e de Manutenção, a fiabilidade dos despachos melhorou (as aeronaves demoram menos tempo no hangar para voltarem ao horário previsto); a pontualidade operacional melhorou; a disponibilidade das aeronaves melhorou, uma vez que foi introduzida a realização de manutenção programada durante a noite. (Abílio Maolela)

quinta-feira, 31 agosto 2023 06:36

Portagem da Moamba mais cara a partir de amanhã

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A concessionária da Estrada Nacional Número 4 (EN4), a sul-africana Trans African Concession (TRAC), vai agravar a partir de amanhã, 01 de Setembro de 2023, as tarifas da portagem da Moamba e mantém as da portagem de Maputo. O aumento irá variar de 50 a 200 Meticais, para diferentes classes de veículos.

 

Um anúncio veiculado esta semana em jornais ilustra que a tarifa para os veículos de classe I passa dos actuais 190 para 240 Meticais, um aumento de 50 Meticais; classe II, dos actuais 530 Meticais para 600 Meticais, um acréscimo de 70 Meticais; classe III, a tarifa sobe de 1150 para 1200 Meticais, um acréscimo de 50 Meticais e para os veículos de classe IV, a tarifa de portagem aumenta de 1600 para 1800 Meticais, uma subida de 200 Meticais.

 

No anúncio, a TRAC não apresenta os motivos do agravamento das taxas, mas sublinha que o aumento irá ocorrer apenas na portagem da Moamba e não na portagem de Maputo onde as tarifas se irão manter em 40 Meticais para classe I, 130 Meticais para a classe II, 375 Meticais para a classe III e 550 Meticais para a classe IV.

 

O documento refere ainda que “as tarifas dos transportadores semi-colectivos de passageiros permanecerão inalterados”, nos montantes de 15 e 51 Meticais para as classes I e II respectivamente para a portagem de Maputo e 81 e 198 Meticais para as classes I e II, respectivamente para a portagem da Moamba. 

 

Refira-se que o último reajuste para as duas portagens ocorreu em Fevereiro de 2020 e os aumentos variaram de 5 a 50 Meticais. O agravamento das tarifas em 2020 aconteceu após o início da montagem do separador central, numa extensão de 7 km (desde a zona da Shoprite da Matola, à Maguinag, já na Cidade de Maputo), montado para evitar acidentes de viação que ocorriam com frequência naquele troço. (Evaristo Chilingue)

O Governo dos EUA, através da sua Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID), anunciou hoje um novo portfólio agrícola para promover o crescimento económico inclusivo e reforçar os sistemas alimentares nas províncias de Nampula e Zambézia. O Programa será todo ele implementado fora das estruturas do Governo. E nalguns aspectos, ele recupera a abordagem do SUSTENTA, de acordo com uma breve leitura de “Carta”.

 

A USAID argumenta que, embora mais de dois terços da população moçambicana se dedique à agricultura, “ela está sujeita a choques e tensões frequentes e recorrentes devido a eventos climáticos, emergências de saúde crónicas e catastróficas, desastres naturais, bem como extremismo violento e agitação civil, o que resulta em altos níveis de pobreza, desnutrição e insegurança alimentar.   

 

O novo portfólio de programas da USAID “aproveita o potencial do sector agrícola moçambicano para criar resiliência a estes desafios, melhorando a qualidade das sementes, incentivando investimentos do sector privado na agricultura, financiar jovens empresários para criar postos de trabalho e fornecer às famílias alimentos ricos em nutrients”.

 

E faz parte da iniciativa global do Governo dos E.U.A. para a fome e segurança alimentar, Feed the Future (FtF). Moçambique foi designado como um país prioritário do Feed the Future pelo Presidente dos E.U.A. Joseph Biden nas reuniões do G20 em Julho de 2022. Os investimentos no âmbito do FtF serão coordenados em estreita colaboração com o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Moçambique para se alinharem com os objectivos nacionais em matéria de agricultura, clima e indústria. 

 

O Embaixador dos E.U.A., Peter H. Vrooman, anunciou o novo portfolio em Nampula. Falando na Escola de Negócios da Unilúrio, diz uma nota da embaixada americana recebida na “Carta”, o Embaixador Vrooman elogiou os impactos dos investimentos do Governo dos E.U.A. na agricultura. "Estes fundos irão para programas agrícolas inovadores que beneficiam mulheres, jovens e comunidades vulneráveis nas províncias do centro e norte de Moçambique. Eles irão ligar os agricultores a novas tecnologias, práticas e serviços que irão aumentar a produtividade e os rendimentos rurais, melhorar a nutrição e a segurança alimentar, e construir o sector privado do agronegócio.”  

   

A nota refere que o portfólio agrícola da USAID está avaliado em 170 milhões de dólares e ajudará Moçambique a construir sistemas alimentares inclusivos, resilientes e sustentáveis e que promovam um Moçambique mais saudável e próspero.  

  

O portfólio consiste em quatro novos projectos:  

  • O Feed the Future Mozambique Resiliência Integrada na Nutrição e Agricultura (FtF RESINA), implementado pela ACDI/VOCA, apoia os agricultores e as comunidades na busca de mais saúde, mais alimentos e maiores rendimentos. Este projecto apoia técnicas climaticamente inteligentes para melhorar a qualidade das sementes, o uso de culturas resistentes à seca e incorpora boas práticas agrícolas que levam ao aumento da produtividade. O FtF RESNIA também se centra nas mulheres e nos jovens através da utilização da horticultura e da irrigação em pequena escala para diversificar os rendimentos. 
  • O Feed the Future Mozambique Promoção de Sistemas de Mercado Agrícola Inovadores e Resilientes (FtF PREMIER), implementado pela TechnoServe, incentiva o investimento responsável do sector privado, melhora o acesso ao financiamento, a gestão de mitigação de riscos e expande as oportunidades de emprego e empreendedorismo, particularmente para jovens e mulheres.  
  • O Feed the Future Mozambique Comunidades Costeiras Resilientes (FtF RCC), implementado pela International Development Enterprises (iDE), está focado nas zonas costeiras da Zambézia e Nampula. O RCC cria um número significativo de empregos e oportunidades económicas sustentáveis para jovens e mulheres através de programas de empreendedorismo e estágios apoiados. O projecto também tem um impacto positivo na saúde e produtividade de ecossistemas críticos a longo prazo, particularmente os ecossistemas marinhos extraordinariamente diversos que são vitais para a segurança alimentar, aumentando o conhecimento e melhorando as práticas locais de subsistência.  
  • A Actividade de Segurança Alimentar Resiliente (RFSA), implementada pela Save the Children, distribuirá produtos de base ricos em nutrientes aos agregados familiares necessitados durante a estação das chuvas, quando a diversidade alimentar é acentuadamente menor. Centra-se nas necessidades nutricionais das mães, crianças e raparigas.  (Carta)
quarta-feira, 30 agosto 2023 08:00

BCI destaca-se na 58º edição da FACIM

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O Banco Comercial e de Investimentos (BCI) volta a patrocinar a Feira Internacional de Maputo (FACIM), e a ser um dos seus maiores atractivos, levando à exposição, nesta 58ª edição, diversas soluções tecnológicas.

 

No pavilhão Nachingwea, o stand do BCI contou, no acto inaugural, a 28 de Agosto, com a visita do Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, que elogiou a prestação do BCI no mercado. O Chefe de Estado encorajou, em particular, a instituição a continuar a prestar todo o seu apoio para o desenvolvimento das Pequenas e Médias Empresas, para que possam crescer e dar um cada vez maior contributo para o desenvolvimento do país.

 

O espaço BCI apresenta um balcão de atendimento, oferecendo ao público os mais diversificados produtos e serviços, destacando-se a dinamização dos canais digitais do Banco. Conta, ainda, com um espaço digital, com serviços de e-Banking, App daki e Whatsapp daki, e um espaço dedicado a momentos de networking com as empresas participantes na feira, assim como com o público em geral, proporcionando momentos de partilha através de serviços de Wifi grátis, entre outros atractivos. O BCI disponibiliza, igualmente, ATM no local, por meio de Agência móvel Vaivém (camião), alocada à província de Tete.

 

Esta edição da FACIM decorre até domingo, 3 de Setembro, reunindo num único espaço diversos actores e sectores económicos de Moçambique, tornando-se um lugar privilegiado de encontros para o empresariado nacional e estrangeiro.

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Os principais actores do sistema bancário e financeiro moçambicano, nomeadamente a Associação Moçambicana de Bancos (AMB), o Mozabanco, Standard Bank, Mpesa, FSDMoc, Mcnet e Movitel vão discutir com o INTIC, CIUEM, Organização Internacional das Telecomunicações (ITU) e a representação do Grupo de Peritos em Segurança Cibernética da União Africana, nos dias 13 e 14 de Setembro de 2023, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, as oportunidades e desafios da transformação do sector BFSI (Bancos, Serviços Financeiros e Seguros).


 
Entre os desafios destacam-se a segurança cibernética, a conformidade regulamentar, a promoção da inclusão financeira e a adaptação às mudanças. No âmbito das oportunidades, destaca-se a possibilidade de optimização digital dos processos, o surgimento de novos produtos financeiros, a análise de dados para personalização de serviços, a expansão da inclusão financeira e o fomento da colaboração entre as entidades.


 
Igualmente, o sector de Seguros representado pela Associação Moçambicana de Seguradoras abordará com a Associação Brasileira de Insurtechs, dinâmicas da transformação digital nos novos conceitos para a indústria de seguros, onde as empresas procuram abraçar a transformação digital para se ajustarem às mudanças nas expectativas dos clientes, aos avanços tecnológicos e às novas formas de concorrência.


 
O evento contará com a presença dos Governos de Moçambique e Cabo Verde através dos Ministérios e Secretaria de Estado que regulam o sector da economia, transportes e comunicações, ciência, tecnologia e ensino superior. Contará igualmente com o representante da Zona de Comércio Livre Continental Africana( AFCFTA) que trás as perspectivas de desenvolvimento do sector bancário, sistema financeiro e seguros através da transformação digital na promoção da integração econômica continental.


 
O evento tem Moçambique como país anfitrião e contará por ordem alfabética com a representação da África do Sul, Brasil, Cabo Verde, Ghana, Nigéria, Portugal e Quênia, estando igualmente confirmada a participação do representante da divisão de política económica e desenvolvimento sustentável na União Africana.


 
Termos como Mobile banking, Cibersegurança, Open Banking, Criptomoeda, Moeda digital, Fintech, Insurtech, Cloud based banking, Aprendizado de máquina, Inteligência Artificial, Big Data e Análise de Dados, Regulação e compliance, Internet das coisas, serão uma constante nesta conferência que visa a partilha de estratégias para enfrentar tais desafios e explorar plenamente os benefícios da transformação digital em curso.(Carta)

quarta-feira, 30 agosto 2023 08:31

SAMIM: batalhão sul-africano tem novo comandante

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O contingente sul-africano na Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM) tem um novo comandante. No início deste mês, o Tenente-Coronel Thando Mpangeva assumiu o comando do 4º Batalhão de Infantaria, conhecido como Força de Combate Bravo, em substituição do Coronel Desmond Antonio.

 

Os soldados provenientes de Middelburg, em Mpumalanga, vão juntar-se aos colegas de sete outros países da SADC, juntamente com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), num esforço regional para acabar com a violência e o terrorismo em Cabo Delgado.

 

As tropas, o material e o apoio à missão de manutenção da paz do bloco regional vêm de Angola, Botswana, República Democrática do Congo (RDC), Lesoto, Malawi, Tanzânia e Zâmbia.

 

Segundo relata o Major Mpho Mathebula, as FADM e a SAMIM têm “alcançado sucessos notáveis que vão desde a recaptura de aldeias e a expulsão de terroristas até à apreensão de armas e outro equipamento militar, resultando no retorno das pessoas deslocadas internamente (PDI) para refazer as suas vidas, o que demonstra o inabalável compromisso das Forças da SAMIM em ajudar o povo moçambicano a superar os seus desafios de segurança”.

 

O comandante cessante do contingente sul-africano disse que a colaboração da equipa de comando, a receptividade a ideias inovadoras e o reconhecimento das contribuições individuais contribuíram para as conquistas da SAMIM. “Esses factores promovem um ambiente de harmonia, em que os esforços conjuntos se traduzem em resultados eficazes”.

 

A SAMIM deverá permanecer em Moçambique até pelo menos meados de Julho do próximo ano, de acordo com uma decisão tomada pela “Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo do Órgão da Troika da SADC e os Países Contribuintes para os processos de paz em Moçambique e na República Democrática do Congo”. A reunião de alto nível realizada em Julho observou uma melhoria da situação de segurança em Moçambique e um “regresso gradual” dos deslocados internos “principalmente devido à redução das actividades terroristas”.

 

Nas últimas semanas, os insurgentes lançaram uma série de ataques com resultados mistos. No dia 8 de Agosto, a agência de notícias do Estado Islâmico, Amaq, afirmou que sete soldados governamentais foram mortos e dez feridos durante um ataque insurgente a uma base militar na floresta de Catupa. Publicou fotos de soldados mortos e reivindicou 50 armas apreendidas junto com morteiros, lançadores de foguetes e munições. As FADM disseram que esta operação resultou na morte dos líderes insurgentes Abu Kital e Ali Mahando.

 

O vídeo, após um ataque de 22 de Agosto, mostrou um veículo blindado de transporte de pessoal Marauder em chamas, um dos pelo menos seis fornecidos pela Paramount em 2020. O veículo foi destruído durante uma emboscada no distrito de Macomia, depois que a coluna motorizada de que fazia parte foi atacada por foguetes e armas leves. Soldados moçambicanos, ruandeses e da SAMIM fizeram parte da Operação Golpe II para destruir bases insurgentes na zona costeira de Macomia.

 

As FADM confirmaram a perda do veículo, acrescentando que foi morto o comandante insurgente Ibn Omar, também conhecido como Bonomade Machude Omar. Dois outros insurgentes também foram mortos no ataque, que custou a vida a nove soldados moçambicanos, informou a Zitamar. Acredita-se que Ibn Omar era o principal líder do Estado Islâmico de Moçambique.

 

O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, General Joaquim Rivas Mangrasse, disse que a morte de Omar não significa o fim do terrorismo, acrescentando que são necessárias operações contínuas para expulsar os terroristas. (Defenceweb)

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O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, voltou a exigir ao seu Governo, em parceria com o sector empresarial privado, que construa e modernize o recinto onde desde 2011 decorre a Feira Internacional de Maputo (FACIM), em Ricatla, distrito de Marracuene, província de Maputo. Esta não é a primeira vez que o PR lança o repto, sendo que nem água vai, nem água vem para a materialização deste projecto antigo do Governo.

 

“Aproveito o ensejo para apelar à comunidade empresarial e a todos os intervenientes da cadeia de produção em Moçambique na procura de uma solução definitiva para a edificação da FACIM com uma estrutura que incorpore outras iniciativas empresariais para a sua rentabilização tendo sempre presente a necessidade e a oportunidade de modernização arquitotécnica para uma nova centralidade urbana. Esta não é a primeira vez que eu chamo atenção. Digo isso porque não é preciso envolver só o Estado ou o Governo, mas também o sector privado, à semelhança do que acontece noutros países”, disse Nyusi, procedendo à abertura oficial da 58ª edição da FACIM que decorre de 28 de Agosto corrente a 02 de Setembro próximo. 

 

O desafio que o Chefe de Estado volta a fazer deve-se ao facto de a FACIM realizar-se nas tendas, por falta de infra-estruturas próprias para acolher as exposições. A construção de infra-estruturas permanentes em substituição das tendas é um projecto do Governo de há vários anos. Até princípios de Setembro de 2017, a Agência para a Promoção de Investimentos e Exportações (APIEX) já tinha planeado lançar o concurso para a selecção do investidor.

 

O concurso só foi lançado nos últimos 24 meses, mas em Julho último, o Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, disse que durante o processo de selecção nenhuma empresa foi suficientemente qualificada e, como consequência, o Executivo pretende para breve lançar novo concurso.

 

“Foi lançado um concurso público internacional. Nós queremos uma FACIM moderna, com padrões internacionais que concorra com qualquer outra feira do mundo. Tivemos a apresentação de propostas que depois nas fases seguintes não tiveram qualificação necessária. Estamos neste momento a trabalhar no sentido de identificar outros parceiros. Faremos em breve o lançamento de outro concurso e buscaremos entidades que estejam interessadas na construção de infra-estruturas e gestão da FACIM”, afirmou Moreno.

 

Enquanto não for possível construir edifícios próprios, a FACIM vai continuar a realizar-se em tendas. A 58ª edição da FACIM conta com 2.5 mil expositores e 25 países confirmados. Desse número, pouco mais de dois mil expositores são nacionais e 450 são estrangeiros. Neste ano, participa pela primeira vez a República Democrática de Congo. (Evaristo Chilingue)

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Pelo menos três pessoas continuam desaparecidas em resultado de um naufrágio que provocou igual número de óbitos na manhã de segunda-feira no distrito de Moma, província de Nampula, no Norte de Moçambique, avançou à Lusa fonte oficial.

 

“Os trabalhos continuam para ver se aparecem mais sobreviventes, entre os três que continuam desaparecidos”, disse à Lusa Abacar Chande, administrador do distrito de Moma.

 

A embarcação, propriedade da Haiyu Mining, empresa chinesa que explora areias pesadas na região, naufragou por volta das 06:00 locais (05:00 em Lisboa), com mais de 20 pessoas a bordo, maioritariamente trabalhadores da empresa, disse o administrador do distrito de Moma.

 

As operações das autoridades nas últimas 24 horas garantiram o resgate de mais cinco pessoas, elevando o número de sobreviventes para 21.

 

“A situação no terreno é calma, mas ainda preocupante”, acrescentou o administrador.

 

A lotação excessiva e o mau tempo que se fazia sentir na região são apontadas até agora como as possíveis causas do naufrágio que deixou pelo menos três mortos entre as pessoas que seguiam na embarcação da empresa chinesa.

 

A chinesa Haiyu explora areias pesadas em Nampula desde 2011, das quais extrai minerais como a ilmenite, o titânio e o zircão.

 

Em 2018, a empresa foi visada por um relatório da organização Amnistia Internacional, que denunciou violações das leis moçambicanas e internacionais, indicando que as operações da chinesa em Nampula “transformaram a topografia da área” e, em 2015, a chuva arrastou 48 casas, desalojando 290 pessoas.

 

Várias organizações da sociedade civil moçambicana exigiram a suspensão das atividades da empresa de capitais chineses.(Lusa)

 
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