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Redacção

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quarta-feira, 25 outubro 2023 15:26

Guterres nega ter justificado terror do Hamas

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, manifestou-se hoje "chocado com as interpretações erradas" das declarações que fez na terça-feira no Conselho de Segurança e negou ter justificado os atos de terror do Hamas.

 

"Isto é falso. Foi o oposto”, garantiu o ex-primeiro-ministro português.

 

“No início da minha intervenção de ontem (terça-feira), afirmei claramente – e passo a citar: 'Condenei inequivocamente os horríveis e sem precedentes atos de terror de 7 de outubro cometidos pelo Hamas em Israel. Nada pode justificar o assassinato, o ataque e o rapto deliberados de civis – ou o lançamento de foguetes contra alvos civis'", disse, repetindo parte do discurso que fez anteriormente no Conselho.

 

Guterres admitiu que falou das queixas do povo palestiniano, mas salientou que ao fazê-lo, também afirmou: “'Mas as queixas do povo palestiniano não podem justificar os terríveis ataques do Hamas'".

 

António Guterres afirmou na terça-feira, perante o Conselho de Segurança da ONU, que os ataques do Hamas "não vêm do nada" e lembrou que os palestinianos foram "sujeitos a 56 anos de ocupação sufocante", declarações que levaram o Governo israelita a pedir a demissão imediata do líder da ONU.(Lusa)

O preço de ovos disparou nos mercados de Maputo, capital moçambicana, desde que foi detetada gripe das aves numa unidade de produção no sul do país, elevando o preço de 30 unidades para mais de 300 meticais (quatro euros).

 

O favo de 30 ovos custava 230 meticais (três euros), mas subiu para mais de 300 meticais desde a última semana na capital moçambicana.

 

“Antes eu comprava seis caixas de ovos e agora só duas ou três no máximo para revender. Mesmo os clientes já não compram como antes porque o ovo está caro”, disse à Lusa Helena Alexandre, dona de uma mercearia no mercado Janete, no centro da cidade de Maputo.

 

A vendedora, de 48 anos, justifica a subida do preço também devido à escassez de ovos em Maputo, referindo ainda que deixou de vender o favo de 30 unidades devido aos altos custos de aquisição.

 

“A situação não está boa, mesmo para apanhar o ovo está difícil. Agora vendo a dúzia a 160 meticais (dois euros), mas antes custava 100 meticais (um euro)” referiu Helena Alexandre, que está no mercado Janete há cinco anos.

 

Em causa está a gripe das aves detetada numa unidade de produção na província moçambicana de Inhambane, levando ao abate de 45 mil galinhas poedeiras que produziam diariamente cerca de 44 mil ovos para consumo, um caso ligado a dezenas de surtos de duas estirpes distintas que estão a alastrar na vizinha África do Sul.

 

A diretora provincial da Agricultura e Pescas, Mariamo Luísa Pedro José, já tinha alertado, em entrevista à Lusa, para uma eventual subida do preço dos ovos aliada a gripe, após a incineração de quase mil dúzias de ovos em Maputo.

 

“Portanto, não estamos muito preocupados com a baixa [da] produção. O que tememos mesmo é a subida dos preços”, disse a diretora provincial da Agricultura e Pescas.

 

Lina João, dona de casa de 58 anos, passou a comprar ovos à unidade e só quando um dos cinco filhos, com quem vive, pede porque as contas “já não batem certo” para comprar a dúzia como fazia antes.

 

“Para comprar ovo é preciso que a pessoa me peça e aí eu dou dinheiro e a pessoa vai comprar um para ela”, conta a vendedora informal de frutas, sentada em frente à sua banca no passeio da avenida Karl Max, em Maputo.

 

A dona de casa disse à Lusa que os filhos passaram a dividir o ovo entre si, que agora é vendido por 15 meticais (22 cêntimos de euro) cada, mas antes custava 10 meticais (14 cêntimos de euro).

 

Apesar do alerta da gripe das aves em Moçambique, o preço do frango em Maputo mantém-se, mas as vendedoras vivem com medo e pedem que os veterinários tomem medidas para evitar que a estirpe chegue às suas gaiolas lotadas de galinhas, enfileiradas no setor das aves no mercado Janete.

 

“Eu vivo na base dos frangos, então tenho medo. Eu rezo todos os dias para que a gripe não chegue aqui”, disse Francisca Matchessa, vendedora de frangos há mais de 20 anos.

 

Francisca disse temer que a gripe chegue a Maputo enquanto não pagou a dívida com o seu fornecedor que, segundo a vendedora, “não vai querer saber da gripe” e “exigirá apenas o seu dinheiro”.

 

“A galinha é que garante o pão em casa (…) Se a minha casa está de pé é por causa da galinha e se entra essa doença agora é para eu vender o quê”, questiona a vendedora de 50 anos.

 

Enquanto a estirpe não chega à capital, as donas de casa têm comprado frangos em grande quantidade no Janete para armazenar, antevendo momentos de escassez, contou Francisca Matchessa.

 

As autoridades moçambicanas avançaram que em todo país foi reforçada a fiscalização, principalmente na fronteira com o território sul-africano e nas províncias próximas de Inhambane.(Lusa)

quarta-feira, 25 outubro 2023 15:11

Música/Stewart Sukuma

Stewart Sukuma mostra a capacidade criativa nos vários registos musicais que moldaram a sua carreira, já com 40 anos. Um concerto onde nos apresentará temas raramente tocados, mas que fazem parte do seu percurso.

 

(27 de Outubro, às 18h00 na Fundação Fernando Leite Couto)

quarta-feira, 25 outubro 2023 15:09

Música / amaXesha

Com uma tournée de 9 datas pela África Austral, que inclui uma paragem especial em Maputo, o cantor e compositor sul-africano bongeziwe mabandla vai fazer uma apresentação do seu mais recente trabalho discográfico intitulado "amaXesha", após o encerramento da nossa agenda cultural de 2020.

 

(27 de Outubro, às 20h00 no Centro Cultural Franco-Moçambicano)

quarta-feira, 25 outubro 2023 15:05

Teatro/Zabela

Adaptação para o teatro, de Rivaldo Munguambe, a partir da obra Zabela, do escritor Bento Sitoe. Orientação artística de Expedito Araújo. Zabela conta a história de uma jovem movida pela vergonha de um incesto vivido na sua povoação e que se deixou apanhar nas malhas da prostituição por ingenuidade e pobreza para poder sobreviver.

 

(26 de Outubro, às 18h00 no Centro Cultural Brasil-Moçambique)

O FNB Moçambique, iniciou a sua jornada rumo ao futuro, reforçando a sua promessa de ajuda e modernização dos seus canais digitais, tendo em mente a simplificação da experiência bancária dos seus Clientes. Uma nova imagem aliada ao lançamento de canais digitais, que tornam as operações bancárias muito mais práticas e seguras: um aplicativo intuitivo, Internet Banking e Website, reforçam a promessa de ajuda, que define o FNB desde sempre: “Como podemos ajudar?”

 

O Administrador-Delegado do FNB Moçambique, Peter Blenkinsop, afirma: "Durante 16 anos, os nossos esforços têm sido fundamentais, no sentido de ajudar os nossos Clientes, famílias e empresas a prosperarem e a concretizarem os seus sonhos. A nossa promessa de ajudar os nossos Clientes, para além das operações bancárias, é materializada através do um aconselhamento de confiança e de soluções que são simples e seguras”.

 

Reposicionar a experiência do utilizador

 

O aplicativo FNB ON, foi criado para oferecer uma ajuda ainda mais intuitiva através da sua facilidade de utilização e de uma experiência digital bastante prática e segura. O acesso a App FNB pode ser realizado via reconhecimento facial, impressão digital ou inserção de PIN. Entre muitas outras funcionalidades, personalizar a visualização do conteúdo conforme as preferências do utilizador, definir as transacções mais frequentes e mantê-las como favoritas, acompanhar a actividade das contas, visíveis num só ecrã. A melhor forma de conhecer as imensas possibilidades deste aplicativo, é mesmo começar a transaccionar através do mesmo.

 

“Aguardar longas horas para realizar operações como pagamento de impostos, transferências, consulta de extractos, pagamento de propinas, transferência de montantes para carteiras móveis, constituição ou mobilização de Depósitos a Prazo e consulta do saldo dos cartões de crédito e outros compromissos recorrentes, é uma rotina que pertence a um passado não muito distante”, afirma Sansão Monjane – Director da Banca Electrónica e Tecnologias de Informação do FNB, referindo-se ao aplicativo bancário recentemente lançado pelo banco, FNB ON, um meio de transaccionabilidade cuja simplicidade de utilização é notória desde a aderência e comprovada pelas funcionalidades práticas que oferece.

 

“Uma plataforma que traz uma série de vantagens para os Clientes, que podem contar com uma conveniência, segurança e simplicidade desde a primeira utilização”, reforça Sansão.

 

Reposicionar o aconselhamento

 

O FNB está focado no aconselhamento e não apenas nos produtos bancários. Na sua jornada de transição para além da banca, é um banco parceiro no aconselhamento integrado, ligando os pontos entre as actividades diárias dos seus Clientes às suas aspirações e objectivos.

 

"Somos um parceiro que quer ajudar a alcançar objectivos através de mudanças positivas no comportamento financeiro. Estamos nas várias fases da vida dos Clientes, das suas famílias e das suas empresas. Queremos garantir que os aconselhamos sobre as soluções certas para as suas necessidades.", explica Blenkinsop.

 

Renovar a nossa marca icónica

 

O FNB está também a renovar a sua marca icónica para se tornar mais versátil e repercutir-se para além dos serviços bancários e financeiros. A Directora de Marketing e Comunicação do FNB, Cláudia Chirindza, explica a evolução da marca, reconhecendo que a mudança é importante para se manter relevante para os Clientes. "A actualização ajuda-nos a criar uma imagem e uma sensação de marca versátil que se alinha com a nossa transição acelerada para ajudar os Clientes para além dos serviços bancários, nas categorias de estilo de vida e soluções empresariais", afirma.

 

Pretendemos embarcar nesta viagem, mantendo-nos profundamente enraizados na nossa herança de marca e na promessa de marca "Como podemos ajudar?". No centro da nossa evolução, está o reconhecimento da nossa responsabilidade de acompanhar a mudança radical das necessidades dos Clientes e a transição global para uma era de plataformas. Acreditamos que os nossos esforços nos distinguem como uma referência, na prestação de serviços financeiros e de estilo de vida orientados para o aconselhamento, apoiados por uma ajuda exponencial", acrescenta Chirindza.

 

Peter exprime um sentimento semelhante, afirmando: "A nossa viagem de plataforma continua. Quer os nossos Clientes precisem de ajuda para navegar nas suas operações diárias, para tornar cada dia mais simples, ou para realizar os seus sonhos em direcção a um futuro melhor, estamos profundamente empenhados em ajudá-los a concretizar os seus objectivos", conclui.

O Access Bank Mozambique foi distinguido mais uma vez pela International Finance, uma prestigiada revista de negócios e finanças do Reino Unido. Nesta edição 2023, o Banco foi galardoado em duas categorias, nomeadamente "Banco de Retalho com maior Crescimento" e "Banco Socialmente mais Responsável".

 

Os prémios representam um marco significativo e o reconhecimento da solidez que o Access Bank Mozambique tem vindo a constatar ao longo dos anos, demonstrando o seu compromisso em manter a Responsabilidade Social como um dos pilares fundamentais da sua actuação.

 

Simultaneamente, o reconhecimento como "Banco de Retalho com maior Crescimento" reforça o compromisso contínuo do Access Bank em oferecer produtos e serviços financeiros inovadores aos seus Clientes, acompanhando-os no seu crescimento e evolução.

 

No que diz respeito ao título de "Banco  Socialmente mais Responsável", a instituição destaca o papel activo que as iniciativas sociais que tem vindo a desenvolver desempenham na sua estratégia. Ao longo dos anos, o Access Bank tem-se mostrado comprometido com projectos de cariz social que contribuem para o crescimento e bem-estar das comunidades onde opera. Este reconhecimento é um tributo ao impacto positivo que estas iniciativas têm tido na vida das pessoas.

 

Marco Abalroado, Administrador Delegado do Access Bank Mozambique, refere que “estas distinções são dedicadas a todos os Clientes do Banco, que têm sido parceiros incansáveis nesta jornada e têm acreditado na nossa instituição”. "Estes prémios enchem-nos de orgulho e reforçam o nosso empenho em crescer de forma responsável e socialmente consciente”, disse o mesmo responsável, acrescentando que “o Access Bank continuará a servir cada Cliente com dedicação e a contribuir para o desenvolvimento do nosso país".

 

O Access Bank Mozambique reforça assim o compromisso em apoiar o desenvolvimento de Moçambique, não apenas como uma instituição financeira, mas também como parceiro activo no desenvolvimento das comunidades onde está inserido.

 

Paralelamente, o Banco aguarda com expectativa o futuro, à medida que continua a desenvolver soluções financeiras inovadoras e a promover a responsabilidade social corporativa em Moçambique e na região.

Continua um suspense o real posicionamento do Conselho Constitucional em torno da anulação ou não das eleições autárquicas de 11 de Outubro em algumas autarquias do país. Depois de ter anulado a decisão do Tribunal Judicial de Chókwè, na província de Gaza, de anular e invalidar a votação naquela autarquia, o órgão responsável por apreciar, em última instância, os recursos e reclamações eleitorais voltou a remeter ao Acórdão de validação e proclamação dos resultados a decisão sobre a repetição dos actos eleitorais praticados nas 64 Mesas de Votação do Distrito Municipal da Nlhamankulu, na cidade de Maputo.

 

A decisão (a segunda a ser tomada pelo órgão nestas eleições) foi tomada esta terça-feira, em Acórdão que chumba o recurso submetido pela Comissão Distrital de Eleições de Nhlamankulu, em virtude de o Tribunal Judicial daquele distrito municipal ter declarado nulos os actos eleitorais praticados nas 64 Mesas instaladas naquele ponto da Cidade de Maputo, no âmbito da realização das VI Eleições Autárquicas.

 

A falta de legitimidade do recorrente foi a principal razão que levou o Conselho Constitucional a não dar provimento ao recurso da Comissão Distrital de Eleições de Nhlamankulu. O órgão refere que o recurso interposto é individual (isto é, movido pelo Presidente da Comissão Distrital de Eleições de Nhlamankulu, Cassiano da Silva) e não colegial, pois, o “mandatário” não apresenta a deliberação que lhe confere os poderes de recorrer ao Conselho Constitucional em nome daquele órgão eleitoral.

 

Igualmente, questiona a legitimidade da Comissão Distrital de Eleições de Nhlamankulu recorrer da decisão do Tribunal, visto que a mesma é responsável pela gestão do processo eleitoral e não parte interessada do mesmo. “(…) Só tem legitimidade de recorrer do acórdão Judicial os que sofrerão prejuízo da procedência ou execução do acórdão prejuízo que a Comissão Distrital de Eleições não é capaz de demonstrar em sua esfera jurídica, como defensora do interesse público de justiça, transparência, imparcialidade e legalidade eleitoral”, argumentam os juízes do CC.

 

No seu pedido, refira-se, a Comissão Distrital de Eleições de Nhlamankulu defendia a nulidade do Acórdão proferido pelo Tribunal Judicial daquele Distrito Municipal, alegadamente por falta da causa de pedir no recurso contencioso eleitoral apresentado pela Renamo, pois “o Tribunal a quo conheceu de questões de que não podia tomar conhecimento, bem como condenou em quantidade superior em relação aos factos, nos termos do disposto nas alíneas d) e e) do artigo 668 do CPC”.

 

“Os documentos juntados pelo Partido Renamo no seu recurso contencioso não têm força probatória plena em juízo por serem fotocópias não autenticadas, pois as cópias da acta e do edital original devem estar devidamente assinadas e carimbadas para fazerem prova bastante na resolução de litígios de contencioso eleitoral”, alegava Cassiano da Silva.

 

Refira-se que o Distrito Municipal de Nlhamankulu, um dos populosos da Cidade de Maputo, é um dos que viu a eleição anulada pelos tribunais na capital do país, a par do distrito municipal de KaPfumo). Recorde-se que a Renamo reclama vitória nesta autarquia. (A.M.)

A gigante petroquímica sul-africana Sasol anunciou segunda-feira (23) que o Acordo de Partilha de Produção (Projecto PSA) está pronto para abastecer a Central Térmica de Temane (CTT), na província de Inhambane, no sul de Moçambique, para gerar 450 megawatts de electricidade e produzir gás excedente para exportação.

 

De acordo com um comunicado da Sasol, o Projecto PSA atingirá o seu pico de fase de construção nos próximos meses, após a conclusão da Instalação Inicial de Gás (IGF). O Projecto PSA também inclui uma Instalação de Gás Liquefeito de Petróleo (GPL) que irá produzir 30.000 toneladas de GPL por ano, satisfazendo 75 por cento da procura de gás de cozinha de Moçambique, bem como óleo leve.

 

“Como parte de uma estratégia de optimização para a implementação dos Projectos de Gás de Temane, a Sasol implementou a Instalação Inicial de Gás (IGF), que foi concluída em Julho de 2023. Isto significa que, mesmo enquanto o Projecto PSA continua a sua construção, estão assegurados 450 MW de electricidade, quando os CTT estiverem prontos”, lê-se no documento da SASOL.

 

Segundo Ovidio Rodolfo, Country Manager da Sasol Moçambique, citado na nota, o Projecto PSA será um acréscimo significativo à contribuição já feita pelo Acordo de Produção de Petróleo (PPA), que está a contribuir para a matriz energética nacional através do fornecimento de gás a cinco centrais térmicas que produzem actualmente cerca de 450 MW de electricidade ao longo de vários anos.

 

Além disso, fornece gás canalizado que é utilizado em residências e indústrias nos distritos de Govuro, Inhassoro e Vilankulo, em Inhambane, bem como na cidade de Maputo, Matola e Marracuene.

 

“Com a entrada em funcionamento dos CTT prevista para 2024, movidos a gás de Pande, Inhassorro e Temane (todos campos de Inhambane), a quantidade de energia produzida com gás fornecido pela Sasol irá duplicar para 900 MW”, disse Rodolfo.

 

Por sua vez, Avin H Maharaj, Director do Projecto PSA, afirmou que a implementação do projecto inclui obras civis, estruturais, mecânicas, eléctricas, de instrumentação e tubulação, que estão actualmente avançando bem com as obras civis em sua fase final.

 

“Com a conclusão das obras civis subterrâneas, iniciamos os trabalhos mais especializados de instalação de estruturas, tubulações, vasos de processamento de gás, cabeamento eléctrico e de instrumentação na Instalação de Processamento Integrado e nos diversos poços da licença PSA”, disse Maharaj.

 

A implementação do Projecto PSA é subdividida tecnicamente em Outside Battery Limits (OBL), que se refere à rede de dutos que liga os poços de extracção de gás à Instalação Inicial de Processamento de Gás, e Inside Battery Limits (IBL), que designa o petróleo integrado, instalação de produção de gás e GLP (IPF) para gás extraído da bacia licenciada do PSA.

 

A implementação do Projecto PSA inclui também a construção de uma aldeia de reassentamento, com a primeira pedra lançada em Agosto de 2023. A aldeia de reassentamento é composta por 45 casas convencionais para famílias significativamente impactadas pela construção de gasodutos que transportarão gás dos diversos destinos do Projecto PSA.

 

Além da habitação, a aldeia de reassentamento inclui a requalificação da Escola Primária Joaquim Marra, que actualmente funciona em condições inadequadas, incluindo salas de aula improvisadas e espaços exteriores. A escola modernizada terá 12 salas de aula convencionais, bloco administrativo, instalações sanitárias, dois campos desportivos, sistema de abastecimento de água e oito residências para professores.

 

“Com um progresso médio superior a 60% nas obras, a implementação do Projecto PSA está a estimular oportunidades de emprego na província de Inhambane e no país como um todo. Actualmente, o projecto emprega cerca de 2.600 moçambicanos e cerca de 537 estrangeiros. Espera-se que à medida que os trabalhos mais intensivos em mão-de-obra sejam concluídos, este número comece a diminuir a partir do segundo trimestre de 2024”, afirma a Sasol.

 

Quanto à adjudicação de contratos a empresas moçambicanas, a Sasol alcançou e superou as suas metas de Conteúdo Local para o projecto. Até ao momento, o valor total dos prémios é de 257,6 milhões de dólares, dos quais 82% foram para empresas moçambicanas. (AIM)

Uma jovem luta pela vida após uma compressa ter sido esquecida na sua barriga, durante o parto que ocorreu no Hospital José Macamo. Falando em anonimato com receio de que os médicos não a atendam bem quando for à observação, a jovem de aproximadamente 30 anos de idade, residente no bairro Ndlavela, na província de Maputo, teve um parto à cesariana em 2021 e desde lá nunca mais teve paz.

 

Depois dos médicos terem realizado a cirurgia para ela ter o seu bebé, que por sinal nasceu grande e saudável, surgiu uma borbulha no local onde foi operada e ela chegou a confundir com abscesso porque não parava de tirar sujidade.

 

Passados três meses, voltou para o Hospital José Macamo, local onde teve o seu bebé e explicou que não andava bem. Chegado lá, foi atendida por uma estagiária que lhe recomendou que fosse apenas exprimir a borbulha e lavasse o local com água e sabão.

 

“Fui lavando a borbulha e me apercebi que a mesma não parava de tirar sujidade, voltei novamente ao hospital e a enfermeira que me atendeu disse que não era nada de especial, eram apenas as linhas que foram usadas para a cirurgia que rebentaram e estavam a provocar essa dor e a libertar sujidade. Os meses foram passando e a situação não melhorou, até que um dia decidi marcar uma consulta no Hospital Central de Maputo (HCM) e encontrei uma médica que me recomendou fazer uma ecografia abdominal e não viram nada. Posto isto, a médica recomendou-me a fazer um Raio X e, quando saíram os resultados, disse que tinham esquecido uma compressa na minha barriga e recomendou-me a voltar para José Macamo e explicar o que estava a acontecer para que eles voltassem a operar-me”, contou a Jovem

 

“De volta ao Hospital José Macamo, já em 2022, fui mostrar os resultados do Raio X e expliquei que a médica do HCM disse que esqueceram uma compressa na minha barriga e a pessoa que me atendeu disse que não era nada disso e me disse que eu tinha fístula e devia aguardar na fila até que primeiro fossem operados os pacientes diagnosticados em 2021”.

 

Segundo conta a jovem, voltou para casa e foi aguardar enquanto a dor a consumia, mas ainda se sentia muito melhor que hoje. “Aguentei uma vez mais com a dor durante o ano de 2022, enquanto isso fui expulsa do lar pelo meu esposo e pela minha sogra, alegando que eu tinha maus espíritos por isso que tinha uma ferida que não sarava. Tive que voltar a viver com minha mãe e com poucas condições”.

 

A jovem conta que este ano (2023) continuou a arrastar a sua dor até que um dia assistiu a um programa televisivo que falava sobre uma campanha de cirurgias massivas de fístula obstétrica, realizadas por um médico da Clínica Cruz Azul e decidiu aproximar-se àquela unidade sanitária. No local, foi atendida pelo respectivo médico que a aconselhou a voltar para o Hospital onde tudo aconteceu para que fossem eles a operar a fístula com bastante urgência ″porque foram eles que provocaram aquele problema e que já se encontrava num estado avançado″.

 

“Para minha sorte, na Clínica Cruz Azul havia um médico que trabalhava no Hospital de Mavalane e quando leu os meus resultados disse que conhecia a médica que me estava a atender e que entraria em contacto com ela para que acelerasse a data da minha cirurgia. Graças a Deus e a esse médico, quando saí da clínica e voltei para casa, não fiquei uma semana e, no dia 02 de Agosto último, chamaram-me e foram operar-me dia seguinte”, conta.

 

“Fiquei feliz quando fui operada apesar de não me terem mostrado o que foi retirado da minha barriga, mas parece que foi daí que o meu martírio começou. Fiquei internada no Hospital José Macamo por quase 30 dias e os médicos deixaram uma parte da minha ferida aberta para poder libertar a sujidade, mas de lá para cá, mais dois locais da primeira operação se abriram e já tenho praticamente três buracos na minha barriga”, continua.

 

“Hoje, depois desta operação, sinto mais dores do que antes quando diziam que tinha compressa na barriga. Estou cada dia a perder peso, não consigo comer e quando bebo água sinto muita dor. Minha mãe não tem condições para cuidar de mim, até para termos comida aqui em casa é um problema e os médicos recomendaram a comer carnes, tomar leite Nido entre outras coisas que não conseguimos comprar”.

 

Contudo, o mais agravante é o facto de o pai da criança estar a ameaçar tirar o filho à jovem. “No hospital deram-me apenas vitaminas e dizem que vou melhorar e recomendaram a ir semanalmente para lavar a ferida e fazer o controlo, mas não temos dinheiro para alugar um carro que me tire de casa para o hospital porque não consigo andar. O pai do meu filho quer tirar a criança e está sempre a ameaçar-me em vez de me apoiar. Neste momento, só rezo que não me tirem o meu filho, o pai pode até não dar mais os 1000 mts que dá mensalmente desde que deixe o meu filho aqui. Eu quero que os médicos cuidem de mim. Eu quero ficar bem e depois disso poderei responsabilizar os que fizeram isso comigo”.

 

Contactada a direcção do Hospital José Macamo para reagir ao caso, esta recomendou apresentar mais dados. (M.A.)

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