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Redacção

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Este posicionamento foi expresso pela missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) que esteve de visita a Moçambique entre os dias 18 e 31 de Outubro, para discutir o desempenho e as políticas subjacentes à terceira avaliação do programa de reformas macro-económicas e estruturais, ao abrigo do mecanismo de Facilidade de Crédito Alargado (ECF). A missão do FMI foi liderada por Pablo Lopez Murphy.

 

Um comunicado divulgado ontem pelo Fundo Monetário Internacional indica que o corpo técnico do FMI e as autoridades moçambicanas mantiveram discussões frutíferas que continuarão nas próximas semanas com o objectivo de alcançar um acordo.

 

Na nota, o FMI refere: “o crescimento económico de Moçambique em geral permanece resiliente e está projectado em 6 por cento em 2023. Embora a produção de Gás Natural Liquefeito (GNL) no projecto Coral Sul tenha aumentado, o crescimento no sector não extractivo continuou a abrandar, com a indústria e a construção a contraírem-se pelo quarto trimestre consecutivo desde Junho 2022″.

 

No sector extractivo, o FMI aponta ainda que as perspectivas são fortes, uma vez que se espera que os grandes projectos de GNL retomem as actividades, na sequência de melhorias nas condições de segurança no norte. O corpo técnico do Fundo Monetário Internacional destaca, por outro lado, que, após as derrapagens orçamentais em 2022, as autoridades implementaram uma forte correcção para ajudar a colocar a política orçamental de volta no caminho certo.

 

Neste âmbito, o saldo primário interno está previsto em 0,8 por cento do PIB este ano, em comparação com um défice primário de 2,8 por cento do PIB em 2022. Aquela organização financeira internacional prevê ainda que a consolidação orçamental deverá continuar em 2024, em linha com a proposta orçamental enviada ao Parlamento, sendo que a manutenção da disciplina orçamental em 2024 continua a ser crítica num contexto de condições de financiamento internas e externas restritivas. 

 

“Depois de atingir um pico de 12,1 por cento (em termos anuais) em Agosto de 2022, a inflação global diminuiu rapidamente para 3,9 por cento (em termos anuais) em Setembro de 2023, com a inflação subjacente a 4,1 por cento, reflectindo principalmente preços mais baixos de alimentos e combustíveis, mas também uma desaceleração de outros preços internos”, diz o FMI.

 

De acordo com o comunicado, a descida da inflação combinada com taxas de juro nominais praticamente inalteradas significa que tanto as taxas de juro de política como as de mercado subiram para níveis elevados em termos reais, gerando condições financeiras muito restritivas. Com as expectativas de inflação bem ancoradas, a continuação da consolidação orçamental e o fraco crescimento não extractivo, poderia ser considerada uma flexibilização gradual da política monetária.

 

O FMI elogia o governo, afirmando que fez progressos nas reformas estruturais definidas no programa e adoptou um Diploma Ministerial para a tributação da produção de minerais para além da entrada em vigor um novo sistema de impostos electrónicos. ″O corpo técnico do Fundo incentiva o avanço de reformas para fortalecer a governação e reduzir as vulnerabilidades à corrupção″.

 

A equipa do corpo técnico do FMI reuniu-se com o Primeiro-Ministro Adriano Maleiane, o Ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela e outros altos funcionários. A missão reuniu-se também com representantes da sociedade civil, partidos políticos, parceiros de desenvolvimento e sector privado. (Carta)

O Banco de Moçambique garante que todos os bancos que operam no país já integram a nova plataforma de processamento de pagamentos electrónicos, Euronet, que se encontra numa fase bastante avançada. A informação foi divulgada pelo Governador do Banco Central, Rogério Zandamela, durante o 48º Conselho Coordenador da instituição que termina hoje, na cidade de Inhambane.

 

“Neste momento, os bancos já se encontram totalmente integrados na nova plataforma, incluindo as Instituições de Moeda Electrónica, que contribuem, de forma particular, para impulsionar as transacções económicas nas zonas recônditas do país bem como os níveis de inclusão financeira”, afirmou Zandamela.

 

O Governador sublinhou que a nova plataforma de processamento da Rede Única Nacional de Pagamentos Electrónicos (SIMO rede) tem a vantagem de oferecer uma diversificada gama de produtos e serviços entre novos e antigos, com destaque para a interoperabilidade entre as Instituições de Moeda Electrónica, Bancos e outros prestadores de serviços financeiros.

 

“Com a nova plataforma, conseguimos cumprir com os mandatos internacionais dos sistemas de pagamentos, que impõem a tecnologia CONTACTLESS para todos os cartões bancários e terminais POS, tecnologia que oferece maior segurança e comodidade para os utentes”, afirmou Zandamela.

 

A entrada em funcionamento da Euronet, fornecida pela empresa Euronet Wordwilde Inc, sediada nos Estados Unidos da América, foi anunciada pelo Banco de Moçambique em meados de Dezembro de 2019.

 

A entrada do novo serviço viabilizou o contrato de licenciamento, implementação e manutenção de um sistema informático para pagamentos electrónicos interbancários a ser utilizado pela Sociedade Interbancária de Moçambique (SIMO), assinado a 10 de Dezembro de 2018, entre o Banco Central e a Euronet.

 

A Euronet substituiu a empresa portuguesa BizFirst que vinha fornecendo o serviço até ao escândalo do apagão ocorrido em 2018, por falta de pagamento. A Euronet presta serviços em 116 países e tem cerca de 30 anos de experiência no provimento de serviços de pagamentos electrónicos. (Evaristo Chilingue)

O Consórcio Eleitoral Mais Integridade, uma plataforma de observação eleitoral, defende que as decisões que têm sido tomadas pelo Conselho Constitucional (CC), órgão máximo da hierarquia dos Tribunais Eleitorais no território nacional, devem traduzir-se na materialização do Estado de Direito Democrático e na realização da paz social.

 

Em comunicado de imprensa publicado na passada quarta-feira, a plataforma, que congrega sete organizações da sociedade civil, advoga que o CC deve ordenar a recontagem de votos das Mesas onde as irregularidades tiveram lugar e declarar a nulidade da votação em qualquer Mesa da Assembleia de Voto onde se tenha verificado ilegalidades que influenciam o resultado geral da eleição.

 

O “Mais Integridade” considera que o país está a viver um ambiente de tensão e de incerteza, desde a realização da votação, devido às diversas irregularidades que colocaram em causa a transparência, a integridade e, consequentemente, a credibilidade do processo e das instituições que o gerem.

 

“Neste momento em que a sociedade aguarda pelo veredicto final do Conselho Constitucional, incluindo deliberações sobre vários recursos, o Consórcio Eleitoral Mais Integridade exorta este órgão de soberania e voz suprema e última sobre a validade dos processos eleitorais, a assegurar que as suas decisões se traduzam na materialização do Estado de Direito Democrático e na realização da Paz Social”, afirma.

 

Para o “Mais Integridade”, o órgão liderado por Lúcia Ribeiro deve assegurar que as eleições não continuem a decorrer em clima de desconfiança e crispação, derivadas da ausência da verdade eleitoral, em virtude da actuação dos órgãos eleitorais.

 

“Quaisquer decisões que não respondam ao âmago das irregularidades detectadas nestas eleições, e que foram largamente reportadas e evidenciadas, têm o risco de descredibilizar ainda mais o processo eleitoral e os órgãos envolvidos na sua gestão e o próprio CC, além de ameaçarem a paz, a estabilidade e o futuro democrático do país”, sublinha.

 

“O CC não se deve coibir de tomar decisões apropriadas para cada situação, ainda que arrojadas e possam ferir certos interesses partidários. Este órgão de soberania tem, pois, a oportunidade de escrever mais um capítulo da sua história com letras douradas, mostrando-se como o último pilar da salvaguarda do nosso Estado de Direito Democrático”, remata o “Mais Integridade”, que exorta o Ministério Público a tomar medidas para a responsabilização dos autores materiais e morais destes actos contra a democracia.

 

Refira-se que o Consórcio Eleitoral Mais Integridade foi a única plataforma de observação que, de forma ousada, divulgou os resultados da sua contagem paralela, que dão vitória à Renamo em pelo menos quatro autarquias: Chiúre (Cabo Delgado), Quelimane (Zambézia), Matola (Maputo) e Cidade de Maputo. Lembre-se que os resultados da Comissão Nacional de Eleições dão vitória à Frelimo em 64 autarquias, sendo que a Cidade da Beira é a única que fica nas mãos da oposição (Movimento Democrático de Moçambique). (Carta)

Se apenas parte de evidências de fraude grave numa dada eleição autárquica for apelada ao Conselho Constitucional (CC), então a fraude toda ela pode ser ignorada, decidiu o CC na segunda-feira (30 de Outubro). Isto inverte uma política definida em 2014, quando o CC forçou a repetição das eleições em Gurué devido a "violações flagrantes da lei por parte dos funcionários das mesas de voto e da Comissão Eleitoral Provincial da Zambézia". Naquele caso, o CC realizou efectivamente a sua própria investigação para confirmar a fraude generalizada.

 

Este ano o CC decidiu sobre as queixas sobre Marromeu e Alto Molócue e alterou a sua política, indo contra a jurisprudência. Este boletim deu conta que em ambos os casos a má conduta foi tão generalizada, a começar pelo recenseamento eleitoral, que os resultados não foram credíveis.

 

Mas o CC disse que as partes não identificaram fraudes individuais suficientes para alterar os resultados, pelo que poderiam ser ignoradas.

 

Para Alto Molócue mostramos "o caos do início ao fim, o torna as eleições na autarquia totalmente corruptas e inaceitáveis." Houve perturbação e confusão no recenseamento e estimamos que a Frelimo registou pelo menos 1.549 pessoas de fora do município, para que pudessem votar nas eleições. 

 

No final do recenseamento, os observadores não podiam inspecionar um terço dos cadernos eleitorais e muitos eleitores nunca receberam cartão de eleitor.

 

No dia da votação houve um enchimento significativo de urnas e três assembleias de voto tiveram mais pessoas a votar do que eleitores registados.

 

Os observadores foram excluídos da contagem em 13 assembleias de voto. Em pelo menos 16 assembleias de voto a contagem foi adiada ilegalmente e os editais só foram publicados bem depois da meia-noite.

 

Em Marromeu fizemos uma contagem paralela em 28 assembleias de voto e descobrimos que 11 desse grupo tinham urnas cheias. Poderíamos fazer isso comparando os editais da mesma escola e comparando os números escritos no quadro da sala de aula durante a contagem com o edital. 

 

Por exemplo, na escola Julius Nyerere, duas assembleias de voto mostraram uma participação de 88% e 83%, e o edital teve respectivamente mais 124 e 232 votos para a Frelimo do que os que estavam no quadro. As assembleias de voto na mesma escola onde o edital concordou com o quadro tiveram afluências de 51% a 69%. A maior participação oficial são os eleitores fantasmas adicionados ao edital. (CIP)

A Vodacom Moçambique lançou novos produtos ilimitados para todos os segmentos de Clientes, com voz e SMS ilimitadas e muitos gigabytes. Além disso, lançou um conjunto de ofertas ricas que oferecem WhatsApp ilimitado, Facebook ilimitado e YouTube ilimitado para todos os Clientes e a preços baixos.

 

Estes novos produtos fazem parte da estratégia da Vodacom de oferecer a melhor relação qualidade/preço aos Clientes, manter as pessoas ligadas com confiança e aos melhores preços, naquela que é a Rede Número 1 em Moçambique.

 

TUDO TOP ILIMITADO: Chamadas e SMS ILIMITADAS para todas as Redes e muitos Gigas, a partir de 50,00 Mt para ofertas diárias; 300,00 Mt para ofertas semanais; e 500,00 Mt para ofertas mensais. Todas estas ofertas com muito mais gigas para navegar à vontade. 

 

JACKPOT ILIMITADO: Chamadas ILIMITADAS dentro da Rede Vodacom, por apenas 30,00 Mt por dia.

 

MEU NÚMERO 1 ILIMITADO: Chamadas ILIMITADAS para um número Vodacom à escolha do Cliente, quantas vezes quiser, dentro da Rede Vodacom, por apenas 15,00 Mt por dia.

 

TURNO DA NOITE ILIMITADO: Chamadas ILIMITADAS dentro da Rede Vodacom, das 22h00 às 06h00, por apenas 5,00 Mt.

 

FACEBOOK ILIMITADO: Megas ILIMITADOS para estar por dentro das últimas notícias no Facebook, por apenas 5,00 Mt por 24h.

 

WHATSAPP ILIMITADO: Megas ILIMITADOS para ficar online no WhatsApp, por apenas 5,00 Mt por 24h.

 

YOUTUBE ILIMITADO: Megas ILIMITADOS para ver vídeos no YouTube sem limites, por apenas 15,00 Mt por 7h.

 

"As pessoas querem conversar e usar as redes sociais pelo tempo que quiserem, quando quiserem, sem terem que pensar em aspectos como quantos minutos ou quantos megabytes estão a ser consumidos ou, ainda, o que resta nas ofertas que activaram. É por isso que lançámos as nossas Novas Ofertas Ilimitadas de Voz, Jackpot, Meu Número 1 e Turno da Noite Ilimitados e, também, as nossas Novas Ofertas Ilimitadas para as Redes Sociais, Facebook, WhatsApp e YouTube Ilimitados. Tudo isto aos melhores preços do mercado, tornando mais simples e fácil para o Cliente escolher o que deseja, assim como perceber o que recebe. O Cliente pode, simplesmente, pegar no seu celular e usá-lo sem preocupações. Adicionalmente, o nosso novo portfólio Tudo Top é de longe a melhor relação custo-benefício no mercado moçambicano, com Chamadas Ilimitadas, SMS e muitos Gigabytes, proporcionando uma experiência verdadeiramente livre de preocupações aos nossos distintos Clientes, todos na Rede Número 1 em Moçambique ", disse Mo Mursi, Director Comercial da Vodacom Moçambique.

 

A Vodacom continua a fornecer fantásticos produtos e serviços a todos os Clientes em Moçambique a excelentes preços, ao mesmo tempo que mantém a expansão da sua cobertura e capacidade de Rede em todo o País. Nos últimos 12 meses, a operadora expandiu para 260 novas localidades rurais em todas as províncias. Em Outubro de 2023,  concluiu a expansão da Rede 4G em 210 localidades, ou seja, localidades que antes não possuíam Rede 4G podem, agora, usufruir de uma melhor experiência no acesso à Internet ou redes sociais, através da Rede de dados da Vodacom. É importante realçar que 58 das localidades acima referidas estão localizadas em Cabo Delgado, onde nos últimos 12 meses a Vodacom tem investido na reconstrução completa da sua Rede, como forma de garantir que a população que regressa à sua terra faça utilização da melhor Rede disponível.

 

No âmbito da constante modernização da Rede, a Vodacom também investiu massivamente na melhoria da experiência dos Clientes 3G em mais de 500 estações base, nas cidades de Maputo e Matola, sendo que a implementação do 3G na banda baixa (900MHZ) tem permitido uma melhoria significativa do sinal 3G no interior dos edifícios.

A Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) renovou o seu contrato de serviços marítimos com a P&O Maritime Logistics, um fornecedor internacional líder em soluções marítimas. Através da sua empresa subsidiária, a P&O Maritime Moçambique S.A., tem desempenhado um papel vital nas operações de pilotagem, rebocadores e amarração no Porto de Maputo desde 2012. Esta renovação de contrato garante estabilidade e melhoria contínua até 2033, abrangendo mais uma década de colaboração.

 

Nos termos do acordo, a P&O Maritime Logistics investirá cerca de 14 milhões de dólares norte-americanos na aquisição de embarcações de última geração, ecológicas, concebidas para aumentar a eficiência operacional e reduzir as emissões de carbono. A parceria reflecte as ambições partilhadas de uma transformação sustentável e inovadora no sector marítimo, impulsionada pelo compromisso de moldar um futuro com baixas emissões de carbono.

 

Um marco notável deste contrato renovado é a implementação de um simulador integrado de rebocador e ponte, adaptado às necessidades específicas das operações nos portos de Maputo e Matola. Este simulador, quando instalado no Porto de Maputo, desempenhará um papel crucial na avaliação, formação e melhoria contínua dos pilotos de rebocadores e pilotos de barra que têm de navegar numa série de condições climatéricas desafiantes e cenários de emergência. Além disso, os navios que chegam ao porto terão a oportunidade de ser avaliados no simulador antes da sua chegada efectiva, aumentando ainda mais a segurança e a eficiência.

 

Numa ação inovadora, o simulador será também utilizado como “campo de treino” para jovens cadetes da Escola Náutica, como parte do memorando de formação da P&O Maritime Logistics com a Escola Náutica. Prevê-se que o simulador marítimo esteja totalmente operacional até ao final do primeiro semestre de 2024, melhorando ainda mais a segurança e a eficiência do Porto de Maputo.

 

Desde 2014, 45 jovens Moçambicanos da Escola Náutica foram formados no estrangeiro, ganharam uma valiosa experiência de mar a bordo dos navios da P&O Maritime Logistics, regressando depois a Maputo para contribuir com os seus conhecimentos, promovendo a profissão marítima em Moçambique.

 

Com uma dedicação contínua para nutrir o crescimento dos jovens talentos de hoje, a P&O Maritime Logistics oferece programas de estágio em segurança, tecnologia da informação e recursos humanos, proporcionando formação prática no local de trabalho. Um número significativo destes talentosos moçambicanos asseguram oportunidades de emprego a tempo inteiro na empresa, contribuindo para o crescimento sustentável da economia local.

 

A renovação do contrato com a P&O Maritime Moçambique S.A. reflecte o compromisso inabalável da MPDC em garantir que o Porto de Maputo continue a ser um farol de segurança, qualidade e eficiência tanto para os utilizadores como para as companhias de navegação. Isto, por sua vez, desempenha um papel decisivo no crescimento económico não só de Moçambique, mas também de toda a região.

 

A MPDC aguarda com expectativa a continuação desta parceria produtiva e a oportunidade de continuar a promover a excelência marítima e o desenvolvimento sustentável na região.(Carta)

Milhares voltaram hoje a perguntar nas ruas de Maputo “mas quem ganhou” as eleições autárquicas, com o candidato da Renamo a pedir aos juízes que decidam “apenas com base na lei” o recurso que levou ao Conselho Constitucional.

 

“Apenas que eles decidam com base na lei, com base na consciência, com base na verdade, apenas isso. Apenas isso. Se isso for feito, então a vitória é do povo”, afirmou Venâncio Mondlane, respondendo à agência Lusa durante uma nova manifestação em Maputo de repúdio aos resultados das eleições autárquicas de 11 de outubro anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), atribuindo a vitória à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) em 64 das 65 autarquias.

 

Com saída da Praça da Juventude, no Bairro Magoanine, arredores da cidade de Maputo, cerca das 11:00 locais (09:00 de Lisboa), milhares de manifestantes marcharam durante mais de quatro horas até ao centro da capital, sem registo de qualquer incidente.

 

Num percurso de 18 quilómetros, repetiram em permanência a pergunta retórica “mas quem ganhou”, que já deu lugar a uma música cantada por todos, de todas as idades, numa alusão ao que a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido da oposição) apelida de “megafraude” no processo eleitoral autárquico.

 

“O Conselho Constitucional, neste momento, rigorosamente falando, não tem nenhuma outra alternativa senão pegar nos números e pegar nos documentos [atas e editais das assembleias de voto] legítimos, verdadeiros, originais, que são os que a Renamo conseguiu pegar nas mesas”, explicou Venâncio Mondlane, que integrou a marcha até ao centro da cidade, saudado por milhares de pessoas que se encontravam na rua a assistir.

 

O cabeça-de-lista da Frelimo a Maputo, Razaque Manhique, foi anunciado pela CNE como vencedor das eleições autárquicas na capital. A autarquia de Maputo sempre foi liderada pela Frelimo, mas Venâncio Mondlane reclamou vitória nestas eleições, com 53% dos votos, com base na contagem paralela que afirmou ter sido feita a partir dos editais e atas originais das assembleias de voto. As mesmas que levou ao Conselho Constitucional no recurso que deu entrada para contestar, na última instância possível, a atribuição da vitória na capital à Frelimo.

 

“Tem absolutamente tudo para ter provimento. Não estou a ver outra alternativa”, garantiu Mondlane, aludindo à alegada manipulação dos editais das mesas de voto após o processo de contagem dos votos.

 

De acordo com a legislação eleitoral moçambicana, os resultados do escrutínio ainda terão de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional, máximo órgão judicial eleitoral do país, para o qual candidaturas da Renamo, além de Maputo também de outros municípios, já recorreram.

 

O principal partido da oposição tem promovido marchas de contestação aos resultados das eleições de 11 de outubro, juntando milhares de pessoas que denunciam uma alegada “megafraude” no escrutínio.

 

As sextas eleições autárquicas em Moçambique decorreram em 65 municípios do país no dia 11 de outubro, incluindo 12 novas autarquias, que pela primeira vez foram a votos.

 

Os resultados apresentados pela CNE indicam uma vitória da Frelimo em 64 das 65 autarquias do país, enquanto o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro maior partido, manteve a Beira.

 

A Renamo, que nas anteriores 53 autarquias liderava em oito, ficou sem qualquer município, apesar de reclamar vitória nas maiores cidades do país, contestando por isso os resultados anunciados pela CNE, cuja autenticidade tem sido visada também pela sociedade civil, organizações não-governamentais e partidos, inclusive com decisões favoráveis ao nível dos tribunais distritais.

 

Contrariamente às duas marchas anteriores, em que houve intervenção da polícia, nomeadamente com o lançamento de gás lacrimogéneo, na manifestação de hoje não se registou qualquer intervenção policial.

 

“Sem nenhum tumulto, sem nenhum dano, sem nenhuma perda. É isso que nós queremos provar. A nossa luta é por meios democráticos, é por meios legais, é com base na lei. Mais nada. Temos aqui tantos jovens, mas a ordem continua”, avisou Mondlane, durante a marcha.

 

O candidato da Renamo apelidou a iniciativa de hoje de “marcha da vitória”, mas também de “celebração” da libertação, por ordem do tribunal, de 32 jovens que tinham sido detidos no protesto anterior na capital, na passada sexta-feira, o que deu o mote para Venâncio Mondlane voltar a dirigir-se aos milhares que o acompanhavam hoje, perante a apoteose popular.

 

“Nós ganhámos ou não ganhámos? Nós resgatámos Maputo ou não resgatámos? Maputo é nossa ou não é nossa”, questionou.(Lusa)

O escritor moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa partilhou, há dias, no BCI, confidências sobre “Assim não, Senhor Presidente”, a sua mais recente obra.

 

O primeiro a intervir foi o Administrador do BCI, Luís Aguiar, na qualidade de anfitrião do evento. Falou do escritor, da sua dimensão, do papel do BCI como Banco de apoio à cultura, como um todo, e da literatura em particular. Recordou que Ba ka Khosa lançou no auditório do BCI, em 2017, o livro “Cartas de Inhaminga”, e que em 2013, venceu, com a obra "Entre Memórias Silenciadas", a 4.ª edição do prémio BCI Literatura, organizado pelo Banco Comercial de Investimento, para a promoção da literatura em Moçambique.

 

“A génese deste livro tem muito a ver com a capa”, revelou, por seu turno, Ungulani. E a capa da obra mostra, com efeito, num azul pálido, com um céu escondido por detrás de nuvens afiadas e carregadas de passado, a porta da Vila Algarve, no entroncamento entre as avenidas Mártires da Machava e Sékou Touré. E por aquela portinhola, o autor deixa entrever “o infausto destino dos nossos mártires por entre aqueles escombros, por entre aquela ruína, por entre as janelas escancaradas pelo desprezo humano, por entre os corredores e degraus voltados ao esquecimento, por entre as paredes lascadas e sujas... “. Ba ka Khosa partilhou ainda a sua percepção da arte do romance, cujo poder de persuasão “visa exactamemte encurtar a distância que separa a ficção da realidade, apagando essa fronteira, e fazer o leitor ver aquela mentira como se fosse verdade”. Falou ademais dos livros maiúsculos, aqueles que conseguem “convencer-nos que o mundo é como eles contam, como se as ficções não fossem aquilo que são. Consegui? Não sei... mas é o que me move, é o que sempre mais almejamos”.

 

O apresentador da obra, Elias Cossa, falou da narrativa do autor, por sinal seu irmão, que se desenvolve “como se lhe é característico, galopante, a perseguir a trajectória do desvio padrão. Se o desvio padrão no início é de milímetros, mais adiante são metros, são quilómetros, são milhas”, para mais adiante referir que “a escrita do autor assemelha-se à pintura impressionista”.(Carta)

Dois dias depois de ter sido apontado pelo porta-voz da PRM de Nampula, Zacarias Nacute, de ser um dos protagonistas das manifestações violentas, o edil de Nacala-Porto, Raul Novinte, reagiu esta quarta-feira, explicando que ele e o seu partido repudiam actos de vandalismo.

 

"Em Nenhum dia que estive na marcha houve tumultos e lançamento de pedras", posicionou-se Raul Novinte, frisando que não concorda que sejam membros da RENAMO que provocaram os tumultos, mas, sim, pessoas infiltradas porque a sua formação política depende do comando da Comissão Política do partido ou do presidente Ossufo Momade.

 

Raul Novinte disse também que ficou surpreendido quando viu e ouviu disparos dos agentes da polícia em diferentes bairros da cidade de Nacala-Porto, sob influência da RENAMO. Para aquele político, o que aconteceu em Nacala-Porto, Nampula e Maputo não pode ser visto como acto da RENAMO, mas da população cansada da ditadura e roubo de votos pelo regime da FRELIMO.

 

"Não foram membros da RENAMO, são pessoas infiltradas que se fizeram passar por membros da RENAMO e criaram tumultos e nós também repudiamos", defendeu o actual edil de Nacala-Porto. Durante encontros com membros e simpatizantes da RENAMO, Raul Novinte ameaçou não entregar as chaves ao futuro presidente do Conselho Municipal de Nacala.

 

Questionado pela imprensa, Novinte respondeu que a entrega das chaves está dependente da vontade da população que o votou e do seu partido. (Carta)

 

Apesar de as empresas moçambicanas não terem ainda projectos ESG (sustentabilidade, ambiente e boas práticas), o Standard Bank tem disponíveis 250 biliões de rands para financiamento em mais de 20 países onde este banco opera. Segundo o Representante do Standard Bank, Fanile Shongwe, que falava esta quarta-feira (01), em Maputo, no debate sobre financiamento, tecnologia, impacto e boas práticas para um futuro “verde”, este valor está estipulado para o período de 2022 a 2024.

 

Com o tema “financiamento, impacto e boas práticas para o futuro verde em Moçambique”, Shongwe disse que, para as empresas terem acesso a este financiamento, tudo depende dos projectos. Por exemplo, se for um projecto solar, existe uma gama de critérios que o mesmo tem de cumprir, como a avaliação do impacto ambiental.

 

A fonte referiu que há uma grande procura deste tipo de financiamento em quase todo o mundo e, para o caso de Moçambique, o programa ESG (sustentabilidade, ambiente e boas práticas) é algo ainda novo, sendo que, neste momento, as empresas estão a ser orientadas a aderir a esta iniciativa.

 

Entretanto, Moçambique já está a dar alguns passos significativos para o ESG. “Existem também alguns critérios a serem cumpridos pelas empresas para o alcance do ESG como a formação, investimento, entre outros e estes não se conseguem de um momento para o outro”, explicou. 

 

Neste âmbito, as entidades financeiras devem desempenhar um papel relevante para começar a colocar no mercado esquemas ou modelos de financiamento que visam atingir as práticas sustentáveis. (M.A)

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