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Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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Um mês depois de ter registado o oitavo caso importado, o país voltou a diagnosticar mais um caso positivo de Covid-19, desta vez proveniente de Portugal. Segundo a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, o caso foi detectado entre as 215 pessoas (já não são 210, tal como foi avançado na passada segunda-feira) que seguiam a bordo no voo da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP), que aterrou no último domingo, no Aeroporto Internacional de Maputo.

 

De acordo com a fonte, o novo paciente infectado pelo novo coronavírus é um moçambicano, de 46 anos de idade, encontrando-se em isolamento domiciliar na cidade de Maputo e não apresenta sintomatologia.

 

Falando esta terça-feira, em mais uma conferência de imprensa de actualização dos dados sobre a Covid-19 no país e no mundo, Rosa Marlene revelou que, de segunda para terça-feira, o Instituto Nacional de Saúde (INS) testou 259 amostras, sendo que 258 se revelaram negativas para esta pandemia.

 

Questionado como estava a ser feita a monitoria das pessoas que se encontram em quarentena, sobretudo os que regressaram recentemente de Portugal, uma vez que um dos passageiros que esteve no referido voo foi visto a circular nas ruas antes de cumprir os 14 dias obrigatórios, o Director Nacional para a Área de Inquéritos e Observação de Saúde, Sérgio Chicumbe, respondeu: “todos estão a ser acompanhados proactivamente. Agradecemos muito que a sociedade esteja atenta e a ajudar o MISAU a fazer o acompanhamento dos indivíduos. Nós acompanhamos o caso, através das redes sociais, contactamos as autoridades locais da saúde que estão a apurar a veracidade da situação e, se for necessário, haverá o reforço a impor a este indivíduo. Entretanto, neste momento, estamos a estudar a possibilidade de se fazer um novo teste para que sejam retirados da quarentena”.

 

“Carta” questionou ainda que tipos de testes são realizados aos pacientes suspeitos de Covid-19, ao que Chicumbe explicou que as autoridades da saúde recolhem as amostras, através de um material idêntico a um cotonete, que é introduzido no fundo do nariz e da garganta. Garantiu ainda que os testes realizados aos pacientes recuperados são excluídos das estatísticas sobre os novos suspeitos. (Marta Afonso)

Contra as expectativas de agentes económicos e famílias que têm crédito na banca, a taxa única de referência do sistema financeiro nacional para as operações de crédito de taxa de juro variável (ou `Prime Rate´), a vigorar durante o mês de Maio corrente, foi calculada em 17,90%, uma redução de 05 pontos, se comparada com os 18.40%, taxa que vigorou durante o mês passado.

 

Divulgada na última segunda-feira (04), em comunicado elaborado pelo Banco de Moçambique e Associação Moçambicana de Bancos, a actual `Prime Rate´, em 17,90% mostra-se elevada, principalmente do ponto de vista dos agentes económicos que, afectados pela crise provocada pela Covid-19, clamam por taxas de juros mais baixas em instituições de crédito.

 

Face à crise, a classe empresarial, concretamente a Associação de Comércio, Indústria e Serviços (ACIS), que é parte da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), defende a redução da `Prime Rate´, uma taxa que se aplica às operações de crédito contratualizadas (novas, renovações e renegociações) entre as instituições de crédito, sociedades financeiras (ICSF) e seus clientes, em 6.25%, situando-se em 11.64%.

 

Com a desaceleração da `Prime Rate´, acreditam que a Taxa de Juro de Política Monetária (ou Taxa MIMO) também pode baixar 6.25%, saindo dos actuais 11.25% para 5.62%. O sector privado acredita ainda que essas reduções são sustentáveis (e podem em grande medida aliviar o sufoco de várias empresas), olhando para a actual taxa de inflação que se situa em 3.5%.

 

Depois de estabelecida pelo Banco Central e Associação Moçambicana de Bancos, a `Prime Rate´ é acrescida de uma margem (ou `spread´), que é variável para cada ICSF, mediante a análise de risco de cada categoria de crédito ou operação em concreto.

 

No crédito a particulares e consoante os `spreads´ de 17 ICSF, anexas ao comunicado, a margem varia de nulo a 6%. Ainda a particulares, a margem para o crédito de consumo varia de nulo a 42.00%.

 

Quanto ao crédito às empresas, a margem parte de 0.00% aos 24.00% para empréstimos até um ano, ou variar entre 1.00% a 24.00% para prazos maiores. De acordo ainda com o comunicado, os `spreads´ das 17 ICSF em operações de `leasing´ mobiliário e imobiliário, as margens partem de nulo a 7.75%. (Evaristo Chilingue)

Apesar do Estado ter praticamente fechado as portas à realização de pesquisas científicas e reportagens no teatro das operações, o conflito que se verifica na província de Cabo Delgado continua a merecer diversas análises, em particular do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE), uma organização de pesquisa independente, criada em 2007.

 

Em mais um número do Boletim IDEIAS (Informação sobre Desenvolvimento, Instituições e Análise Social), publicado no último domingo, os pesquisadores Salvador Forquilha e João Pereira defendem que o avanço da insurgência, naquele ponto do país, “é alimentado pelas múltiplas clivagens, nomeadamente étnicas, históricas, sociais e políticas”.

 

Citando um trabalho recente de Luís de Brito, sobre geografia eleitoral e a insurgência em Cabo Delgado, a análise refere: “a insurgência parece desenvolver-se em áreas e no seio de populações marginalizadas pelo Estado, mobilizando sobretudo jovens em ruptura com o Estado, mas também com a sociedade «tradicional», na medida em que adoptam uma prática fundamentalista do Islão”.

 

De acordo com a análise, que visa entender as dinâmicas da insurgência em Cabo Delgado e estabelecer comparações com a guerra civil, que afectou o país entre 1976 e 1992, a Renamo também mobilizou as clivagens locais em seu favor durante a guerra civil. Aliás, os pesquisadores referem que, apesar das diferenças entre a guerra civil e a insurgência, em Cabo Delgado – no que tange aos actores e mensagem – existem aspectos semelhantes do ponto de vista das dinâmicas do conflito e a estruturação da resposta do Estado.

 

“Parece estarmos perante o mesmo tipo de dinâmica que caracterizou a guerra conduzida pela Renamo: a chegada de um grupo armado, portador de um discurso de contestação da ordem estabelecida, age como acelerador do descontentamento social e radicaliza as clivagens sociopolíticas, por vezes históricas, que pré-existem localmente”, diz a análise, citando o trabalho de Luís de Brito.

 

“Isso permitiu aos Al-Shabaab encontrar um certo apoio por parte de sectores mais marginalizados, particularmente os jovens, que, em alguns casos, venderam o pouco que tinham e foram juntar-se ao grupo”, acrescenta, sublinhando que o referido apoio permitiu que o grupo montasse uma “eficiente rede de suporte logístico e de recolha de informação”, constituída por jovens repartidos em pequenos grupos, inseridos nas comunidades, localmente conhecidos por “olhos do mato”.

 

“De acordo com as nossas entrevistas, além do suporte logístico, esses jovens efectuam vigilância e mantêm os insurgentes informados sobre as movimentações das Forças de Defesa e Segurança (FDS) na zona, facto que joga um papel importante no lançamento das operações militares do grupo e no seu avanço no terreno. Neste sentido, tal como aconteceu com a Renamo durante a guerra civil, pode-se dizer que os Al-Shabaab conseguiram, de alguma forma, penetrar no tecido social das comunidades locais, facto que permite ao grupo uma maior mobilidade no terreno e eficiência nas operações militares”, explica a fonte.

 

Para além da exploração das clivagens étnicas, históricas, sociais e políticas, os pesquisadores apontam ainda a “desvalorização” do fenómeno pelas autoridades governamentais, sobretudo das denúncias feitas pelas lideranças religiosas muçulmanas locais, bem antes do primeiro ataque à vila de Mocímboa da Praia a 05 de Outubro de 2017.

 

“O «ultimato» surrealista dado pela polícia moçambicana aos insurgentes para entregarem as armas num prazo de uma semana (O Pais, 2017), a insistência sistemática no discurso, segundo o qual a insurgência em Cabo Delgado «não tem rosto nem mensagem», quando a realidade no terreno apontava para a existência de jovens radicalizados no grupo dos atacantes, sugerem que as autoridades governamentais encaravam os ataques como um simples banditismo”, considera a fonte.

 

“Isso, no nosso entender, contribuiu para que a resposta do Estado fosse pouco ajustada às exigências da real ameaça do fenómeno da radicalização, privilegiando, muitas vezes, a tese da conspiração externa, em detrimento de factores internos que alimentam a insurgência. Aliás, quando o Estado moçambicano decidiu, publicamente, posicionar-se sobre o conflito em Cabo Delgado, através do Conselho Nacional de Defesa e Segurança (CNDS), atribuiu a autoria dos ataques ao Estado Islâmico e, por isso mesmo, considerou que o país está em presença de «uma agressão externa»”, acrescenta a fonte, sublinhando ter sido a mesma atitude tomada pelo Estado, aquando da eclosão da guerra civil, em que a Renamo era vista como uma mera criação dos regimes racistas minoritários brancos da região (Rodésia e mais tarde a África do Sul) com a única finalidade de desestabilizar o Estado moçambicano, pelo que “a guerra não era mais do que «uma agressão externa»”.

 

Para os pesquisadores, seria perigoso, em termos de resposta do Estado relativamente ao conflito, negar que a insurgência se tem alimentado consideravelmente de factores internos. “Na verdade, seria um erro pensar que os Al-Shabaab em Cabo Delgado são uma criação do Estado Islâmico”, defende, avançando que a arqueologia e a etnografia da insurgência sugerem que as origens do grupo são locais, embora se possa falar de elementos estrangeiros no seu seio.

 

“Por conseguinte, é importante que a resposta do Estado moçambicano relativamente ao conflito em Cabo Delgado não se estruture unicamente em função da dimensão externa, nomeadamente «a agressão externa» protagonizada pelo Estado Islâmico. É preciso que a resposta do Estado aborde e dê o devido lugar aos factores internos da violência armada, cristalizados nas múltiplas tensões étnicas, sociais, políticas e económicas que existem a nível local, para evitar que o conflito não só se intensifique, como também, eventualmente, se alastre para outras zonas do Norte de Moçambique”, conclui a fonte.

 

Entretanto, apesar das semelhanças existentes entre a guerra civil e o conflito que se verifica na província de Cabo Delgado, os pesquisadores avançam duas diferenças: os actores e a mensagem. De acordo com a análise, enquanto na guerra civil envolveu (directa/indirectamente) “actores estatais externos”, o conflito que se observa em Cabo Delgado, pelo menos no início, “não existem evidências do envolvimento de actores estatais externos e o grupo doméstico, que corporiza a violência armada, com pretensões claramente religiosas, possui origens locais, embora com contactos fora de Moçambique e a participação de estrangeiros radicais que se instalaram localmente via alianças de casamentos”.

 

A segunda diferença entre os dois conflitos relaciona-se à mensagem, pois, na guerra civil, a Renamo não punha em causa os fundamentos do Estado moçambicano (por exemplo, a laicidade do Estado), enquanto os insurgentes, desde o início, “defendem a necessidade da instauração de um Estado com fundamentos religiosos, nomeadamente a Sharia”.

 

Referir que recorreu ao material produzido no âmbito do programa de pesquisa, intitulado “Estado, violência e desafios de desenvolvimento no Norte de Moçambique”, em curso no IESE desde Agosto de 2019, que pretende responder às seguintes questões: “que factores estão na origem do avanço da insurgência no terreno? Que tipo de relação se vai desenvolvendo entre os insurgentes e as populações locais? Existe algum potencial para que a insurgência se alastre para o Sul, em direcção à zona costeira de Nampula? Como o Estado tem vindo a responder à insurgência?” (A.M.)

quarta-feira, 06 maio 2020 07:07

Raptado empresário na cidade de Chimoio

Um empresário de origem indiana foi hoje raptado no centro da cidade de Chimoio, na província de Manica, quando seguia, na sua viatura, para a sua residência na rua Sussundenga, no centro da cidade de Chimoio.

 

Segundo Amélia Julião, que estava próximo do local, os raptores dispararam pelos menos 10 tiros para amedrontar o empresário, obrigando-o a abandonar o seu veículo.

 

"Eles obrigavam o empresário a abandonar a sua viatura para raptá-lo", disse à Lusa Amélia Julião.

 

Paulina Estevão, que vive na rua onde o rapto ocorreu e que presenciou o caso, contou à Lusa que "primeiro parecia uma briga" entre os raptores e a vítima.

 

"Depois de levá-lo para o carro deles, saíram em velocidade", acrescentou Paulina Estevão.

 

A Lusa contactou a Polícia da República de Moçambique (PRM) em Manica, que remeteu esclarecimentos sobre o caso para quarta-feira.

 

O rapto de Yassin Answar é o sexto registado desde o início de 2020.

 

Na quinta-feira, outro empresário de origem indiana foi raptado na Matola, nos arredores de Maputo.

 

Rizwan Adatia, líder de um grupo comercial de grande dimensão e filantropo, circulava durante o dia numa via rápida, na zona do Bairro do Fomento, quando a sua viatura foi bloqueada junto a um semáforo pelos raptores, que lhe apontaram uma arma e o raptaram.(Lusa)

Um autocarro foi atacado, quando eram 7:00 horas da manhã desta terça-feira, na região de Muda-Serração, na província de Manica. No ataque, quatro pessoas ficaram feridas, sendo que uma ficou gravemente ferida.

 

Conforme apurou a “Carta”, o autocarro foi emboscado com rajadas de tiros por homens armados, um acto que durou mais de 10 minutos. O autocarro partiu da capital moçambicana na passada segunda-feira com destino à província de Tete.

 

À imprensa, Abdul José, uma das vítimas, disse que tudo ocorreu depois de terem pernoitado na zona de Mutindir, o ataque ocorreu na zona limítrofe entre Manica e Sofala, em Muda-Serração, uma região pertencente ao Distrito de Gondola, a 20 km de Inchope, um grupo de homens armados saiu da mata e começou a disparar contra o autocarro, tendo atingido um passageiro na perna.

 

Os atacantes deixaram a viatura toda perfurada e os ocupantes atingidos foram todos encaminhados para o Centro de Saúde de Mutindir e espera-se que sejam transferidos para Hospital Provincial de Chimoio.

 

Um detalhe importante é que a região de Muda-Serração se tornou um local de mortos, tendo já ocorrido mais de três ataques no local, desde o recrudescimento dos ataques, em 2019. Salientar que as autoridades policiais ainda não se pronunciaram sobre o sucedido. (Omardine Omar)

Em todo o mundo, os preços dos combustíveis baixaram consideravelmente. Com a baixa do crude, os governos são flexíveis na revisão dos preços, em baixa. Com a crise afectando os negócios, fazer isso é uma decisão de gestão automática. Governos empenhados em ajudar as empresas e o consumidor, não hesitam.

 

Em Moçambique é o contrário. O Governo não anda nem desanda. Inflexível, não mexe nos combustíveis alegando a desvalorização da moeda. Mas isso é um “bluff”. Na África do Sul, o Rand também tem perdido valor, mas o Governo local não encontrou aí motivos para não tomar as decisões acertadas.

 

Se esta inércia do Governo vai afectando os consumidores nacionais, sobretudo nos transportes, internamente, imaginem por que passam os transportadores do comércio internacional. Vivem um inferno! Completamente arrasados na sua capacidade de competir, por exemplo, com a concorrência sul-africana.

 

Lá na terra do rand, o preço do gasóleo vai ainda para baixar para 11.08 randes/litro. Multiplicando R11.08 por 3.65 Mts que é o cambio Mzm/Zar temos que cada litro de gasóleo custa, na África do Sul, 40.44 Meticais. Em Moçambique são 63.42 Meticais. A diferença é abismal. São 23 Meticais. É frustrante para os operadores nacionais que competem com os sul-africanos no transporte para Moçambique de carga geral, minérios e géneros alimentares.

 

O Governo tem fingindo que está a responder à crise nas medidas do seu efeito sobre as empresas. Mas a classe empresarial já demonstrou que não. E o exemplo dos combustíveis é uma amostra de falta de coragem, ou da presença de interesses escondidos, que impedem uma tomada de decisão que beneficiaria o grosso da sociedade.

A medida prende-se com a escravização de moçambicanos e malawianos

 

O governo norte-americano alega que o tabaco produzido no Malawi se baseia em trabalho forçado e infantil, naquilo que é descrito pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) como escravatura moderna.

 

As estatísticas revelam que 38 por cento das crianças malawianas com idades compreendidas entre os cinco e dezassete anos de idade estão envolvidas em trabalho infantil.

 

Para além disso, um número não especificado de moçambicanos trabalha na indústria do tabaco e do chá, sobretudo no distrito malawiano de Mulange. 

 

O boicote comercial dos Estados Unidos da América coloca em risco oito milhões de quilos de tabaco do Malawi destinados anualmente ao mercado norte-americano no valor de 29 milhões de dólares, com base na média dos últimos seis anos.

 

A decisão norte-americana representa um duro golpe para a balança comercial da pobre economia malawiana. Com efeito, o tabaco é a principal fonte de receitas em divisas do país, contribuindo com 60% e representa cerca de 25% da receita tributária.

 

Mas o governo dos EUA insiste que não vai levantar a restrição à importação do tabaco produzido no Malawi até que o país prove que já eliminou as práticas de trabalho forçado e infantil na produção de tabaco.

 

A posição do governo dos EUA surge pouco depois de algumas empresas compradoras de tabaco terem declarado que alguns dos seus embarques da última temporada ainda estão retidos nos Estados Unidos e no Malawi devido à Ordem de Liberação Mundial (WRO).

 

Douglas Johnston, oficial da Embaixada dos Estados Unidos, confirmou que o governo dos EUA ainda mantém a restrição. Johnson disse: "a WRO ainda está em vigor e permanecerá em vigor até que o Malawi prove a ausência de trabalho forçado, incluindo trabalho infantil, na sua cadeia de produção de tabaco".

 

A gerente de assuntos corporativos da Alliance One Tobacco, Francoise Malila, confirmou que alguns embarques estavam retidos localmente e nos Estados Unidos, mas não divulgou as quantidades, alegando que eram informações confidenciais.

 

Ela declarou que, como consequência da WRO, a Aliance One Tobacco tem remessas em espera nos Estados Unidos e no Malawi. Acrescentou que sua empresa está engajada activamente, interna e externamente, em responder à WRO da maneira mais eficiente e eficaz possível. "Embora não saibamos quanto tempo levará para os embarques serem autorizados, é nossa esperança que a Ordem seja levantada em breve, para que não afecte negativamente as nossas operações nesta temporada"- disse Francoise Malila.

 

Mas o chefe-executivo da Comissão de Tabaco, Kayisi Sadala, admitiu que, embora a Ordem seja prejudicial, ela transcende o mandato da comissão como órgão regulador do sector. "Desde a emissão da Ordem, o governo está tomando as intervenções necessárias sobre o assunto", disse Kayisi Sadala.

 

Por seu turno, Gray Nyandule Phiri, director no Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar, disse que o ministério ainda não recebeu o relatório dos mais recentes contactos com a delegação dos EUA sobre o assunto.

 

No entanto, Gray Phiri referiu que o ónus dos comerciantes de tabaco é fornecer provas à Alfândega e Protecção de Fronteiras dos Estados Unidos (CBP) de que o tabaco foi produzido num ambiente livre de trabalho forçado e infantil. "A questão da WRO diz respeito directamente aos comerciantes. Eles devem fornecer informações relevantes ao governo dos EUA, não necessariamente a nós como governo"- disse o alto funcionário do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar.

 

Após a WRO, os embarques do Malawi são retidos no porto de entrada, onde as autoridades dos EUA os examinam para garantir que o tabaco não foi produzido usando trabalho forçado e infantil. Em Novembro de 2019, o governo dos EUA, através do CBP, emitiu a WRO, restringindo a importação de tabaco do Malawi sob pretexto do uso de trabalho forçado e infantil na sua cadeia de produção.

 

Enquanto isso, a campanha de comercialização do tabaco no Malawi abriu a 20 de Abril em Lilongwe, enquanto em Limbe foi lançada a 27 de Abril.(FI) 

Depois de um par de semanas sob fogo cruzado por causa das “astronómicas mordomias” a que têm direito, ao abrigo do Estatuto e Previdência Social, os deputados procederam, na tarde desta segunda-feira, à entrega de um “donativo”, ao Governo, no âmbito da prevenção e combate à pandemia da Covid-19.

 

As três bancadas, que compõe a Assembleia da República (AR), nomeadamente Frelimo, Renamo e Movimento Democrático de Moçambique, desembolsaram mais de 3 milhões de Mts. Coube à Presidente do órgão, Esperança Bias, efectuar a entrega do donativo ao Governo, que, na ocasião, se fez representar pelo Ministro da Saúde, Armindo Tiago.

 

“O donativo, que resultou do desconto de três dias do salário do deputado, é orçado em 3.187.979, 53 Mts (três milhões, cento e oitenta e sete mil, novecentos e setenta e nove meticais e cinquenta e três centavos) ”, lê-se na nota do parlamento, divulgada esta tarde.

 

Assim, recorrendo à máquina calculadora, concluímos que cada deputado descontou cerca de 4.250,64 Mts por dia e, pelos três dias, descontou aproximadamente a 12.751,92 Mts.

 

Refira-se que a decisão foi anunciada no passado dia 15 de Abril, durante a Sessão plenária do órgão, que debatia as propostas do Plano Económico e Social (PES) e do Orçamento do Estado (OE). (Carta)

Os deputados da XI Legislatura retomam os trabalhos da I Sessão Ordinária a 13 de Maio corrente. A decisão é da Comissão Permanente, órgão deliberativo da Assembleia da República (AR), após uma reunião que teve lugar na manhã desta segunda-feira, na Sede do órgão, em Maputo.

 

Os trabalhos retomam depois de terem sido interrompidos no passado dia 16 de Abril, no contexto da prevenção e combate à pandemia da Covid-19. Dados tornados públicos pelas autoridades sanitárias, durante o habitual briefing sobre a evolução da pandemia, apontam que o país continua com 80 casos de indivíduos infectados pela Covid-19, sendo 72 de transmissão local e um cumulativo de 19 recuperados.

 

À data, a Comissão Permanente fundamentou a suspensão dos trabalhos na necessidade de reduzir o risco de contágio e propagação a que estavam sujeitos os deputados, funcionários parlamentares e as suas respectivas famílias. Na altura em que se suspendeu os trabalhos da I Sessão, o país contava com um total de 31 casos de indivíduos infectados pela Covid-19, sendo 29 activos e dois recuperados.

 

No passado dia 29 de Abril passado, por via de uma comunicação à Nação, o presidente da República anunciou a prorrogação do Estado de Emergência por mais 30 dias, que começaram a contar a partir do dia 01 do presente mês de Maio.

 

O encerramento da presente sessão, que arrancou no passado dia 25 de Março último, está previsto para finais de Maio corrente. Antes da suspensão dos trabalhos, apreciou e aprovou, para além do PES e OE para 2020, entre outros, o Plano de Actividades e Orçamento da AR, ratificou a Declaração do Estado de Emergência, a Lei da Amnistia e do Perdão, ratificou a nomeação do Presidente do Tribunal Administrativo e do vice-Presidente do Tribunal Supremo. (I.B.)

Raptado na passada quinta-feira, 30 de Abril, na cidade da Matola, capital da província de Maputo, os sequestradores do empresário e filantropo de nacionalidade indiana Rizwan Adatia ainda não entraram em contacto com a família. A informação foi avançada esta segunda-feira por Jesuarce Martins, Chefe do Departamento de Relações Públicas do Comando Provincial da República de Moçambique (PRM), em Maputo.

 

Segundo Martins, o sequestro foi protagonizado por quatro meliantes, que terão bloqueado a viatura da vítima e apontado arma, do tipo pistola, obrigando-a a sair da viatura e seguir na dos sequestradores.

 

O acto, que terá ocorrido por volta das 15:00 horas, quando o empresário saía de um dos seus estabelecimentos comerciais, vem abalando os cidadãos de origem indiana, que têm sido as maiores vítimas deste tipo de crime, que ganhou terreno, no nosso país, há quase 10 anos.

 

Entretanto, o Comando Provincial da PRM, em Maputo, diz que o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), a nível deste ponto do país, vem trabalhando arduamente no intuito de esclarecer o caso, embora os sequestradores ainda não tenham entrado em contacto com a família. A vítima, lembre-se, é patrono da Fundação que leva seu nome (Rizwan Adatia) e é líder do grupo COGEF e patrono de 35 supermercados grossistas (Cash&Carry), quatro unidades industriais, 190 lojas baseadas em nove países africanos e emprega pouco mais de 3.500 pessoas.

 

Importa salientar que, de Janeiro a esta parte, já foram sequestradas quatro pessoas, em Moçambique, e detidos cinco cidadãos, indiciados de sequestro de Shelton Lalgy, filho do empresário do ramo de transportes, Junaid Lalgy. (O.O.)