O Ministério da Saúde (MISAU) afirma que a testagem massiva que está a ser feita, na província de Cabo Delgado, é exclusiva ao pessoal que se encontra no Acampamento da Total, na Península de Afungi, no distrito de Palma, e não à população da província, em particular da Cidade de Pemba, onde já foram registados casos de infecção pela Covid-19, relacionadas às infecções detectadas em Palma.
O esclarecimento foi dado esta quarta-feira, pela Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, durante a conferência de imprensa de actualização dos dados de coronavírus em Moçambique e, sobretudo, das investigações em curso naquela província do norte do país.
Segundo Rosa Marlene, caso haja necessidade, a testagem também será feita a outras pessoas que não se encontrem no interior do Acampamento, porém, agora, não há necessidade.
Esta quarta-feira, o país voltou a não registar nenhuma infecção pelo novo coronavírus, pelo terceiro dia consecutivo. De terça para quarta-feira, o Laboratório do Instituto Nacional de Saúde (INS) testou um total de 113 casos suspeitos, porém, todos “se revelaram negativos para a Covid-19”, segundo Rosa Marlene. Dos casos suspeitos, 44 eram provenientes de Cabo Delgado, de um total de 63 amostras que chegaram na passada terça-feira àquele Laboratório.
À imprensa, Marlene não conseguiu explicar as razões da não testagem total das amostras, provenientes de Cabo Delgado, porém, garantiu que o Laboratório do INS está, neste momento, a organizar-se para atender à demanda das amostras que poderão chegar em massa daquele ponto do país para que não se verifique uma situação idêntica.
De terça para quarta-feira, o INS testou ainda 18 amostras da província de Maputo, 50 da Cidade de Maputo e uma proveniente da província de Sofala. Já os Laboratórios privados realizaram 11 testes, mas nenhum deu positivo.
Na conferência de imprensa, desta quarta-feira, Rosa Marlene revelou que as restrições impostas no âmbito da Covid-19, o número de doadores de sangue tem estado a reduzir significativamente nos bancos de sangue, comprometendo assim a reposição dos stocks de sangue nas unidades sanitárias. O facto levou a dirigente a convidar os cidadãos a aproximarem-se aos hospitais para doar sangue, pois, “o ser humano é o único produtor” deste líquido precioso. (Marta Afonso)
Na última terça-feira, 28 de Abril, enquanto os Ministros do Interior, Amade Miquidade, e da Defesa Nacional, Jaime Neto, anunciavam, em Maputo, o abate de 129 terroristas pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), durante este mês, o grupo, que desde 2017 aterroriza alguns distritos da província de Cabo Delgado, atacava o povoado de Nacoba, no distrito de Metuge, a quase 33 Km da capital provincial, Pemba.
O ataque resultou no incêndio do acampamento do Parque Nacional das Quirimbas, 20 palhotas e abate de mais de 15 cabeças de gado, entre bovino e caprino. Segundo as fontes, não houve vítimas humanas, devido à pronta intervenção das FDS e do grupo militar sul-africano Dyke Advisory Group (DAG). As fontes garantiram ainda que a aldeia já se encontrava despovoada, devido às informações que circularam sobre um possível ataque àquele distrito.
Segundo as fontes, devido à presença das FDS, a acção terrorista desta terça-feira terminou nas aldeias de Messanja e Ntessa, mas sem nenhuma vítima humana. Fontes militares contaram à “Carta” que o confronto entre os insurgentes e as FDS, apoiadas pelos helicópteros da DAG, iniciou por volta das 15:00 horas. Afirmaram ainda ter havido uma deslocação massiva de viaturas militares para aquele ponto do país, assim como o sobrevoo de helicópteros militares. (O.O. e Carta)
Ossufo Momade, líder da Renamo, fez soar o alarme.
Primeiro, praticamente acusou o Presidente da República, Filipe Nyusi, de ser um indivíduo bifaciado e de atitudes dúbias, ao afirmar algo como “de manhã ele negoceia connosco a paz, mas na calada da noite instiga a polícia a perseguir e matar membros nossos” – facto que, a seu ver, põe em causa todos os acordos de paz até aqui assinados.
De seguida, apontou o seu dedo acusador ao regime, ao afirmar categoricamente que este terá reactivado os famigerados “esquadrões da morte”.
E, para sustentar as suas afirmações, não se coibiu de adiantar um par de exemplos: (1) o assassinato de um membro da Comissão Provincial do partido em Sofala e de sua esposa; e (2) o misterioso desaparecimento de membros da “Perdiz”, na Gorongosa, onde, de acordo com suas palavras, aqueles são forçados a filiar-se ao partido no poder, sob risco de também “sumirem do mapa”, caso se recusem a fazê-lo.
Momade fez estes (graves) pronunciamentos esta segunda-feira (27) numa comunicação aos jornalistas, sem direito a perguntas, na sede do seu partido.
Por sinal, o maior partido da oposição terá, eventualmente, todos os motivos do mundo, não só para temer os “esquadrões da morte”, mas também para achar que estes são, efectivamente, um braço do poder.
Isto porque foram vários os casos de membros seus de proa, que num passado recente teriam, alegadamente, sido vítimas desses temíveis grupos.
O caso mais paradigmático terá provavelmente sido o do deputado e membro do Conselho de Estado, Jeremias Pondeca, barbaramente assassinado num belo sábado de Novembro (de 2016), na zona da Costa do Sol, quando praticava o seu habitual “jogging” matinal. O corpo daquele dirigente só viria a ser identificado no dia seguinte, já na morgue do HCM (onde deu entrada como “desconhecido”) com a ajuda de familiares. Tinha duas balas na cabeça e uma no abdómen.
Após a investigação, as autoridades revelaram apenas que, de acordo com testemunhas, Pondeca teria sido alvejado por um grupo de quatro indivíduos que se faziam transportar numa viatura Toyota RunX, e que o seu corpo fora abandonado algures na praia da Costa do Sol. Ainda segundo o relatório, “por se tratar de uma pessoa desconhecida, o corpo foi removido para a morgue do Hospital Central de Maputo”.
A adensar as suspeitas de que este assassinato teria tido motivações políticas, soma-se um facto: à data da sua morte, entanto que membro da Comissão Mista, Pondeca chefiava a subcomissão que preparava o pacote legislativo para a descentralização – tema fulcral nas negociações (que, entretanto, decorriam entre o seu partido e o governo) e que esteve na origem de muitas desavenças.
Só para recordar, pouco tempo antes, o Professor Giles Cistac havia sido barbaramente assassinado, também por “desconhecidos”, após ter feito pronunciamentos sobre esse mesmo assunto: descentralização.
Outra figura de peso da Renamo, também vítima de “desconhecidos”, foi Manuel Bissopo, então Secretário-geral da “Perdiz”, alvejado à saída de uma conferência de imprensa promovida pelo seu partido no edílico bairro da Ponta-Gêa, na Beira.
Neste caso, os atiradores faziam-se transportar em duas viaturas, sendo que bloquearam o carro em que seguia Bissopo e abriram fogo. O guarda-costas do dirigente renamista morreu na hora, Bissopo ficou gravemente ferido (tendo sido, posteriormente, evacuado para a África do Sul), enquanto os outros ocupantes da viatura sofreram ferimentos ligeiros…
Também na capital sofalense, pouco tempo volvido, José Manuel – um sénior da “Perdiz”, promovido a membro do Conselho Nacional de Defesa e Segurança do Estado – foi barbaramente assassinado por “desconhecido”. Foi baleado, no bairro da Manga Mascarenhas, quando se fazia transportar num txopela, saído do Aeroporto Internacional da Beira, onde acabara de aterrar, vindo da capital.
Estes são apenas alguns exemplos de casos – até hoje insolúveis – que envolveram nomes sonantes do maior partido da oposição. Haverá certamente outros menos mediatizados, porém, os supramencionados podem dar uma indicação da “pretensa legitimidade” dos temores de Ossufo Momade – com relação à suposta reactivação desses grupos sanguinários. Caber-lhe-á, entretanto, provar que os mesmos são, de facto, um braço do poder – como aliás alega aos sete ventos.
Sinais “dos tempos”?
No entanto, nem só membros do principal partido da oposição têm sido os alvos preferenciais dos “so called” esquadrões da morte. Intelectuais, analistas, jornalistas, líderes de opinião, entre outros, também conheceram, ciclicamente, o sabor amargo das sevícias desses criminosos.
Entre os exemplos mais emblemáticos do que já sucedeu, destaca-se o supra aludido caso do Professor Giles Cistac, baleado mortalmente na esplanada de uma pastelaria onde habitualmente tomava o seu café, numa zona nobre da capital do país. O móbil do crime terá, supostamente, sido o facto de “meter-se em assuntos para os quais não era chamado”. Futurista como era, aquele académico elaborara com profundidade temáticas relativas (aos benefícios d)a descentralização em Moçambique.
Tais “visões” não foram do agrado de muita boa gente. Resultado? Foi apagado!
O Professor José Jaime Macuane também não ganhou para o susto: depois de emitir um conjunto de pontos de vista, num programa de “prime-time” num dos canais televisivos de maior audiência no país, foi interceptado (a 23 de Março de 2016), no bairro da Coop, levado para um terreno ermo, na Circular de Maputo, e baleado com quatro tiros nas pernas, um dos quais atingiu o fémur. Pelos vistos era apenas um aviso. No entanto, os agressores não se fizeram rogados e levaram consigo a viatura do académico.
Algo muito parecido terá acontecido, sensivelmente dois anos volvidos (a 27 de Março de 2018), a outro líder de opinião, Ericínio de Salema – jurista e jornalista. Este terá sido raptado à saída do SNJ, levado para um local distante e brutalmente espancado. Ficou com as duas pernas e o braço esquerdo fracturados, tendo sido dias depois evacuado para a África do Sul, onde recebeu tratamento hospitalar e convalesceu.
Igualmente, o “camaleónico” Carlos Jeque, político e ex-PCA da LAM, sofreu – quão Mazamera – às mãos de indivíduos desconhecidos, supostamente pertencentes aos “esquadrões da morte”. Foi interceptado na Circular, já na zona de Marracuene, levado para um terreno baldio, onde após ter sido torturado, foi obrigado a correr, enquanto os malfeitores efectuavam disparos em sua direcção. Uma das balas atingiu-lhe uma perna…
Enfim, estes são igualmente alguns outros casos exemplificativos de líderes de opinião que foram seviciados, suspeitosamente no intuito de calá-los. Entretanto, importa referir que, infelizmente, tantos outros têm acontecido pelo país fora, tendo como vítimas pessoas “sem nome e sem rosto”.
Facto curioso – e que não deve ser descurado – é que, precisamente nas alturas de “pico” em que ocorrem estes actos macabros, alegadamente protagonizados pelos “esquadrões da morte”, nota-se um endurecimento da linguagem e um redobrar dos níveis de intolerância, por parte dos defensores oficiosos do regime – antes cristalizados na figura do famigerado G-40, e hoje num grupo menos coeso de “atiradores furtivos” – que actuam nalguns media e, sobretudo, nas redes sociais.
É o que justamente tem estado a acontecer neste momento.
Há figuras VIP do Estado envolvidas?
As suspeitas – não só de Ossufo Momade, mas generalizadas – relativamente ao envolvimento de altas figuras do estado moçambicano nos crimes supracitados (e noutros), ganham consistência quando fazemos um exercício de memória e recuamos até ao mês de Março de 2016 – o ano mais sangrento de todos, neste contexto.
Numa entrevista bombástica concedida por um agente da UIR e publicada por dois jornais nacionais de grande circulação (“Savana” e “@Verdade”), ficou a saber-se da existência de esquadrões da morte em Moçambique. Pelas palavras do depoente, facilmente se constatava a semelhança entre as acções levadas a cabo por esses esquadrões e o modus operandi dos “desconhecidos” que perpetraram todos os crimes aqui descritos e não só.
Vejamos alguns excertos dessa empolgante entrevista, que consubstanciam o clima de suspeição, relativamente a este assunto:
«Sou agente da Polícia, da Unidade de Intervenção Rápida. Estive a trabalhar na Presidência da República. Fiz curso de franco-atirador (…).Somos mais ou menos um pelotão de 20 especiais (…).Nós ficamos no quartel, mas eles nos chamam, e dizem vão para a província X. Saímos daqui de avião, e lá apanhamos viaturas dos comandos provinciais.
Em Maputo nunca usamos armas contra militares. Conforme eu disse, dão-nos a foto e depois vão ouvir que um desconhecido foi encontrado morto na zona X, como se tivesse sido um assalto».
Relativamente a quem dá as ordens para que essas missões sejam levadas a cabo, o agente respondeu nos seguintes termos:
«Sabe, aqui em Moçambique há pessoas que nunca são mencionadas. De quem nunca se fala. Quando há problemas, sempre fala a polícia, os militares, mas há uns que sempre ficam por detrás disso: SISE (Serviços de Informação e Segurança do Estado). São grandes, têm informação de tudo isto aqui».
Descrevendo pormenorizadamente uma das operações em que participou, o agente da UIR disse:
«Numa operação em Nampula seguimos um Nissan Navarra branco de cabine dupla, com matrícula vermelha. Seguimo-lo desde o hotel, no centro da cidade, fomos via Cipal. Um pouco depois da Faina ele contornou para a estrada Nampula-Cuamba, e era ali mesmo que o queríamos. Passamos o mercado Waresta, fomos até antes de Namina, onde tem o distrito de Ribáuè. Quando saímos de Rapale, onde tem uma grande extensão de mato, o nosso primeiro carro, um Prado preto, ultrapassou e atrás estava outro Prado. Ele praticamente ficou no meio. Furámos o pneu de frente, ele perdeu a direcção e foi parar perto da linha férrea. Nós queríamos um indivíduo que estava atrás, a mexer o telefone… Um dos ocupantes saiu e queria responder o fogo, mas levou na cabeça. O responsável e o motorista também quando iam sair, atiramos mortalmente. Ficaram ali.»
Na longa entrevista, o “agente secreto” revelava ainda outras coisas surpreendentes, como o facto de serem as forças governamentais quem atacava as populações (confirmando depoimentos, dessa altura, de moçambicanos refugiados no Malawi, quando entrevistados por um canal televisivo).
O entrevistado falou ainda da forma como tinha sido possível, graças ao seu grupo, cometer uma fraude brutal, em Nampula, nas eleições de 2014… Mas isso é outra conversa.(Homero Lobo)
Moçambique caiu uma posição no Índice Mundial sobre a liberdade de Imprensa, em 2020. A avaliação é da Reporters Without Borders (Repórteres Sem Fronteiras, na tradução para língua portuguesa).
Deste modo, Moçambique saiu da posição 103 (32.66), de 2019, para 104 em 2020 com 39.77 pontos, num ranking em que foram avaliados um total de 180 países. A posição 180 é ocupada pela Coreia do Norte, afamada pelo seu controlo serrado à indústria mediática.
O silenciamento das informações (news blackout) sobre o terror que se vive em Cabo Delgado, desde Outubro de 2017, contribuiu para que o país caísse uma casa na avaliação global sobre a liberdade de imprensa no mundo. Refere a Reporters Without Borders que hoje é impossível escalar a nortenha província de Cabo Delgado sem correr o risco de ser preso e que dois jornalistas chegaram a ser detidos e acusados de atentar contra a soberania do Estado.
Adiante, a retromecionada organização refere que o “information blackout” abrange os órgãos de comunicação social estrangeiros, que têm enfrentado dificuldades para receber autorização para cobrir os acontecimentos naquela província. Anota, igualmente, que o surgimento de novos meios de comunicação no país é dificultado pelas elevadas restrições administrativas e financeiras.
Moçambique é seguido pelo Montenegro na posição 105 (com 33.83); e mais dois países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente, Angola na posição 106 (33.92 pontos) e Brasil na posição 107 (34.05 pontos).
A primeira posição do ranking é ocupada pela Noruega com 7.84 pontos. As restantes posições são ocupadas, sequencialmente, pela Finlândia (7.93); Dinamarca (8.13); Suécia (9.25); e a Holanda (9.96).
A vizinha Namíbia é o país africano com a melhor classificação. Actualmente, ocupa a 23ª posição, a mesma registada no ano passado. Refere a organização que a liberdade de imprensa continua firme na Namíbia. Esta conclusão assenta no facto de a liberdade continuar, genuinamente, protegida pela Constituição e defendida pelos tribunais, não obstante alguns ataques.
Também melhor classificado entre os países africanos, isto depois da Namíbia, está Cabo Verde, na destacada 25ª posição com 20.15 pontos. Na verdade, o posicionamento deste ano é a manutenção da classificação alcançada no anterior.
Contribuiu para a manutenção da classificação do ano anterior a contínua ausência de ataques contra jornalistas e uma “excepcional” liberdade de imprensa.
Os outros países africanos relativamente “bem classificados” são Madagáscar (27.68), Guiné-Bissau (32.06) e Kenya (33.72), nas posições 54, 94 e 103, respectivamente. (Ilódio Bata)
A petroquímica francesa Total está a prestar apoio ao Ministério da Saúde, no encaminhamento, diagnóstico e logística de testagens, em curso no Acampamento de Afungi, na província de Cabo Delgado. A informação foi confirmada esta terça-feira pela Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, durante a conferência de imprensa de actualização dos dados de Covid-19 no país e, sobretudo, das investigações que decorrem naquela província do norte do país.
Segundo Rosa Marlene, o apoio prestado pela Total está a ser feito através do Ministério dos Recursos Minerais e Energia, entidade que zela pelo sector em que actua a empresa francesa. “A empresa Total está sob alçada do Ministério dos Recursos Minerais, entretanto, está a trabalhar com o sector da saúde”, disse Marlene, em resposta à “Carta”, quando questionamos se a testagem massiva dos colaboradores daquela empresa era custeada pelo Ministério da Saúde ou pela petroquímica.
Marlene explicou ainda que, em Afungi, no distrito de Palma, todo o apoio logístico é resolvido pela petroquímica, que também tem apoiado com a sua equipa médica.
Na conferência de imprensa desta terça-feira, a Directora Nacional de Saúde Pública referiu que o país ainda continua com 76 casos positivos de infecção pelo novo coronavírus, pelo facto de não ter havido nenhum caso positivo nos testes realizados de segunda para terça-feira. O Instituto Nacional de Saúde (INS) testou, de segunda para terça-feira, 84 casos suspeitos, dos quais 31 são da Cidade de Maputo, 52 da província de Maputo e um da província de Gaza. (Marta Afonso)
A título excepcional, o prazo de liquidação do Nosso Banco – Sociedade em Liquidação prorroga-se por um período de 90 dias, a contar da data do fim do Estado de Emergência, 30 de Abril corrente. Esta foi a decisão tomada esta segunda-feira, pelo Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela.
Em nota enviada à nossa redacção, consta que a prorrogação resulta da implementação de medidas de contenção da propagação do novo coronavírus, no âmbito do Estado de Emergência em vigor no país, as quais têm estado a condicionar o normal funcionamento das instituições públicas e privadas e, por conseguinte, a constranger o acesso, pelos utentes, dos serviços por estas prestados.
O Banco de Moçambique assegura que o processo de liquidação do Nosso Banco, dissolvido a 11 de Novembro de 2016, devido à degradação da situação financeira da instituição, afectando os principais indicadores prudenciais e de rendibilidade, se encontra na sua derradeira fase.
No mesmo comunicado, conta-se que o Governador do Banco Central decidiu ainda nomear Hortência da Glória Alberto para desempenhar funções de vogal, em representação dos credores, na Comissão Liquidatária do Nosso Banco, em substituição de Agostinho Júlio Magenge. De acordo com a nota, a decisão decorre de um pedido que o Banco de Moçambique recebeu, da parte dos credores da massa falida, para a substituição do seu representante na Comissão Liquidatária. (Carta)
A guerra, que eclodiu na província de Cabo Delgado, em Outubro de 2017, já afectou 162.047 pessoas, correspondentes a 40.255 famílias, em 17 distritos existentes na província em alusão. Esta informação foi avançada pelo Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), através de um relatório sobre a situação humanitária de Cabo Delgado, recentemente divulgado.
De acordo com as autoridades governamentais, o distrito de Macomia, com 29.339 pessoas, Mocímboa da Praia com 26 mil, Quissanga com 25.109, Mueda com 16.414 e Palma com 15.777 são até ao momento os distritos mais afectados, dado o volume populacional existente, embora também apareçam na lista Ibo com 11.622, Muidumbe com 10.702 pessoas afectadas, Pemba com 6.768, Metuge com 6.539 pessoas, Nangade com 4.778 e Montepuez com 3.249.
A situação de deslocados verifica-se em todos os distritos, havendo aqueles que preferem abandonar a província e recomeçar tudo de fora e aqueles que se estão a estabelecer em Pemba, onde acções violentas têm sido levadas a cabo pelas Forças de Defesa e Segurança (FDS), principalmente, no periférico bairro de Paquetiquete, havendo até ordens para que os militares não escalados não circulem naquela área urbana depois das 19:00 horas.
Entre as pessoas afectadas pela guerra em Cabo Delgado, 40 mil são provenientes das áreas de risco, ou seja, mais a norte da província e têm recebido assistência humanitária a nível da Cidade de Pemba e organizações como o Programa Mundial de Alimentação (PMA) pretendem apoiar 84 mil pessoas dos distritos de Ibo, Macomia, Mocímboa da Praia, Nangade, Palma, Quissanga, Mueda e Metuge. (O.O.)
Moçambique ainda está refém da confirmação científica da Organização Mundial da Saúde (OMS) para usar o medicamento malgaxe no tratamento dos pacientes com Covid-19. Trata-se do Covid-Organics, uma bebida desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Aplicada de Madagáscar, feita à base de artemísia – uma planta com eficácia comprovada no tratamento da malária.
O medicamento foi anunciado no passado dia 21 de Abril, pelo Presidente da República do Madagáscar, Andry Rajoelina, e já foi requisitado por dois países africanos da região ocidental, nomeadamente Senegal e Guiné-Bissau.
Segundo o Presidente malgaxe, o Covid-Organics já curou duas pessoas no seu país, pelo que recomendou que o mesmo fosse distribuído às crianças em idade escolar. “Este chá de ervas dá resultados em sete dias. Serei o primeiro a beber isto hoje, à vossa frente, para mostrar que este produto cura e não mata”, disse Rajoelina, no dia da sua apresentação.
“O Covid-Organics será usado como profilaxia, ou seja, para prevenção, mas as observações clínicas mostraram uma tendência à sua eficácia no tratamento curativo”, garantiu, na altura, Charles Andrianjara, Presidente do Instituto de Pesquisa Aplicada de Madagáscar.
Questionado esta terça-feira pela “Carta”, se Moçambique ia requisitar o Covid-Organics para testá-lo nos pacientes com Covid-19, no país, a Directora Nacional de Saúde Pública, Rosa Marlene, respondeu: “carece um pouco mais de evidências científicas. Nós estamos a fazer segmento e aguardamos que tenhamos uma orientação de partilha dos resultados científicos deste medicamento, que está sendo usado. Obviamente, se for demonstrado que é eficaz contra a Covid-19, seremos os primeiros a usar se for necessário”, explicou a fonte.
Até esta terça-feira, o Madagáscar contava com 128 casos confirmados de Covid-19, sendo que, destes, 82 eram dados como recuperados. Isto é, o país contava com 46 casos activos. Ainda não houve registo de vítimas mortais. Aliás, na passada quarta-feira, as autoridades daquele país autorizaram o regresso dos alunos às aulas.
Até ao momento, a Covid-19 ainda não tem cura, mas as autoridades de saúde têm administrado, na maioria dos pacientes, a cloroquina e a hidroxicloroquina, dois medicamentos que têm surtido efeitos nos pacientes. Há décadas que a cloroquina também é utilizada para tratar a malária, facto que alimenta a expectativa de que o Covid-Organics possa ser eficaz no tratamento da Covid-19.
Senegal tornou-se no primeiro país a adquirir o remédio malgaxe, tendo sido seguido pela Guiné-Bissau. “A África age e se protege contra a Covid-19. Agradeço ao Presidente Macky Sall por sua troca (de opiniões) e sua confiança. Viva a África e viva a riqueza natural!”, disse Rajoelina, na sua conta oficial do Twitter.
Referir que o nosso país conta, actualmente, com 76 casos positivos de Covid-19, sendo que nove já são dados como curados. No mundo, a doença já infectou mais de 3 milhões de pessoas, dos quais mais de 213 mil perderam a vida. (Abílio Maolela)
Caros Srs Deputados, no V/ interesse privado informo que em Moçambique existem menos de 50 camas em Unidades de Cuidado Intensivo e, muitas delas, não têm ventiladores nem outros meios de suporte. Como Vexas são 250 e mais os que tratam da administração superior do Estado, somos assim, mais ou menos, um total de 300.
Aconselho-vos a organizarem o vosso xitique de uns 6 por grupo, para assegurarem essas camas.
Ah, esqueci-me, agora também há esses outros deputados em todas províncias. Então ficam mais ou menos 30 por cada cama.
Para V/ sossego, espero que um dos nossos empresários de sucesso faça já o launch de um negócio de importação dessas camas (com certificado Made in Moz), pois estou certo que, com essas “quantias irrisórias” de compensação que estais recebendo pelo árduo trabalho, em particular na aprovação daquelas dívidas que vos foram sonegadas e do debate intenso e clarividente sobre esse estatuto de deputado, Vexas vão poder assegurar a aquisição de camas privadas. É que, como visionários e estrategas, sabeis que seremos visitados por muitos outros mais Covids (ainda só chegou o 19!) e então, é indecoroso aparecerem "fotados" em cima ou em baixo do colega nas poucas camas disponíveis.
Ah também esqueci-me de dizer que temos falta desses médicos e enfermeiros mal-agradecidos que têm de ligar os aparelhos e pôr-vos a respirar quando chegar a hora,…
Estou, certamente, esquecendo-me de muitas outras relevâncias. Mas, como esta informação é intima e confidencial, poderiam entretanto contratar e repartir essas quantiazitas entre os muitos “dotores” de porta de cadeia e gestores de eventos que as nossas escolas superiores têm formado em abundância. É que, nesta crise de confinamento, muitos deles ainda nem uma semanita facturaram para poderem entrar na lista dos 48 mil jobs criados. Nesta nossa corporação nunca podemos esquecer um bro e que uma mão lava a outra e as duas lavam a máscara...até para sonecar melhor lá, naquele sitio.
Estamos juntos. Saudações corporativas
*Pseudónimo
Estão cada vez mais ousadas as acções bárbaras do grupo “terrorista”, que continua a semear luto e dor nos distritos do centro, norte e litoral da província de Cabo Delgado. De acordo com as fontes da “Carta”, baseadas naquela província do norte do país, na última quarta-feira, o grupo interrompeu uma cerimónia fúnebre, na aldeia Imbada, Posto Administrativo de Muaguide, distrito de Meluco, tendo matado (por decapitação) quatro pessoas.
Segundo contam as fontes, estava tudo preparado para que familiares e amigos se despedissem, pela última vez, do seu ente querido, quando um grupo de homens munidos de catanas e armas de fogo surpreendeu os participantes da cerimónia, provocando um caos e pânico total.
De acordo com os relatos que chegaram à “Carta”, as pessoas fugiram imediatamente do cemitério, tendo regressado horas depois para concluir a cerimónia e recolher os corpos das quatro vítimas. Os mesmos foram enterrados no dia seguinte.
Referir que este não foi o primeiro ataque protagonizado pelo grupo naquela aldeia. O mesmo já invadiu aquele ponto do país em outras ocasiões, tendo queimado casas e causado óbitos. (Carta)