Em todo o mundo, os preços dos combustíveis baixaram consideravelmente. Com a baixa do crude, os governos são flexíveis na revisão dos preços, em baixa. Com a crise afectando os negócios, fazer isso é uma decisão de gestão automática. Governos empenhados em ajudar as empresas e o consumidor, não hesitam.
Em Moçambique é o contrário. O Governo não anda nem desanda. Inflexível, não mexe nos combustíveis alegando a desvalorização da moeda. Mas isso é um “bluff”. Na África do Sul, o Rand também tem perdido valor, mas o Governo local não encontrou aí motivos para não tomar as decisões acertadas.
Se esta inércia do Governo vai afectando os consumidores nacionais, sobretudo nos transportes, internamente, imaginem por que passam os transportadores do comércio internacional. Vivem um inferno! Completamente arrasados na sua capacidade de competir, por exemplo, com a concorrência sul-africana.
Lá na terra do rand, o preço do gasóleo vai ainda para baixar para 11.08 randes/litro. Multiplicando R11.08 por 3.65 Mts que é o cambio Mzm/Zar temos que cada litro de gasóleo custa, na África do Sul, 40.44 Meticais. Em Moçambique são 63.42 Meticais. A diferença é abismal. São 23 Meticais. É frustrante para os operadores nacionais que competem com os sul-africanos no transporte para Moçambique de carga geral, minérios e géneros alimentares.
O Governo tem fingindo que está a responder à crise nas medidas do seu efeito sobre as empresas. Mas a classe empresarial já demonstrou que não. E o exemplo dos combustíveis é uma amostra de falta de coragem, ou da presença de interesses escondidos, que impedem uma tomada de decisão que beneficiaria o grosso da sociedade.