Contra as expectativas de agentes económicos e famílias que têm crédito na banca, a taxa única de referência do sistema financeiro nacional para as operações de crédito de taxa de juro variável (ou `Prime Rate´), a vigorar durante o mês de Maio corrente, foi calculada em 17,90%, uma redução de 05 pontos, se comparada com os 18.40%, taxa que vigorou durante o mês passado.
Divulgada na última segunda-feira (04), em comunicado elaborado pelo Banco de Moçambique e Associação Moçambicana de Bancos, a actual `Prime Rate´, em 17,90% mostra-se elevada, principalmente do ponto de vista dos agentes económicos que, afectados pela crise provocada pela Covid-19, clamam por taxas de juros mais baixas em instituições de crédito.
Face à crise, a classe empresarial, concretamente a Associação de Comércio, Indústria e Serviços (ACIS), que é parte da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), defende a redução da `Prime Rate´, uma taxa que se aplica às operações de crédito contratualizadas (novas, renovações e renegociações) entre as instituições de crédito, sociedades financeiras (ICSF) e seus clientes, em 6.25%, situando-se em 11.64%.
Com a desaceleração da `Prime Rate´, acreditam que a Taxa de Juro de Política Monetária (ou Taxa MIMO) também pode baixar 6.25%, saindo dos actuais 11.25% para 5.62%. O sector privado acredita ainda que essas reduções são sustentáveis (e podem em grande medida aliviar o sufoco de várias empresas), olhando para a actual taxa de inflação que se situa em 3.5%.
Depois de estabelecida pelo Banco Central e Associação Moçambicana de Bancos, a `Prime Rate´ é acrescida de uma margem (ou `spread´), que é variável para cada ICSF, mediante a análise de risco de cada categoria de crédito ou operação em concreto.
No crédito a particulares e consoante os `spreads´ de 17 ICSF, anexas ao comunicado, a margem varia de nulo a 6%. Ainda a particulares, a margem para o crédito de consumo varia de nulo a 42.00%.
Quanto ao crédito às empresas, a margem parte de 0.00% aos 24.00% para empréstimos até um ano, ou variar entre 1.00% a 24.00% para prazos maiores. De acordo ainda com o comunicado, os `spreads´ das 17 ICSF em operações de `leasing´ mobiliário e imobiliário, as margens partem de nulo a 7.75%. (Evaristo Chilingue)