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Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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O Conselho Cristão de Moçambique (CCM), o órgão guarda-chuva das principais igrejas protestantes, deplorou o silêncio do governo moçambicano diante dos distúrbios anti-estrangeiros na África do Sul. Numa conferência de imprensa em Maputo, no sábado, a presidente do CCM, Felicidade Chirindze, instou o governo a se posicionar contra “a xenofobia que ocorre ciclicamente na África do Sul”, um país que foi construído “com o suor e sangue de muitos moçambicanos e outros africanos ao lado de seus irmãos sul-africanos ”.

 

A construção da linha de transporte de energia eléctrica de Caia, Sofala, no centro de Moçambique, até Nacala-a-Velha, em Nampula, inicia-se ainda este semestre, para dar resposta à necessidade de melhoria da qualidade do serviço no norte do país, disse o ministro dos Recursos Minerais e Energia.

 

Max Tonela, citado pelo matutino Notícias, de Maputo, disse que a linha de transporte a ser construída será de 400 quilovolts, capacidade superior à da actual infra-estrutura que alimenta a região, o que permite garantir fiabilidade e segurança no abastecimento de energia eléctrica.

 

 A procuradoria de Cabo Delgado decidiu remeter na quinta-feira, 6 de Setembro, a acusação definitiva contra o jornalista do Instituto de Comunicação Social (ICS) e correspondente da Carta de Moçambique em Cabo Delgado, Amade Abubacar, detido pela Polícia da República de Moçambique na vila de Macomia, quando entrevistava deslocados de guerra que chegavam àquele local.

 

A acusação definitiva quase não difere da anterior, teve pequenas alterações, mas o teor continua basicamente o mesmo: Amade é acusado de “instigação à desobediência colectiva, injúria contra força pública, associação para delinquir, crime contra a ordem e tranquilidade públicas”, usando uma conta de Facebook denominada Shakira Letícia Júnior que ele, entretanto, investigou e denunciou aqui nestas páginas (assinando com o pseudónimo de Saide Abibo).

 

segunda-feira, 09 setembro 2019 06:22

Confiança no sector de construção volta a aumentar

O indicador de confiança empresarial do sector da construção aumentou ligeiramente, em Julho passado, uma situação que segundo “Indicadores de Confiança e de Clima Económico” do Instituto Nacional de Estatística (INE), mostra alguma instabilidade das opiniões dos empresários relativamente a confiança do sector nos últimos quatro meses, traduzida por oscilações do sentido deste indicador.

 

O papa Francisco participou na passada quinta-feira (05) do encontro inter-religioso com a juventude. O encontro com a chamada “seiva da Nação” foi, na verdade, um momento de reflexão sobre o presente e futuro deste “grupo etário” tendo em conta os desafios que o país e o mundo atravessam.

 

 E por ter sido desafiado a mostrar os caminhos que a juventude deve tomar tendo em conta as dinâmicas actuais, o Papa Francisco centrou a sua intervenção em dois aspectos centrais. A necessidade dos jovens não se “resignarem” e se deixarem tomar pela “ansiedade”.

 

“Como realizar os sonhos, como contribuir para a solução dos problemas do país? Gostaria de vos dizer: Não deixeis que vos roubem a alegria. Não deixeis de cantar e expressar-vos de acordo com todo o bem que aprendestes das vossas tradições. Que não vos roubem a alegria! Como vos disse, há muitas maneiras de olhar o horizonte, o mundo, o presente e o futuro. Mas é preciso acautelar-se de duas atitudes que matam os sonhos e a esperança: a resignação e a ansiedade”.

 

 A “resignação” e “ansiedade” na visão do Santo Padre “são grandes inimigas da vida, porque normalmente nos impelem por um caminho fácil, mas de derrota; e a portagem que pedem para passar é muito cara… Paga-se com a própria felicidade e até com a própria vida. Certamente conheceis amigos, conhecidos – ou pode mesmo ter acontecido convosco – que, em momentos difíceis, dolorosos, quando parece que tudo lhes cai em cima, ficam prostrados na resignação. Podemos equivocar-nos mil vezes, mas não caiamos no erro de parar porque há coisas que não correram bem à primeira. O pior erro seria abandonar, por causa da ansiedade, os sonhos e a vontade de um país melhor”.

 

 De seguida, o Bispo de Roma atirou: “é preciso estar muito atento, porque esta atitude (resignação) «faz com que te encaminhes pela estrada errada. Quando tudo parece estar parado e estagnante, quando os problemas pessoais nos preocupam, as dificuldades sociais não encontram as devidas respostas, não é bom dar-se por vencido» (Ibid., 141)”.

 

Maria de Lurdes Mutola (a menina de Ouro) e Eusébio da Silva Ferreira (o Pantera Negra), já falecido, foram os dois exemplos de fé, coragem e determinação trazidos pelo Papa Francisco como forma de apontar o caminho a ser seguido pela juventude.

 

 No que respeita ao contributo para a construção da Nação, o Sumo Pontífice disse que os jovens devem sempre permanecer unidos, mesmo em situações que existam elementos que os possam dividir. A união, anotou o Santo Padre, é a trilha sábia, pois, o inverso apenas semearia a destruição desde o nível micro (família) até da Nação como um todo. 

 

“Tu perguntavas-me: Como empenhar-se pelo país? Tal como estais a fazer agora, permanecendo unidos independentemente daquilo que vospossa diferenciar, procurando sempre a oportunidade de realizar os sonhos por um país melhor, mas… juntos. Como é importante não esquecer que «a inimizade social destrói. E uma família destrói-se pela inimizade. Um país destrói-se pela inimizade. O mundo destrói-se pela inimizade. E a inimizade maior é a guerra”, sentenciou. O encontro inter-religioso teve no lugar no Pavilhão do Maxaquene. O evento juntou jovens Hindus, Islâmicos, Cristãos, Católicos e não Católicos que, juntos pela mesma causa, socorreram-se da arte (dança, canto e poesia) para expressar o que lhes ia ao âmago. Paz e Reconciliação foi o principal clamor da juventude, tendo em conta a história recente do país.

 

Sobre a Paz e Reconciliação, a mais alta estrutura da Igreja Católica avançou que é um desafio de todos e que, não obstante a diferença de opinião e visão, toda a sociedade moçambicana é chamada a empenhar-se na materialização desse desiderato. (Carta)   

segunda-feira, 09 setembro 2019 05:45

Terceiro ataque de dissidentes da Renamo

Quatro veículos foram alvo de disparos perto do Rio Pungoé, na fronteira entre os distritos de Gorongosa e Nhamatanda, na província de Sofala, no início da manhã de quarta-feira, 4 de setembro. Não houve mortes, mas cinco pessoas sofreram ferimentos graves e estão sendo tratadas num hospital. Os veículos estavam viajando para o norte de Inchope e continuaram sua jornada quando estavam a ser alvejados.

 

O administrador do distrito de Gorongosa, Sabeti Morais, confirmou os ataques. Acredita-se que os ataques sejam de um grupo dissidente de guerrilheiros da Renamo que rejeita a eleição de Ossufo Momade para Presidente do partido e também o seu recente Acordo de Paz com o Governo. Têm uma base nas montanhas da Gorongosa e ameaçaram inviabilizar as eleições. Eles se autodenominam Junta Militar da Renamo e são liderados por Mariano Nhongo.

 

Este é aparentemente o terceiro ataque do grupo. O segundo foi um ataque em meados de Agosto a uma ambulância transportando membros da Frelimo que viajavam da Gorongosa para o norte até Maringue. O primeiro ocorreu na noite de 1 de Setembro no Posto Administrativo de Nhamadzi, norte de Gorongosa, onde uma pessoa foi baleada no braço Renamo enquanto voltava para casa. (JH/CIP)

Uma base de guerrilheiros da Renamo, que apoia a autoproclamada Junta Militar do partido, foi atacada hoje em Chipindaumwe, distrito de Gondola, centro de Moçambique, disse o líder do grupo. Mariano Nhongo, tenente-general da Renamo e líder da Junta Militar, disse que um contingente das Forcas de Defesa e Segurança invadiu uma base do grupo e disparou contra os guerrilheiros ali entrincheirados.

 

Ontem, na sua viagem de Maputo para Antananarivo, num voo papal TM 8004, o Papa Francisco tomou como sobremesa doce de mandioca com leite de coco de Inhambane, numa oferta de catering da SMS pensada para moçambicanizar a refeição. Entre os pratos principais havia peixe e carnes (mais refeições especiais). O Papa optou pelo "vermelhão" grelhado com arroz de coco. 

 

Morreu Robert Mugabe, que durante 37 anos governou o Zimbabwe. Começou como libertador, herói da independência, e tornou-se um ditador de um regime marcado pela violência, perseguição, corrupção e descalabro económico. Tinha 95 anos e morreu em Singapura, segundo a Reuters, onde estava internado desde Abril.

 

Mugabe foi o primeiro chefe de Governo eleito depois da independência do Reino Unido, em 1980 – cargo que o próprio aboliu anos mais tarde, tornando-se Presidente. Foi afastado do poder em 2017, pressionado pelos militares.

 

Visitou Moçambique sob lema “Esperança, Paz e Reconciliação” e, por ser considerado mensageiro da paz e reconciliação, foi recebido no Pavilhão do Maxaquene, no encontro inter-religioso que manteve com os jovens, com a palavra “reconciliação”, mas nesta sexta-feira, durante a sua homilia, na santa missa que dirigiu no Estádio Nacional do Zimpeto, capital moçambicana, o Papa Francisco defendeu ser difícil falar deste tema, quando ainda estão vivas as feridas causadas durante muitos anos de discórdia.