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Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que a população jovem moçambicana está a crescer de forma acelerada e analfabeta. As informações constam de um estudo sobre as condições socioeconómicas da juventude, publicado há dias pela autoridade estatística do país.

 

De acordo com o estudo, em 20 anos, a população jovem (que compreende idades entre 15 e 35 anos) cresceu na ordem de 4,1 milhões de pessoas, ao sair de 5,3 milhões de pessoas, em 1997, para 9,4 milhões de pessoas, em 2017, sendo que, destes, 5 milhões são do sexo feminino. Até ao ano da realização do Censo Geral da População e da Habitação, os jovens correspondiam a 33,6% da população moçambicana, sendo que a média de idade era de 16,6 anos.

 

Desagregando os dados, o estudo ilustra que as províncias de Nampula e Zambézia são as que albergam maior número da população jovem, tendo passado de cifras de 1,1 milhão de jovens em 1997, para 1,7 milhão em 2017, em cada província, o correspondente a cerca de 37% da população jovem moçambicana, em 2017. “Entre as províncias com menor número absoluto de população jovem figuram Niassa e Maputo que, em 1997, tinham cerca de 200 mil jovens, tendo passado para 600 mil em 2017”, destaca.

 

A pesquisa justifica este rápido crescimento da população jovem, no país, com o aumento gradual da sobrevivência infantojuvenil e a manutenção de níveis elevados de fecundidade. Explica que a combinação destes factores “determina a passagem, todos os anos, de um grande contingente de crianças para a idade jovem”.

 

No entanto, este crescimento não é acompanhado de investimento na área da educação. Em 2017, diz o relatório, 31,5% dos jovens (22,5% homens e 38,9% mulheres) eram analfabetos. Isto é, não sabiam ler, nem escrever.

 

“A maior parte da população jovem que sabe ler e escrever ou que tem alguma formação concluiu apenas formação básica, que não vai além do nível primário, o que lhe confere pouco conhecimento bem como poucas capacidades técnicas e competências para uma participação plena nos diversos processos produtivos e de desenvolvimento do país”, revela o documento.

 

O INE reporta ainda que, em 2017, apenas 18% da juventude moçambicana tinha um nível de escolaridade acima do nível primário e apenas 1,5% tinha o nível superior. “Esta percentagem (com ensino superior) aumentou de quase 0,1% em 1997 para 1,5% em 2007 e manteve-se em 2017”, sublinha a pesquisa, notando que a percentagem de jovens com o nível primário aumentou de 47% em 1997 para 48% em 2007 e, depois, para 57% em 2017.

 

Distribuindo os números pelas 11 províncias do país, o INE revela que o analfabetismo entre os jovens é maior nas províncias de centro e norte que nas províncias do sul. Por exemplo, na cidade e província de Maputo, a taxa de analfabetismo é de 3,1% e 6,1%, respectivamente, enquanto na província de Cabo Delgado é de 45,5% e no Niassa é de 44,8%.

 

Como resultado do baixo nível de educação e fraca capacidade da economia para acompanhar o ritmo de crescimento da população jovem, defende o estudo, cerca de 3 milhões de jovens estavam em situação de NEET (sigla em inglês): que não estavam empregados, nem a estudar ou em algum tipo de formação profissional, em 2017.

 

No ano da realização do último censo, diz o INE, do total dos 14.4 milhões de habitantes que compunham a força de trabalho (população em idade activa e disponível para trabalhar), 8.7 milhões (61%) eram jovens, sendo que menos de 15% dos jovens eram assalariados e mais de 85% trabalhavam por conta própria (54%) e/ou estavam em situação de trabalhadores familiares sem remuneração (32%).

 

“Esta situação sugere que existe um contingente de jovens com potencial, que não tem sido aproveitado através de investimentos na sua educação, formação e enquadramento profissional. Dado que uma parte considerável dos jovens são pouco educados, não estão envolvidos em nenhum tipo de formação profissional e nem enquadrados em nenhum sector produtivo da sociedade, estes têm potencial elevado para se tornar numa fonte de instabilidade social”, alerta a pesquisa.

 

A pesquisa refere ainda que o acesso às Tecnologias de Informação e Comunicação, entre os jovens moçambicanos, é muito baixo. “Se, por um lado, apenas 8% têm acesso a um computador, por outro, 44% têm celular, porém, apenas 13% têm acesso à internet. Se estas tendências não forem revertidas, para além de menos escolarizada, a juventude moçambicana fará parte dos excluídos da era digital, tornando-os menos competitivos num mundo cada vez mais digitalizado”, defende.

 

Para os pesquisadores, os resultados deste estudo sugerem que há uma necessidade urgente de as políticas públicas em Moçambique colocarem no seu centro as questões da juventude, sobretudo as relacionadas com educação e formação profissional, acesso a cuidados de saúde sexual e reprodutiva e criação de oportunidades de trabalho.

 

“Essas políticas deverão ter em atenção as desigualdades territoriais entre as províncias e regiões e, sobretudo, as desigualdades de género, devendo, portanto, ser inclusivas através da identificação, remoção e eliminação de quaisquer barreiras (em particular as relacionadas com casamento e maternidade precoces) para a emancipação da rapariga e da jovem mulher moçambicana”, esclarece.

 

Refira-se que o estudo foi elaborado com base nos dados dos censos populacionais de 1997, 2007 e 2017 e complementado por informações de inquéritos nacionais representativos e da revisão de literatura. (A. Maolela)

terça-feira, 12 setembro 2023 07:56

Custo de vida cai pelo quinto mês consecutivo

Em Agosto do ano passado, a subida geral de preços (inflação) situou-se em 12%, mas um ano depois caiu para 4.93%, facto que diminuiu consideravelmente o elevado custo de vida no país. O Banco de Moçambique resume que a redução da inflação anual, que começou em Abril passado, continua a ser explicada, fundamentalmente, pelo comportamento favorável dos preços dos produtos alimentares e pela estabilidade dos preços dos combustíveis em relação aos aumentos consideráveis em igual período do ano anterior.

 

Já o Instituto Nacional de Estatística (INE) explica que dados recolhidos em Agosto último, nas Cidades de Maputo, Beira, Nampula, Quelimane, Tete, Chimoio, Xai-Xai e Província de Inhambane, quando comparados com os do mês anterior, indicam que o País registou uma deflação na ordem de 0,12%. A divisão de alimentação e bebidas não alcoólicas foi de maior destaque, ao contribuir no total da variação mensal com cerca de 0,17 pontos percentuais (pp) negativos.

 

Analisando a variação mensal por produto, o INE destacou a queda dos preços do tomate (8,3%), da alface (12,2%), do peixe fresco (1,0%), do gasóleo (2,8%), do óleo alimentar (1,6%), do feijão manteiga (2,1%) e do repolho (4,1%). Estes contribuíram no total da variação mensal com cerca de 0,59pp negativos.

 

“No entanto, alguns produtos com destaque para o peixe seco (5,8%), milho em grão (8,4%), o arroz em grão (1,5%), a gasolina (0,7%), o coco (3,4%), as refeições completas em restaurantes (0,5%) e os bolos com creme ou secos (11,4%) contrariaram a tendência de queda de preços, ao contribuírem com cerca de 0,43pp positivos no total da variação mensal”, detalha o INE em comunicado.

 

A Autoridade Estatística refere que, de Janeiro a Agosto do ano em curso, o país registou um aumento de preços na ordem de 2,10%, influenciado pelas divisões de alimentação e bebidas não alcoólicas, de restaurantes, hotéis, cafés e similares e de transportes, que tiveram maior aumento de preços ao contribuírem com 0,52pp, 0,40pp e 0,35 pp positivos, respectivamente.

 

“Os dados do mês em análise, quando comparados com os de igual período de 2022, indicam que o país registou um aumento de preços na ordem de 4,93%. As divisões de Bens e Serviços diversos e de Educação foram as que tiveram maior aumento de preços ao variarem com 17,34% e 14,12%, respectivamente”, refere a nota do INE. 

 

Analisando a variação mensal pelos centros de recolha, que serviram de referência para a variação de preços do País, o INE notou que, em Agosto findo, houve inflação nas Cidades de Quelimane (0,59%), de Nampula (0,32%) e de Tete (0,30%) e houve deflação nas Cidades de Xai-Xai (0,10%), de Maputo (0,22%), de Chimoio (0,23%), da Beira (0,70%) e na Província de Inhambane (1,13%). (Carta)

São dados avançados nesta segunda-feira (11), pela Presidente do Centro de Mediação e Arbitragem Laboral (COMAL), Olga Manjate, no âmbito das celebrações dos 14 anos de criação desta entidade. Segundo Manjate, desde a criação da COMAL em 2009, foram recebidos até hoje 103.077 casos de conflitos laborais, sendo que foram alcançados 76.989 acordos, o que corresponde a 82 por cento.

 

Olga Manjate observou que só no primeiro semestre deste ano deram entrada 4070 processos de conflitos laborais e 87 por cento foram resolvidos e, destes, 1288 são do sector da segurança privada na capital do país.

 

A Presidente da COMAL revelou que a mediação de conflitos durante os 14 anos de sua existência resultou em indemnizações e pagamentos de salários atrasados em cerca de 914 milhões de Mts. O sector da segurança privada paga quase sempre salários abaixo de mínimo, para além do excesso de carga horária e funcionamento de forma ilegal.

 

Para além da segurança privada, outros sectores problemáticos são da construção civil e o trabalho doméstico. Ainda no primeiro semestre deste ano foram registadas perto de 20 greves, sendo que grande parte são do sector da segurança privada e culminaram com acordos entre as partes. No entanto, algumas greves foram realizadas de forma esporádica.

 

Manjate disse ainda que, desde o mês de Agosto, a COMAL iniciou a arbitragem laboral que é outro mecanismo extrajudicial de resolução de problemas laborais. Neste momento, o processo decorre na cidade e província de Maputo e em Sofala. Desde a sua criação, a COMAL opera em 68 distritos dos 154 existentes no país e está presente em quase todas as províncias. (Marta Afonso)

A Ministra da Terra e Ambiente, Ivete Maibaze, defendeu que, apesar de ser menos poluente e altamente vulnerável aos efeitos nefastos das mudanças climáticas, com impactos que representam um obstáculo significativo aos esforços e ambições de desenvolvimento, Moçambique não se coloca apenas numa posição de vítima, mas sim como parte integrante da solução.

 

A dirigente defendeu a posição explicando que o país tem um potencial hidroeléctrico único, recursos solares abundantes e reservas significativas do gás natural. Estes recursos, segundo Maibaze, quando aproveitados de forma eficaz, podem, não só reduzir os impactos ambientais relacionados aos gases do efeito estufa, mas também aproximar as nações das ambições de sustentabilidade e de desenvolvimento.

 

A governante moçambicana falava no passado dia 06, numa Mesa Redonda sobre a Transição Energética de Moçambique organizada à margem da Cimeira do Clima em África, que decorreu em Nairobi, Quénia. O evento trouxe ao debate a necessidade de envolver os países menos poluentes, que muito pouco fazem parte das discussões sobre a transição energética global.

 

Citando o relatório da Aliança Global de Energia para as Pessoas e o Planeta, Maibaze disse que se os cerca de 80 países pouco desenvolvidos, em termos de energias limpas, forem deixados fora deste processo, a sua contribuição anual para as emissões globais poderá crescer nos próximos anos.

 

“A transição energética não é apenas uma questão de descarbonizar os sistemas energéticos existentes, mas também de construir os sistemas energéticos do futuro”, realçou.

 

Para manter a meta de 1,5 graus de aquecimento, serão necessários esforços adicionais para acelerar e intensificar as transições em todos os segmentos da economia e em todas as partes do mundo.

 

“Esta é uma tarefa difícil que exigirá novas formas de coordenação, cooperação, parcerias e financiamento”, afirmou.

 

Por sua vez, a Directora Nacional de Energias, no Ministério dos Recursos Minerais e Energia, Marcelina Mataveia, explicou, na sua apresentação, que o país tem potencial enorme do gás natural, um combustível que foi eleito como o de transição energética e que a sua demanda vai continuar a crescer nos próximos anos.

 

“Nós partilhamos, neste evento, os trabalhos que estão em curso no âmbito da elaboração da Estratégia de Transição Energética, onde já estabelecemos um grupo de trabalho multissectorial em que participam sectores-chave como o de recursos minerais e energia, transportes e comunicações, ambiente, agricultura e da economia e finanças”, explicou.

 

A Estratégia de Transição Energética deverá ser concluída até Outubro próximo e perspectiva-se o seu lançamento durante a Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a ter lugar de 24 de Novembro a 12 de Dezembro no Dubai, Emirados Árabes Unidos. (AIM)

O país tem sido assolado ciclicamente por desastres naturais, principalmente ciclones e inundações, fenómenos que em casos extremos afectam a rede de telecomunicações nas zonas atingidas. A população afectada fica sem poder se comunicar e, por consequência, as campanhas de ajuda fracassam. Para minimizar o impacto dos desastres naturais, o Instituto Nacional de Telecomunicações (INCM) pretende instalar infra-estruturas de comunicação resilientes a desastres naturais.

 

“Temos o desafio de a curto prazo assegurar a instalação de infra-estrutura de comunicações com capacidade de resistência aos eventos extremos. Entendemos que o acesso às comunicações é vital na gestão dos desastres naturais, e na qualidade e eficácia da preparação e respostas aos riscos associados aos eventos extremos. Como tal, é importante que sectores críticos no governo estejam municiados de comunicações de emergência”, afirmou o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do INCM, Tuaha Mote.

 

Mote fez esta declaração numa mensagem alusiva aos 31 anos do INCM. O pronunciamento acontece também numa altura em que a época chuvosa e ciclónica (de Outubro de 2023 a Março 2024) se aproxima e a Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos já calculou que cerca de 800 mil pessoas poderão ser afectadas.

 

Na mensagem, o gestor diz ainda que, 31 anos depois, o INCM quer ver a expansão do acesso à internet de banda larga a alcançar maior número de populações para permitir uma melhor resposta à inclusão digital, apesar de estar a criar, com sucesso, incentivos apropriados que permitiram a implantação de redes de acesso à internet de alta velocidade, seja através de DSL (Digital Subscriber Line), fibra óptica, ou através de redes sem fio (Wi-Fi, 4G, 5G), e satélites.

 

Nesse âmbito, Mote diz que é dever da instituição que dirige assegurar a adopção de medidas regulatórias que garantam incentivos para introdução de tecnologias adequadas para que o fundamento da inclusão digital faça maior sentido.

 

“Estamos comprometidos com a inovação tecnológica, para impulsionar o crescimento económico, promover a inclusão digital e contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações. Por isso, consideramos fundamental que a regulação acompanhe o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas, criando um ambiente que encoraje a inovação, o investimento e o respeito e protecção pelos direitos dos consumidores. Neste sentido, também a nosso nível estamos caminhando para abraçar sem reservas a transformação digital”, lê-se na mensagem do PCA do INCM.

 

Mote assegura que, ao longo dos 31 anos, o INCM vem consolidando o seu papel na regulação do sector das comunicações. Afirma ainda que a instituição que dirige tem conseguido criar um ambiente de estabilidade e previsibilidade regulatórias necessárias para os “players” operarem. Lembra na mensagem que o INCM tem objectivo claro: regular para incentivar a competitividade do mercado, promover a transparência e impulsionar o crescimento sustentável do sector. Tem sido um caminho longo, com desafios, mas muito gratificante. (Carta)

O Presidente Filipe Nyusi justificou a agressão ao jornalista desportivo Alfredo Júnior, por sua guarda no passado domingo, com a emoção que se apoderou dos moçambicanos após a qualificação dos Mambas, a seleção nacional de futebol, para o CAN de 2024 (Campeonato Africano das Nações) que terá lugar na Costa do Marfim.


Essa justificação é inaceitável. A alegação de Nyusi é completamente descabida.


Ele quis dizer, por outras palavras, que a reação imediata da sua guarda presidencial quando acometida por uma emoção, e no caso vertente uma emoção vitoriosa, é partir para a violência barata.
Nyusi não criticou o excesso de zelo da sua guarda contra um jornalista conhecido. Alfredo Júnior, que já foi “pivot” em vários programas desportivos nos canais por onde passou e hoje lidera o jornal digital “Lance.mz”.


O mínimo que o PR devia fazer era pedir desculpa ao jornalista e à comunicação social de Moçambique.


Não faz sentido vir de quando em vez, quando se comemora o dia do jornalista moçambicano, enaltecer a classe e, ao mesmo tempo, manter intacta esta nódoa repressiva contra essa mesma classe na costura final do seu mandato. É completamente aberrante! (Carta)

Continua longo e desafiante o caminho para a democratização da República de Moçambique e, sobretudo, para a actualização dos agentes da segurança do Presidente da República sobre o impacto das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no sector da comunicação social.

 

No último sábado, quando o país comemorava a qualificação da selecção nacional de futebol para a fase final do Campeonato Africano das Nações (CAN), a realizar-se próximo ano na Costa do Marfim, o jornalista desportivo Alfredo Júnior, do jornal online LanceMZ, foi vítima de agressão física, protagonizada por agentes da segurança do Chefe de Estado, alegadamente pelo facto de o mesmo ter usado telemóvel para registar a reacção de Filipe Nyusi à façanha conseguida pelos “Mambas”.

 

Os factos ocorreram na Zona Mista do Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ), uma área reservada aos jornalistas para entrevistas rápidas aos jogadores, depois do jogo. Da agressão, resultaram danos morais e materiais (telemóvel profissional, estabilizador da câmara e auscultadores).

 

Uma reportagem exibida pela Media Mais TV ilustra que, momentos após o sucedido, o Chefe de Estado pediu desculpas ao jornalista Alfredo Júnior, alegando que a agressão resultava do calor das emoções, devido à qualificação da selecção nacional de futebol ao CAN-2024.

 

“Primeiro, pedimos desculpas pelos empurrões verificados. Este é o sinal de um país que está há muitos anos sem alcançar uma conquista destas. As emoções são enormes e devem ser compreendidas”, defendeu Filipe Nyusi, para depois exigir um sorriso da vítima, pois, nas suas palavras, o seu semblante carregado poderia motivar novas agressões da sua segurança.

 

Ontem, a Associação Moçambicana da Imprensa Desportiva (AMID) reagiu à ocorrência. Em comunicado de imprensa, a AMID repudia a atitude tomada pelos agentes de segurança do Chefe de Estado, considerando-a “brutal” e “desproporcional”.

 

De acordo com a agremiação, proibir os jornalistas de usarem telemóveis para realizar coberturas jornalistas “revela o desconhecimento do novo ambiente profissional”, em que “o telemóvel é uma ferramenta versátil e essencial no arsenal de um jornalista moderno, permitindo-lhe aceder a informações, comunicar-se efectivamente, colectar conteúdo multimédia, resultando numa cobertura mais ágil e precisa dos acontecimentos”.

 

A AMID apela ainda ao Ministro na Presidência para Assuntos da Casa Civil e a Secretaria de Estado do Desporto, no sentido de responsabilizarem os seguranças especificamente visados, de modo a dissuadir a recorrência de actos similares. Exorta ainda a todos os actores desportivos, clubes, federações e Secretaria de Estado do Desporto a respeitarem o trabalho dos jornalistas, provendo informação e salvaguardando o direito à informação.

 

“O desporto, em particular o futebol, move-se por valores e nunca será espaço para semear desavenças sociais, antes pelo contrário, para reforçar o sentimento de cidadania e de pertença, especialmente, à sociedade moçambicana”, sentenceia a agremiação.

 

Quem também se juntou aos jornalistas desportivos é o MISA-Moçambique que, em comunicado de imprensa, repudiou a atitude da segurança do Chefe de Estado. “Para o MISA, o argumento usado pelos seguranças do Chefe do Estado para agredir e impedir o jornalista de realizar o seu trabalho [proibição do recurso ao telemóvel para a captação de imagens] é infundado. Nos dias que correm, de alto progresso técnico e tecnológico, o telemóvel deixou de ser um mero instrumento de comunicação interpessoal, sendo uma ferramenta de alto-relevo na produção mediática”, defende a organização.

 

“Havendo receios de insegurança decorrentes do uso de qualquer dispositivo jornalístico, entende o MISA, os agentes de segurança presidencial têm a obrigação de não molestar o seu detentor, mas de inspeccionar o equipamento, como tem sido prática em vários eventos estatais e até privados em Moçambique e no mundo”, afirma o MISA, sublinhando que o equipamento quebrado é o mesmo que foi usado pelo jornalista Alfredo Júnior na cobertura do encontro entre os Presidentes de Moçambique e do Ruanda, com a selecção sénior feminina de basquetebol, em Kigali, Ruanda.

 

“Mais do que o acto em si, surpreende ao MISA a aparente banalização, pelo Chefe de Estado, da acção dos seus agentes, ao ponto de associar a agressão à mera consequência do frenesim da conquista da selecção nacional de futebol. As declarações do Presidente da República sobre o incidente podem estimular e normalizar comportamentos desviantes dos cidadãos até mesmo em ambientes festivos como foi o caso do Zimpeto”, considera aquela organização regional, que exige medidas correctivas contra os agentes envolvidos.

 

Refira-se que desde a chegada de Filipe Jacinto Nyusi à Presidência da República, em 2015, a Casa Militar (guarda presidencial) tem proibido jornalistas moçambicanos de recorrer aos telemóveis para realizar as suas actividades, porém, sem aplicar a mesma regra aos jornalistas estrangeiros que escalam a Ponta Vermelha. (Carta)

Mais de 30 Painelistas Internacionais e Nacionais Confirmados para o Evento Inaugural

 

Tudo a postos para a primeira edição da Conferência BFSI Mozambique, um evento que se destaca no sector financeiro. Com mais de 30 painelistas de renome internacionais e nacionais confirmados, representando diversos segmentos da industria BFSI, esta conferência promete proporcionar insights valiosos e oportunidades de networking excepcionais para uma audiência de especialidade.

 

No contexto do cenário financeiro moçambicano, esta conferência foi projetada para promover a aprendizagem estratégica, facilitar a troca de ideias e oferecer oportunidades de networking valiosas para um segmento que compreende que a adaptação tecnológica é essencial no ambiente de negócios dinâmico de hoje, onde a transformação digital está a tornar-se um pilar central estratégico.

 

www.bfsi.co.mz

 

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segunda-feira, 11 setembro 2023 09:05

Tintas CIN agradecem a Moçambique

´Obrigado. Há 50 anos que pintamos juntos o futuro de Moçambique´. É este o lema da campanha que a Tintas CIN acaba de lançar para assinalar meio século de história em Moçambique.

 

Nesses anos de actividade no país, a Tintas CIN Moçambique consolidou-se como uma referência no mercado, com 11 lojas e uma fábrica na Machava. Durante esse tempo, não apenas forneceu tintas de qualidade para projectos por todo o país, mas também participou activamente na construção da nação, contribuindo para a sua transformação e crescimento.

 

Em 2017, a empresa conquistou a Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001) e do Sistema de Gestão do Ambiente (ISO 14001), tornando-se a primeira do sector em Moçambique a alcançar essa dupla distinção. Este compromisso com a qualidade e o ambiente é uma demonstração do profundo respeito que a Tintas CIN tem por Moçambique e pelos moçambicanos.

 

A história da Tintas CIN em Moçambique vai além do seu compromisso com a qualidade e a inovação. A empresa tem desempenhado um papel activo na promoção das artes e da cultura local. Através de várias iniciativas, a Tintas CIN tem colaborado com artistas locais, pintando murais em diversos pontos do país, contribuindo assim para a expressão artística e cultural de Moçambique.

 

José Pereira, director geral das Tintas CIN em Moçambique, expressou a gratidão da empresa em relação ao país referindo que "há 50 anos que a marca pinta, juntamente com os moçambicanos, o futuro de Moçambique”. “Esta campanha é o nosso gesto de agradecimento ao país por nos ter aberto as portas, confiado em nós e nos ter permitido fazer parte da transformação de Moçambique. Estamos profundamente comprometidos com este país e com o seu futuro, e continuaremos a investir e a contribuir para o seu desenvolvimento", disse o mesmo responsável.

 

A campanha "OBRIGADO" está actualmente em exibição nos pontos de venda e nas redes sociais da Tintas CIN, destacando o papel fundamental que a empresa desempenhou na história de Moçambique e reforçando o seu compromisso contínuo com o país.

 

Ainda no âmbito das celebrações do Jubileu, a empresa está a criar um catálogo exclusivo de cores de Moçambique, uma assinatura única que celebra a diversidade cultural do país.(Carta)

segunda-feira, 11 setembro 2023 03:41

Manuel De Araújo denuncia tentativa de assassinato

Duas semanas depois de Paulo Vahanle, Edil de Nampula, ter denunciado uma tentativa frustrada de o assassinarem, agora é a vez do Presidente do Município de Quelimane, Manuel De Araújo, denunciar a frustração de uma tentativa de assassinato, também alegadamente protagonizada por agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM).

 

A denúncia foi feita pelo próprio Edil de Quelimane, na sua página do facebook e acusou a Polícia de ter atentado contra a sua vida, numa operação, supostamente denominada “Zebra”. “Carta” contactou, por várias vezes, Manuel De Araújo para obter detalhes em torno do assunto, mas este não atendeu as chamadas e nem respondeu às mensagens.

 

Num comício popular realizado nos arredores da capital provincial da Zambézia, Manuel De Araújo apresentou dois indivíduos, que supostamente tentaram assassina-lo. Tal como foi reportado em Nampula, o Ajudante de Campo (ADC) de Manuel De Araújo confirmou que os dois indivíduos eram seus colegas, mas que também ficou surpreso em vê-los, pois, não tinha qualquer informação.

 

Numa mensagem publicada no facebook, De Araújo disse ainda que, depois de falhar a tentativa do seu assassinato, agentes do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE) cercaram a casa do Chefe das Operações da Polícia Municipal de Quelimane.

 

“Depois do falhanço da operação ‘Zebra’, que visava assassinar o Edil da Cidade de Quelimane e Cabeça-de-Lista do Partido Renamo, operativos do SISE cercaram casa do Chefe de Operações da Polícia Municipal da Cidade de Quelimane!”, disse.

 

“Carta” contactou o porta-voz da PRM na Zambézia, Sidner Lonzo, para ouvir a versão da corporação, mas prometeu reagir à denúncia de Manuel De Araújo esta segunda-feira.

 

Refira-se que esta não é a primeira vez que De Araújo denuncia tentativa de silencia-lo. Em Fevereiro de 2020, o Edil de Quelimane acusou a Polícia de ter tentado assassina-lo, depois de esta ter disparado balas reais que atingiram os pneus da sua viatura protocolar, quando os agentes da “lei e ordem” tentavam impedir a marcha dos membros da Renamo, naquele ponto do país. Na altura, a Polícia negou ter disparado balas reais.

 

Já em Setembro de 2018, durante a campanha eleitoral para as V Eleições Autárquicas, a Renamo denunciou outra tentativa de assassinato de Manuel de Araújo. Na altura, a Renamo disse ter identificado um agente da Polícia infiltrado na sua caravana para atentar contra a segurança do Edil de Quelimane. A Polícia nunca chegou a reagir a esta denúncia.

 

Manuel De Araújo é o segundo Edil da Renamo a denunciar, publicamente, uma suposta tentativa de assassinato, depois da denúncia feita por Paulo Vahanle, que supostamente foi vítima de uma tentativa de assassinato no dia passado dia 23 de Agosto, durante as comemorações do Dia da Cidade de Nampula. (Carta)

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