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Redacção

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A investigação do Centro de Integridade Pública (CIP) e do Mídia Lab revela que o saque ao principal Projecto agrícola do Governo de Filipe Nyusi, o SUSTENTA, não se limitou apenas à sonegação de impostos, mas também a pagamentos indevidos, sobretudo a instituições não elegíveis à luz do Projecto.

 

De acordo com o relatório publicado esta segunda-feira, o acordo de financiamento celebrado entre o Banco Mundial e a República de Moçambique, no âmbito da implementação do Projecto, previa que os pagamentos aos intervenientes deviam ser feitos via Banco de Moçambique. Mas esta cláusula foi violada, tendo sido envolvidos bancos comerciais. Aliás, os pagamentos foram extensivos aos restaurantes e casas de hospedagem.

 

O relatório revela que o Banco Nacional de Investimento (BNI) beneficiou-se, em 2019, de cerca de 94.9 milhões de Meticais, alegadamente destinados ao financiamento de Planos de Negócios dos Pequenos Agricultores Comerciais Emergentes (PACE). Porém, o Plano nunca foi executado e os beneficiários receberam o dinheiro, através do Banco de Moçambique e não do BNI.

 

Já em 2020, o Moza Banco substituiu o BNI na qualidade de banco responsável pela transferência dos desembolsos aos PACE, tendo recebido um valor de 1.1 mil milhões de Meticais. Igualmente, recebeu cerca de 9 milhões de Meticais do Orçamento do Estado para a gestão da Linha de Crédito, “contrariando o memorando que estabelecia, para o efeito, o recurso aos valores dos reembolsos dos créditos dos PACE”.

 

Por sua vez, o Millennium BIM, um dos maiores bancos comerciais do país, encaixou mais de 11.9 milhões de Meticais, de acordo com o relatório. O documento refere que uma conta do Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS) domiciliada naquele banco comercial recebeu reembolsos dos PACE, mas que não foram reencaminhados ao Tesouro Público.

 

Para além dos bancos comerciais, empresas de turismo, nomeadamente, restaurantes, lodges, bares, hotéis e guest houses, encaixaram mais de 10 milhões de Meticais, contrariando, mais uma vez, o estipulado no Acordo de Financiamento. “A aplicação dos valores do projecto a objectos não elegíveis consubstancia numa ilegalidade, pelo que é necessária a responsabilização”, defendem os investigadores. (Carta)

 

Uma investigação do Centro de Integridade Pública (CIP) e do Mídia Lab, duas organizações não-governamentais que trabalham para a boa governação e transparência na gestão do erário, revela um saque milionário no principal Projecto agrícola do Governo de Filipe Nyusi, o SUSTENTA.

 

De acordo com o relatório publicado esta segunda-feira, o Projecto SUSTENTA, lançado em 2020, está cercado de transgressões financeiras que contradizem a narrativa de sucesso propalada pelo Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Celso Ismael Correia, pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, e por toda a máquina propagandística do partido Frelimo.

 

Uma das transgressões relatadas pelo Centro de Integridade Pública é a sonegação de impostos, no valor de cerca de 17 milhões de Meticais, por parte dos cerca de 30 consultores contratados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Sustentável (FNDS) em 2021, no âmbito do Projecto.

 

Segundo a investigação, o desvio foi possível por meio da declaração de impostos, num valor abaixo do montante exigido por Lei para o tipo de serviços prestados pelos referidos consultores. Revela que, nas suas declarações, os cerca de 30 consultores alegaram que os seus honorários eram provenientes de actividades de pequeno porte, cujo facturamento anual era igual ou inferior a 2.5 milhões de Meticais, um volume de negócio sujeito a uma taxa de 3% de Imposto sobre Pequenos Contribuintes (ISPC).

 

“No entanto, documentos consultados pela equipa de investigação mostram que os honorários pagos aos consultores variam de 2.7 a 5.8 milhões de Meticais anuais, acima do máximo estabelecido pela Lei do ISPC. Isso significa que os consultores deveriam ter pago o IRPS (Imposto de Rendimento de Pessoas Singulares), correspondente a 20% do seu rendimento anual”, desvenda a pesquisa.

 

Dos cerca de 30 consultores, a investigação revela a identidade de pelo menos 11, destacando-se os nomes de Isménio Chitata e Adamo Yossuf. Isménio Chitata foi contratado para a posição de Chefe Operacional do SUSTENTA, tendo recebido, em 2021, 5.8 milhões de Meticais, porém, pagou 176 mil Meticais de impostos, ao invés de pagar 1.1 milhão de Meticais, estabelecido por Lei.

 

Por sua vez, Adamo Yossuf, consultor contratado para a posição de Especialista de Comunicação, chegou a facturar 4.7 milhões de Meticais em honorários no mesmo período, mas pagou ao fisco 141 mil Meticais, no lugar de desembolsar 942 mil Meticais.

 

À semelhança de Adam Yossuf, Remígio Timbrine, quadro do Ministério da Terra e Ambiente, sonegou 801 mil Meticais em impostos, depois de encaixar, em 2021, honorários avaliados em 72 mil USD, na qualidade de Especialista de Terras. Tânia Paco, Gestora de Projectos no FNDS, também sonegou 801 mil Meticais em impostos, na qualidade de Especialista de Salvaguardas Ambientais para o Projecto SUSTENTA.

 

Já Dânia Falcão, também do FNDS, sonegou 734 mil Meticais em impostos, depois de receber, como Gestora da Match Grants Unity (MGU), honorários anuais de 66 mil USD. Zalijate Mussa, funcionária da SGS, deve ao Estado 667 mil Meticais em impostos, na qualidade de Especialista de Procurement, do Projecto SUSTENTA.

 

Tânia Matsinhe, Gestora Financeira, escondeu 667 mil Meticais em impostos ao Estado, depois de auferir 60 mil USD em honorários, dos quais devia ter descontado 785 mil Meticais. Dalfino Hoster Guila, Assessor de Celso Correia, sonegou 614 mil Meticais em impostos, quando prestava serviços de Assessor MGU, em que recebeu 55 mil USD em 2021.

 

Josefa Sing Sang roubou ao Estado 667 mil Meticais, na qualidade de Coordenadora Provincial da Unidade de Implementação do SUSTENTA. Naquela posição, a consultora recebeu 60 mil USD e pagou apenas 117 mil Meticais de impostos. A investigação revela que Sing Sang foi contratada num processo polémico, pois, não preenchia os requisitos definidos pelo Banco Mundial para ocupar aquela posição.

 

Quem também sonegou impostos é Simões Benvindo Cuinica, engenheiro ambiental, que deve 460 mil Meticais ao Estado, na qualidade de Assistente de Salvaguardas Ambientais. Abel Adriano Joia, Assistente de Florestas e Recursos Naturais no FNDS, também sonegou 467 mil Meticais em impostos, quando foi contratado como consultor no âmbito do SUSTENTA.

 

“A sonegação de impostos é um dos vários problemas identificados nas demonstrações financeiras do programa SUSTENTA, segundo revelam documentos consultados pelo CIP. Mesmo nos casos em que houve declaração de impostos pelos consultores, muitos destes não chegaram a ser canalizados aos cofres do Estado. Pelo menos cerca de 3 milhões de Meticais, descontados de honorários dos consultores pelo FNDS, não foram canalizados à recebedoria da Fazenda em 2021, conforme constatou o Tribunal Administrativo”, defende o relatório, sublinhando que o Ministério Público, na qualidade de titular da acção penal, ainda não moveu qualquer processo-crime contra os referidos consultores. (Carta)

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) registou o retorno de 420 mil pessoas deslocadas internamente às suas áreas de origem em Moçambique nos últimos meses.

 

No seu relatório mensal sobre a situação, o ACNUR afirma que quase 900 mil pessoas permanecem deslocadas internamente devido à violência terrorista de orientação islâmica e ao “impacto devastador da crise climática”.

 

Sobre a crise climática, a fonte destaca que Moçambique “é um dos países mais afectados do mundo e que a dupla passagem do ciclone tropical Freddy, em Fevereiro e Março de 2023, um ano após um dos mais devastadores ciclones tropicais, Gombe, teve mais de um milhão de pessoas afectadas, para além da destruição de várias infra-estruturas e deslocação de 184 mil pessoas”.

 

Fora isso, segundo o ACNUR, Moçambique acolhe, também, 30 mil refugiados e requerentes de asilo. A agência da ONU tem trabalhado com parceiros, incluindo o governo moçambicano, para prestar serviços e assistência a refugiados, requerentes de asilo, pessoas deslocadas internamente, retornados e comunidades anfitriãs.

 

No entanto, até 20 de Julho deste ano, só tinha recebido 19,3 milhões de dólares americanos do seu orçamento anual para Moçambique de 47,5 milhões programados. Em termos de necessidades, a área mais afectada é a província nortenha de Cabo Delgado, assolada pelo terrorismo desde 2017.

 

O ACNUR nota que 834.304 pessoas ainda estão deslocadas internamente no norte de Moçambique. Estima que 65 por cento delas vivem em comunidades anfitriãs e o restante em centros de reassentamento. Há também necessidade de apoio a comunidades anfitriãs para que não tenham que suportar o fardo dos deslocados, familiares ou não.

 

O ACNUR agradece o apoio de todos os parceiros de Moçambique, incluindo das Forças de Defesa e Segurança e forças armadas amigas. (AIM)

A Autoridade Reguladora das Comunicações de Moçambique (INCM) adiou para o início de 2024 a implementação de novas regras de registo de cartões SIM (ou SIM Card) para todos os 15 milhões de subscritores dos serviços de telecomunicações em Moçambique. Inicialmente, o processo deveria arrancar no segundo semestre deste ano.

 

Falando a jornalistas, o Director da Unidade de Controlo do Tráfego das Telecomunicações, Adilson Gomes, explicou que a decisão visa evitar que o processo coincida com a campanha eleitoral e com as eleições municipais agendadas para 11 de Outubro próximo, bem como com a época festiva do fim do ano.

 

“Acreditamos que a mudança para o novo sistema de registo vai acontecer nos próximos seis meses, contados a partir de Setembro de 2023. Pretendemos também que esse processo não interfira nos processos políticos que vão acontecer. Vamos deixar que o processo eleitoral passe, incluindo a quadra festiva, para não pressionar os cidadãos. Assim, vamos ouvir mais sobre o processo nos primeiros meses do próximo ano”, afirmou Gomes.

 

As regras são suportadas pelo Decreto 12/2023 de 11 de Abril, que aprova o Regulamento sobre Registo dos Serviços de Telecomunicações. O Regulamento estabelece normas ao processo de registo dos subscritores dos serviços de telecomunicações a serem observadas pelos operadores destes serviços, seus agentes distribuidores e/ou revendedores, entidades públicas, privadas, pessoas singulares detentoras e utilizadoras de dispositivos de comunicações, com base nos serviços de telecomunicações.

 

Uma das novas regras é que, na hora do registo, o subscritor passa a facultar dados biométricos (impressões digitais e reconhecimento facial), para além de documentos de identificação válidos (como bilhete de identidade, carta de condução, passaporte etc.). O novo regulamento impõe ainda o registo dos dispositivos de comunicação (telemóveis), bem como os agentes distribuidores e/ou revendedores.

 

O INCM defende que o uso da biometria visa permitir a fácil identificação dos autores de crimes no sector, que nos dias que correm, por falta dessa informação, dificilmente são reconhecidos.  Com o novo regulamento, o subscritor passa a ter um Número Único de Telecomunicações (NUTEL), a ser gerado pelo INCM para a identificação única do subscritor em todo o ecossistema das comunicações, independentemente do operador.

 

Ainda no quadro do novo dispositivo legal, o INCM passa a dispor de duas bases de dados, uma contendo todas as informações de identificação dos subscritores, dos agentes distribuidores e/ ou revendedores, dos cartões SIM e informações sobre os dispositivos de comunicação em toda a rede de telecomunicações instalada em Moçambique. Outra base de dados, designada Central de Risco (ou lista negra), visa armazenar informações fraudulentas ou suspeitas de fraudes dos já referidos sujeitos e ainda todos os dados dos casos de bloqueio e/ou impedimentos de uso das redes de telecomunicações.

 

O Decreto que aprova o Regulamento em questão prevê também sanções aos subscritores bem como aos operadores de telecomunicações em Moçambique. Os subscritores que não cumprirem com as novas regras de registo de cartão SIM poderão, entre outras penalizações, ser suspeitos de práticas de actos fraudulentos na Central de Risco, até que seja esclarecido o seu envolvimento efectivo, ficando impedido de ter serviços activados em qualquer operador.

 

Aos operadores que infringirem as normas serão aplicadas sanções ou multas que variam de 500 a 3000 salários mínimos. Aos agentes, será aplicada uma sanção ou multa que varia entre 10 a 20 salários mínimos. (Evaristo Chilingue)

A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos de Moçambique (APSUM) diz que a nova equipa negocial do Governo, encabeçada pelo Primeiro-ministro, Adriano Maleiane, está a resolver todas as inquietações da classe. Em conversa com a “Carta”, nesta terça-feira (05), o Presidente da APSUM, Anselmo Muchave, garantiu que estas negociações estão a trazer resultados.

 

“Em vez de ouvir as nossas inquietações e fazer promessas, a nova equipa negocial está a mostrar-nos resultados palpáveis e satisfatórios, mas isso não significa que a nossa luta pára por aqui”, frisou Muchave.

 

Os profissionais de saúde suspenderam a greve até ao dia 05 de Novembro para dar lugar às negociações com a nova equipa do Governo.

 

“Neste momento, a nova equipa negocial está a discutir o processo dos salários, inclusive nesta quarta-feira (05) teremos um encontro com o Governo para fecharmos o assunto. E estamos no compasso de espera para que o Governo possa concretizar todas as promessas a 100 por cento. Mas em caso de incumprimento das mesmas, a ASPUM garante que os acordos podem ser quebrados”, disse Muchave.

 

Entretanto, os profissionais de saúde dizem que as negociações com o Ministério da Saúde não correram bem por falta de seriedade daquela entidade porque tudo o que era discutido não era levado a quem é de direito, neste caso, aos ministérios da Economia e Finanças, da Administração Estatal e Função Pública e ao CEDCIF. ″Apenas arquivavam″.

 

“Tudo o que nós queremos é que dentro deste diálogo que estamos a ter diariamente, cheguemos a um consenso e possamos assinar acordos concretos”.

 

Em relação ao provimento dos equipamentos e medicamentos às unidades sanitárias, ficou acordado que será regularizado depois da inspecção que será realizada em todos os hospitais e armazéns de medicamentos para aferir o grau de necessidade. (Marta Afonso)

A Federação dos Empreiteiros de Moçambique acusa o executivo de favorecer as construtoras chinesas na adjudicação de obras públicas. A federação manifestou, também, preocupação com a dívida do Estado para com o empresariado, sobretudo com as pequenas e médias empresas.

 

O presidente da Federação Moçambicana de Empreiteiros, Bento Machaila, denunciou um “cartel na área de construção”: “Os chineses estão a criar um cartel na área de construção, criam empresas cujos donos são os mesmos, formam preços (dez empresas têm preços quase iguais e isso é para influenciar na avaliação). Se a obra não fica com A fica com B. Se não é com B, fica com C. Estamos a acompanhar e o Estado não está a ver isso. Está-se a dar obras a empresas chinesas e muitas delas não têm alvará”, declarou Bento Machaila.

 

“Como federação, achamos que o Estado deve abandonar isso porque se está a fazer um uso abusivo do ajuste directo com argumentos que não são válidos. O que está a acontecer é que os ajustes directos estão a beneficiar uma camada muito ínfima de empreiteiros”, acrescentou.

 

A Federação Moçambicana de Empreiteiros manifestou, ainda, preocupação com a dívida do Estado para com o empresariado, sobretudo com as pequenas e médias empresas. (RFI)

A principal petrolífera francesa TotalEnergies deverá pôr fim ao suspense numa questão de semanas. A retoma dos trabalhos na sua unidade de liquefacção de gás é agora esperada em breve pelos seus numerosos empreiteiros e pelo governo moçambicano. Em 16 de Agosto, o Ministro dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique, Carlos Zacarias, instou publicamente a TotalEnergies a suspender a declaração de força maior que interrompeu a construção da planta de liquefacção de GNL de Moçambique, com capacidade de produção anual de 12,9 milhões de toneladas, na província de Cabo Delgado, no norte do país.

 

Há uma série de questões em jogo. O país precisa urgentemente de moeda estrangeira, enquanto, com a aproximação das eleições presidenciais de Outubro de 2024, o Presidente Filipe Nyusi procura marcar a história do país, deixando para trás um legado industrial consequente. Nyusi não pode concorrer às eleições porque já está no poder há 10 anos e completou dois mandatos como presidente.

 

Discussões internas

 

A TotalEnergies, que controla o projecto LNG Mozambique através de uma participação de 26,5%, pretende actualmente revogar a sua declaração de força maior no último trimestre deste ano. Uma reunião para discutir o estado do projecto ocorreu na sede do grupo, na França, no fim de Agosto. Estiveram presentes nomeadamente o CEO Patrick Pouyanne e Maxime Rabilloud, chefe da subsidiária do grupo em Maputo.

 

O aumento no custo do projecto é uma grande fonte de preocupação para o grupo e está no centro das conversas que ocorrem entre ele e seu principal subcontratado CCS, uma joint venture formada pelo empreiteiro italiano Saipem, pelo grupo norte-americano McDermott e pela Chiyoda do Japão.

 

Vários executivos da TotalEnergies foram enviados para conversar com membros da joint venture para tentar encontrar formas de reduzir custos. O gerente de compras do LNG Mozambique, Lei von Habsburg-Lothringen, foi enviado a Milão há algumas semanas para um estágio de um ano na Saipem (AI, 07/10/23).

 

Assim que a cláusula de força maior for levantada, demorará entre seis e 10 meses até que a CCS possa retomar o trabalho no LNG Mozambique. A joint venture precisará se actualizar com seus próprios subcontratados. Além disso, é provável que procurem fundos adicionais, depois de terem passado mais de dois anos em espera, enquanto os preços das matérias-primas disparavam.

 

Tensões nas tropas

 

A situação de segurança parece ser menos uma fonte de tensão interna. O vice-presidente de segurança da TotalEnergies, General Denis Favier, teria dado sua aprovação para o reinício dos trabalhos. A TotalEnergies declarou oficialmente força maior em Abril de 2021, depois que o trabalho no LNG Mozambique foi interrompido em Dezembro de 2020. Isso permitiu ao grupo suspender o trabalho no projecto até que as condições de segurança melhorassem. Em Julho de 2021, milhares de soldados do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) chegaram à província de Cabo Delgado. Desde então, o número de ataques perpetrados por grupos armados na província caiu drasticamente.

 

A calma, no entanto, não foi totalmente restaurada. Tem havido algumas tensões entre as tropas ruandesas e moçambicanas (AI, 18/07/23). Para tentar garantir que estas tensões não sejam exacerbadas, o presidente ruandês Paul Kagame e o presidente moçambicano Filipe Nyusi reuniram-se em Kigali no fim de Julho. Nyusi foi até convidado a visitar a quinta do seu homólogo ruandês.

 

Actualmente não há planos para retirar os mais de 2.000 soldados ruandeses de Moçambique, mas a presença de um exército estrangeiro no país está a causar um mal-estar crescente na TotalEnergies. Teme também que, caso as tropas das Forças de Defesa do Ruanda (RDF) partam, possam ser substituídas a longo prazo por empresas privadas de segurança ruandesas. (Africa Intelligence)

Pouco mais de três anos depois de ter adquirido, da brasileira Vale, a concessão carbonífera de Moatize (Tete), a indiana Vulcan (pertencente ao Grupo Jindal) enfrenta hoje no mercado uma tendência generalizada de queda dos preços do carvão térmico e metalúrgico (ela exporta as duas qualidades).

 

Quando a Vale anunciou em 2021 a venda da mina de Moatize, muitos analistas do sector do carvão vaticinavam que a sentença de morte havia soado bem alto para o carvão. A diminuição da procura global, juntamente com um crescente movimento mundial de desinvestimento que apoiou uma mudança concertada para fontes de energia mais limpas, sugeriu que se tratava de uma indústria em declínio terminal. E, no entanto, em 2021, os preços do carvão atingiram máximos históricos, apoiados pela procura dinâmica, com os produtores demasiado dispostos a expandir a produção.

 

Mas essa subida foi sol de pouca dura. A volatilidade dos preços dos contratos começou a marcar o mercado global e a Vulcan em Tete acusou o toque e teve que se adaptar. Como? O mais provável seria reduzir sua massa laboral, deixando centenas de jovens formados moçambicanos no desemprego. Mas a empresa socorreu-se na “teoria das restrições” (constraints theory) para se reinventar e continuar a gerar lucro.

 

Sob a batuta do americano Sanjeev Gupta, actual CEO (e também fundador da "Realization Technologies") a Vulcan decidiu aplicar seus ensinamentos inspirando-se na “teoria das restrições”, um dos fascínios de Gupta desde os seus tempos de faculdade. Ele estudou em Pittsburgh, na Pensilvânia, nomeadamente no Carnegie Mellon University (CMU), uma universidade privada de pesquisa global e uma das 25 universidades admitidas no Fórum Global de Líderes Universitários do Fórum Económico Mundial.

 

Como é que a Vulcan respondeu à crise? Em vez de despedir, como dissemos, a multinacional aumentou a produção, continuando a manter uma considerável margem de lucro. A ideia de aumentar a produção foi inspirada, disse ele, na “teoria das restrições”, uma metodologia concebida pelo israelita Eliyahu Goldratt, que a apresentou ao vasto público através do seu romance best-seller de 1984, “The Goal”. Desde então, a TOC continuou a evoluir e a desenvolver-se e hoje é um factor significativo no mundo das melhores práticas de gestão.

 

A “teoria das restrições” é uma metodologia que serve para identificar o factor limitante mais importante (ou seja, a restrição) que impede o alcance de uma meta empresarial e, em seguida, melhorar sistematicamente essa restrição até que ela não seja mais o factor limitante. Na manufactura, a restrição é frequentemente chamada de gargalo.

 

No caso vertente, factor limitante para a Vulcan atingir seu principal objectivo, o lucro, foi a redução do preço do carvão e a resposta foi o aumento da produção. Sanjeev Gupta recebeu-nos ontem em Tete, numa entrevista em que participaram também Anoop Kumar, Director para a Área de Responsabilidade Social Corporativa, e outros quadros moçambicanos.

 

Detalhes da entrevista vão ser publicados nos próximos dias neste jornal. Nela, Sanjeev Gupta responde cabalmente e serenamente a muitas questões pertinentes sobre as operações em Tete, nomeadamente, sobre a revisão de contratos com fornecedores de longa data. Muito do que está a acontecer, adiantou ele, decorre de um processo de “optimização de custos”. Ou seja, a Vale contratou serviços a preços empolados e a Vulcan está a rever essa situação. A Vulcan é uma empresa privada indiana que faz parte do Jindal Group, com um valor de mercado de 18 mil milhões de dólares (16,8 mil milhões de euros). (Marcelo Mosse)

A EcoFlow, uma empresa de soluções portáteis de energia e energia renovável, expandiu-se para Moçambique com as suas centrais de energia portáteis, tecnologia solar inteligente e a primeira bateria doméstica portátil do mundo com um ecossistema expansível. Desde a sua fundação em 2017, a EcoFlow emergiu como uma companheira de energia confiável para particulares e empresas em todo o mundo, fornecendo soluções acessíveis e renováveis de energia em casa, ao ar livre e em espaços móveis.

 

Hoje, com sedes operacionais localizadas nos EUA, Alemanha e Japão, a EcoFlow já capacitou mais de 2,5 milhões de utilizadores em mais de 100 mercados em todo o mundo.

 

Em Julho de 2021, o ecossistema EcoFlow Smart Home quebrou o recorde de lançamento como o projecto de tecnologia mais financiado na plataforma de crowdfunding antes de ser nomeado como uma das 100 melhores invenções de 2021 pela Revista TIME.

 

"Porque continuamos a enfrentar alguns desafios e limitações a nível de acessibilidade aos recursos energéticos no país e em todo o continente africano, estamos entusiasmados por apresentar a EcoFlow ao mercado como uma solução de energia inteligente e poderosa, pensada para abordar eficazmente essas necessidades críticas de energia, com inovação como alternativa às fontes tradicionais", diz Joy Wu, Líder Regional na EcoFlow.

 

A EcoFlow foi fundada com a missão de capacitar pessoas e comunidades por meio de energia portátil, limpa e confiável para um impacto duradouro e de vencer os geradores de gás tradicionais por meio da inovação.

 

As tecnologias inovadoras da EcoFlow incluem:

 

  • X-Stream, a tecnologia patenteada que oferece velocidades de recarga líderes de mercado usando um inversor inteligente embutido que pode recarregar as centrais de energia portáteis EcoFlow seleccionadas de 0% a 100% em apenas 1 hora.

  • X-Boost, um controlo de voltagem inteligente que reduz marginalmente a voltagem, permitindo que os dispositivos sejam alimentados com um inversor de menor capacidade.

  • Smart BMS é o Sistema de Gestão de Bateria (BMS) da EcoFlow que mede com precisão a voltagem, corrente, temperatura e condições da bateria em tempo real para o melhor desempenho com um algoritmo inteligente.

  • Aplicativo EcoFlow, controla remotamente todos os produtos EcoFlow na palma da sua mão, verificando os dados de carregamento, tempo em falta de carregamento, personalizar configurações e ajustar a velocidade de carregamento facilmente com o aplicativo via Wi-Fi ou Bluetooth.


 

O produto em destaque na linha EcoFlow, que estará disponível em Moçambique, inclui o DELTA 2, a última central de energia portátil de ponta e a Série RIVER 2 recomendada como a melhor central de energia portátil de nível básico.

 

Este modelo utiliza as mesmas baterias premium LFP usadas nos veículos da Tesla, o DELTA 2 possui uma vida útil seis vezes maior que a média da indústria, com uma capacidade aumentada de 1024MWh ou combinada com uma Bateria Extra DELTA 2, ou uma Bateria Extra DELTA Max, fornecendo impressionantes 2048MWh ou 3040MWh de energia.

 

A potente saída AC de 1800W do DELTA 2 permite alimentar 90% de todos os aparelhos, enquanto a sua revolucionária tecnologia X-Stream permite um novo padrão imbatível em carregamento rápido, que pode carregar de 0-80% em apenas 50 minutos, com uma carga completa alcançável em apenas 80 minutos. O DELTA 2 também pode ser carregado usando Painéis Solares Portáteis EcoFlow em três a seis horas, proporcionando um fornecimento de energia sustentável em cenários ao ar livre e fora da rede.

 

Com potencial para incríveis 3.000 ciclos ao longo da sua vida útil, os utilizadores podem alimentar as suas vidas com o DELTA 2 por até dez anos.

 

A série RIVER 2 é uma linha de 3 produtos acessíveis de centrais de energia portáteis de nível básico, compreendendo RIVER 2, RIVER 2 Max e RIVER 2 Pro. O modelo padrão RIVER 2 pode recarregar de 0-100% em apenas 60 minutos, e até o modelo de maior capacidade, RIVER 2 Pro, é totalmente recarregado em apenas 70 minutos. A série RIVER 2 também pode ser carregada por energia solar para fornecer aos utilizadores uma maneira fácil de adoptar um estilo de vida mais verde, usando energia completamente gratuita.

 

Todos os 3 modelos da série RIVER 2 estão equipados com baterias LiFePO4 (LFP) de última geração e duradouras, pesando apenas 3,5 kg, tornando a energia portátil mais fácil e segura do que nunca.

 

Para saber mais sobre a EcoFlow, a sua linha completa de produtos ou tornar-se um distribuidor entre em contacto através do e-mail: Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. ou visite o website: www.ecoflow.com.

Os membros da bancada parlamentar da RENAMO, na Assembleia Provincial de Nampula, paralisaram durante cerca de uma hora a décima sessão ordinária daquele órgão, em que o conselho executivo vai apresentar o plano económico social e orçamento para o próximo ano. A sessão arrancou esta segunda-feira, devendo terminar na próxima quinta-feira.

 

A paralisação deveu-se à falta de pagamento dos retroactivos que os membros da Assembleia Provincial de Nampula exigem ao governo desde o princípio do ano. De acordo com informações disponíveis, o governo deve a cada membro da Assembleia Provincial de Nampula cerca de 400 mil meticais.

 

A bancada da RENAMO, chefiada por Fernando Mussa, mostrou-se desapontada pelo facto de o governador Manuel Rodrigues recorrer à mesma justificação desde que os membros da Assembleia Provincial começaram a reclamar os seus retroactivos.

 

Reagindo à preocupação, o governador de Nampula, Manuel Rodrigues, explicou que o governo está a fazer tudo para pagar os retroactivos aos membros da Assembleia Provincial, adiantando que o expediente já está no Ministério das Finanças.

 

A Assembleia Provincial de Nampula é composta por 94 membros, sendo 63, a maioria, da bancada da FRELIMO e os restantes 31 da RENAMO. (Carta)

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