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Redacção

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Dois dias depois de o Governo ter dito que o atraso no pagamento das pensões aos guerrilheiros da Renamo, abrangidos pelo recém-terminado processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) do braço militar da Renamo, se devia à falta de registo dos beneficiários, a Renamo veio, esta quinta-feira, culpar os bancos comerciais de estarem a contribuir para o atraso do processo.

 

A denúncia foi feita esta quinta-feira, na cidade da Beira, capital provincial de Sofala, por André Magibire, ex-Secretário-Geral da Renamo, durante uma reunião que manteve com quadros e antigos guerrilheiros da Renamo.

 

Segundo Magibire, os bancos comerciais estão a dificultar o processo de emissão do NIB (Número de Identificação Bancária) dos combatentes da Renamo, exigido pelo Governo para o pagamento das pensões, pelo que pede a intervenção do Governo.

 

“Os combatentes estão a ter dificuldades de tratar o NIB a nível dos bancos e nós, como Renamo, queremos pedir ao Governo para intervir perante essas instituições bancárias para flexibilizar esse processo de NIB desses combatentes”, denunciou Magibire.

 

Para além da letargia dos bancos comerciais, Magibire aponta a pouca literacia dos beneficiários, assim como a distância como outro factor que dificulta o processo: “temos pessoas, por exemplo, em Marromeu, que para tratar [os documentos] devem ir à Direcção Provincial dos Combatentes, têm de apanhar comboio para Beira, têm de se alojar na Beira e não têm condições de se alojar na Beira. Como isso avança?”, questiona.

 

Com estes constrangimentos, André Magibire entende haver “má-fé” por parte do Governo, ao fixar o dia 23 de Setembro, como data para o início do pagamento das pensões. “Esta data, em nenhum momento foi posta na mesa. Dos nossos debates, em nenhum momento fixamos a data. Entendemos que deve haver má-fé por parte do Governo ou o porta-voz do Governo [Filimão Suazi] se equivocou ao anunciar esta data”, defende Magibire.

 

“Para nós, quanto mais cedo for, melhor. Mas é preciso perceber se as condições estão criadas para nós alcançarmos o objectivo nessa data prevista? Nós, como Renamo, não concordamos com este prazo, a não ser que o Governo crie as condições logísticas necessárias para se materializar”, atira Magibire.

 

Lembre-se que a falta de clareza sobre o pagamento de pensões aos ex-guerrilheiros da Renamo foi a principal razão do alargamento do prazo do processo de DDR e que levou a Renamo a recusar o encerramento da sua última base militar, em Dezembro de 2022.

 

O DDR, refira-se, abrange um total de 5.221 guerrilheiros, retirados de 16 bases da Renamo, entre Junho de 2019 e Junho de 2023. (Carta)

Depois do badalado Trace Awards Tour, em Maputo, no último sábado (9). Luanda organiza-se para acolher, no dia 16 de Setembro, o evento que apresenta oficialmente os artistas “do país irmão” que vão participar na primeira edição do Trace Awards.

 

Trace Awards Tour são eventos de recepção dos nomeados. Moçambique e Angola foram os países falantes de língua portuguesa contemplados para realizar este tipo de celebração. Trace Tour Maputo e Luanda fazem parte das nove (9) séries de eventos que estão a decorrer, até ao final de Setembro, noutros países africanos incluídos na lista de nomeações.

 

Os artistas Plutonio (Moçambique), Gerilson Insrael (Angola), Lisandro Cuxi (Cabo Verde), Pérola (Angola) e Soraia Ramos (Cabo Verde) concorrem para a categoria “Best Artist Africa – lusophone”. Para obter uma lista completa das nomeações, clique aqui.

 

Enquanto isso, Kigali prepara-se para dar as boas-vindas às estrelas africanas e afrodescendentes mais populares do momento, incluindo Davido, Dystinct, Tayc, Blxckie, Ronisia, Rutshelle Guillaume e muitos mais...

 

Os fãs da música africana e de inspiração africana estão cada vez mais entusiasmados com o facto de a autoridade musical global Trace revelar os primeiros artistas do alinhamento repleto de estrelas da primeira edição do Trace Awards.

 

Músicos africanos e de inspiração africana de todo o mundo actuarão no espectacular evento ao vivo. Entre as estrelas da música que integram o elenco contam-se: Davido (Nigéria), Asake (Nigéria), Bamby (Guiana Francesa), Benjamin Dube (África do Sul), Black Sherif (Gana), Blxckie (África do Sul), Bruce Melodie (Ruanda), Bwiza (Ruanda), Didi B (Costa do Marfim), Dystinct (Marrocos), Janet Otieno (Quénia), Josey (Costa do Marfim), Kizz Daniel (Nigéria), Lisandro Cuxi (Cabo Verde), Locko (Camarões), Mikl (Reunião), Pérola (Angola), Plutónio (Moçambique), Princess Lover (Martinica), Ronisia (França), Rutshelle Guillaume (Haiti), Soraia Ramos (Cabo Verde), Tayc (França), Terrell Elymoor (Mayotte) e Viviane Chidid (Senegal).  Muito mais artistas serão anunciados numa data posterior.

 

A influente banda de Afrobeat baseada no Reino Unido, os cabeças de cartaz dos concertos e nomeados para o prémio "Best Live", The Compozers, também se dirigem à Kigali como banda da casa do Trace Awards.

 

Apresentados pela Visit Rwanda e pela Martell, uma marca da Pernod Ricard que oferece aos apreciadores do melhor conhaque, o Trace Awards tem lugar na BK Arena, em Kigali, no Ruanda, a 21 de outubro de 2023.  Sete mil fãs de música terão a oportunidade de viver o evento ao vivo, que será apresentado num palco construído para o efeito.

 

Para efetuar o pré-registo de bilhetes para o evento exclusivo, visite: https://bkarena.rw/trace-awards-preregistration/ .

 

Para comemorar o seu vigésimo aniversário, a Trace, uma referência mundial da música e criador de talentos da música afro, está a organizar o Trace Awards na BK Arena, em Kigali, para celebrar a criatividade, o talento e a influência da música e dos artistas africanos e de inspiração africana.  Mais de 150 artistas foram nomeados para o Trace Awards. Para obter uma lista completa das nomeações, clique aqui.

 

O “Trace Awards” destaca a excelência e a diversidade da música afro-cêntrica em géneros como: Afrobeat, Dancehall, Hip-Hop, Afro-pop, Mbalax, Amapiano, Zouk, Kizomba, Genge, Coupé Décalé, Bongo Flava, Soukous, Gospel, Rap, Rai, Kompa, R&B e Rumba. Concorrendo em 25 categorias de prémios estão artistas detentores de discos de platina de mais de trinta países de África, da América do Sul, das Caraíbas, do Oceano Índico e da Europa.

 

Destinados aos amantes da música e da cultura africanas e de inspiração africana, o “Trace Awards” será transmitido em directo no dia 21 de outubro de 2023 nos canais de televisão, rádio e canais digitais da Trace e em plataformas de streaming globais, televisão terrestre nacional e canais por satélite. Prevê-se uma audiência e interação social superiores a 500 milhões de fãs em 190 países.

 

A criatividade e a excelência do Rwanda são representadas pelo envolvimento da BK Arena, da RwandAir e da RBA como parceiros do “Trace Awards e Festival”.

 

Para votar no seu artista favorito, visite: https://trace.plus/awards .

 

Para mais informações sobre os Awards, siga: Trace no Facebook, Instagram, Twitter YouTube ou TikTok. Para participar na conversa sobre os awards, utilize os hashtags: #TraceAwardsRwanda2023, #TraceAwardsandFestival e #TraceAwardsTour.

 

O Presidentae Emmerson Mnangagwa enfrenta críticas ao nomear o seu filho, David Kudakwashe Mnangagwa, como vice-ministro das Finanças no novo governo, após a sua reeleição. A decisão levantou preocupações sobre o nepotismo dentro do governo.

 

David Mnangagwa, de 34 anos de idade, será vice-ministro das Finanças, enquanto o sobrinho do presidente, Tongai Mafidhi Mnangagwa, também foi nomeado vice-ministro do Turismo. Esta medida faz parte do novo governo composto por 26 ministérios, informou a mídia local.

 

Fadzayi Mahere, legislador da oposição, a Coligação de Cidadãos para a Mudança (CCC), criticou o governo do Presidente Mnangagwa, descrevendo-o como "indefensável". Ela destacou preocupações sobre legitimidade, corrupção, violência, nepotismo, incompetência e questões éticas dentro do governo.

 

Outra medida do Presidente Mnangagwa que causou espanto prende-se com a nomeação de um casal (marido e mulher), Christopher e Monica Mutsvangwa, como ministros. Christopher Mutsvangwa vai chefiar o novo ministério dos Veteranos da Libertação, enquanto Monica Mutsvangwa será a nova ministra dos Assuntos da Mulher e das PME.

 

David Mnangagwa, que recentemente se formou em Direito pela Universidade do Zimbabwe, entrou no parlamento através do sistema de quotas para jovens na lista do partido Zanu-PF da província de Midlands. Tongai Mnangagwa é membro do Parlamento pela Zanu-PP pelo círculo eleitoral de Hunyani. O seu falecido pai, David Mnangagwa, era irmão mais novo do Presidente Mnangagwa.

 

Os relatos sugerem que o Presidente Mnangagwa também está a considerar um cargo para outro dos seus filhos, Emmerson Júnior. Fontes indicam que Emmerson Júnior já participou de reuniões do presidente com investidores estrangeiros, e há planos para formalizar a sua função, possivelmente como conselheiro ou director.

 

Esta controvérsia surge na sequência da reeleição do Presidente Mnangagwa, no meio de alegações da oposição de irregularidades eleitorais. Os críticos argumentam que as suas acções estão a contribuir para uma percepção da política dinástica em África, seguindo os passos de outros líderes que nomearam membros da família para cargos governamentais importantes.

 

No Congo-Brazzaville, o Presidente Denis Sassou-Nguesso nomeou o seu filho Denis-Christel como ministro, alimentando especulações sobre a sucessão dinástica. O presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, teve o seu filho, Teodoro Nguema Obiang Mangue, como vice-presidente, enquanto no Gabão, o presidente Ali Bongo Ondimba sucedeu ao seu pai, Omar Bongo, que governou durante décadas.

 

O presidente ruandês, Paul Kagame, nomeou a sua filha, Ange Kagame, para um cargo importante no governo, aumentando a suspeita sobre dinastias políticas no continente. (News Africa)

Pugilista de Moçambique derrota Brigitte Tsheusi, da República Democrática do Congo, na semifinal da categoria 66kg no Pré-Olímpico Africano de Boxe de Paris 2024. Vitória de Alcinda Panguana nesta quinta-feira, 14 de setembro, assegurou primeira vaga Olímpica para Moçambique. 

 

Moçambique obteve a primeira vaga Olímpica em Paris 2024 nesta quinta-feira, 14 de setembro. Alcinda Panguana, uma das principais pugilistas do país, avançou à final do Pré-Olímpico Africano de Boxe realizado em Dacar, Senegal, e assegurou uma das duas cotas disponíveis na categoria 66kg feminina.

 

Como os Comitês Olímpicos Nacionais têm autoridade exclusiva sobre a representação de seus respectivos países nos Jogos Olímpicos, a participação dos atletas nos Jogos de Paris depende de seus CONs selecioná-los para representar sua delegação em Paris 2024.

 

A moçambicana derrotou Brigitte Tsheusi, da República Democrática do Congo, na semifinal por 5 a 0. Desde o início, a atleta impôs seu ritmo forte. No primeiro round, acertou dois belos golpes na adversária. O desempenho seguiu no segundo round, novamente com vitória unânime entre os cinco juízes. Depois, bastou administrar a vantagem no último round para confirmar a vaga.

 

Esta foi apenas a segunda luta de Alcinda Panguana no Pré-Olímpico Africano de Boxe. Por conta do ranking, entrou direto nas quartas de final. Lá, encontrou sua amiga Nancy Moreira, de Cabo Verde e também representante lusófona, e venceu por unanimidade: 5 a 0. Na decisão, nesta sexta-feira, dia 15, enfrentará Imane Khelif, da Argélia. Luta terá transmissão pelo Olympic Channel via Olympics.com com sessões às 8h45 e 13h45.

 

Com exceção da categoria 75kg, que oferece apenas uma cota à atleta campeã, as demais divisões de peso entre as mulheres no torneio continental distribuem duas vagas em Paris 2024. Entre os homens, apenas o campeão de cada uma das sete categorias garante classificação aos Jogos Olímpicos. (Carta)

 

 

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) reagiu esta quinta-feira (14) aos “desmandos” protagonizados pela empresa indiana Vulcan que explora carvão mineral em Moatize, província de Tete, centro do país. A reacção acontece dias depois de “Carta” noticiar, sem a versão da CTA, apesar de solicitada, que a multinacional Vulcan International estaria a rever contratos com fornecedores devido à queda drástica do preço do carvão no mercado internacional.

 

Em conferência de imprensa, o Director Executivo da CTA, Eduardo Sengo, disse que as medidas tomadas pela Vulcan consistem não só na revisão dos contratos com fornecedores moçambicanos de bens e serviços, mas também em cancelá-los e em novos concursos a favor de empresas indianas.

 

“Nós temos vindo a receber várias reclamações de empresários e, não é só revisão, mas também cancelamento de contratos e sem a devida justificação, para atribuir a outras empresas, particularmente indianas. Quando se cancela um contrato, a empresa deve ser indemnizada por alguma razão, mas nem isso acontece”, afirmou Sengo.

 

Para o Director Executivo da CTA, não corresponde à verdade a justificação de que a Vulcan está a rever e cancelar contratos devido à queda do preço do carvão mineral no mercado internacional, pois, a empresa está a tomar essas medidas desde a sua chegada, em Abril de 2022 (após a saída da brasileira Vale) e nessa altura o preço do carvão mineral no mercado internacional estava alto.

 

Sobre as reais razões das medidas ″desastrosas″ da Vulcan, Sengo deu a entender que o objectivo é reduzir custos para maximizar as receitas. No discurso do Director Executivo da CTA, ficou claro que as operações da Vulcan são meramente maquiavélicas. Para a empresa, não interessam os meios, mas sim os fins. Quer dizer, para a Vulcan não interessa se os meios utilizados para reduzir os custos são consensuais ou lesivos, pois o mais importante é a finalidade, que é obter cada vez mais receita com as operações e menos despesa. 

 

“Temos recebido relatos de que quando a Vulcan lança um concurso e uma determinada empresa ganha, depois sofre pressão para baixar o preço antes de assinar o contrato, mesmo depois de se fazer todo o processo de licitação, sob risco de perder o negócio para uma outra. Além disso, a Vulcan e outras empresas não respeitam as pequenas e médias empresas fornecedoras”, descreveu o Director Executivo da CTA.

 

Nesse âmbito, Sengo explicou que, como consequência, as medidas tomadas pela Vulcan estão a afectar severamente os empresários que vêem os seus contratos revistos ou cancelados. Não precisou o número de empresas afectadas, mas deixou claro que a situação é deveras preocupante em várias áreas.

 

“Não tenho o número, mas das várias áreas afectadas, destaca-se a electricidade, manutenção, fornecimento de acessórios, equipamento, em todas as áreas”, afirmou o Director Executivo da CTA. A este extremo, o agravante para a CTA é o Governo não estar a tomar medidas para, no âmbito do conteúdo nacional, defender as empresas locais, que empregam mão-de-obra local e onde o Estado cobra impostos.

 

“Isto acontece numa altura em que o Estado não está a defender as empresas. Não está a colocar mão dura contra as operadoras, para respeitarem os contratos e incluir as pequenas e médias empresas nos seus negócios. O que temos notado é que quando há uma grande operadora que vem para o país operar, se é sul-africana, são contratados fornecedores sul-africanos e quando é indiana, também são privilegiadas empresas indianas. Entretanto, o Governo deve olhar para isto”, apelou Sengo. (Evaristo Chilingue)

A empresa sul-africana chamada pelo Governo moçambicano para gerir a LAM reconheceu hoje que os clientes deviam à companhia aérea de bandeira, em junho, 1.200 milhões de meticais (17,6 milhões de euros), incluindo a Frelimo, partido no poder.

 

A sul-africana Fly Modern Ark (FMA) foi chamada a gerir a LAM em abril, face à situação financeira da companhia, e a administração admitiu hoje, num encontro com jornalistas, em Maputo, que encontrou dívidas inicialmente de 1.700 milhões de meticais (24,9 milhões de euros).

 

“Entretanto foram feitas cobranças, planos de pagamento de dívidas e reconciliação de contas”, esclareceu no mesmo encontro Zita Joaquim, da FMA, admitindo que as dívidas são de empresas públicas e privadas, ministérios, Forças Armadas, instituições públicas e outras.

 

Questionada pelos jornalistas, a responsável pela administração financeira e contabilística na gestão da FMA na LAM (Linhas Aéreas de Moçambique) admitiu que só uma empresa, que não identificou, devia à companhia aérea quase 50 milhões de meticais (733 mil euros).

 

No caso da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, reconheceu que “é uma das entidades que está fora da lista de voos a crédito”, face a uma dívida inicial que cifrou em 22 milhões de meticais (323 mil euros), dos quais pagou, entretanto, cinco milhões de meticais (73,4 mil euros), embora reconhecendo que este é um problema também da responsabilidade da companhia, por ter deixado acumular estes valores em atraso.

 

“Mas a lista de entidades é grande”, sublinhou, admitindo que desde junho outros valores foram regularizados, mas preferindo não revelar o atual montante em dívida, até porque também encontraram casos comprovados de pagamentos feitos por clientes que não estavam regularizados nas contas da companhia, que estão a apurar.

 

A FMA assumiu a gestão da companhia aérea estatal em abril, e reconheceu que a LAM tinha uma dívida estimada em cerca de 300 milhões de dólares (277,7 milhões de euros), de acordo com dados fornecidos na altura.

 

A estratégia em curso, de revitalização da empresa, segue-se a anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.(Carta)

No quarto painel da Conferência em Maputo, a inclusão financeira foi posta em destaque, reconhecendo-a como motor de desenvolvimento económico e promoção da qualidade de vida. Especialistas apontaram para a urgente necessidade de uma legislação específica, permitindo que fintechs e bancos desenvolvam produtos e serviços voltados para as camadas sociais mais vulneráveis. 

 

Estes avanços, argumentaram, só serão possíveis com uma partilha transparente de informações financeiras pelos bancos e uma colaboração estreita entre o Governo, o sistema financeiro e empregadores. A conferência também deu ênfase à transformação digital de Moçambique, que deve ser abrangente, inclusiva e beneficiar toda a população. 

 

Discutiu-se ainda a crucialidade da interoperabilidade e dos seus custos associados, identificando-se como essenciais para a operacionalidade dos sistemas financeiros e para os serviços públicos. A segurança foi ressaltada, com apelos para um fortalecimento das regras e princípios. 

 

Um ponto de interesse comum foi a carteira móvel, vista como um facilitador para a digitalização da moeda, simplificando processos de pagamento. Os custos de interoperabilidade, para que sejam incentivadores, devem permanecer baixos, defendeu-se. Por fim, uma constante ao longo do evento foi a campanha de literacia, tanto digital quanto financeira. 

 

Considerada um dos principais impulsionadores da inclusão, a literacia oferece uma partilha de conhecimento e possibilita que cidadãos carenciados se conectem em praças públicas digitais, dando passos concretos para um sector financeiro e social em Moçambique mais inclusivo e digitalizado.(Carta)

No terceiro painel da Conferência BFSI Mozambique, o foco incidiu sobre os serviços financeiros móveis e o Open Banking, identificados como tendências que têm o potencial de revolucionar o panorama financeiro moçambicano. 

Especialistas destacaram a promessa destas inovações em penetrar comunidades tradicionalmente desbancarizadas e abrir portas para oportunidades de negócio inéditas. Ao mesmo tempo, sublinhou-se a vital importância de garantir a segurança e privacidade dos dados dos usuários, uma medida crucial para consolidar a confiança nos serviços digitais e consequentemente impulsionar a sua massificação. 

Foi também enfatizada a necessidade de inclusão digital, assegurando que estes avanços sejam acessíveis à pessoas com deficiência e para aquelas em situações financeiras mais vulneráveis. A discussão convergiu ainda para a urgência de estabelecer um quadro legal robusto que facilite a expansão dos serviços financeiros em Moçambique. 

A uniformização e disponibilização destes instrumentos legais são vistas como etapas fundamentais para solidificar e orientar o crescimento do sector. Além disso, foi ressaltado que serviços financeiros digitais partilhados não só melhoram a conveniência para os utilizadores mas também têm um impacto directo na massificação destes serviços. 

 Apesar dos desafios evidenciados, o tom da conferência foi de um optimismo cauteloso, vislumbrando um futuro financeiro mais inclusivo e inovador para Moçambique.(Carta)

A empresa sul-africana colocada pelo Governo moçambicano a gerir a LAM afirmou hoje que encontrou na transportadora aérea estatal situações de “corrupção”, fornecimento de serviços acima do praticado no mercado e outros sem contratos, responsabilizando os administradores.

 

“Geriam a companhia como queriam”, afimou hoje, num encontro com jornalistas, em Maputo, o diretor-executivo da sul-africana Fly Modern Ark (FMA), Theunis Crous, escusando-se a revelar se estes casos foram ou não participados às autoridades competentes, como a Procuradoria-Geral da República.

 

Theunis Crous revelou, contudo, que a FMA está a preparar um relatório “exaustivo” destas práticas e que alguns desses administradores permanecem na companhia e apresentaram “resistência à mudança”.

 

Descreveu mesmo que algumas dessas pessoas “deitaram a companhia abaixo”.

 

As fortes dificuldades financeiras levaram em abril o Governo a colocá-la sob gestão da FMA.

 

Entre outras situações reveladas por Theunis Crous está um alegado aumento decidido pela então administração, para os próprios administradores, aprovada em janeiro, de 100 mil meticais por mês, “quando o Governo procurava uma solução para a gestão” da LAM.

 

“Imediatamente parámos logo isso”, disse ainda, garantindo que esses administradores foram chamados a devolver esses pagamentos recebidos de janeiro a maio.

 

Acrescentou que encontraram casos de aeronaves fretadas por valores muito acima dos valores de mercado, serviços prestados à LAM que além dos preços altos não ofereciam qualidade, como o catering, e outros pagos sem faturação ou contratos.

 

“Quando chegamos estava um Boeing há sete meses em Joanesburgo numa reparação que devia ser feita em 30 dias”, exemplificou ainda, exigindo responsabilidades, mas garantindo que a LAM é viável, apesar de a atual gestão, entre outros contratempos.

 

“O maior ativo da companhia é a lealdade dos moçambicanos à marca LAM, que apesar dos problemas voltam sempre”, admitiu Theunis Crous.

 

“Na África do Sul, as companhias na mesma situação [financeira, da LAM] foram todas encerradas. Temos aqui uma oportunidade”, defendeu, acrescentando acreditar que aquela companhia aérea pode ser um “importante player” na região.

 

A FMA revelou anteriormente que a LAM reduziu a sua dívida em 61,6 milhões de dólares (57 milhões de euros), desde abril, face aos 300 milhões de dólares (277,7 milhões de euros), então reconhecidos.

 

Entretanto, na gestão sul-africana, a empresa registou um aumento de 24% no número de passageiros transportados, para mais de 56 mil, e subiu a receita de voos em 10%, para 671 milhões de meticais (quase 10 milhões de euros). (Carta)

No âmbito do projecto de expansão e modernização da rede, iniciado em Janeiro de 2022, a Moçambique Telecom (Tmcel) já implementou mais de 770 novas antenas, o que representa 57% da sua execução, segundo foi revelado no decurso de um encontro entre os gestores de topo da empresa e editores dos media, em Maputo, nesta quinta-feira, 14 de Setembro. 

 

Todas as províncias do País, com excepção de Niassa, que irá se beneficiar em breve, já contam com a cobertura parcial da nova rede, isto é, com as tecnologias 4 e 4.5G, onde no geral a disponibilidade da rede cresceu de 86%, na altura no início do projecto, para 97%, em Agosto do ano corrente.

 

Ainda em Agosto, os recarregamentos no segmento do pré-pago cresceram em 7% quando comparados com Agosto de 2022. Este marco representa a primeira subida no indicador, em relação ao período homólogo do ano anterior. 

 

No mesmo âmbito, as activações dos pacotes no pré-pago (Netgiro, Malta M, Mini, Plus e Max) também apresentam uma tendência crescente, algo que já se vem registando desde Maio de 2023.

 

Ainda no âmbito da modernização e expansão da rede, a Tmcel tem estado a melhorar o seu backbone (espinha dorsal em fibra óptica) e a colocar um novo equipamento para a activação de clientes e monitoria da rede, significando um aumento de largura de banda de 10 para 400 gigabits por segundo (Gbps).

 

A Tmcel implementou também pontos de presença para a disponibilização de Internet (PoPs – Points of Presence) em 95% no País, o que significará um aumento de capacidade de Internet para os clientes nas províncias, bem como melhorar a experiência através da redução da latência.

 

Está igualmente em curso a actualização dos sistemas de suporte ao negócio (BSS – Business Support Systems), que visa melhorar os serviços, a nível do pré-pago, pós-pago e carteira móvel - Mkesh, sua plataforma de pagamentos, desenvolvimento de negócio e inclusão financeira. (Carta)

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