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Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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Num encontro mantido com dirigentes do Instituto Nacional de Petróleo (INP), a ExxonMobil mostrou-se satisfeita com os progressos relativos à segurança no norte de Cabo Delgado, o que os faz prever que a retoma das actividades concernentes ao Projecto Rovuma LNG ocorra muito brevemente. A TotalEnergies também garante retomar, na mesma província, o Projecto Mozambique LNG ainda este ano.

 

A satisfação da ExxonMobil foi demonstrada aos gestores do Instituto Nacional de Petróleo (INP) durante um encontro realizado com esta companhia petrolífera à margem da Conferência Internacional sobre as Tecnologias de Gás (GASTECH 2023), havido em Singapura, em princípios de Setembro último.

 

A equipa do INP, liderada pelo Administrador do Pelouro de Projectos e Desenvolvimento, José Cidade, participou na edição da GASTECH de 2023, com o objectivo de atrair mais investimentos para explorar o potencial de hidrocarbonetos em Moçambique e implementar projectos de monetização de gás natural no país que, de acordo com o Plano Director de Gás Natural de Moçambique, prioriza, entre outros, a geração de energia e produção.

 

Segundo a agência Bloomberg, o presidente da multinacional, Patrick Pouyanne, disse numa conferência com analistas, havida em finais de Setembro passado: “a situação (de segurança) melhorou claramente em Cabo Delgado”. Nesse âmbito, a TotalEnergies garante estar a trabalhar com o objectivo de retomar, até ao fim deste ano, a construção da central de gás natural liquefeito na Península de Afunji, localizada na referida província.

 

Os dois projectos, Rovuma LNG (Área 4) e Mozambique LNG (Área 1) foram interrompidos em 2021, depois do ataque terrorista à vila-sede do distrito de Palma. O Rovuma LNG, proposto pela Mozambique Rovuma Venture, da qual a ExxonMobil é parceira, prevê a produção de cerca de 15.2 MTPA (Milhões de Toneladas Por Ano) de Gás Natural Liquefeito, através de 2 módulos de produção, em terra, com possibilidade de expansão para 18 MTPA.

 

Já o Projecto Mozambique LNG (ou Golfinho-Atum), liderado pela Total, na Área 1 da Bacia do Rovuma, prevê produzir 12 de MTPA por ano, por um período de 25 anos. A Decisão Final de Investimento do projecto foi anunciada a 18 de Junho de 2019 e o investimento total é de 20 biliões de USD. (Evaristo Chilingue)

O Comandante Geral da PRM, Bernardino Rafael, apelou aos agentes a ficarem em prontidão de primeiro grau com vista a garantir que as eleições autárquicas decorram em segurança. Rafael falava este domingo em Mocímboa da Praia, Província de Cabo Delgado. 

 

O chefe da Polícia disse que a corporação deve ser mais vigilante para evitar a penetração de terroristas e de tiros que possam criar agitação da população durante o processo eleitoral.

 

"Vigiar para não penetrar um só para criar pânico na população" advertiu Bernardino Rafael, recordando aos agentes que a segurança do país depende da sua dedicação e entrega.

 

A vila de Mocímboa da Praia, além de ser o local onde iniciou a insurgência armada que no dia 5 de Outubro completa seis anos, tem sido uma autarquia de lutas políticas.

 

No primeiro dia de campanha eleitoral, rumo às sextas eleições autárquicas, os dois maiores partidos, a Frelimo e a Renamo, protagonizaram discursos de ódio entre membros e simpatizantes, caracterizados por acusações. (Carta)

Portia Derby entregou a sua carta de demissão ao conselho da Transnet na última sexta-feira (29) e se comprometeu a permanecer na empresa até ao fim deste mês. A Transnet informou que a Directora Financeira (CFO) Nonkululeko Dlamini também apresentou a sua demissão.

 

A demissão da Chief Executive Office (CEO) do grupo Transnet, Portia Derby, deixa agora vagas nas duas entidades estatais críticas da África do Sul, Transnet e Eskom, que o Ministro das Empresas Públicas, Pravin Gordhan, está encarregue de preencher.

 

Em Dezembro de 2022, o Conselho de Minerais da África do Sul, que representa 80% da indústria mineira, apelou ao conselho de administração da Transnet para substituir Derby e Dlamini por uma nova equipa de gestão, lamentando o impacto do agravamento do desempenho operacional da empresa. Nos últimos meses, Derby tem sido alvo de intensas críticas da indústria mineira por não ter conseguido reparar a rede ferroviária e os portos da Transnet.

 

O conselho da Transnet deveria divulgar um relatório sobre o desempenho dos dois executivos na sexta-feira, depois que Gordhan os orientou a avaliar a sua adequação para os cargos. O mercado viu isso como uma perda de confiança de Gordhan na liderança dos dois.

 

As operações ferroviárias da Transnet são uma engrenagem crucial na economia da África do Sul. Elas são responsáveis pela movimentação da maior parte do minério de ferro e do carvão que é produzido no país e depois levado para todo o mundo.

 

Mas os exportadores estão a enfrentar grandes problemas no transporte ferroviário dos seus produtos para o mercado, e isto pode ser visto na Transnet Freight Rail (TFR), a maior divisão da Transnet, que gera a maior parte (45%) das receitas da empresa pública de 68,9 mil milhões de rands. Os volumes ferroviários na Transnet diminuíram 13,6%, já que a TFR movimentou 149,5 milhões de toneladas (t) abaixo dos 173,1 milhões de toneladas. Os volumes têm estado abaixo de 200 toneladas desde 2020. Os portos Transnet também estão classificados entre os piores do mundo.

 

A Transnet também enfrenta uma crise financeira. A Transnet passou de um lucro de R5 mil milhões para uma perda de R5,7 mil milhões no ano que encerrou em Março de 2023. E embora a atenção tenha estado nos problemas de dívida da Eskom, a Transnet tem as suas próprias. A sua dívida atingiu 130,1 mil milhões de rands, com a empresa estatal a pagar agora 1 bilião de rands em juros todos os meses.

 

As restrições da rede ferroviária e portuária minaram o potencial de exportação da indústria mineira. Em 2022, as exportações através do Terminal de Carvão de Richards Bay caíram para 50 milhões de toneladas, o nível mais baixo em 30 anos devido a desafios na TFR.  O conselho disse anteriormente que os exportadores de minerais a granel perderam R51 biliões em 2022.

 

A Transnet disse que Michelle Phillips, CEO da Transnet Pipelines, substituirá Derby interinamente até que um substituto permanente seja encontrado. Hlengiwe Makhathini vai assumir o cargo de CFO no lugar de Dlamini. Derby foi nomeada pelo Ministro das Empresas Públicas, Pravin Gordhan, em 2020, para transformar a Transnet, após anos de mau desempenho na SOE e corrupção de alto nível.

 

Falando sobre a renúncia de Derby, Peter Attard Montalto de Krutham (ex-Intellidex) disse que “haverá grande alívio em muitos sectores com a saída de Portia da Transnet. No entanto, não devemos esquecer que os problemas são muito profundos na organização, e o conselho terá dificuldade em encontrar rapidamente uma pessoa credível, que deve ser excepcionalmente forte para não ser capturada pela camada de bolhas na empresa″. (Timeslive⁄DM)

Membros da Força de Defesa Nacional Sul-Africana (SANDF), em colaboração com a Polícia (SAPS), resgataram sete membros da mesma família raptados antes da tentativa de contrabando do seu veículo para Moçambique.

 

A polícia sul-africana disse que uma mulher idosa estava prestes a levar seis membros da família (dois meninos adolescentes, duas meninas adolescentes e duas crianças pequenas) para os seus avós em KaMaqhekezaon, perto de Komatipoort, no passado dia 26 de Setembro, quando quatro suspeitos armados forçaram-nos a entrar no veículo da família, um Toyota Fortuner. Eles foram mantidos como reféns e depois conduzidos pelos atacantes para os arbustos em direcção à fronteira com Moçambique. Acredita-se que os atacantes tinham desconectado o dispositivo de rastreamento do veículo.

 

“O marido da vítima ficou desconfiado quando a esposa não voltou para casa como esperado. Mais tarde, ele descobriu que a sua família estava em apuros depois de não ter conseguido contactá-los e denunciou imediatamente à polícia, que também activou a Defesa Nacional Sul-Africana (SANDF)”, disse o brigadeiro da SAPS, Selvy Mohlala.

 

A SAPS e a SANDF resgataram conjuntamente as vítimas e o veículo foi recuperado na madrugada de 27 de Setembro, mas os suspeitos escaparam quando viram a polícia a aproximar-se.

 

“Surpreendentemente, durante o resgate, dois veículos extras também foram recuperados nas proximidades, em vários locais ao longo da fronteira. Os carros recuperados incluíam uma viatura cabine dupla Toyota Hilux roubada em KaMhlushwa, bem como um veículo de cabine dupla Toyota GD-6 roubado em Garsfontein (província de Gauteng)”, disse a SAPS.

 

O Comissário Provincial da Polícia em Mpumalanga, Tenente-General Semakaleng Daphney Manamela, manifestou o seu apreço pelo trabalho de equipa demonstrado pela SAPS em conjunto com a SANDF, especialmente para salvar as vidas das vítimas bem como na recuperação dos veículos. (Defenceweb)

Júlio Parruque, cabeça-de-lista do partido Frelimo para as VI Eleições Autárquicas, no Município da Matola, província de Maputo, é o único concorrente que continua a reboque dos meios do Estado, na qualidade de Governador da Província de Maputo, cargo que, de forma implícita, se recusa a renunciar.

 

Eleito em 2019, para um mandato de cinco anos em frente dos destinos da província de Maputo, Parruque integrava uma lista de seis cabeças-de-lista da Frelimo, em todo o país, que entraram para a corrida eleitoral de 11 de Outubro em pé de desigualdade com os restantes candidatos, que incluía Stela Zeca (então Secretária de Estado de Sofala), Ahmad Shafee Sidat (Administrador de Marracuene), Rui Chong Saw (Administrador de Mossuril), Issa Tarmamade (Administrador do Ibo) e Momade Amisse Ali (Administrador da Ilha de Moçambique).

 

No entanto, cinco cabeças-de-lista acabaram por ser exonerados, na semana finda, numa acção que demonstrou, mais uma vez, que o Estado anda a reboque do partido Frelimo, por um lado, e, por outro, que em Moçambique não há cultura de renúncia de cargos públicos, em caso de incompatibilidades.

 

Stela Pinto Novo Zeca, cabeça-de-lista da Frelimo para a autarquia da Beira, foi a primeira a ser afastada do cargo público, ao ser exonerada, no passado dia 26 de Setembro, pelo Presidente da República, do cargo de Secretária de Estado na Província de Sofala. Três dias depois, a Ministra da Administração Estatal e Função Pública exonerou Ahmad Shafee Sidat (cabeça-de-lista da Frelimo em Marracuene), Rui Chong Saw (cabeça-de-lista da Frelimo em Mossuril), Momade Ali (cabeça-de-lista da Frelimo na Ilha de Moçambique) e Issa Tarmamade (cabeça-de-lista da Frelimo no Ibo).

 

Sem ninguém para o exonerar do cargo de Governador da Província de Maputo e sem clareza legal sobre o seu regime de incompatibilidades em disputas eleitorais, Júlio Parruque, candidato imposto por Filipe Nyusi na Matola, continua de “pedra e cal” naquele órgão público, sendo, neste momento, o único concorrente que ocupa cargo público.

 

A qualidade de Governador da Província de Maputo, sublinhe-se, permite ao candidato Júlio Parruque continuar a movimentar-se com viaturas protocolares do Estado, com a segurança do Estado e com o seu colectivo de assessores também pago pelos fundos públicos.

 

“Ao se admitir que um Governador eleito e em exercício concorra como cabeça-de-lista de uma autarquia – que é uma circunscrição territorial abaixo da província – revela-se uma quebra de confiança entre o eleito e o cidadão eleitor que confiara no manifesto apresentado por esse Governador”, defende o Centro de Integridade Pública, numa análise publicada semana finda.

 

Refira-se que o artigo 15, da Lei n.º 7/2018, de 3 de Agosto, que cria o quadro jurídico para a eleição dos membros da Assembleia Autárquica e do Presidente do Conselho Autárquico, define, no seu número 1, que a qualidade de candidato a titular dos órgãos das autarquias locais é incompatível com a qualidade de Provedor de Justiça; Juiz Conselheiro do Conselho Constitucional; Procurador-Geral da República; Procurador-Geral Adjunto; e Magistrado em efectividade de funções.

 

Igualmente, é incompatível com a qualidade de Diplomata de carreira em efectividade de funções; Membro de Conselho ou Comissão criados pela Constituição da República e legislação ordinária; Membro do Conselho de Ministros; Vice-Ministro; Governador do Banco de Moçambique; Secretário do Estado; Reitor de Universidade Pública e outros estabelecimentos de ensino superior Público; Membro das forças militares ou paramilitares e elemento das forças de segurança pertencentes aos quadros permanentes no activo.

 

“O cidadão abrangido pelo número 1 do presente artigo e que pretenda concorrer às eleições dos órgãos autárquicos deve solicitar a suspensão do exercício das respectivas funções a partir do momento da apresentação de candidatura”, sublinha. Porém, nenhum dos candidatos acima expostos renunciou ao seu cargo e as suas candidaturas foram aprovadas pela Comissão Nacional de Eleições (CNE). (A.M.)

A Triton Minerals celebrou um acordo de gestão de projecto com a Soluções De Desenvolvimento Sustentável (SDS), uma firma mocambicana, para acelerar o progresso dos seus projectos em Ancuabe e Cobra Plains em Cabo Delgado. A SDS ajudará a Triton com o envolvimento das partes interessadas, aconselhamento estratégico, aconselhamento de gestão, assistência com actividades de conformidade e desenvolvimento de projetos em geral.

 

A empresa oferece soluções diversificadas de engenharia e construção e também é especializada em saneamento de água. A SDS irá analisar especificamente os documentos legais para garantir que estão em harmonia com a lei moçambicana.

 

Embora o acordo tenha sido assinado no final de setembro, a SDS tem auxiliado a Triton desde julho, anunciou a empresa.

 

No total, o contrato equivale a 1 milhão de USD.

 

A concessão de Cobra Plains recebeu um direito de mineração de várias décadas pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia e Recursos em Agosto. A Plains possui um recurso inferido de 5,7 milhões de toneladas de carbono grafítico.

 

Entretanto, o projecto de Ancuabe possui um recurso mineral de 46 milhões de toneladas com 6,6 por cento de carbono grafítico total, sustentado por um estudo de viabilidade definitivo (DFS). A Triton pretende produzir concentrados de grafite de Ancuabe para venda nos mercados globais.

 

“Espera-se que os próximos 18 meses sejam cruciais na jornada da Triton para se tornar um produtor de grafite e estamos entusiasmados por ter a SDS nos ajudando enquanto trabalhamos incansavelmente para criar valor para nossos acionistas”, disse o diretor executivo da TON, Andrew Frazer.

 

“Ficámos extremamente impressionados com a experiência e as fortes redes da SDS em Moçambique. A SDS tem experiência com vários projetos de recursos e infraestrutura que acreditamos que irão ajudar muito a Triton à medida que continuamos a progredir no desenvolvimento de nossos projetos de grafite de classe mundial.”(The Market Herald)

Em causa está o julgamento do caso das "dívidas ocultas" na justiça britânica, que tem início marcado para esta segunda-feira. Um dos arguidos é o antigo presidente moçambicano, Armando Guebuza.

 

O Tribunal de Recurso de Inglaterra e País de Gales admitiu um recurso sobre a imunidade concedida ao Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, no julgamento do caso das "dívidas ocultas" na justiça britânica.

 

Numa decisão emitida na sexta-feira, a juíza Elizabeth Laing aceitou um recurso sobre a decisão do Tribunal Superior [High Court] de Londres de 4 de setembro, que dava ao chefe de Estado imunidade diplomática dos procedimentos judiciais em curso. 

 

A decisão acontece dias antes do início, na segunda-feira, no Tribunal Comercial de Londres, do julgamento, o qual está previsto prolongar-se por 12 semanas.

 

A Privinvest alega que o Presidente moçambicano esteve diretamente envolvido no caso das dívidas de Moçambique que o país quer ver anuladas pela justiça britânica.

 

Segundo o grupo libanês, Nyusi reuniu-se diretamente com representantes da Privinvest, esteve diretamente envolvido (quando era ministro da Defesa) na preparação dos projetos em causa e solicitou à Privinvest contribuições para a campanha eleitoral dele e da Frelimo.

 

A Privinvest alega que o Presidente moçambicano esteve diretamente envolvido no caso das dívidas de Moçambique que o país quer ver anuladas pela justiça britânica.

 

Segundo o grupo libanês, Nyusi reuniu-se diretamente com representantes da Privinvest, esteve diretamente envolvido (quando era ministro da Defesa) na preparação dos projetos em causa e solicitou à Privinvest contribuições para a campanha eleitoral dele e da Frelimo.

 

A Privinvest argumenta que, se o Tribunal Comercial decidir que a Privinvest efetuou pagamentos ilegais a funcionários moçambicanos, as contribuições para benefício do Presidente moçambicano também foram ilegais e o Presidente é responsável.

 

Na segunda-feira está previsto o início do julgamento no Tribunal Comercial, parte do Tribunal Superior de Londres (equivalente ao Supremo Tribunal de Justiça em Portugal) do caso iniciado pela PGR de Moçambique contra o banco Credit Suisse, três antigos empregados e várias empresas do grupo Privinvest.

 

A República Moçambicana alega que as garantias dadas para os empréstimos bancários para a compra de navios de segurança marítima, barcos de pesca de atum e outro equipamento não devem ser consideradas válidas porque terão sido obtidas através da corrupção de altos funcionários do Estado.

 

Os empréstimos foram avalizados secretamente pelo então ministro das Finanças Manuel Chang quando Armando Guebuza ainda era chefe de Estado, sem conhecimento do parlamento.

 

O caso, descoberto em 2016 e que ficou conhecido por "dívidas ocultas", envolve contratos e empréstimos superiores a dois mil milhões de dólares (1,9 mil milhões de euros) junto dos bancos Credit Suisse e VTB entre 2013 e 2014.

 

O escândalo levou à suspensão de apoios internacionais, incluindo do Fundo Monetário Internacional (FMI), que só retomou a ajuda financeira ao país anos mais tarde.

 

Moçambique quer anular dívidas de milhões de dólares ao Credit Suisse, entretanto comprado pelo UBS, bem como obter compensação financeira pelos danos macrofinanceiros causados.

 

Como réus do processo estão também o antigo presidente da República Armando Guebuza, o filho mais velho, Armando Ndambi Guebuza, o antigo ministro das Finanças moçambicano Manuel Chang e o antigo diretor dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE) Gregório Leão, entre outros. (Lusa)

Os exercícios, em curso em Luanda, capital angolana, organizados pela SADC, visam contribuir para o fortalecimento, consolidação, unidade e coesão dos países da região a nível táctico para operações de intervenção e aperfeiçoar os métodos logísticos das tropas nos cenários de conflitualidade.

 

Para altas patentes militares, um exercício de formação logística da Força em Estado de Alerta da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), actualmente em curso, é uma preparação para eventos que vão desde a subversão e o terrorismo até à “grande manobra militar em grande escala”.

 

Esta foi a mensagem do Chefe do Estado-Maior do Secretariado da SADC, Brigadeiro Raymond Ndwandwe, aos responsáveis logísticos do bloco regional de onze países da África Austral, entre os quais Moçambique, que participam no Exercício Nguizani em Luanda.

 

Informou ainda aos participantes que o exercício era também uma oportunidade para as “forças aliadas” da SADC treinarem, exercitarem e aprenderem umas com as outras. Isto permitiria ao bloco regional assumir efectivamente o papel de capacidade de destacamento rápido continental (RDC) para operações de apoio à paz, conforme “previsto pela declaração do nono Comité Técnico Especial da UA (União Africana) sobre Defesa, Segurança e Protecção em Junho de 2016”.

 

A guerra química e as “complexidades das rivalidades tribais” também estão na agenda do exercício que começou na segunda-feira (25) devendo terminar no próximo dia 6 de Outubro. A operacionalização de forças em estado de alerta da SADC, “mecanismo de intervenção em situações de crise, continua a ser uma permanente preocupação da comunidade".

 

As manobras também visam aperfeiçoar os métodos logísticos das Forças Armadas da SADC, para responder aos complexos desafios presentes e futuros na conjuntura internacional e, em particular, na região, e preparar tropas para fazer face a reflexos de subversão até ao terrorismo.

 

Apoio à paz

 

O representante do Secretariado da SADC, Raymond Ndwandwe, reconheceu que os exercícios desta dimensão "não acontecem facilmente” e, por isso, a estrutura de comando da SADC tem empenhado esforços de planeamento, desenvolvimento, preparação e execução do mesmo, para garantir que este responda às necessidades da região.

 

Raymond Ndwandwe explicou que, em termos gerais, a execução destes exercícios militares assenta na preparação dos comandantes das Forças Armadas para as operações, particularmente, actividades de apoio à paz, crises e conflitos.

 

"Exercícios como o da Logex asseguram que as forças da aliança podem trabalhar em conjunto de forma aberta sempre que necessário. Eventos como estes permitem que as forças aliadas da Comunidade e as organizações parceiras possam juntar-se para treinar, exercitar e aprender umas com as outras. Portanto, ao fazê-lo, o papel de capacidade de desdobramento será rápido, pelo menos, a nível continental para operações de apoio à paz, previstas na declaração do Comité Técnico Especial da União Africana sobre Defesa, Segurança e Protecção”, afirmou.

 

O também chefe de Estado Maior para o Planeamento da Força em Estado de Alerta da SADC acrescentou que essas actividades, que decorrem na capital angolana, devem basear-se nas lições aprendidas durante operações como a SAMIM, que junta as tropas do Ruanda no apoio a Moçambique para combater o terrorismo em Cabo Delgado, permitindo que os países da comunidade treinem segundo os mesmos padrões e se juntem facilmente às campanhas internacionais contra o terrorismo e outros desafios globais.

 

Exercício deve garantir capacidade de planificação

 

O representante do Secretariado da SADC, Raymond Ndwandwe, reiterou que, para além dos outros objectivos, a Logex deve garantir que a região tenha capacidade de planificar, preparar, destacar e sustentar as forças, utilizando o sistema "empurra e puxa” durante as operações.

 

"As actividades do género permitem preparar a Força em Estado de Alerta da SADC, para fazer face aos acontecimentos sobre os efeitos da subversão e do terrorismo até às manobras militares em grande escala, desde as condições de uma guerra química até aos meandros das rivalidades tribais”, sublinhou.

 

Da mesma forma, frisou, à medida que os países envidam esforços para melhorar a capacidade operacional completa da Força em Estado de Alerta da SADC, neste caso, através da realização sucedida do Exercício Nguizani, espera-se, igualmente, que o efeito dos ganhos obtidos contribua para uma maior capacidade de resolução de conflitos na região e, por conseguinte, em todo o continente africano.

 

Por último, lembrou que a paz e a segurança continuam a ser um dos ingredientes indispensáveis para o desenvolvimento sócio-económico sustentável da região e que, a este respeito, de acordo com Raymond Ndwandwe, um mecanismo credível de resolução de conflitos sob forma de uma força de reserva da SADC eficaz e profissional é uma mais-valia para a prosperidade da África Austral.

 

Oficiais de logística e pessoal de apoio de Moçambique, Angola, Botswana, República Democrática do Congo (RDC), Lesoto, Malawi, Namíbia, África do Sul, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe participam no Exercício Nguizani em Luanda. (Defenceweb⁄Sadc)

O Presidente Filipe Nyusi, inaugurou ontem, em Maputo, o Centro Cultural Moçambique China, o segundo maior do género construído pelos empreiteiros chineses em África, com 20 mil metros quadrados. De acordo com informação do ministério da Cultura e do Turismo moçambicano, o centro conta com várias salas para teatro, espetáculos musicais, eventos corporativos, "destacando-se o grande auditório com capacidade para 1.500 lugares", além de estúdios e salas de ensaio para música, dança e salas de exposições para artes e artesanato.

 

O ministério acrescenta tratar-se de um "projeto-chave" no âmbito da cooperação cultural entre os dois países, o qual "irá contribuir grandemente para a promoção e desenvolvimento da exibição e da difusão cultural, bem como para a promoção das Indústrias Culturais e Criativas de todo o território nacional e do mundo".

 

O empreendimento, cuja inauguração chegou a estar prevista para 2021, condicionada depois pela pandemia de covid-19, foi construído pela China no campus principal da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo. Para este efeito, os dois países assinaram em 2015 um acordo em que a China financiava a construção com 50 milhões de dólares (47,6 milhões de euros).

 

"Assegurando emprego e renda para os fazedores das artes e cultura, através de rentabilização do seu património e, de igual modo, tornar a cidade de Maputo mais apetecível para o turismo de eventos e de negócios", refere ainda o ministério, sobre o centro.

 

Após a inauguração, prevista para o final do dia de hoje pelo chefe de Estado, o Centro Cultural Moçambique China recebe, a partir de sexta-feira, "diversas manifestações artísticas" alusivas às celebrações do 90.º aniversário do nascimento do antigo presidente moçambicano Samora Machel (29 de setembro de 1933), que morreu em 19 de outubro de 1986, com destaque para exposições de arte e artesanato, gastronomia e o "ciclo de cinema Samora Machel", além de espetáculos diversos e debates. (Lusa)

A LAM vai passar a ligar Joanesburgo, na África do Sul, a Inhambane, capital da província com o mesmo nome, um dos principais pontos turísticos de Moçambique, anunciou ontem a companhia aérea estatal.

 

De acordo com informação comercial divulgada pela transportadora aérea, o primeiro desses voos diretos acontece já esta sexta-feira, operando a companhia ainda ligações às quartas-feiras e aos domingos.

 

Em agosto, aquando do anúncio da retoma desta ligação, a ministra da Cultura e do Turismo sublinhou a importância desta rota, por se tratar do “principal destino de lazer” em Moçambique.

 

“Este retorno das Linhas Aéreas de Moçambique neste percurso é mais que acertado, dada a sua relevância na cadeia de valor para a consolidação e promoção do turismo nacional, pois, com a sua intervenção, abrem-se melhores perspetivas para o envolvimento e estímulo de mais intervenientes moçambicanos no turismo”, destacou Eldevina Materula.

 

Com 700 quilómetros de linha de costa com praias de águas cristalinas e dunas costeiras verdes, a província de Inhambane conta com 789 empreendimentos turísticos, segundo os números apresentados pela ministra, sublinhando que estes empregam “cerca de 7.000 trabalhadores, contribuindo com cerca de 10% do total de 8.154 empreendimentos e 70.718 trabalhadores” do setor em todo o país.

 

A moçambicana LAM prevê ainda retomar, em 20 de novembro, os voos de Maputo para Lisboa, anunciou anteriormente o administrador da empresa sul-africana que o Governo de Moçambique colocou desde abril a gerir a companhia de bandeira.

 

“Estamos a prever retomar essa rota a 20 de novembro. É vital e vai mudar o rosto da companhia”, afirmou em 14 de setembro, num encontro com jornalistas, em Maputo, o diretor-executivo da sul-africana Fly Modern Ark (FMA), Theunis Crous.

 

A LAM já tinha assumido anteriormente que está empenhada em obter as devidas autorizações para utilizar o Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, e horários de gestão de ‘slot’, para onde deixou de voar desde 2012, tendo então perdido essas licenças.

 

Theunis Crous acrescentou que a companhia já negociou também o aluguer de um Boeing 737 cargueiro, apenas para tratar do transporte de carga dentro do país e para o exterior, nomeadamente para a África do Sul, esperando colocar ao serviço um segundo seis meses depois.

 

“É uma oportunidade que pode tornar a companhia rentável. O transporte de carga é um negócio muito rentável”, insistiu.

 

Theunis Crous referiu igualmente que a FMA já mobilizou 15 milhões de dólares (14 milhões de euros) de financiamentos para a operação atual da LAM, que está a ser alargada, com novas rotas e aeronaves, o que se traduz num aumento de passageiros, 57 mil atualmente, face à média anterior de 46 mil mensais.

 

A estratégia em curso, de revitalização da empresa, segue-se a anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.(Lusa)

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