As escolas da cidade e província de Maputo, que haviam sido encerradas por um período de uma semana, por conta das inundações provocadas pelas últimas chuvas reabrem hoje, devendo os alunos apresentar-se às salas de aula. Entretanto, algumas vítimas das inundações na Matola vão continuar a partilhar os espaços das escolas com os alunos.
Trata-se daquelas vítimas cujas casas continuam alagadas, não obstante o Edil da Matola, Júlio Paruque, ter garantido que já foram encerrados cinco dos nove centros de acomodação. Os que continuam abertos funcionam em escolas e a solução passa pela partilha de espaços entre as famílias e os alunos.
“Talvez as famílias terão que partilhar o espaço com os alunos até amanhã (terça-feira). Por exemplo, no caso em que as escolas têm cerca de 20 salas de aula, as famílias vão ocupar duas a quatro salas, e as restantes serão reservadas para os alunos. Enquanto isso, parte dos alunos serão acomodados em outras turmas”.
Refira-se que as últimas chuvas que caíram recentemente na zona sul do país, para além de levarem ao encerramento de algumas escolas na Matola, fizeram com que as autoridades encerrassem quatro centros de saúde, afectando perto de 65 mil pacientes. (M.A)
O Hospital Central de Maputo (HCM), por sinal a maior unidade sanitária do país, regista cerca de 100 casos de conjuntivite diariamente, sendo que neste momento tem um cumulativo de 1048. Deste número, 950 são casos de conjuntivite hemorrágica. Os adultos perfazem o maior número com 467 casos, 370 em crianças e 13 em idosos.
A informação foi partilhada esta quinta-feira (28), em Maputo, pelo Director do Serviço de Urgência do HCM, Dino Lopes.
"Temos estado a acompanhar que há farmácias que estão a substituir os hospitais dando a medicação aos pacientes sem que tenham sido observados por um médico para saber qual é a melhor medicação para cada situação. Neste contexto, apelamos aos utentes a evitarem se dirigir às farmácias sempre que tiverem sintomas da conjuntivite para a automedicação", referiu.
Segundo Lopes, os casos de conjuntivite começaram a registar maior fluxo entre os dias 13 e 28 do mês corrente, com incidência em pacientes com idades compreendidas entre 14 e 60 anos, mas sem nenhum internamento.
Por outro lado, a Vereadora de Saúde da cidade de Maputo, Alice de Abreu, disse que desde 21 de Fevereiro já foram notificados 6.313 casos de conjuntivite hemorrágica neste ponto do país.
"Neste momento, temos 5.743 pacientes em acompanhamento hospitalar e 560 que já receberam alta, sendo que a maior parte dos casos são do distrito municipal KaNlhamankulu com 1.686, seguido do distrito KaMubukwana com 1.494 e KaMpfumo, 1.313".
Entretanto, Alice de Abreu explicou que a cidade de Maputo ainda não registou nenhum caso de complicação por conjuntivite. (M.A)
O Economista-chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, disse que os cortes na taxa de juro poderão não surtir os efeitos desejados, nomeadamente, na disponibilização do dinheiro para o financiamento da actividade económica e famílias, porque os bancos comerciais tendem a preferir conceder crédito ao Estado, para suprir despesa pública.
O Banco de Moçambique tem vindo a reduzir as taxas de juros de referência no sistema financeiro nacional, com destaque para a taxa juro de política monetária, vulgo MIMO, que reduziu de 17,25% para 15,75% de Janeiro a Março deste ano. A instituição justifica o corte nas taxas com a redução da inflação (subida de preços) nos últimos meses, bem como a médio prazo.
“Apesar da descida da inflação, o que permitiu em Janeiro o início de um ciclo de cortes na taxa de juro da política monetária, notamos que, muito provavelmente, as condições de financiamento manter-se-ão apertadas, num contexto de pressões fiscais persistentes, e uma fraca oferta de moeda externa”, afirmou Mussá.
Mussá falava esta quarta-feira (27), em Maputo, durante o Economic Briefing bienal realizado pelo Standard Bank. Como tem sido habitual, o evento serviu igualmente para o banco apresentar a análise da perspectiva de evolução da economia moçambicana como forma de orientar os clientes e a sociedade em geral, na tomada de decisões empresariais.
“Foi notória a rápida descida da inflação homóloga, de 5% em Dezembro, para 4% em Fevereiro, e um pico recente de 13% em Agosto de 2022, altura em que a pressão dos preços dos combustíveis e dos alimentos, resultante da guerra na Ucrânia, gerou pressões inflacionárias a nível global”, disse Fáusio Mussá, na sua apresentação.
O Standard Bank prevê para este ano uma desaceleração do crescimento económico para 4.6%, de 5% em 2023, consistente com a manutenção de taxas de juros reais elevadas e de uma subida da inflação homóloga para 5.9% no fim do ano.
As previsões do Banco indicam também que, apesar da exposição do País a eventos climáticos recorrentes, poderá observar-se uma descida da inflação homóloga para níveis abaixo de 3%, em Junho, antes de iniciar uma subida sazonal no segundo semestre.
Durante o encontro, que teve como lema "Moçambique: Como crescer para além do gás?" foi discutido o papel dos sectores público e privado na realização de investimentos que ajudem a gerar um crescimento mais inclusivo e sustentável.
Na ocasião, referiu-se que o tema da sustentabilidade torna-se cada vez mais relevante, num contexto em que a transição energética para energias mais limpas sugere que os investidores enfrentarão, cada vez mais, restrições no financiamento de projectos de exploração de combustíveis fósseis. (Carta)
O Conselho Municipal da Cidade da Matola está a aplicar 250 milhões de meticais (cerca de 3,9 milhões de dólares) na reparação de estradas e vias de acesso afectadas ou destruídas durante a passagem da Tempestade Tropical “Filipo” e chuvas intensas por esta urbe do sul de Moçambique. O valor foi concedido ao governo pelo Banco Mundial e as obras serão realizadas pela Administração Nacional de Estradas (ANE).
A informação foi partilhada na última sexta-feira (29), na cidade de Matola, pelo presidente do município, Júlio Parruque, durante a visita que efectuou às obras de resselagem dos troços Zuid-Mutaleia e Dom Bosco, Patrice Lumumba-Matola.
São obras de emergência com foco em três ou quatro vias dos postos administrativos da Matola Sede e Machava.
“Temos a estrada que sai do Dom Bosco até Patrice. De Patrice Lumumba há uma ramificação para Singathela e outra para T-3. Temos igualmente a estrada que sai do Quilómetro 15 na Josina Machel (Socimol) e vai até ao Bairro de Nkobe que é também um ponto bastante crítico”, disse Parruque.
Na Matola Sede, acrescentou o edil, “temos a avenida da União Africana, conhecida por Estrada Velha, temos a que sai da Zona do Supermercado Game até Zuid que também é uma estrada muito sofrida, e temos também a avenida Joaquim Chissano”.
Parruque disse que exige dos empreiteiros e fiscais envolvidos nas obras, qualidade e uma maior celeridade.
“Nós deixamos recomendações pontuais a estes empreiteiros, primeiro a qualidade, segundo velocidade. Queremos que aumentem o número de máquinas e homens, pois temos pressa em resolver o problema das estradas, mas não pode haver “despacho” ou precipitação, o fiscal também tem de fazer o seu melhor”, disse.
O edil reconhece que o trabalho não é suficiente pelo que urge mobilizar mais fundos para as obras de reparação de infra-estruturas do município danificadas.
“Precisamos mobilizar mais como município porque a situação é bastante desafiante, precisamos de terraplanar várias vias e atender a questão da drenagem. Estamos preocupados e a advogar a favor da Matola para termos investimento ou financiamento para as intervenções necessárias”, disse.
“Reiteramos que a Matola está numa situação bastante crítica em relação às vias de acesso e, nestas obras, os munícipes devem ajudar a fiscalizar”, exortou.
Na ocasião, o presidente do município disse que tem avançado o projecto de instalação do estaleiro municipal de obras, uma ferramenta para auxiliar no atendimento aos problemas das estradas em Matola. (AIM)
O Banco de Moçambique lançou oficialmente, em meados de Dezembro passado, a nova plataforma de pagamentos electrónicos fornecida pela norte-americana Euronet, na Rede Única Nacional de Pagamentos Electrónicos, gerida pela Sociedade Interbancária de Moçambique (SIMO). Entretanto, o funcionamento da nova plataforma tem sido marcado nos últimos meses por constantes falhas em ATMs e POS. Esses terminais têm andado sem sistema.
Há casos em que, mesmo com sistema, depois da transacção, o utente não consegue levantar o dinheiro, mas é debitado. Em transacções via POS, a não digitação do PIN por causa da nova tecnologia Contactless nos novos cartões tem também criado insegurança nos utentes que não recebem as devidas explicações do funcionamento dos novos cartões por parte dos bancos.
Para o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, a culpa é dos bancos comerciais que demoraram migrar para o novo sistema da Euronet. “As instituições não se ajustaram a tempo e só recentemente é que estão a abraçar este desafio das novas tecnologias para se adaptar ao novo sistema, aí está o problema”, afirmou Zandamela.
O Governador do Banco de Moçambique falava esta quarta-feira (27), em Maputo, depois de apresentar as decisões da segunda reunião bimensal do Comité de Política Monetária (CPMO) da instituição.
O novo sistema de pagamento já integra 16 bancos comerciais e três instituições de moeda electrónica, nomeadamente, o MPesa, EMola e Mkesh, que têm contribuído para a inclusão financeira, principalmente nas zonas recônditas, onde o acesso a um Banco é praticamente impossível. (Evaristo Chilingue)
O partido Frelimo, a formação política que governa o país desde a independência, reúne-se sexta-feira e sábado próximos, no Município da Matola, província de Maputo, em mais uma Sessão Ordinária (a terceira) do Comité Central, o órgão mais importante daquela organização política no intervalo entre os congressos.
Até hoje, ainda não é conhecida publicamente a agenda do encontro, mas sabe-se que a reunião irá avaliar os resultados das eleições autárquicas que deram vitória ao partido no poder em 60, dos 65 municípios do país. Igualmente, irá discutir a estratégia eleitoral para assegurar vitória nas VII Eleições Presidenciais e Legislativas, que se realizam a 9 de Outubro.
No entanto, ainda continua no “segredo dos deuses”o dossier dos pré-candidatos do partido à Presidência da República. Na última quarta-feira, a Comissão Política da Frelimo, o órgão gestor do partido, voltou a ficar em silêncio em relação ao tema.
Em conferência de imprensa concedida aos jornalistas no fim da reunião, a porta-voz do partido, Ludmila Maguni, voltou a defender não haver atrasos na escolha dos pré-candidatos. Disse ainda não fazer sentido que se compare o processo actual eleitoral com os anteriores, porque “cada processo é um processo”.
Assim, continua a ganhar forma a tese segundo a qual a Comissão Política irá “empurrar” para o Comité Central a responsabilidade de escolher os pré-candidatos que deverão ser submetidos à votação, numa Sessão Extraordinária a realizar-se em Maio próximo. O órgão volta a reunir-se entre terça e quarta-feira para aprovar, em definitivo, a agenda da terceira Sessão Ordinária do Comité Central.
O suspense em volta dos pré-candidatos da Frelimo é o mais longo da história desta formação política, em 62 anos de existência, que sempre elegeu seus “trunfos” com pelo menos 10 meses de antecedência. A sucessão de Armando Guebuza, por exemplo, começou a ser desenhada em 2013 e o seu sucessor ficou conhecido no primeiro dia do mês de Março de 2014, tendo tido oportunidade de fazer pré-campanha ao longo do ano e à boleia dos recursos do estado.
Alberto Vaquina (então Primeiro-Ministro), José Pacheco (então Ministro da Agricultura) e Filipe Nyusi (então Ministro da Defesa) foram os pré-candidatos escolhidos pela Comissão Política da Frelimo, a 7 de Dezembro de 2013, sendo que Filipe Nyusi foi confirmado sucessor de Armando Guebuza na noite do dia 01 de Março, após derrotar, na segunda volta, Luísa Diogo (candidata de última hora) por 135 votos (68%), contra 61 (31%).
Entretanto, enquanto a Comissão Política continua no silêncio sobre os possíveis sucessores de Filipe Nyusi, nos bastidores não pára de circular a lista dos possíveis presidenciáveis, incluindo alguns antigos adversários do actual inquilino do Palácio da Ponta Vermelha. José Pacheco, Aires Ali, Luísa Diogo lideram a extensa lista de pré-candidatos, que inclui ainda os novatos Basílio Monteiro e Celso Correia, o cérebro eleitoral do partido no poder. No entanto, o nome de José Pacheco é que ganha força nos últimos dias.
Lembre-se que, no calendário actual da Comissão Nacional de Eleições (CNE), as candidaturas à Presidência da República, a Governador da Província, a Deputado e a Membro da Assembleia Provincial, deverão ser entregues entre os dias 13 de Maio e 10 de Junho.
No entanto, as datas deverão ser revistas, assim que a Assembleia da República aprovar os projectos de revisão da Lei nº 2/2019, de 31 de Maio (eleição do Presidente da República e dos deputados); da Lei nº 3/2019, de 31 de Maio, sobre a eleição dos Membros da Assembleia Provincial e do Governador de Província; e da Lei nº 4/2019, de 31 de Maio, que define os princípios, normas de organização, competências e funcionamento dos órgãos executivos de governação descentralizada provincial. (A.M.)
A empresa pública Eletricidade de Moçambique (EDM) necessita de 6 a 7 milhões de Meticais para repor o sistema afectado pelas chuvas torrenciais, que caíram no último fim-de-semana na região sul do país, com destaque para a Área Metropolitana do Grande Maputo. Os dados foram avançados hoje pelo Ministro dos Recursos Minerais e Energias, Carlos Zacarias, durante a visita que efectuou às infra-estruturas eléctricas afectadas pelas chuvas, no Município da Matola.
Acompanhado pelo Presidente do Conselho de Administração da EDM, o Ministro dos Recursos Minerais e Energia visitou Postos de Transformação e linhas de transporte de energia elétrica afectadas pelas chuvas, nos bairros da Machava-Bunhiç, Matlemele e Khongolote, no Município da Matola, província de Maputo.
Na Machava-Bunhiça, por exemplo, as águas derrubaram um Posto de Transformação, deixando cerca de 250 famílias às escuras. De modo a solucionar o problema, a EDM transferiu a infra-estrutura para uma área, considerada “segura”. As obras decorreram na passada segunda-feira, sendo que o fornecimento da corrente elétrica foi restabelecido quase pela meia-noite, após 48 horas de escuridão.
Em Matlemele, a chuva inundou um Posto de Transformação, facto que também obrigou a EDM a interromper o fornecimento de energia eléctrica, de modo a evitar possíveis choques elétricos. O corte forçado afectou perto de 200 famílias, dos bairros Matlemele e Nwamatibjana.
Com vista a repor o sistema, a empresa decidiu construir uma nova infra-estrutura em uma área alegadamente segura. Até à manhã de hoje, ainda decorriam as escavações para a implantação dos postes, porém, a EDM assegura o restabelecimento total da corrente elétrica naquele bairro até ao final do dia de hoje.
Outro bairro afectado pelo corte forçado da corrente elétrica é o de Khongolote, onde as chuvas abriram crateras enormes, que derrubaram um poste de média tensão que, por sua vez, arrastou parte da linha de baixa tensão.
Neste bairro, a cratera também causou danos na estrutura do Posto de Transformação, que está prestes a tombar. Para evitar danos avultados, a EDM interrompeu o fornecimento da energia elétrica e, hoje, iniciou com as obras de transferência do PT para uma área considerada segura. A empresa garante que, até ao final desta quinta-feira, os cerca de 150 clientes afectados pelo problemas poderão ver as suas luzes acenderem novamente.
Segundo o Ministro dos Recursos Minerais e Energia, em geral, o sistema elétrico esteve intacto em toda zona sul, apesar da queda de alguns postes e Postos de Transformação. “Lamentamos pelos danos que foram causados”, afirmou o governante.
Para a EDM, a ausência de corte de energia em grande parte dos bairros da cidade e província de Maputo, assim como na generalidade dos distritos das províncias de Gaza e Inhambane, durante as chuvas do último fim-de-semana, resulta das manutenções de rotina que têm realizado a cada fim-de-semana nas suas infra-estruturas de transporte e distribuição de energia. (Carta)
O Banco de Moçambique decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, taxa MIMO, de 16,50% para 15,75%. Tomada esta quinta-feira (27), a decisão do Comité de Política Monetária (CPMO) é sustentada pela consolidação das perspectivas de inflação em um dígito, no médio prazo, num contexto em que a avaliação de riscos e incertezas associados às projecções continua favorável.
Em conferência de imprensa, o Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, lembrou que, em Fevereiro de 2024, a inflação anual fixou-se em 4,0%, após 4,2% em Janeiro. A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens com preços administrados, também desacelerou. Para o médio prazo, mantêm-se as perspectivas de uma inflação em um dígito, reflectindo, sobretudo, a estabilidade do Metical e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO.
Perante gestores do Banco Central e jornalistas, Zandamela disse que, para o médio prazo, excluindo o gás natural liquefeito (GNL), perspectiva-se a manutenção de um crescimento económico moderado, tendo em conta que, no quarto trimestre de 2023, excluindo o Gás Natural Liquefeito (GNL), o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,6% depois de 3,3% no trimestre anterior. Quando incluído o GNL, o PIB cresceu 5,4%.
No médio prazo (dentro de dois anos), o dirigente disse antever-se que a actividade económica, excluindo a produção do GNL, continue a recuperar, não obstante as incertezas quanto aos impactos dos choques climáticos na produção agrícola e infra-estruturas diversas.
“A pressão sobre o endividamento público interno mantém-se elevada. O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 344 mil milhões de Meticais, o que representa um aumento de 31,7 mil milhões em relação a Dezembro de 2023”, alertou Zandamela.
Sobre a avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação, o Governador disse que se mantêm favoráveis. Destacou-se como possíveis factores de contenção da inflação, no médio prazo, o esforço da consolidação fiscal e o impacto menos gravoso dos conflitos geopolíticos sobre a cadeia logística e sobre os preços das mercadorias no mercado internacional.
Zandamela assegurou que o CPMO continuará com o processo de normalização da taxa MIMO no médio prazo. No entanto, realçou que o ritmo e a magnitude continuarão a depender das perspectivas da inflação, bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projecções do médio prazo. (Carta)
A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) suspendeu por trinta dias, após conversações com o Governo, a greve marcada para ter início hoje.
A suspensão resulta das conversações mantidas com o Governo desde o anúncio, no domingo, do regresso à greve e que culminaram com o cumprimento de alguns pontos do caderno reivindicativo, entre os quais, o enquadramento dos profissionais de saúde, visitas de monitoria às unidades hospitalares e a resolução das irregularidades no pagamento dos subsídios.
Falando em conferência de imprensa, esta quarta-feira (27), a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) garantiu que a greve ficou suspensa na sequência das promessas do Governo.
“Durante as conversações com o Governo, logo após ao anúncio da nova greve, ficamos a saber que o Governo adquiriu 400 ambulâncias para todo o país, o que constitui um ganho para nós e para a população”, disse o porta-voz da APSUSM, Anselmo Muchave.
Referiu-se igualmente ao incremento na compra de medicamentos, luvas, seringas, fios de suturas, máscaras, gesso, aventais de borracha, equipamento para lavandarias dos hospitais centrais e gerais e mobiliários hospitalares. Muchave detalhou que foi aprovado documentalmente o lançamento do concurso internacional para o fornecimento de uniformes para toda a classe do sistema nacional de saúde.
“Foi igualmente aprovado o início de negociações com os parceiros para apoio ao Orçamento do Estado para o reenquadramento do pessoal do regime geral”, anunciou a fonte, acrescentando que teve início esta quarta-feira a tramitação do expediente relativo aos subsídios em dívida dos profissionais de saúde do regime geral e específico.
Quanto ao pagamento das horas extras, Muchave garante que segundo os documentos apresentados pelo Governo vão ser pagos possivelmente até fim de Abril. Entretanto, sobre as mudanças de carreira, o porta-voz da APSUSM esclareceu que já foram submetidos os documentos ao Ministério da Economia e Finanças para o reenquadramento do grupo que já terminou os seus estudos, mas as conversações vão decorrer ainda este ano.
“É necessário o apetrechamento dos blocos operatórios do país, e todos os técnicos superiores de cirurgia, saúde materna, anestesistas, instrumentação e toda a equipa presente no bloco operatório, serão atribuídos um subsídio de disponibilidade”, avançou.
Muchave disse que vão continuar os encontros entre o Governo e APSUSM, como mecanismo para monitorar o cumprimento das promessas feitas para suspender a greve. (M.A)
A Comissão Provincial de Eleições (CPE) da Zambézia negou ilegalmente credenciais para permitir que correspondentes do Centro de Integridade Pública (CIP), uma ONG anti-corrupção, observassem o recenseamento eleitoral na província.
Segundo o CIP, na terça-feira (26), a CPE devolveu àquela entidade toda a documentação relativa à acreditação dos seus correspondentes, alegando que o pedido deve especificar os distritos onde irão trabalhar.
Mas o modelo da carta enviada pelo CIP à CPE da Zambézia é o mesmo que foi utilizado para todas as outras Comissões Provinciais de Eleições e para a Comissão Nacional de Eleições (CNE), a maioria das quais teve sucesso e resultou na emissão de credenciais. Para os restantes casos, não houve exigência de que o CIP especificasse os distritos. Aparentemente, o Presidente da CPE, Emílio Mpanga, está a confundir eleições gerais com eleições autárquicas”.
O CIP alerta que “a decisão da CPE da Zambézia poderá ser deliberada, no sentido de atrasar ainda mais a acreditação de observadores e jornalistas".
Nas eleições autárquicas do ano passado, Zambézia foi uma das províncias onde a fraude eleitoral foi cometida em plena luz do dia”.
“Durante as eleições autárquicas, na mesma província, o CIP enfrentou as mesmas dificuldades: as credenciais só foram emitidas nos últimos dias do recenseamento eleitoral”, acrescenta o CIP. “A história repete-se com os mesmos actores”.
Embora os pedidos de credenciais tenham sido apresentados em tempo útil, “o CIP ainda não foi acreditado nas províncias de Niassa, Zambézia, Nampula e Maputo. Foi parcialmente acreditado na cidade de Maputo e totalmente acreditado nas restantes províncias (Gaza, Inhambane, Sofala, Manica, Tete e Cabo Delgado)”.
A única razão concebível para negar credenciais a organizações independentes e credíveis é para que a má conduta e a fraude possam ser cometidas durante o recenseamento eleitoral sem serem notadas.
Tal como o recenseamento do ano passado antes das eleições municipais, este registo, antes das eleições presidenciais, parlamentares e provinciais, está cheio de problemas previsíveis que os órgãos eleitorais fizeram pouca ou nenhuma tentativa de resolver.
De todo o país chegam relatos de repetidas avarias e mau funcionamento dos equipamentos utilizados para o registo – os computadores (conhecidos como Mobile-IDs) e as impressoras. Estes problemas eram bem conhecidos durante o registo do ano passado. Desde o fim do recenseamento de 2023, os órgãos eleitorais tiveram muitos meses para verificar todos os equipamentos e substituir qualquer Mobile-ID ou impressora com defeito.
No entanto, isso não foi feito. Assim que o registo começou, os Mobile-IDs e as impressoras começaram a funcionar com deficiências. Ou não tinham sido reparados ou as avarias eram uma manobra deliberada para atrasar o registo. (AIM)