O Millennium BIM reforça medidas internas de prevenção contra o novo Coronavírus, na República de Moçambique, onde já foi reportado o primeiro caso. O Banco afirma estar a acompanhar, de perto, a situação em todos os locais, onde têm operações e a observar rigorosamente as recomendações emitidas pelas autoridades competentes de saúde.
De forma a mitigar o risco de contágio, o Millennium BIM decidiu adoptar um conjunto de medidas que minimizam os riscos de contágio do COVID-19, entre as quais, o ajustamento da entrada dos clientes nas agências, em função do número de colaboradores disponíveis para, a cada momento, prestar atendimento de qualidade aos clientes.
Em comunicado de imprensa, o Banco diz também que irá passar a privilegiar as reuniões por videoconferência e as viagens ao estrangeiro e viagens com recurso a transporte aéreo estão condicionadas. Deste modo, evitam-se as concentrações de pessoas, assegurando-se sempre a prestação dos melhores os serviços financeiros aos clientes.
Foi igualmente definido um plano de higienização, limpeza e de desinfecção das superfícies e dos ambientes do atendimento público, bem como a adopção de procedimentos internos de protecção, como seja, por exemplo, o uso de máscaras cirúrgicas e luvas pelos colaboradores.
No mesmo contexto, diz o BIM, na nota enviada a nossa Redacção, foi instruído um manual de procedimentos para o pronto encaminhamento de casos suspeitos. Estas medidas de precaução são de cumprimento obrigatório e visam proteger a saúde dos colaboradores e clientes.
Os serviços bancários serão prestados com normalidade, porém, o Millennium BIM recomenda que os clientes se desloquem às Agências apenas em caso de absoluta necessidade, devendo privilegiar a utilização dos canais digitais e telefónicos. Assim sendo, sem sair de casa, os clientes podem realizar as operações bancárias de forma cómoda e segura, através das seguintes plataformas: Millennium IZI; Smart IZI; IZI NO WHATSAPP; IZI NO FACEBOOK e o site www.millenniumbim.co.mz.
O Banco afirma também estar disponível, todos os dias e 24 horas, a Linha Millennium BIM pelos números: (+258) 82 3500350; (+258) 84 3500350; e (+258) 86 3500350.
No ano em que celebra o seu 25º Aniversário, para o Millennium BIM garante que a prioridade são os seus colaboradores e os seus clientes, pelo que, considera ser de extrema importância estarem bem informados sobre a doença e os procedimentos a seguir, mantendo-se atento e a acompanhar o evoluir de toda a situação relativa a esta pandemia. (Carta)
A mensagem e as medidas avançadas pelas autoridades governamentais têm sido acatadas pelos responsáveis dos sectores do turismo, saúde, educação e da migração. Num trabalho jornalístico feito na última sexta-feira, 20, na Localidade da Ponta do Ouro, Posto Administrativo de Zitundo, no distrito de Matutuine, província de Maputo, “Carta” constatou que o fluxo de turistas reduziu drasticamente, uma informação confirmada por Celma Issufo, representante dos operadores turísticos daquela região do país.
Celma Issufo revelou que há mais de uma semana que “não tem nenhum trabalho” naquele ponto turístico, pelo que “maior parte dos operadores estão a pensar em fechar as suas estâncias, devido ao cancelamento reservas a 100%”.
Face ao cenário, Issufo avançou que a grande preocupação, do momento, são os trabalhadores, que “esperam algum posicionamento do governo”.
Segundo a representante dos operadores turísticos, na Localidade da Ponta de Ouro, os seus colegas estão preocupados em saber que saídas serão desenhadas pelo Governo para que os empresários não fechem as portas dos seus estabelecimentos. “Esperam que o governo os possa ajudar ou que transformem os restaurantes em take aways como os outros países têm feito”, disse a fonte, apontando os take aways como alternativa para a continuidade das operações dos operadores turísticos durante este período, em que as empresas não irão ganhar nada.
Celma Issufo sublinhou que os operadores turísticos tinham enormes expectativas com as férias sul-africanas e a páscoa, mas “todo o mundo cancelou e mesmo os turistas nacionais não têm aparecido”. A fonte entende que a solução será fechar as estâncias turísticas, nos próximos dias, como forma de fazer face à pandemia que vem deixando o mundo de “joelhos”.
Já no sector da saúde, Venâncio Nhavene, Director do Centro de Saúde da Ponta do Ouro, garantiu que as entidades estão a dar palestras a nível das comunidades, estâncias turísticas, mercados e todos os pacientes. Explicou que, nos próximos dias, o trabalho será intensificado, com vista a prevenir todos do novo coronavírus.
O Director do Centro de Saúde avançou que as autoridades de saúde têm feito aconselhamento nas estâncias turísticas para que todas as pessoas observem rigorosamente as medidas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MISAU). O dirigente explicou que até a data da entrevista, 300 pessoas já haviam sido abrangidas pelas campanhas do centro e dois técnicos de saúde locais é que lideravam as campanhas.
Questionado sobre a possibilidade de algumas pessoas atravessarem a fronteira, uma vez que Ponta do Ouro está próximo da vizinha África do Sul, que vem registando várias pessoas infectadas com Covid-19, Nhavene explicou que as autoridades policiais têm feito um trabalho para garantir que situações de género não aconteçam.
Na senda das medidas, “Carta” visitou a Escola Comunitária Graça Machel, localizada naquele ponto do país, frequentada por mais de 500 alunos, da 8ª à 12ª classe. Adérito Muianga, Director Pedagógico da Escola, explicou que a direcção teve de reduzir o número de alunos nas concentrações, passando a concentrar um máximo de 150 alunos”. Revelou que a Escola disponibiliza sabão em todas as salas de aulas, para além de que alguns alunos fazem palestras de dois a três minutos nas concentrações.
Muianga disse que a reabilitação da estrada permitiu que as pessoas não dependessem da vizinha África do Sul, passando a fazer compras na cidade de Maputo, retirando assim o alarmismo que se possa vir a assistir. O Director avançou que iria intensificar as palestras.
Relativamente ao Covid-19, Laura Neto, aluna da 11ª classe, explicou: “as mensagens que têm passado aos colegas são as mesmas que têm sido anunciadas pelas autoridades”, entretanto, avançou: “infelizmente não tinham como manter distância entre os colegas e que não tinham boas condições para fazer face à prevenção da pandemia a nível da escola”.
Outra aluna entrevistada pela nossa reportagem foi Nordina Nhangave, 11ª classe. A aluna disse que tem aconselhado os colegas a lavarem as mãos, protegerem a boca sempre que forem a tossir, lavarem a roupa e evitarem estar próximos às pessoas que apresentam alguns sintomas.
Na Escola Comunitária Graça Machel era visível a falta de condições, uma vez que os alunos andavam aglomerados em redor do local, onde foi colocada a torneira e o sabão.
Refira-se que a fronteira da Ponta do Ouro está encerrada desde o passado dia 16 de Março, devido à propagação da pandemia do Covid-19 na vizinha África do Sul. (Omardine Omar)
O Banco de Moçambique (BM) irá introduzir linhas de crédito em moeda estrangeira para os bancos e relaxar as condições de reestruturação dos créditos dos clientes bancários para a mitigação dos efeitos do Covid-19.
As medidas foram tomadas este domingo, durante a reunião extraordinária do Conselho de Administração do Banco Central. No encontro, dirigido por Rogério Zandamela, Governador do BM, aquela autoridade decidiu introduzir uma linha de financiamento em moeda estrangeira para as instituições participantes no Mercado Cambial Interbancário, no montante global de 500 milhões de USD, por um período de nove meses, a partir desta segunda-feira.
Outra medida foi a autorização da não constituição de provisões adicionais pelas instituições de crédito e sociedades financeiras nos casos de renegociação dos termos e condições dos empréstimos, antes do seu vencimento, para os clientes afectados pela pandemia do Covid-19, com efeitos a partir do dia 23 de Março até 31 de Dezembro de 2020.
De acordo com o comunicado de imprensa, emitido pelo Banco de Moçambique, as medidas reforçam as decisões anteriormente tomadas e visam disponibilizar liquidez em moeda estrangeira e em moeda nacional para apoiar as empresas e as famílias a honrarem os seus compromissos, na sequência do agravamento dos riscos decorrentes dos impactos macro-económicos do Covid-19.
“O Banco de Moçambique continuará a monitorar os indicadores económico-financeiros e os impactos macroeconómicos do Covid-19 e tomará as medidas correctivas adicionais sempre que for necessário”, sublinha a fonte.
Refira-se que, no passado dia 17 de Março, o BM reduziu, em 150 pontos base, os coeficientes das reservas obrigatórias em moeda nacional e em moeda estrangeira, com efeitos a partir do próximo dia 07 de Abril, com o objectivo de “libertar liquidez para o sistema bancário enfrentar, com maior resiliência, os riscos decorrentes dos impactos macro-económicos provocados pelo Covid-19. (Carta)
Começam a ser implementadas, a partir de hoje, as novas orientações deixadas pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, na passada sexta-feira, com vista ao combate do novo coronavírus, pandemia que eclodiu na República da China, em Dezembro passado e que já infectou mais de 300 mil pessoas e matou 13 mil, sendo que 96 mil são tidas como recuperadas.
Como resultado, a empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) anunciou, este sábado, o cancelamento, a partir desta segunda-feira, de todos os comboios de transporte de passageiros de longo curso com destino a Ressano Garcia (Moamba, província de Maputo), Goba (Namaacha, província de Maputo) e Chicualacuala (Gaza), no sistema ferroviário sul e para Moatize (Tete) e Marromeu (Sofala), no sistema ferroviário centro.
No comunicado, assinado pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) da empresa, Miguel José Matabel, os CFM garantem que irão ainda operar os comboios urbanos com destino a Matola-Gare, Moamba, Boane e Marracuene, na região sul; e Dondo, na região centro do país. Entretanto, afirma a fonte, os comboios deverão circular com uma lotação máxima de 50 passageiros por cada carruagem e não de 100, como tem sido habitual, “podendo vir a alterar em função do desenvolvimento do assunto”.
“Para o efeito, nestas rotas, iremos aumentar o número de carruagens, bem como, caso a demanda justifique, incrementaremos, igualmente, o número de carreiras em cada rota”, refere o comunicado, sublinhando a necessidade de os utentes colaborarem para a implementação destas “medidas emergenciais”.
À “Carta”, o Director de Comunicação e Imagem dos CFM, Adélio Dias, explicou que o cancelamento dos comboios de longo curso visa prover maior número de carruagens aos utentes das carreiras urbanas que, na sua maioria, viajam diariamente naqueles comboios com destino aos seus postos de trabalho.
A fonte explicou que, antes mesmo da tomada desta medida, a empresa já vinha registando a redução de número de passageiros, tendo passado dos 17 mil para 13 mil passageiros diários.
AMTM “reduz” lotação dos autocarros
Medida similar foi tomada pela Agência Metropolitana de Transporte de Maputo (AMTM), que também irá reduzir, a partir de hoje, a lotação máxima dos seus autocarros para um máximo de 50 passageiros.
Segundo o PCA da AMTM, António Matos, a medida visa reduzir o risco de propagação do novo coronavírus no país e, para a correcta implementação, foram criadas brigadas móveis (que irão circular de viaturas em todas as rotas abrangidas pela Agência) e fixas (a nível dos terminais) que farão a fiscalização da lotação dos autocarros.
Reconhecendo ser difícil controlar a lotação dos autocarros, devido à falta de meios electrónicos, Matos diz acreditar no bom senso dos passageiros, assim como dos motoristas, cobradores e fiscais dos autocarros, para além da informação que será fornecida pelas brigadas criadas para o efeito.
A fonte garantiu ainda que as cooperativas e as empresas municipais irão desinfectar os autocarros (vidros, portas, corrimões, assentos e outras áreas de fácil acesso dos passageiros) na base do álcool, em todos os terminais de passageiros, antes do embarque dos passageiros (a cada viagem).
Para que não haja problemas de transporte, Matos explicou que a AMTM irá colocar toda a frota de transportes no terreno para que ninguém atrase os seus compromissos. Os transportes públicos de passageiros, frise-se, são apontados como os mais vulneráveis para a propagação do Covid-19, no país, tendo em conta as condições em que os cidadãos são transportados no seu dia-a-dia.
Lembre-se que, a partir de hoje, os estabelecimentos de ensino (primário, secundário, superior e técnico-profissional) público e privado estarão encerrados até ao próximo dia 23 de Abril para minimizar o risco de propagação da pandemia. (Carta)
Moçambique confirmou, este domingo (22 de Março), o primeiro caso de coronavírus, desde a sua eclosão, na República Popular da China, em Dezembro do ano passado. A informação foi partilhada na tarde de ontem pelo Ministro da Saúde (MISAU), Armindo Tiago, em conferência de imprensa.
Segundo Armindo Tiago, o Instituto Nacional de Saúde (INS) já testou 46 casos do Covid-19, dos quais 45 tiveram resultado negativo. Conforme explicou, o primeiro caso confirmado é de um cidadão moçambicano, de mais de 75 anos de idade (não clarificou a sua idade), que retornou ao país, vindo do Reino Unido, em meados deste mês (também não clarificou a data exacta).
“Trata-se, portanto, de um caso importado de infecção por coronavírus. O diagnóstico deste caso foi feito pelo Instituto Nacional de Saúde, em Marracuene. O paciente tem sintomatologia ligeira, encontra-se em isolamento domiciliar e está em segmento clínico pelas autoridades da saúde do país, porque trata-se de um caso que não necessita de internamento em unidade sanitária”, revelou o titular da pasta da saúde, na República de Moçambique.
Questionado sobre o local de residência do cidadão infectado, Tiago respondeu: “nós fazemos teste com codificação. Vamos começar a fazer o trace and contact [rastreamento e contato] e vamos dar informação relativa ao local onde se encontra o paciente”.
Entretanto, Tiago referiu que decorre, neste momento, o rastreio dos contactos para efeitos de monitoria e avaliação da transmissão do vírus. Porém, vão continuar a monitorar este caso e os respectivos contactos. Até este domingo, revelou a fonte, as autoridades tinham rastreado 338.427 casos de coronavírus e já estiveram em quarentena 1.248 pessoas e, actualmente, encontram-se 695.
Este é o segundo caso de infecção de cidadãos moçambicanos. O primeiro registou-se na Espanha, onde um cidadão moçambicano, residente e trabalhador naquele país europeu (médico de profissão) foi diagnosticado com o Covid-19 e está a receber cuidados no hospital.
Refira-se que, na passada sexta-feira, o Chefe de Estado anunciou novas medidas de prevenção face ao novo coronavírus, que terão a duração de 30 dias a ter efeito a partir desta segunda-feira (23 de Março), com destaque para o encerramento de todas as escolas públicas e privadas (do ensino pré-escolar ao ensino superior); e a suspensão de todos os eventos de carácter social que envolvam mais de 50 pessoas, tais como celebrações, cerimónias religiosas, entre outros, com excepção das reuniões de interesse de Estado que cumpram os requisitos de prevenção emitidos pelas autoridades sanitárias competentes.
O Governo decidiu também suspender a emissão de vistos de entrada para Moçambique e cancelar todos os já emitidos; reforçar as medidas de obrigatoriedade de quarentena domiciliar de 14 dias para todos os viajantes; e a obrigatoriedade de implementação de medidas de prevenção por todas as instituições públicas e privadas, incluído operadores comerciais com vista a reduzir o risco de contaminação.
Também foi criada uma Comissão Técnico-científica, presidida pelo Ministro da Saúde, que integra profissionais de diversas entidades, incluído clínicas, saúde pública, comunicação social entre outros.
Refira-se que, até este domingo, mais de 180 países tinham registado mais de 300 mil infectados, que provocaram mais de 13 mil óbitos, sendo que mais 96 mil são tidos como recuperados. Em África já foram detectados 1.198 casos, em 41 países, sendo que, destes, 108 recuperaram, 37 perderam a vida em 10 países afectados. (Marta Afonso)
Eis um comunicado da edilidade de Maputo, recebido na madrugada de hoje, sobre a situação de Eneas Comiche, o Presidente do Conselho Autárquico de Maputo, que esteve recentemente em Londres, num evento em que participou também o Príncipe Albert II, do Mónaco. Como se sabe, o Príncipe monegasco testou positivo para o Covid 19:
“O Presidente do Conselho Municipal de Maputo, Dr. Eneas Comiche, participou no dia 10 de Março corrente, em Londres, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, na Cimeira sobre Água e o Clima, que contou com a participação, dentre outros, de Sua Alteza Real o Príncipe Charles, Príncipe de Gales e Sua Alteza Serena o Príncipe Albert II de Mónaco.
No seu regresso, no dia 13 de Março de 2020, foi cumprido o protocolo sanitário fronteiriço, numa altura em que o Reino Unido ainda não fazia parte dos países que mereciam atenção especial. Entretanto, no passado dia 19 de Março os organizadores da Cimeira comunicaram ao Conselho Municipal de Maputo que Sua Alteza Serena o Príncipe Albert II de Mónaco fez o teste de COVID-19 e o resultado foi positivo.
Em face desta informação, o Edil de Maputo e os membros da delegação que o acompanharam estão em quarentena domiciliária voluntária, seguindo o protocolo estabelecido pelas autoridades sanitárias moçambicanas. Neste momento, o Presidente do Conselho Municipal de Maputo e os membros da sua delegação encontram-se em pleno gozo de boa saúde”. (Carta)
O primeiro cidadão moçambicano diagnosticado positivo para o Novo Corona-Vírus vai permanecer em casa, onde receberá sua medicação. As autoridades da Saúde moçambicanas determinaram (como aliás está a acontecer em todo o mundo) que só irão para o hospital cidadãos infectados em estado avançado da doença, nomeadamente que já estiverem na fase da perda de ar. Para já, o cidadão em causa, com mais de 75 anos de idade, de acordo com o Ministro da Saúde, Armindo Tiago, e que esteve recentemente em Londres, ainda atingiu o estágio mais avançado da doença. Por enquanto, apenas desenvolveu febres altas. Sendo assim, deverá permanecer em casa.
Depois que o cidadão foi diagnosticado, a Saúde começou um “severo” trabalho de “contact tracing” (rastreio de contactos) à sua volta. Trata-se de apurar com quem é que o indivíduo esteve desde que regressou de Londres, nomeadamente familiares, amigos, empregados, etc, a quem também vai ser feito o mesmo tipo de inquirição. Depois, todas as pessoas identificadas serão testadas. Teoricamente, disse à “Carta” uma fonte abalizada, o indivíduo já deve ter infectado pessoas que ainda não desenvolveram sinais da doença, mas que dentro de algumas semanas podem ver sua condição agravada. O rastreio de contactos é uma ferramenta usada para encontrar pessoas que podem ter sido expostas a uma doença infecciosa. Agora com a pandemia do Covid 19, o processo está a ser aplicado um pouco por todo o lado para identificar “contactos próximos” de um infectado
Um “contacto próximo” é qualquer pessoa que tenha estado perto de alguém com o COVID-19. Isso pode significar morar na mesma casa ou passar mais de 15 minutos próximo de alguém com COVID-19, como num voo, autocarro ou comboio ou no local de trabalho. (M.M.)
Seis dias após a primeira comunicação à Nação sobre o Novo Coronavirus (Covid-19), o Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, veio, na tarde desta sexta-feira, nos mesmos moldes, para além de anunciar o não registo de qualquer caso do Covid-19 no país, endurecer as medidas de prevenção contra a pandemia, que teima em ceifar vidas a nível mundial.
O agravamento das medidas de precaução funda-se, tal disse o Presidente da República, no “elevado risco” a que o país está sujeito, decorrente do facto de alguns países com quem Moçambique faz fronteira terem já registado casos do Covid-19 e com tendência cada vez mais crescente.
Embora sem especificar o horizonte temporal, o chefe de Estado avançou que foram identificados e testados 35 suspeitos, mas os resultados revelaram-se negativos. Nyusi disse que, neste momento, estão em quarentena domiciliária 267 cidadãos nacionais e estrangeiros, provenientes de países de alto risco e contam, actualmente, com acompanhamento das autoridades sanitárias.
O pacote de medidas anunciadas pelo Presidente da Republica começa a vigorar a partir da próxima segunda (23 de Março) e tem a duração de 30 dias. Entre as medidas, o destaque vai para o encerramento de todas as escolas públicas e privadas desde o pré-escolar até às universidades e a suspensão de vistos de entrada para o país e cancelamento de todos já emitidos.
Conheça, de seguida, as restantes medidas anunciadas pelo Presidente da República.
- Criação de uma Comissão técnico-científica, presidido pelo Ministro da Saúde, que integra profissionais de diversas especialidades, incluindo clínicas de saúde pública, sócio-económicas, antropológicas, comunicação social entre outras. A Comissão tem como tarefa aconselhar o Governo na tomada de decisões com base em evidências científicas e apoiar nas acções da comunicação social (encurtar a tomada de decisões);
- Reforçar as medidas da obrigatoriedade da quarentena domiciliária de 14 dias para todos.
- Suspender a realização de todos os eventos de caracter social que envolvam mais de 50 pessoas, tais como celebrações, eventos desportivos e culturais, cerimónias religiosas, com excepção das reuniões de interesse de Estado que cumpram com os requisitos das autoridades sanitárias competentes.
- Impor a obrigatoriedade de adopção de medidas de prevenção por todas as instituições públicas e privadas, incluindo operadores comerciais com vista a reduzir o risco de contaminação.
- Reforçar as medidas de Fiscalização e vigilância com vista a garantir o normal funcionamento da cadeia de abastecimento.
A par de apelar o envolvimento de todos na luta contra a pandemia do Covid-19, Filipe Nyusi apelou à “serenidade” e ao “sentido de unidade” entre os moçambicanos. Aos utilizadores das redes sociais, Filipe Nyusi alertou sobre a necessidade da não difusão de informações falsas.
A pandemia do coronavírus já afectou um total de 160 países. (Carta)
A aldeia Miangalewa, no distrito de Muidumbe, na província de Cabo Delgado, foi, na noite de quarta-feira, novamente atacada por um grupo de homens armados que se acredita serem integrantes do grupo que semeia terror e luto nas famílias moçambicanas, desde Outubro de 2017.
Nesta incursão, afirmam as fontes, os insurgentes mataram uma pessoa, para além de ter saqueado produtos alimentares e cabritos e incendiado três casas, motorizadas e outros bens da população.
Entretanto, segundo eles, a acção não durou muito tempo, devido à pronta intervenção das Forças de Defesa e Segurança que, ao se aperceber da situação, começaram a disparar contra o grupo.
Refira-se que Miangalewa é um importante centro comercial e agrícola, do distrito de Muidumbe. Aliás, o ponto é frequentado por produtores de diferentes pontos da província, com destaque para os provenientes dos distritos de Macomia, Mocímboa da Praia e Mueda. (Carta)
O Serviço Nacional de Migração (SENAMI) afirma ter havido uma maior redução do índice de movimento migratório desde o dia 07 de Março até ao dia 13 do mesmo mês, em comparação com o período similar de 2019. A informação foi avançada, esta quinta-feira, pelo porta-voz do SENAMI, Celestino Matsinhe, durante o seu habitual briefing semanal.
Os aeroportos registaram uma redução de 50% de viajantes, enquanto as fronteiras marítimas, lacustres e fluviais registaram uma redução de 46% e as terrestres de 0,4%. Segundo Matsinhe, de 07 a 13 de Março, apenas 5.008 pessoas usaram os aeroportos nacionais para entrar e sair do país, enquanto em 2019 foram 10.159. Já pelo transporte marítimo, fluvial e lacustre entraram e saíram do país 186 pessoas contra 344 do ano passado. As fronteiras terrestres registaram 103.176 viajantes contra 103.652 vistos em mesmo período de 2019.
O porta-voz do SENAMI acrescentou ainda que, quanto ao movimento migratório terrestre, em relação à semana anterior (29 de Fevereiro a 06 de Março de 2020), reduziu em 17%, dado que nesse período atravessaram as fronteiras nacionais 131.335 viajantes, enquanto de 07 a 13 de Março atravessaram apenas 108.446 cidadãos de diversas nacionalidades.
Na mesma ocasião, Matsinhe informou que os pontos fronteiriços da Ponta D´Ouro (província de Maputo), Giryondo e Pafuri (na província de Gaza), continuam sem efectuar movimento migratório, em virtude do encerramento das fronteiras sul-africanas correspondentes. (Marta Afonso)