A PCA da Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC) defendeu, esta quarta-feira, que as instituições de ensino superior devem criar centros de pesquisa sobre matérias de género, como forma de aprofundar a compreensão sobre o tema e promover a igualdade entre os homens e as mulheres.
Para Graça Machel, a abordagem científica das relações de poder entre os homens e as mulheres irá contribuir para “desconstruir narrativas de subalternização das mulheres, bem como aquelas relacionadas ao racismo e à classe social”.
A activista dos direitos humanos lançou o desafios à academia, em Chonguene, província de Gaza, numa palestra promovida pela Universidade Save, onde dissecou sobre a educação da rapariga como um elemento de desenvolvimento das comunidades.
“A Universidade Eduardo Mondlane teve um centro de estudo de género que ajudou a entender a situação e deve ter trazido algumas propostas de solução. Penso que o centro já não existe. É necessária uma abordagem académica, legítima, trazida pelas universidades, que produzam a transformação, através de reformas legais, sociais e políticas”, frisou.
Uma das formas de estabelecer os centros de pesquisa, segundo Graça Machel, é a formação na área de género de docentes em níveis de mestrado e doutoramento, o que permitirá a captação de novos conhecimentos e experiências sobre mecanismos de eliminação de processos de inferiorização das mulheres.
A oradora sublinhou que o equilíbrio nas relações de poder e o investimento na educação das raparigas é determinante para romper o ciclo de pobreza nas famílias, em grande parte imposto às mulheres.
"É ainda mais difícil continuar a ganhar títulos do que conquistá-los pela primeira vez. Na primeira vez, há vontade e determinação. Para continuar a ganhar é preciso uma mentalidade forte... e vamos ter de mostrar se a temos ou não", disse Pep Guardiola, treinador espanhol, durante a antevisão do tradicional jogo de abertura da época inglesa. O derby que colocará frente-a-frente o campeão da Taça da Inglaterra e da Premier League, Arsenal vs Manchester City, será disputado na tarde de domingo, 6 de Agosto de 2023, no mítico Estádio de Wembley.
O jogo terá transmissão em directo e exclusivo a partir dos pacotes GOtv Plus e DStv Fácil. A DStv e a GOtv são as únicas verdadeiras casas de futebol em Moçambique, oferecem um leque e profundidade de acção que nenhum outro concorrente pode igualar – é literalmente “Futebol Imbatível”.
O Manchester City, equipa que conquistou tudo na época passada, busca manter o seu poderio na nova temporada, embora o treinador Pep Guardiola aponte que será difícil manter o sucesso nesta época.
No entanto, o Arsenal sob o comando de Mikel Arteta, vice-campeão da Premier League na última temporada, quer continuar a evoluir e a chegada de Declan Rice para reforçar o meio-campo é um sinal de que os Gunners estão determinados a apostar tudo para a nova época.
"Vejo-o [Rice] como um farol - que está disposto a iluminar os outros, é algo que agrega valor para a equipa", explicou Arteta. "Para mim, ser um médio é preciso ter isso e ele tem a 100%. A forma como fala e se apresenta, a ambição e a paixão pelo jogo. Era exactamente disso que precisávamos.
Principais jogadores
Erling Haaland - O atacante norueguês teve uma primeira temporada recorde com o Man City em 2022/23 e, nesta época, pode ainda melhorar a sua performance. A primeira oportunidade de enviar um aviso sinistro aos defesas da Premier League chega neste confronto com o Arsenal.
Declan Rice – Tem sido apontado como um dos melhores médios da Liga Inglesa nas últimas duas épocas e vai tentar levar o Arsenal a um nível mais elevado com o seu excelente posicionamento, capacidade de realizar contra-ataques e liderança.
Estatísticas do confronto directo
No confronto directo, Man City e Arsenal enfrentaram-se em 208 partidas em todas as competições desde 1893. Os Gunners conquistaram 98 vitórias, contra 65 dos Citizens e 45 jogos foram empatados.
As equipas defrontaram-se em três jogos na época passada (dois na Premier League e um na Taça de Inglaterra) e o Man City saiu vitorioso em todas as ocasiões, culminando com uma vitória por 4-1 no último confronto, no Estádio Etihad, em Abril de 2023.
Batalhas por assistir
Pep Guardiola x Mikel Arteta - Arteta fez um trabalho incrível ao transformar o Arsenal em candidato ao título, mas a reputação de Guardiola como um dos maiores técnicos de todos os tempos foi consolidada com a conquista do tricampeonato do City na última temporada.
Detalhes da transmissão
Domingo, 6 de agosto de 2023
17:00h: Arsenal x Manchester City – EM DIRECTO na SuperSport Premier League, SuperSport Maximo 1, SuperSport Máximo 2 e SuperSport GOtv Premier League.
Foi aberta na terça-feira (1), no Auditório do BCI, em Maputo, a exposição ‘Galeria Zerou’, do artista plástico e designer gráfico moçambicano Mário Tique. A mostra é composta por uma quinzena de obras, em que predomina o acrílico sobre tela.
Combinando cores, emoções, movimento e som, o artista pinta, de forma poética, o dia a dia e as dinâmicas sociais. E isso é visível em peças como ‘Pastor de ovelhas e seus discípulos’; ‘Braços do mar’, ‘Salmo do xitende’, ‘Flores do perdão’, ‘Magumba ka xinguerenguere’, ‘Jam session’, ‘Cheias de Boane 2023’, entre outras. E como refere Ulisses Ngomane, na brochura de apresentação, Tique vem para restaurar o seu percurso de artista, com as suas características únicas.
É sempre um privilégio para o BCI contribuir para a descoberta e reconhecimento de talentos, mas de forma mais ampla promover a divulgação da cultura moçambicana e prestigiar artistas como Mário Tique que muito têm feito para a preservação da boa arte, e acima de tudo para mostrarem aqui e no estrangeiro o que de melhor se faz, no país, em matéria artística, referiu o Director de Relações Públicas do BCI, Heisler Castelo David.
Mário Tique deu os seus primeiros passos na arte ainda pequeno, tendo nos anos 80 iniciado a sua formação, a qual lhe permitiu fazer as primeiras aparições e arrecadar algumas distinções, como é o caso do prémio de pintura do Banco Fomento Exterior, de Portugal, que abriu portas para estágios e intercâmbio com outros artistas. Mais tarde recebeu uma bolsa para estudar design gráfico em França, para depois integrar diversas mostras colectivas de pintura, no país e no estrangeiro.
A exposição está aberta ao público até ao dia 19 de Agosto.
Soldados sul-africanos encarregues de garantir a segurança nas fronteiras terrestres da África do Sul, com os países vizinhos, confiscaram em Julho, das mãos de contrabandistas moçambicanos, pelo menos um milhão de rands, após intervenções do Exército, apoiado pela polícia e funcionários alfandegários (SARS). A apreensão do valor ocorreu no âmbito da Operação Corona lançada pelo governo de Pretoria para conter a imigração ilegal, o roubo de viaturas, o contrabando, entre outros crimes.
O número de casos de imigração ilegal aumentou em Julho, em mais de 300, depois de ligeira queda em Junho, passando de 642 para 966. Como tem sido habitual, mais moçambicanos (471) tentaram entrar na África do Sul através das fronteiras com KwaZulu-Natal e Mpumalanga.
De acordo com o portal Defenceweb, Zimbabwe liderou em Julho o número de casos de contrabando, roubo de viaturas e imigração ilegal registados nas fronteiras sul-africanas, seguido de Moçambique.
Os contrabandistas e ladrões de veículos tiveram um mês difícil, com as autoridades confiscando 19 milhões de rands em contrabando, antes que pudessem chegar aos consumidores sem o pagamento dos impostos.
Os fornecedores zimbabueanos de produtos que vão desde roupas e calçados falsificados até cosméticos, bebidas e produtos farmacêuticos foram os mais atingidos, perdendo R16 milhões em “produtos”.
Drogas, não especificadas pela Divisão de Operações Conjuntas da Força de Defesa Nacional (SANDF), mas geralmente tendo a dagga como a principal, avaliadas em cerca de 347.000 rands foram confiscadas e entregues à polícia, com Moçambique como principal corredor nas fronteiras de KwaZulu-Natal e Mpumalanga.
Os soldados sul-africanos também impediram em Julho que um número não especificado de veículos fosse exportado ilegalmente para Botswana, Moçambique e Zimbabwe. Os veículos estão avaliados em mais de R$ 3,6 milhões. (Defenceweb)
O desempenho das empresas do sector privado pelo Índice de Robustez Empresarial (IRE) no segundo trimestre de 2023 corrente permaneceu em 28%, tal como no primeiro. O IRE é calculado trimestralmente pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a voz do empresariado privado nacional.
Falando em briefing económico, realizado esta quinta-feira (03) em Maputo, o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, explicou que concorreram para a manutenção de factores negativos o desempenho do turismo, mas também apontou aspectos positivos. “Do lado positivo, destaca-se o início da campanha de comercialização agrícola, o início da época de exportação de produtos como o algodão e camarão, e do lado negativo, o abrandamento do desempenho do sector de turismo, principalmente em províncias como Inhambane, Gaza e Manica, e o arrastamento dos efeitos dos eventos climáticos do primeiro trimestre”, indicou Vuma.
Perante perto de duas centenas de homens de negócios, o Presidente da CTA acrescentou que pesou igualmente na manutenção do desempenho empresarial o impacto dos custos dos preços de combustíveis, de modo particular do gasóleo, que corresponde a mais de 75% do consumo empresarial, cujos efeitos se reflectiram directamente no sector de transportes e indústria.
Do estudo trimestral, a CTA conclui ainda que no que diz respeito ao índice de emprego, acompanhando a tendência do índice de robustez empresarial, apresentou uma ligeira melhoria, o que denota uma maior prospecção do sector privado de gerar emprego no II Trimestre deste ano face ao primeiro.
“Entretanto, o mercado de trabalho continua frágil, constatando-se que prevalece uma preferência para a contratação de mão-de-obra temporária ou em tempo parcial, principalmente nos sectores da agricultura e construção”, assinalou Vuma.
Como perspectivas, a CTA espera que no terceiro trimestre registe uma tendência crescente da actividade empresarial. Todavia, diz haver o risco da subida de preços do barril de petróleo no mercado internacional, a par do prosseguimento dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia pressionar os preços domésticos de bens e serviços, cujo impacto poderá ser a diminuição da procura e, consequentemente, a contracção dos lucros de exploração.
Contudo, para fazer face à alta de preços e propiciar o aumento da produção e produtividade por forma a habilitar o país de melhores condições para absorver aos choques externos, a CTA apela à manutenção da estabilidade da taxa de câmbio, facto que o Banco de Moçambique tem alcançado desde o ano passado.
Exorta ainda para a necessidade de uma taxa de juro baixa que possibilite o acesso ao financiamento por parte do sector privado, pois, a classe empresarial tem assistido a uma subida galopante do coeficiente de reservas obrigatórias que, nos dois trimestres do ano, subiu em mais de 28.5 pontos percentuais, facto que originou o aumento da prime rate em 90 pontos bases.
A CTA exige ainda ao Governo a criação de mecanismos para impulsionar a produção interna, quer seja pela primazia das compras do Estado da produção nacional ou o alargamento das zonas económicas especiais, dentre outros factores que foram evidenciados durante a décima oitava Conferência Anual do Sector Privado - CASP. (Evaristo Chilingue)
A economia do sector privado de Moçambique iniciou o segundo semestre de 2023 com nota bastante positiva de acordo com os mais recentes dados do inquérito Purchasing Managers’ Index (PMI), produzido mensalmente pelo Standard Bank Moçambique. Resultados desse estudo assinalam uma maior melhoria das condições das empresas em Julho último.
O relatório do inquérito revela que o crescimento da produção aumentou a um ritmo acentuado, impulsionado por uma maior procura e número de clientes. Assinala que a recuperação deu origem a uma ronda mais eficaz de aumento dos preços de venda, contribuindo para as margens das empresas num momento de pressões relativas aos custos modestas.
Por consequência desse desempenho, o principal valor calculado pelo inquérito, o PMI, situou-se em 51,9 em Julho passado, contra 51,3 registado em Junho. O inquérito determina que valores acima de 50,0 apontam para uma melhoria nas condições das empresas no mês anterior, ao passo que valores abaixo de 50,0 mostram uma deterioração.
De acordo com o relatório do PMI, o indicador de Julho foi o mais elevado registado desde Junho de 2022 e assinalou uma melhoria moderada na saúde do sector privado.
“No entanto, as empresas sentiram dificuldades em converter o crescimento das vendas em contratações, uma vez que as mais recentes pressões de salários deram origem a problemas de tesouraria e prejudicaram o recrutamento. De igual modo, os stocks de meios de produção sofreram uma redução apesar de um novo aumento da actividade de aquisição, uma vez que o fraco poder de aquisição no segundo trimestre obrigou as empresas a usarem os seus inventários de forma a sustentar a produção”, lê-se no relatório.
Em Julho, as empresas moçambicanas permanecem confiantes em relação ao restante do ano, com 45% dos inquiridos a preverem um crescimento da actividade entre o aumento de novos negócios. No entanto, o optimismo diminuiu e atingiu o valor mais baixo desde Fevereiro.
Comentando os resultados do inquérito, o economista-chefe do Standard Bank em Moçambique afirma que, em geral, o desempenho é o reflexo da aceleração progressiva do aumento de novas encomendas e da produção.
“Tendo permanecido acima do valor de referência de 50, o PMI de Julho sugere que a actividade económica continua resiliente e a recuperar gradualmente. O PMI indica um desempenho mês a mês mais modesto nos sectores da agricultura e da construção, tendo sido este último o mais afectado pelas condições monetárias mais restritas, pela liquidez intermitente de moeda externa e pelas pressões fiscais”, afirma Mussá, em relatório do PMI.
Entretanto, o economista observou que em Julho, embora exista alguma solidez de crescimento na economia do sector dos serviços, não nos surpreenderia que tal começasse a esmorecer devido aos ajustes feitos na massa salarial do Estado, que já sofreu dois cortes durante este ano, e a uma política monetária mais restrita, que tem tendência a afectar a economia com algum atraso. (Carta)
Economistas e gestores empresariais queixam-se da crise de financiamento que afecta a economia moçambicana nos últimos tempos, devido ao elevado custo do dinheiro no sistema financeiro nacional, motivado pelas políticas monetárias restritivas tomadas pelo Banco de Moçambique e não só.
“Há crise de financiamento em Moçambique”, afirmou o economista-chefe do Millennium bim, Oldemiro Belchior, durante o briefing económico organizado na última quinta-feira, (03) em Maputo, pela Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA).
Segundo Belchior, concorrem para a crise no financiamento à economia as medidas restritivas que vêm sendo tomadas pelo Banco Central, com o objectivo de reduzir o elevado custo de vida, com a subida generalizada de preços de bens e serviços (inflação), em todo o país. Trata-se de medidas de aumento da taxa de juro de política monetária (vulgo taxa MIMO), e as reservas obrigatórias (em moeda interna e externa) que, no primeiro semestre de 2023, subiram em mais de 28.5 pontos percentuais, facto que originou o aumento da prime rate em 90 pontos bases.
Falando numa plateia de perto de 200 participantes, em presença física e remotamente, o economista, que também é membro do conselho directivo da CTA, deu a entender que, apesar de as medidas do Banco de Moçambique serem bem-vindas para estancar a inflação, estão a encarecer o dinheiro no sistema financeiro, o que leva os empresários a recearem contratar novos empréstimos para investir nos seus negócios.
Para defender o seu pensamento, Belchior recorreu aos dados sobre crédito à economia do próprio Banco de Moçambique. Ilustrou que, em Maio último, os bancos concederam no geral 298.2 mil milhões de Meticais em empréstimos à economia, valor que representa um crescimento de 7.8% se comparado com igual período de 2022, em que o Banco Central registou um crédito total à economia de 276.6 mil milhões de Meticais.
Contudo, ilustrou que, do crédito total concedido à economia no primeiro trimestre deste ano, 171.2 mil milhões de Meticais foram destinados ao sector produtivo, as empresas, verba que representa um aumento de apenas 1.5% se comparado com igual período em que os bancos concederam 168.6 mil milhões de Meticais.
Com esses dados percebe-se que o financiamento às empresas foi quase insignificante e demonstra receio da classe de contrair novos empréstimos porque os juros são caros.
Antes da intervenção de Belchior, num evento em que se debatia o desempenho da economia no segundo trimestre de 2023 corrente, falou o economista e Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM), Salim Valá. Apresentando o desempenho da BVM naquele trimestre, Vala disse mesmo: “nenhum empresário recorreu ao BVM para se financiar e, como consequência, no segundo trimestre, o indicador da bolsa de financiamento à economia foi negativo”. Entretanto, disse que os outros indicadores, como capitalização bolsista, registaram desempenho positivo.
Para além das medidas de política monetária, Valá acusou o impacto da crise do conflito entre a Rússia e a Ucrânia que dura há mais de um ano e sem fim à vista.
Além desses factores, o economista-chefe do Millennium bim acrescentou que concorrem para a retracção do investimento na economia nacional “o elevado custo de captação de depósitos, suportado pelos bancos comerciais; poupança reduzida e poder negocial dos investidores institucionais; risco de crédito decorrente do incumprimento, numa altura em que há elevado índice de crédito malparado no sistema; assimetrias de informação e falta de colaterais, bem como as pressões fiscais resultantes dos encargos da dívida pública”. (Evaristo Chilingue)
A Ministra da Administração Estatal e Função Pública, Ana Comoane, anunciou que, só este ano, mais de 600 funcionários e agentes do Estado foram encontrados em esquemas de corrupção a vários níveis. Os visados têm os seus respectivos processos devidamente tramitados, dos quais, sete já se encontram no Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) para devidos efeitos, num procedimento que visa tornar a administração pública mais íntegra.
A informação foi prestada ontem (03), na província de Maputo, no decurso do XI Conselho Coordenador do Ministério da Administração Estatal e Função Pública, fórum que avalia as realizações do sector e aponta caminhos para o futuro.
“Registamos infelizmente, este ano, mais de 600 funcionários e agentes do Estado em esquemas de corrupção”, disse a ministra.
Detalhando o fenómeno de corrupção na função pública moçambicana, a Inspectora do sector, Laura Nhancale, apontou as áreas de atendimento público, nomeadamente a saúde e educação, como aquelas que têm maior registo de actos de corrupção.
Segundo a fonte, a maioria dos casos culminaram com a instrução de processos disciplinares e, nas situações mais graves, foram encaminhados ao GCCC, tendo em conta que, para além de sanções disciplinares, há espaço para a responsabilização criminal.
“Isto resulta do trabalho que a administração pública está a fazer no sentido de responsabilizar quem se envolve em esquemas de corrupção. A corrupção ocorre em todo o país e um pouco em todos os sectores, mas temos os mais críticos”, disse a fonte.
Assegurou que o Estado continuará implacável no combate à corrupção, com vista a devolver a dignidade ao sector, numa altura em que os cidadãos se queixam de qualidade de serviços prestados há vários níveis.
Foi partilhada a pretensão do sector em expandir a prova de vida biométrica não presencial, uma inovação recente que já abrangeu, na sua fase piloto, 199 funcionários de diferentes instituições de nível central, o que encoraja o executivo a acelerar o sistema de prova de vida, tornando-o mais eficiente, poupando tempo e recursos.
No fórum, foi apontado como conquista o processo da descentralização que culminou com a criação das 12 novas autarquias locais e sua delimitação, num pacote de 95 unidades territoriais marcadas, incluindo distritos, postos administrativos e localidades nas províncias de Nampula e Niassa e Inhambane. (AIM)
A medida surge poucos dias depois do Governo ter anunciado que os médicos grevistas são faltosos e alertou que as suas ausências estavam a ser registadas e incorrem em processos disciplinares porque não observam os serviços mínimos.
Entretanto, nesta quinta-feira, a Associação Médica de Moçambique (AMM) diz ter submetido uma Providência Cautelar ao Tribunal Administrativo (AT) para anular os efeitos das medidas administrativas anunciadas pelo Governo.
“Nós entendemos que o Governo está a ameaçar-nos e, para conter esta situação, decidimos submeter uma Providência Cautelar, para que tudo aquilo que é o efeito destas acções ilegais que estão a ser tomadas pelo Executivo não tenha impacto sobre os médicos que estão a exercer um direito constitucional”, explicou o porta-voz da AMM, Napoleão Viola.
Segundo Viola, em relação à decisão do Governo de contratar 60 médicos para preencher as lacunas deixadas pelos grevistas, a associação mostra-se a favor da medida e diz que seria bom que fossem contratados todos os outros médicos que se encontram desempregados.
“São cerca de 450 médicos que estão sem emprego no país porque o Governo não os quer contratar, mas se já vai dar emprego a uma parte destes, ficamos felizes”.
Viola alerta o Governo que com a contratação deste grupo nada garante uma melhor prestação de serviços porque ainda é inexperiente.
“A medicina aprende-se com o tempo, os médicos que saem da carteira hoje para serem lançados no mercado não significa que já sabem tudo. A experiência é muito importante. O Governo acha que vai poder mandar para casa os médicos experientes e contratar os inexperientes. Isso implica uma enorme redução da qualidade dos serviços prestados”.(Carta)
Com a aprovação, ontem, do Projecto de Revisão Pontual da Constituição da República, estão criadas as condições para a convocação das VII Eleições Gerais e IV das Assembleias Provinciais. Assim, o Chefe de Estado, que viu a bancada parlamentar do seu partido (Frelimo) reduzir o período de convocação do escrutínio de 18 para 14 meses, tem até ao próximo dia 15 de Agosto a data-limite para convocar o escrutínio a ser realizado em Outubro de 2024.
De acordo com a legislação eleitoral, as eleições presidenciais e legislativas e das Assembleias Provinciais realizam-se até à primeira quinzena de Outubro de cada ano eleitoral, em data a definir por Decreto do Presidente da República, sob proposta da CNE (Comissão Nacional de Eleições).
Assim, com as eleições já previstas para a primeira quinzena de Outubro de 2024, o Chefe de Estado, Filipe Jacinto Nyusi, é obrigado a convocar as Eleições Presidenciais, Legislativas e das Assembleias Provinciais até ao próximo dia 15 de Agosto, um acto que está refém da revisão da Constituição da República, que deverá adiar as eleições distritais, agendadas para 2024.
Refira-se que, até ao momento, ainda são desconhecidos, formalmente, os candidatos à Presidência da República, no entanto, já há movimentações, a nível da Frelimo, para suceder Filipe Nyusi que, definitivamente, terá de abandonar o Palácio da Ponta Vermelha, em 2024.
A nível dos partidos da oposição, são quase certas as candidaturas de Lutero Simango (MDM) e Ossufo Momade (Renamo), porém, a candidatura do Presidente da Renamo está ensombrada pela provável candidatura de Henriques Dhlakama, filho do falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama. (A.Maolela)