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Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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O Terrorista Elegante e outros contos é um livro escrito a quatro mãos, por escritores de dois países de Língua Portuguesa, José Eduardo Agualusa (Angola) e Mia Couto (Moçambique), com ilustrações do criativo André Carrilho (Portugal). O livro é composto por novelas curtas, cheias de humor e suspense. A história central desta obra, surge num contexto em que um angolano é preso em Portugal por suspeita de participação em actos de terrorismo. O homem alega ser capaz de voar e conversa com um passarinho na prisão, que parece dar-lhe as orientações necessárias para que cumpra a sua missão.

 

(11 de Dezembro, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)

Leo cote é um dos autores mais proeminentes da Editora Fernando Leite Couto. O prefácio da estudiosa brasileira de literatura de língua portuguesa, Vanessa Riambau Pinheiro, revela-nos que ‘’Campo de Areia’’, o terceiro e até agora o melhor dos livros do autor Léo Cote, mostra-nos uma faceta ainda mais inquieta e sabedora do caráter fugidio da poesia. Deste livro, fica-nos a inquietude de um eu poético que interroga o mundo ao mesmo tempo em que questiona a si próprio, ciente da efemeridade humana e da intangibilidade da vida.

 

(10 de Dezembro, às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)

segunda-feira, 09 dezembro 2019 09:55

Literatura / Lançamento do Livro ‘’Kudumba’’

A apresentação do livro ‘’Kudumba’’ da autoria de Cremildo Bahule caberá ao reputado académico Dionísio Bahule. A obra ostenta o selo da Khuzula, uma editora que encaminha a sua linha editorial pela herança musical que caracteriza Moçambique. Todas as proezas têm os seus vanguardistas. Na música moçambicana, em vários talentos, Ghorwane faz parte desta ventana harmónica que avigora a nossa identidade artística e nos encoraja a pensar como nação. Como um grupo musical, Ghorwane consegue agarrar em seus acordes as condolências e alegrias moçambicanas, numa particularidade extraordinária, transforma o contraproducente em assertório: atitude que qualifica o moçambicano mesmo nos ápices da dor.

 

(09 de Dezembro, às 18Hrs no Centro Cultural Português)

A Cornelder de Moçambique (CdM), concessionária dos terminais de contentores e de carga geral do Porto da Beira, no centro do País, apresentou, sexta-feira, 6 de Dezembro, em Maputo, o seu plano de acção face à aproximação do ciclone Idai e como mitigou os seus impactos.


A apresentação decorreu durante o debate promovido pelo Absa Bank Moçambique, em parceria com a Revista Exame, sobre as alterações climáticas no mundo e no País, em particular, visando a antecipação, prevenção e mitigação de fenómenos.


Através deste debate sob o lema “Alterações Climáticas: antecipação, prevenção e mitigação”, o administrador delegado da CdM, Jan de Vries, disse que a sua instituição já dispunha de um plano de contingência, que tinha como ponto de partida o encerramento do Porto da Beira, com uma antecedência de dois dias, para a preparação das instalações e reforço de todos os equipamentos, com vista a mitigar o impacto do ciclone Idai.


“Para nós, a parte chave é a preparação. O ciclone Idai foi um desafio maior. O porto está exposto ao vento e por ser essencial à economia regional salvaguardar o terminal era importantíssimo. A maior preocupação era a protecção dos nossos guindastes de 60 metros de altura e com um peso de mil toneladas cada.

 

Fizemos todo um esforço enorme, soldando as estruturas e no parque dos contentores diminuímos o formato de pirâmide para o vento passar, porque sabíamos que havia a possibilidade do mar entrar e, por isso, tomámos todas as precauções, tendo inclusive removido as redes de comunicação. No dia seguinte, com o apoio dos trabalhadores, conseguimos mitigar o impacto e pusemos o porto a funcionar em tempo recorde”, explicou o administrador delegado da CdM.


Jan de Vries enalteceu também o papel preponderante desempenhado por todas as instituições do Estado que participaram, de forma activa, na reposição das infra-estruturas danificadas, como as estradas e linhas de telecomunicações.


“Reconhecemos o esforço do Governo que conseguiu fazer a reposição da energia eléctrica e das estradas. Foi um trabalho excelente fazer a reposição e pôr todo o corredor a fluir, evitando deste modo a fuga de clientes do porto da Beira. Para as próximas ocorrências de intempéries ou ciclones, o porto estará com certeza mais preparado. Contudo, continuamos a fazer estudos com vista à resiliência dos equipamentos e dos armazéns em particular”, enfatizou Jan de Vries.


Durante o evento foi apresentada uma visão académica sobre as mudanças climáticas a longo prazo e a sua implicação a nível do habitat e humano, pelo Prof. Barend Erasmus, reputado cientista na área de alterações climáticas.(FDS)

A petroquímica sul-africana Sasol e o Governo dizem não ter resposta da comissão de inquérito sobre o tumulto havido a 27 de Novembro no distrito de Inhassoro, norte de Inhambane, protagonizado por populares que reivindicavam a contratação externa da mão-de-obra em empresas sub-contratadas pela multinacional. A título de exemplo, a população que se amotinou em frente à administração local referenciou a chegada, naquela semana, de um grupo de 100 pessoas vindas de Maputo para trabalhar na Bonatti, uma empresa sub-contratada pela Sasol.

 

Em conversa telefónica com o responsável pelas Relações Institucionais da Sasol, Januário Mucavele, e com o Secretário Permanente do Distrito, José Matsinhe, “Carta” soube que a equipa, composta por ambos organismos, não conseguiu cumprir com as datas indicadas, alegadamente, porque o trabalho não foi concluído.

 

O Secretário Permanente, que chefia a comissão, avançou que amanhã (10) o grupo poderá pronunciar-se sobre o assunto. “O caso está a preocupar o Governo. Então, acredito que até esta terça-feira o relatório estará disponível”, disse Matsinhe.

 

Segundo o Governante, o trabalho da equipa visa apurar, junto das empresas sub-contratadas pela Sasol, a veracidade das alegações que levaram a população local a reivindicar. Para o efeito, Matsinhe disse estar em curso um trabalho de fiscalização das referidas empresas.

 

Refira-se que, para além da exclusão de contratação de mão-de-obra local, durante a manifestação, a população queixou-se ainda da falta de transparência na contratação e das cobranças de valores monetários que chegam a 15 mil Meticais em troca de emprego. O tumulto levou à detenção duma cidadã e disparos pela polícia para dispersar os manifestantes que chegaram a bloquear uma estrada com toros e paus. (Carta)

segunda-feira, 09 dezembro 2019 05:52

INE perspectiva contínua subida de preços

Com a aproximação da quadra festiva, o Indicador de Expectativas de Preços continua a aumentar nos últimos meses, relata o boletim mensal “Indicadores de Confiança e de Clima Económico”, elaborado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

De acordo com o inquérito, em Agosto passado, o indicador situava-se nos 92.4 pontos, mas em Setembro subiu para 93.9 pontos e, em Outubro, o nível cresceu para 94.6 pontos.

 

“Em Outubro, a previsão em alta de preços futuros esteve associada à opinião inflacionista vaticinada pelos agentes económicos dos sectores de alojamento e restauração, da produção industrial e de comércio, o que suplantou as restantes actividades inquiridas no mês em referência que consideraram que os preços vão baixar”, justifica o inquérito do INE.

 

Ainda de acordo com o mesmo boletim, o Indicador de Confiança do sector do Comércio registou no mês em análise uma subida exponencial. Tendo em Setembro se fixado nos 98.5 pontos, em Outubro a confiança dos agentes no negócio subiu para 101.1 pontos.

 

“Indicadores de Confiança e de Clima Económico” é um estudo que expressa opinião dos agentes económicos (gestores das empresas) acerca da evolução e perspectiva da sua actividade, particularmente sobre emprego, procura, encomendas, preços, produção, vendas e limitações de actividade. (Evaristo Chilingue)

segunda-feira, 09 dezembro 2019 05:43

Seis mil moçambicanos perdem BI’s em 15 dias

São 6.575 cidadãos moçambicanos que perderam seus Bilhetes de Identificação (BI), em menos de um mês. A informação foi partilhada pelo porta-voz da Direcção Nacional de Identificação Civil (DNIC), Alberto Sumbana, na última sexta-feira, em Maputo, quando falava à imprensa, no seu habitual briefing semanal.

 

Segundo Alberto Sumbana, o número pode estar associado à “distracção” de alguns cidadãos, pois, constata-se que alguns moçambicanos “perdem” os documentos de identificação nas instituições, onde se deslocam para tratar diferentes assuntos, acabando por esquecer nos guichets ou balcões desses locais.

 

“Apelamos aos cidadãos moçambicanos que conservem devidamente os seus documentos, visto que algumas pessoas perdem oportunidades por falta de identificação e isto cria um enorme transtorno, porque o número de pedidos de segunda via é quase o mesmo de pedidos normais, o que não pode acontecer”, considera a fonte.

 

Com a quadra festiva a aproximar-se, o Porta-voz da DNIC explicou que a instituição criou condições para flexibilizar o atendimento, tendo em conta a demanda que se costuma verificar neste período do ano.

 

Sumbana garantiu ainda que os mineiros moçambicanos, que trabalham na vizinha África do Sul, contratados pela Agência de Empregos TEBA, irã tratar os seus documentos de identificação nas sedes provinciais da DNIC, um trabalho a ser levado a cabo pela agência em coordenação com aquela autoridade. (Carta)

A chuva intensa que se abateu sobre a Beira, centro de Moçambique, trouxe para Rabeca Mussece lembranças do pesadelo de um passado recente de destruição, tendo sido obrigada novamente a procurar refúgio num centro de acolhimento após inundações na sua casa.

 

“Voltei a ser obrigada a deixar a minha casa e fugir para um centro de acomodação devido à chuva, tal como em Março. Perdi o pouco que estava a tentar reorganizar”, lamenta à Lusa Rabeca Mussece, 33 anos, com o filho ao colo, sentada num dos bancos da Escola Secundária de Matadouro, no bairro da Manga, cidade da Beira.

 

Tal como Rabeca Mussece, um total de 110 pessoas foram obrigadas a procurar refúgio naquela escola após chuva intensa, de quarta-feira e quinta-feira, nalguns distritos da província de Sofala, incluindo a cidade da Beira.

 

Estas regiões tentam reerguer-se após a passagem do ciclone Idai, que matou cerca 604 pessoas no centro do país e afectou 1,5 milhão, destruindo diversas infra-estruturas. As chuvas começaram na madrugada de quarta-feira, anunciando a época chuvosa que o país agora atravessa e que só termina em Abril.

 

"Só na madrugada de quarta-feira a quantidade de chuva que caiu foi a que nós estávamos a prever para os próximos 15 dias deste mês. Foi muita chuva e vamos continuar a monitorar até que as baixas pressões passem ao nível desta região", disse à Lusa Jamal Alfat, delegado do Instituto Nacional de Meteorologia em Sofala.

 

Além da cidade da Beira, a chuva inundou residências nos distritos de Marromeu, Cheringoma, Caia, Muanza, Dondo, Búzi, Nhamatanda, Marínguè, Gorongosa, destruindo infra-estruturas e deixando um total de cinco mil pessoas vulneráveis.

 

Hoje, para os que se refugiaram nos centros de acomodação, os problemas parecem ser os mesmos de há nove meses.

 

“Pedimos água, mantas e redes mosquiteiras, pois, muitos de nós perdemos quase tudo com a chuva de quarta-feira”, lamentou Rabeca Mussece.

 

Não muito longe da Escola Secundária de Matadouro, o bairro periférico Ndunda é um retrato fiel do impacto das chuvas, com várias casas submersas e crianças a transformarem os charcos em lagoas, num evidente perigo para a saúde pública.

 

"Há pessoas a beberem água retirada dos charcos”, alerta Afonso Luis Neves, um dos poucos residentes do bairro que teve a coragem de permanecer no local, embora, por vezes, temesse que chuva tivesse o impacto do Idai.

 

"Não sabíamos muito bem o que estava a acontecer na madrugada de quarta-feira. Mas decidi ficar, não dá para perder tudo novamente como aconteceu no Idai”, acrescenta Afonso Luís Neves.

 

O Hospital Central da Beira espalhou brigadas pelas ruas da cidade da beira para evitar surtos e outras doenças associadas às chuvas.

 

“Até ao momento não temos qualquer caso de diarreia relacionado com o evento que estamos a passar, mas estamos prontos para responder, disse a directora clínica do HCB, Ana Tambo.

 

Apesar de ter abrandado nos últimos dois dias, as previsões apontam para chuva na Beira nos próximos dias.

 

O ciclone Idai afectou cerca de 1,5 milhão de pessoas no centro do país.

 

Pouco tempo depois, em Abril, o norte do país foi afectado por outro ciclone, o Kenneth, que causou a morte de 45 pessoas e afectou 250 mil. Entre os meses de Novembro e Abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral. (Lusa)

segunda-feira, 09 dezembro 2019 06:10

Banco da China a caminho de Moçambique

Presente em Portugal, Brasil e Angola, o Banco da China poderá instalar-se em Moçambique nos próximos anos. A informação foi avançada, semana finda, na capital portuguesa, pelo Presidente do Conselho de Supervisão daquela instituição, Wang Xiquan.

 

Intervindo no enceramento de um evento intitulado “Seminário de Comunicação e Cooperação Financeira Internacional”, enquadrado na iniciativa “Faixa e Rota”, Xiquan disse que a instituição que representa tem o intuito de abrir representações nos países de língua portuguesa, justificando o interesse com o facto de o Banco da China ser de carácter global.

 

O Banco “servirá de ponte para a comunicação entre a China e os países de língua portuguesa, facilitando a entrada” na China e ajudando “a desenvolver a cooperação nestes países”, acrescentou o Presidente do Conselho de Supervisão daquela instituição citado pelo site Macauhab.

 

“O Banco da China é um banco global, com o objectivo de prestar serviços e cooperar com os governos de todo o mundo, e gostaríamos de ter cada vez mais intercâmbios nas áreas económicas e financeiras, para podermos ser úteis”, concluiu o Presidente do Conselho de Supervisão daquela instituição.

 

Refira-se que, em Janeiro deste ano, um grupo de altos oficiais da Autoridade Financeira de Macau e do Banco Nacional Ultramarino também de Macau, anunciou a intenção de introduzir a moeda chinesa, o Renminbi (ou RMB e/ou Yuan) nas transacções comerciais entre Moçambique e China e em investimentos projectados para o nosso país. A justificação do grupo na altura cingiu-se à grande quantidade de projectos de infra-estruturas, exportações e muitos recursos naturais que nos próximos anos receberão investimento da China. (Evaristo Chilingue)

A Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) convidou, na passada sexta-feira, a imprensa para, entre outros, dar o ponto de situação dos casos pontuais sobre os direitos humanos no país. O caso dos 18 delegados de candidatura do partido Nova Democracia (ND), em Chókwè, ora em liberdade, foi um dos temas que marcou o encontro com os órgãos de comunicação social.

 

Na óptica deste organismo, a situação a que estiveram votados os 18 jovens daquela embrionária formação político-partidária configura uma flagrante situação de violação dos direitos humanos.

 

Luís Bitone, Presidente da Comissão Nacional dos Direitos Humanos, fez saber que os jovens da ND, pelo menos, na cadeia do Guijá, estavam em “condições precárias”. Perante a precariedade, disse Bitone, foi recomendada a transferência dos mesmos para um outro estabelecimento prisional, situação que chegou a acontecer, mas não se conseguiu aferir sobre as condições do local para onde foram transferidos.

 

Os 18 jovens da ND foram presos no passado dia 15 de Outubro por terem pretendido “controlar” as eleições na qualidade de delegados de candidatura em Chókwè. Inicialmente, foram encarcerados na cadeia do Guijá e, mais tarde, transferidos para a cadeia da cidade de Xai-Xai, província de Gaza.

 

Em entrevista à “Carta”, Adelino da Silva, um dos “presos políticos e também delegado do partido em Chókwè, contou que foram colocados numa cela (que era um antigo armazém), isto em Guijá, com aproximadamente 200 reclusos, com sanitários imundos e sem água corrente.

 

Ainda naquele estabelecimento prisional, narrou Da Silva, para além de serem obrigados a passar as refeições no seu interior (na cela), as refeições eram as mesmíssimas quase todos os dias e estavam privados do banho de sol bem como de receber visitas.    

 

Num outro desenvolvimento, o presidente da CNDH anotou que não foram encontrados elementos bastantes que impedissem que os delegados de candidatura da ND aguardassem pelo julgamento em liberdade.

 

Os “presos políticos”, como ficaram conhecidos, foram restituídos à liberdade na tarde do passado dia 30 de Novembro, cerca de quarenta e seis dias depois da sua detenção, em virtude de terem pago 720 mil Mts de caução e mais 17 referentes a custas judiciárias.

 

A Comissão Nacional dos Direitos Humanos é uma instituição do Estado, criada pela Lei n° 33/2009, de 22 de Dezembro, com o objectivo de promover a cultura de paz, do reforço do Sistema Nacional de Promoção, Protecção, Defesa e melhoria da situação dos cidadãos no que respeita aos Direitos Humanos no país. (Carta)