A Cornelder de Moçambique (CdM), concessionária dos terminais de contentores e de carga geral do Porto da Beira, no centro do País, apresentou, sexta-feira, 6 de Dezembro, em Maputo, o seu plano de acção face à aproximação do ciclone Idai e como mitigou os seus impactos.
A apresentação decorreu durante o debate promovido pelo Absa Bank Moçambique, em parceria com a Revista Exame, sobre as alterações climáticas no mundo e no País, em particular, visando a antecipação, prevenção e mitigação de fenómenos.
Através deste debate sob o lema “Alterações Climáticas: antecipação, prevenção e mitigação”, o administrador delegado da CdM, Jan de Vries, disse que a sua instituição já dispunha de um plano de contingência, que tinha como ponto de partida o encerramento do Porto da Beira, com uma antecedência de dois dias, para a preparação das instalações e reforço de todos os equipamentos, com vista a mitigar o impacto do ciclone Idai.
“Para nós, a parte chave é a preparação. O ciclone Idai foi um desafio maior. O porto está exposto ao vento e por ser essencial à economia regional salvaguardar o terminal era importantíssimo. A maior preocupação era a protecção dos nossos guindastes de 60 metros de altura e com um peso de mil toneladas cada.
Fizemos todo um esforço enorme, soldando as estruturas e no parque dos contentores diminuímos o formato de pirâmide para o vento passar, porque sabíamos que havia a possibilidade do mar entrar e, por isso, tomámos todas as precauções, tendo inclusive removido as redes de comunicação. No dia seguinte, com o apoio dos trabalhadores, conseguimos mitigar o impacto e pusemos o porto a funcionar em tempo recorde”, explicou o administrador delegado da CdM.
Jan de Vries enalteceu também o papel preponderante desempenhado por todas as instituições do Estado que participaram, de forma activa, na reposição das infra-estruturas danificadas, como as estradas e linhas de telecomunicações.
“Reconhecemos o esforço do Governo que conseguiu fazer a reposição da energia eléctrica e das estradas. Foi um trabalho excelente fazer a reposição e pôr todo o corredor a fluir, evitando deste modo a fuga de clientes do porto da Beira. Para as próximas ocorrências de intempéries ou ciclones, o porto estará com certeza mais preparado. Contudo, continuamos a fazer estudos com vista à resiliência dos equipamentos e dos armazéns em particular”, enfatizou Jan de Vries.
Durante o evento foi apresentada uma visão académica sobre as mudanças climáticas a longo prazo e a sua implicação a nível do habitat e humano, pelo Prof. Barend Erasmus, reputado cientista na área de alterações climáticas.(FDS)