Potenciais passageiros da Ethiopian Mozambique Airlines (EMA) mostraram-se ontem agastados com a companhia, em face de uma falsa publicidade dando conta de preços promocionais nas passagens dos voos domésticos e também por alegado mau serviço prestado no seu balcão de vendas Aeroporto de Mavalane.
Alguma tensão carateriza o dia-a-dia na vila de Palma, norte de Cabo Delgado, em face dos ataques dos “insurgentes” que trouxeram àquele povoado novas formas de estar. Palma está quase que em “estado de sítio” pela presença significativa de elementos das Forças de Defesa e Segurança os quais, durante a noite, “são os donos da terra”. Palma capitaliza as atenções do país por causa dos projectos do gás do Rovuma.
Homens armados munidos de armas e catanas efectuaram no último domingo, 2 de Dezembro, mais uma incursão muito próximo da aldeia de Machava, posto administrativo de Ntamba, a 45 kms da sede do distrito de Nangade, no norte de Cabo Delgado, depois de terem emboscado um tractor do Governo distrital alugado a um agente económico para carregar castanha de cajú, disseram fontes de “Carta”. O tractor, onde viajavam 13 pessoas, caiu na emboscada, e os malfeitores decapitaram três pessoas, sendo um jovem, um velho e o condutor. As restantes 10 pessoas, trabalhadores do referido empresário local, puseram-se em fuga, escapando assim do atentado. Depois da chacina, os atacantes rumaram para dentro da mata.
Seis arrastões da empresa chinesa Yu Yi Industry Co. regressaram na passada semana a um porto de Shenzhen transportando o primeiro carregamento de pescado capturado em Moçambique. A chegada dos navios, transportando 359 toneladas de crustáceos e de peixe, foi saudada efusivamente tanto pela administração como pelo governo da zona económica especial, que orquestrou a constituição da Yu Yi Industry Co. ao autorizar a fusão da Shenzhen Hao Hang Yuan Yang Fishing Industry Co. com a Shenzhen Hai Zhi Xin Yuan Yang Fishing Industry Co., com o objetivo de revitalizar a indústria local de pesca, escreve o site SeaFoodSource.
O Vale Moçambique, a gigante brasileira de mineração, é acusada de ter destruído o cemitério de Chipanga, em Moatize, na província de Tete, à revelia das famílias com parentes sepultados no local. Essas famílias (comunidades, para usar o jargão da indústria do desenvolvimento) já reagiram, e agora exigem uma compensação. Mas há um grande impasse. A Vale justifica que a profanação de túmulos à revelia das famílias foi porque elas terão alegado que não gostavam de lembrar os momentos de dor pelas perdas. E alegou também que as pessoas já não se recordavam do local onde seus entes foram sepultados.
Pela primeira vez, e diferentemente de muitos anos, os exames finais da primeira época de 2018 decorreram sem sobressaltos ou casos graves de fraude académica. O Director Geral do Instituto de Exames, Certificação e Equivalência no MINEDH, Feliciano Mahalambe, disse à “Carta” que, este ano, não houve nenhum exame anulado por alegada fraude como acontecia em anos anteriores.
A República da África do Sul vai desembolsar 5 biliões de Rands para compensação de mineiros da região da África Austral por doenças ocupacionais contraídas durante o seu trabalho nas minas daquele país. O valor destina-se a todos os mineiros que trabalharam entre 1965 e 2008.
Sem nenhum mandado judicial, o Banco de Moçambique (BM) decidiu despejar as empresas Computec Lda, Emil – Computer Business Centre Lda, Tropic Lda, Syscom Lda e Alina Da Graça Manjate, as quais desenvolvem suas atividades no Prédio Cardoso, em Maputo, há mais de 30 anos. Rodrigo Rocha, jurista que se identificou como responsável do processo pelo BM disse à “Carta” que o banco central está apenas a exigir o que é seu.
Um incêndio ocorrido na tarde de sexta feira destruiu parte de uma central técnica do maior canal de televisão privado de Moçambique, a STV. O incêndio, cujas causas ainda não foram apuradas, aconteceu à hora do almoço, devorando servidores e equipamentos de recepção de sinais, como por exemplo sinais de transmissão de programas em directo. Jeremias Langa (Administrador para Operações) disse à “Carta” que uma avaliação preliminar colocava o valor do prejuízo nos 900 mil USD mas isso era ainda uma estimativa provisória. Logo após o sinistro, equipas de peritagem criminal e de seguros estiveram a trabalhar mais de 24 horas para apurar as possíveis causas. Só ontem à tarde é que funcionários da casa tiveram acesso ao local e tiveram a primeira noção da dimensão dos estragos. As emissões da STV estão agora a funcionar a meio gás. As transmissões estão a ser feitas com recurso ao carro-estúdio. A reposição do equipamento vai levar semanas. A estação já iniciou demarches nesse sentido. (Carta)
A directiva eleitoral da Renamo aprovada no seu Conselho Nacional, que terminou na madrugada de sexta-feira na serra da Gorongosa, acabou incluindo uma cláusula que permite a candidatura de Elias Dhlakama, um reservista das Forças Armadas. O “draft” da directiva era restritivo e limitava a elegibilidade a candidatos que já assumiram funções de direcção na Renamo, como a de Secretário Geral e a de Delegado Político Provincial. Mas no fervor das discussões, foi aceite uma cláusula mais abrangente: a da elegibilidade de qualquer militante que tenha sido “combatente pela democracia”.
Elias Dhlakama foi guerrilheiro da Renamo durante o conflito armado dos 16 anos em Moçambique. Depois do acordo de Paz em 1992, Elias foi um dos militares da Renamo incorporados nas novas forças armadas, onde militou até ter passado à reserva no passado mês de Outubro. Eis o essencial do que acabou prevalecendo: qualquer candidato para o cargo (Presidente da Renamo) deve ser um cidadão moçambicano “original” (isto é, não naturalizado), que tem pelo menos 35 anos e é membro da Renamo há pelo menos 15 anos, tendo sido “politicamente ativo” durante cinco anos. Os critérios estabelecidos são os seguintes: a) "Ser combatente pela democracia"; b)Ser Secretário Geral; c) Ser membro do Conselho Nacional; d) Ser membro da Comissão Política Nacional; e) Ser membro do Conselho Jurisdicional; f) Ser Presidente de um Conselho Provincial da Renamo; g) Ser chefe de departamento nacional ou regional; h) Ser delegado político distrital ou provincial.
Além disso, os candidatos devem ter suas quotas pagas nos últimos dois anos e devem ser pessoas “de reconhecido mérito”. No Conselho Nacional da Renamo participaram 70 dos 100 conselheiros e dezenas de convidados. O encontrou serviu também para marcar o Congresso do partido para os dias 15, 16 e 17 de Janeiro, que terá lugar igualmente nas montanhas da Gorongosa. As primeiras notícias sobre as decisões do Conselho Nacional da Renamo apontavam para um suposto afastamento de Elias da corrida em função de um afunilamento dos critérios. Apoiantes de Dhlakama, entre os quais Antonio Muchanga e Ivone Soares, são referidos como tendo defendido aguerridamente a necessidade de uma directiva eleitoral mais inclusiva. (Carta)