O economista chefe do Standard Bank, Fáusio Mussá, considera que o retorno à estabilidade económica e cambial, bem como o controlo da inflação têm contribuído para a atração de mais investidores estrangeiros ao País, que pretendem tirar proveito das oportunidades de negócio que o País oferece. Fáusio Mussá falava na quarta-feira, 28 de Novembro, durante a apresentação sobre o ambiente macroeconómico de Moçambique a uma missão empresarial sul-africana que esteve no País para se inteirar das oportunidades de investimento existentes em diversos sectores.
Para o economista do Standard Bank, há um grande entusiasmo em relação a um conjunto de sectores (energia, agricultura, recursos minerais e energéticos, entre outros), o que tem levado os empresários estrangeiros a procurar cada vez mais informações sobre o País. “Os empresários procuram informações sobre o nível das taxas de juro, sectores que oferecem maiores oportunidades de negócio, áreas em que o País precisa de melhorar e, sobretudo, o apoio que podem ter da banca local, do sector privado e do governo para implementar os seus negócios”, explicou Fáusio Mussá. Durante a sua estadia no País, a delegação empresarial sul-africana escalou a cidade de Pemba, província de Cabo Delgado, para se inteirar da implementação dos projectos de gás natural, tendo, para o efeito, estabelecido contactos e parcerias com o governo e empresariado locais.
“Trata-se de projectos à escala regional e mundial e é natural que estas empresas, sendo de um país vizinho, pretendam participar na sua implementação”, disse o economista chefe do Standard Bank. O Standard Bank tem uma experiência acumulada ao longo dos 124 anos de implantação em Moçambique e é um banco com forte presença na região Austral de África. “Como banco, temos a habilidade de contactar e interligar várias empresas. Ajudamos a fazer a ponte entre as oportunidades de negócio que Moçambique oferece e as fontes de investimento”. Por seu turno, o alto comissário da África do Sul em Moçambique, Mandisi Mpahlwa, referiu que a delegação é composta por 18 empresários ligados aos sectores de energia, equipamentos eléctricos, ferroviário, aço e manutenção de estradas, interessados em estabelecer os seus negócios em Moçambique.
“Obtivemos informações de diversas entidades governamentais e do sector privado, tanto em Cabo Delgado como em Maputo, e a vinda desta missão empresarial acontece depois de o Governo ter lançado importantes projectos, tais como a Estratégia Nacional de Electrificação, associada ao Programa Nacional de Energia Para Todos, que, a par dos projectos de exploração de gás natural e das potencialidades em diversos sectores, despertaram o interesse dos empresários sul-africanos”, disse o diplomata. (Carta)
O preço de compra dos activos de rubis em Moçambique das empresas australianas Mustang Resources Ltd and Regius Resources Group Ltd pela canadiana Fura Gems foi reduzido de 15 milhões para 7,8 milhões de dólares australianos, informou a empresa canadiana. A Fura Gems informou ainda que o preço a pagar pelos activos da Mustang Resources, actual New Energy Minerals, foi igualmente reduzido de 9 999 999 para 2,8 milhões de dólares australianos em acções próprias, ao abrigo de um contrato de empréstimo nesse montante concedido à empresa australiana.
Relacionado com este contrato de empréstimo, a Fura Gems procedeu a uma revisão do acordo de fusão dos activos de rubis em Moçambique entre a sua própria subsidiária, Cobadale Ltd, a New Energy Minerals Ltd, a Regius Resources Group Ltd e a Montepuez Minerals Mauritius Ltd.
Em Julho passado, a Fura Gems anunciou ir passar a ser a empresa com maior área licenciada, 1104 quilómetros quadrados, para a exploração de rubis em Moçambique, após a conclusão do processo de fusão de activos mineiros com as empresas australianas Mustang Resources Ltd and Regius Resources Group Ltd.
A empresa canadiana adquiria ao abrigo do acordo alcançado nove licenças mineiras detidas por aquelas duas empresas, pelo que pagaria 15 milhões de dólares australianos, dos quais 3 milhões de dólares em dinheiro e cerca de 12,7 milhões de dólares em acções da própria empresa. (Carta)
O Parque Nacional da Gorongosa faz parte da lista dos 28 Melhores Lugares para visitar em 2019, de acordo com os Editores e Exploradores da National Geographic Traveler. Com a publicação da sua edição anual Melhores Viagens, a revista National Geographic Traveler revelou os seus 28 destinos e experiências de viagem imperdíveis para 2019. Juntos, os Editores da Traveler e os Exploradores da National Geographic seleccionaram os seus principais lugares para viajar em quatro categorias: Cidades, Natureza, Cultura e Aventura - e o Parque Nacional da Gorongosa foi seleccionado na categoria NATUREZA.
A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM) não reconhece como seu membro, Felisberto José Uthui, advogado do General Alberto Chipande, no caso de demolição de 23 casas no quarteirão 24, do bairro Eduardo Mondlane, na Cidade de Pemba, em Cabo Delgado. A informação consta de uma nota emitida pela OAM, em resposta a uma solicitação da Procuradoria Distrital da Cidade de Pemba, que pretendia apurar se Uthui era uma membro da agremiação. Na resposta, a OAM diz que "o visado não está inscrito como advogado e não é membro da Ordem dos Advogados de Moçambique".
A Ethiopian Mozambique Airlines (EMA) arrancou suas operações no país com dois aparelhos Bombardiers Q400 New Generation, de 70 lugares, matriculados em seu nome, mas sua estrutura logística é toda da Ethiopian Airlines, que opera com o código de vendas ET 071. No Aeroporto de Mavalane, a venda de bilhetes é feita nos balcões da Ethiopian. Todo o pessoal comercial é da empresa de bandeira da Etiópia. Gestores e pilotos começaram a trabalhar alegadamente sem visto laboral. E o código de vendas coincide com o da ET. A EMA (uma empresa direito moçambicano, parceria entre a Ethiopian Airlines Group, com 99%, e a Malawian Airlines, com1%) opera em Moçambique com suporte total da companhia de bandeira doutro país, levando a que especialistas do sector considerem que este é um caso único em África de alegada cabotagem (situação em que uma operadora estrangeira entra noutro país para fazer transporte aéreo em rotas domésticas).
Cabotagem?
“Não, a EMA é uma empresa de direito moçambicano”, afirma perentoriamente o Comandante João Abreu, Presidente do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), órgão regulador do sector. Abreu rechaça quaisquer alegações sobre um eventual relaxamento do Estado para permitir a entrada da Ethiopian em Moçambique, numa situação que pode levar a falência ou regeneração das Linhas Áreas de Moçambique (sociedade anónima entre o Estado moçambicano, com 80 %, e a Vintelam, o grupo de trabalhadores da companhia, com 20%).
O processo de certificação da EMA, diz Abreu, levou 9 meses, tendo seguido os passos exigidos para que a empresa satisfizesse todos os requisitos da legislação nacional. Em 2011, através do Decreto 39/2011, de 2 de Setembro, o Governo liberalizou o espaço aéreo para que empresas estrangeiras viessem cá disputar o exíguo mercado doméstico de pouco mais de 700 mil passageiros por ano. Para além da LAM e da Mex (uma subsidiária da primeira) já estava a voar no eixo dorsal das rotas domésticas (Maputo-Beira-Nampula-Pemba) a Fastjet, operada pela Solenta, também uma empresa de capitais estrangeiros. A certificação de um operador aéreo envolve um check list que contém critérios de legalidade, de idoneidade financeira, de estudo de mercado, de operações, manutenção e segurança. Isso tudo foi verificado minuciosamente, diz Abreu.
Na quinta feira passada, a EMA fez um voo inaugural para Beira. E no sábado arrancou seu serviço regular com voos para Beira, Nampula, Pemba. Sua frota ainda é limitada a dois aviões e a base das suas operações será mesmo Maputo, e não Nacala, como foi ruidosamente ventilado pelo PCA dos Aeroportos de Moçambique, Emanuel Chaves, há dois meses atrás. Ontem, Chaves disse à “Carta” que a Ethiopian desistiu de montar sua base operacional em Nacala pois não obteve uma coisa que procurava: facilidades fiscais inerentes à Zona Económica Especial. Para beneficiar dessas facilidades, a EMA tinha de estar baseada em Nacala e manter fortes ligações empresariais com a economia local. Mas ela está essencialmente voando longe dos ares do “elefante branco” da cidade portuária.
O início das operações da EMA no sábado foi interessante. O balcão da Ethiopian, onde a EMA vende as passagens sob o código ET estava apinhado. É o único ponto de vendas em Maputo. Ontem, no mesmo balcão, o serviço da EMA estava um caos. Parecia uma típica empresa moçambicana. “Não há sistema”, diziam os funcionários. Ninguém soube explicar a razão da falha do sistema informático. No balcão estavam apenas dois funcionários, manipulando um único computador. Esse balcão da Ethiopian localiza-se no Terminal 2, para voos internacionais. Os passageiros para voos domésticos têm de se deslocar para esse terminal, adquirir a passagem e regressar para embarcar na doméstica. Um mal menor. O preço da EMA compensa, como vamos ver. Pelo menos bate os da LAM.
Por isso, a vinda da EMA está a ser aclamada por uma boa parte dos consumidores, que querem eficiência e melhores preços. E também algumas compras locais. Há coisas garantidas. “Carta” apurou que o catering da EMA vai ser fornecido pela SMS (LAM e Aeroportos controlam a empresa em partes iguais), o que é uma boa perspetiva para a empresa, que nos últimos anos viu sua capacidade de produção cair drasticamente. Uma das razões desse descalabro eram as dívidas da LAM. Garantida também está uma maior competição nas tarifas. Ontem, era praticamente substancial a diferença entre a EMA e a LAM, em termos de tarifas. “Carta” fez reservas para Maputo/Nampula/Maputo e Maputo/Tete/Maputo, para 5 dias.
Na LAM, a primeira estava a 21.380,00 Mts e na EMA a 19.207, 00 Mts. No segundo caso, a LAM estava a cobrar 28.808,00 Mts e a EMA 17.842, 00 Mts. Um funcionário da EMA disse à “Carta” que a perspetiva é venderem passagens à metade dos preços da LAM. A operação com o código de vendas ET implica que todos os pagamentos feitos eletronicamente sejam diretamente canalizados para as contas da empresa-mãe, em Addis-Abeba, ficando pouco na banca local. Um dado notável é que os preços da EMA estão indexados ao USD. Ou seja, toda a reserva é calculada em USD embora seja paga em Mts. O efeito da entrada da EMA no bolso do consumidor vai ser imediato e, pelo menos ao nível das tarifas, um enorme desafio para a LAM. A EMA já bate a LAM no preço. Mas ainda não na eficiência.
As duas companhias vão lutar aguerridamente para controlar maior porção do osso do eixo dorsal. É provável que o espaçamento dos seus voos no “time slot” venha a ser mínimo. Para já, não há margens estabelecidas acima do mínimo dos 2 minutos que o Aeroporto de Mavalane estipula para partidas e chegada de aeronaves. Em tudo o resto, de acordo com Emanuel Chaves, as duas companhias podem competir. O terminal doméstico tem 14 balcões de “check in” e 4 portas de embarque. “Check in” e embarque podem acontecer ao mesmo tempo. Isso depende da capacidade de “handling” que, no caso de Maputo, existe. Problemas identificados anteriormente como, por exemplo, a diminuta sala de embarque em Nampula e a falta de escadas na Beira estão, para Chaves, ultrapassados. Ele lembra que o aeroporto de Nampula tem um restaurante no primeiro andar (que pode servir de sala de espera) e que, no caso das escadas, os Bombardiers da EMA vêm com elas incorporadas. Na semana passada, e antecipando a entrada da EMA no mercado, o DG da LAM, João Pó Jorge, veio dar perspetivas animadoras para a companhia, as quais passavam por uma substancial redução de custos, e eventualmente uma injeção de fundos do maior acionista, o Estado. Até que ponto o Estado está interessado numa LAM competitiva, essa é ainda uma incógnita.
Apanhado no fogo por causa do seu papel de regulador, João Abreu garante que não houve e nem está a haver qualquer favorecimento das autoridades à Ethiopian. Para Abreu, a EMA vender bilhetes no balcão da Ethiopian não é um grande drama. “É apenas um arranjo comercial”. E o uso pela EMA do código de vendas ET é “pacífico”. A Mex também usa o código TM, da LAM, rebate ele. Abreu não gosta de ouvir a ideia de que a EMA é apenas um ardil de nome usado pela Ethiopian para dominar os céus de Moçambique, fazendo jus à sua visão estratégica 2025: dominar os céus de África. Moçambique seria um passo nessa direção, a seguir ao Togo e ao Malawi. A diferença é que nestes dois países, a Ethiopian entrou nas estruturas acionistas das empresas locais de bandeira, para robustecê-las.
No caso de Moçambique, ela aparece como o principal suporte de um projeto de “capitais privados estrangeiros” local em direta competição com a principal linha aérea do país. Abreu diz que a competição é saudável e que, da sua parte, ele não fez mais do que aplicar a legislação. E destaca o facto de que a EMA vai trazer mais do que transporte: manutenção, fabricação de peças e formação. Seja como for, perante um concorrente robusto, o futuro da LAM está com os gestores da empresa. Mas parece fundamental o Governo clarificar o que quer fazer dela: deixá-la sucumbir ou recuperá-la para se alavancar no boom do gás do Rovuma.
(Marcelo Mosse, com Marta Afonso)
A intenção de Elias Dhlakama, irmão do falecido líder da Renamo, Afonso Dhlakama, de concorrer à presidência do maior partido da oposição caiu por terra ontem no último dia do seu Conselho Nacional, na serra da Gorongosa, em Sofala. O Conselho, que marcou a data do Congresso da “perdiz” para 15 de Janeiro, aprovou uma directiva eleitoral que praticamente afasta Elias Dhlakama da corrida. Os novos critérios de elegibilidade dos candidatos a Presidente da Renamo estabelecem duas condições prévias: o candidato deve ter passado por cargos de direção anteriores, nomeadamente ter sido Secretário Geral ou Delegado Político Provincial. Elias Dhlakama não foi nem uma nem outra coisa. Ontem, quando a directiva estava a ser discutida nos seus pontos cruciais, Elias tentou usar da palavra mas foi, alegadamente, impedido. Ele não é membro do Conselho Nacional, tendo participado no evento como convidado.
O afastamento precoce de Elias Dhlakama, que era acusado de querer transformar a Renamo num “regulado”, abre portas para uma ascenção suave de Ossufo Momade à Presidência. Momade já foi as duas coisas. Outro putativo candidato, que reúne uma das condições agora impostas, é o actual Secretário Geral, Manuel Bissopo, de quem se diz ter aderido à corrente liderada por Ossufo, numa cedência de que se desconhece o “quid pro quo”. Essa corrente é apoiada pelo generalato acantonado na serra. Aliás, os novos critérios que excluem Elias Dhlakama, uma alta patente do exército governamental (na reserva e não na reforma, estando, portanto, ainda coberto pelos impedimentos legais decorrentes sua condição de reservista, um dos quais é o impedimento de participar em actividade política), foram estabelecidos dias antes do início do Conselho, de acordo com fontes internas da Renamo
Foi numa reunião dos generais da Renamo na véspera do Conselho. Entre os presentes nessa reunião, estavam dois generais que são alegadamente anteriores à Afonso Dhlakama na Renamo, uma vez que terão entrado nos tempos de André Mantsagaísse, o primeiro líder do antigo movimento rebelde. Os dois generais, cuja voz é orienta as decisões do braço armado da Renamo, terão argumentado contra a candidatura de Elias, que tem como único elemento de apelação o facto de ser irmão de Afonso. Analistas em Maputo crêem que a intenção de Elias Dhlakama foi tomada com o fundamento no laço de sangue com Afonso Dhlakama e, a partir daí, no pressuposto de que seria útil para a Renamo a capitalização do nome Dhlakama, devido à sua ampla inserção no eleitorado. Mas o argumento foi chumbado. Um sobrinho de André Mantsagaíssa teria argumentado amiúde que, se a relação de parentesco com um anterior líder fosse para ser considerada neste processo, então ele também podia candidatar-se.
Os dois controversos critérios foram acolhidos por unanimidade no Conselho. A imposição dos generais parece decorrer da percepção segundo a qual, Elias Dhlakama, para além do nome, não tem o perfil desejado para quem deve liderar o partido: uma pessoa de fortes convicções e que sabe ouvir e tambėm usar a linguagem belicista de Afonso Dhlakama. Desde Maio na serra, Ossufo Momade conseguiu fazer desvanecer o manto de suspeita até então existente entre ele e o generalato. Agora, tudo indica que Momade vai ser o candidato único quando o Congresso se reunir dentro de 45 dias. A Renamo parece pretender começar o ano já com um Presidente, para vincar, logo desde o inicio de um ano com eleições presidenciais, a ideia de que o partido já tem um líder. (Carta)
PS: Duas fontes da Renamo acabam de informar-nos que houve um entendimento de última hora e que ED vai concorrer. Estes dados carecem de confirmação.
Samito Machel acaba de descartar completamente uma intenção de concorrer, como independente, às eleições presidenciais de 2019, pondo fim a rumores que circulam nas redes sociais apontando nesse sentido. Em Lisboa, onde participou numa homenagem ao pai organizada pela Câmara de Comércio Moçambique-Portugal, no ISCTE, Samora Júnior disse: “O meu projeto era para 2018. Não foi possível realizá-lo e neste momento estou a olhar para outras oportunidades. (...) . Não tenho planos”. A entrevista foi concedida à Radio DW, da Alemanha.
Em Agosto, quando a Frelimo indicou Eneas Comiche para seu cabeça de lista nas recentes eleições autárquicas em Maputo, Samora Júnior ainda tentou uma chance fora do partido, nomeadamente através de uma associação cívica de nome AJUDEM. O ato foi visto como uma desobediência à Frelimo. Apesar de os estatutos do partido não impedirem a participação cívica de seus militantes noutras organizações cívicas, Samora Machel manifestou a intenção de lutar por um lugar de poder contra o candidato da Frelimo. Em reação, surgiram correntes de dentro do partido a sugerir a expulsão do filho de Samora das suas hostes.
Em Lisboa, nessa entrevista para a DW, Samora Júnior clarificou: “Eu continuo na atividade política, como já estava antes das eleições de 2018. Como sabe, sou membro do partido FRELIMO, sou membro do Comité Central – órgão máximo do partido – e é lá onde eu pratico a atividade política. Portanto, em nenhum momento virei as costas. A FRELIMO é o meu partido. Simplesmente não concordei com a maneira como o meu nome foi afastado da lista dos pré-candidatos à cabeça de lista por parte do partido. Não tive explicações porquê que isso aconteceu e eu achei que não devia virar as costas aos meus apoiantes que muito deram para que o meu processo fosse em frente. E a convite da AJUDEM, eu decidi concorrer pela sociedade civil”.
Sua exclusão do processo eleitoral, através de uma decisão ilegal da CNE, chancelada pelo Conselho Constitucional, foi um dos momentos mais negros do pleito de Outubro. Sobre os órgãos de gestão e justiça eleitoral, Samora Machel foi taxativo: “Eu acho que houve ali uma mão obscura que não permitiu que eu concorresse. Houve algumas artimanhas dos órgãos que tutelam o processo eleitoral”. Olhando para dentro do partido, Samora Júnior diz que a Frelimo “é um movimento dinâmico e acredito que os militantes vão operar as mudanças necessárias para que o partido se torne mais aceitável junto do eleitorado, para que novas ideias possam ser aceites também internamente e permitam mais dinamismo e mais participação dos militantes”. Esta entrevista foi dada à DW no intervalo da homenagem em Lisboa. Samora Júnior concedeu também uma entrevista de estúdio à RDP África, a qual será difundida na tarde de segunda feira. A versão em texto dessa entrevista será publicada na “Carta de Moçambique”. (Carta)
A sul africana Tongaat Hullet inaugurou ontem em Xinavane uma nova refinaria de açúcar branco, representando um investimento de cerca de dois mil milhões de Meticais. A capacidade atual de refinação de açúcar branco em Moçambique é de cerca de 20 000 toneladas/ano, mas estima-se que o consumo do mercado nacional seja de 70 000 toneladas/ano. A maioria das necessidades de açúcar refinado de Moçambique é importada. A capacidade de produção desta refinaria, cuja construção foi concluída em Outubro de 2018 é de 90 mil toneladas por ano e será suficiente para atender à demanda local projetada para os próximos 7 a 10 anos.
A refinaria foi projetada pelo Grupo de Tecnologia da Tongaat Hulett (TG). A TG projeta e vende equipamentos de processamento de açúcar há mais de 30 anos e detém 11 patentes em 22 países, incluindo a tecnologia GREEN (Greatly Reduced Equipment Needs). A construção da refinaria teve a duração de 18 meses e criou 605 postos de trabalho directos de curta duração, o que equivale a um total de 430 729 horas/homem. Os cidadãos moçambicanos ocuparam 436 dos 605 postos criados. A refinaria irá contar com 90 colaboradores permanentes na sua fase operacional.
A conclusão da refinaria de açúcar, em Xinavane, reforça a posição da Tongaat Hullet como o principal investidor da indústria açucareira em Moçambique. O açúcar refinado será do tipo industrial e terá a certificação de segurança alimentar FSSC 22000. O açúcar branco é necessário para produzir refrigerantes, laticínios, cerveja, doces e produtos de confeitaria. Prevê-se que o aumento da disponibilidade de açúcar branco contribua para o crescimento destas indústrias em Moçambique. A Refinaria de Xinavane, localizada a cerca de 150 quilómetros do porto de Maputo, está bem posicionada para exportar excedentes de açúcar branco para os mercados regionais africanos.(Carta)
A paridade entre o Metical e o USD, atualmente negociado a uma média de 61.5, deverá continuar oscilando nesses patamares por vários meses antes de cair de volta para o nível de 60. A estabilização deverá acontecer no próximo ano, quando forem tomadas as decisões finais de investimento nas áreas 1 e 4 da Bacia do Rovuma. Estes dados constam da mais recente análise do Standard Bank Research Group cobrindo alguns países africanos. A secção de Moçambique e Angola foi elaborada pelo economista chefe do banco em Moçambique, Fáusio Mussá. De acordo com a análise, qualquer atraso nas decisões de investimento final terá um potencial para aumentar a pressão sobre a balança de pagamentos.
De acordo com a análise, “o Metical permanece apoiado por um câmbio bruto relativamente estável e reservas de perto de 3.1 bilhões de USD, o que representa 6,8 meses de cobertura de
A CTA está insatisfeita com o ritmo de pagamento das dívidas do Estado para com vários fornecedores do sector privado. O Diretor Executivo da CTA, Eduardo Sengo, disse à “Carta” que o processo de validação e pagamento das dívidas está a ser feito de forma morosa e "sinuosa". "A validação e pagamento está a ser feita a uma empresa de cada vez cada vez e com muitas discussões e retórica. Como consequência recebemos todos os dias empresas que se queixam do processo e pedem a nossa intervenção. Mas a CTA não intervém na negociação direta das empresas, mas sim por todas as empresas", disse Sengo.
De entre os vários requisitos que tornam o processo de validação e pagamento da dívida moroso, Eduardo Sengo apontou a certificação da existência de faturas, notas de entrega e autos de medição, verificação física do fornecimento dos bens e comprovação efetiva da prestação do serviço, devendo a verificação física ser compulsória para os processos sem o visto prévio do Tribunal Administrativo, bem como a certificação da razoabilidade de preços. A CTA não sabe quantas empresas já receberam, mas sabe que, a nível central, há 577 empresas que estão na fila de espera. (E.C.)