Poucos dias depois de a TotalEnergies, através do seu CEO Patrick Pouyanné, manifestar a intenção de regresso efectivo a Afungi (Palma), a propaganda mediática do terrorismos tornou-se mais vigorosa, mostrando evidências de novos ataques a Sul de Cabo Delgado, levando a França na cólica toda a província no seu mapa vermelho de insegurança. Ou seja, Paris recomenda “fortemente os seus cidadãos a não viajar para Mocímboa da Praia, Pemba e Palma, bem como viajar nas estradas que ligam estas localidades, devido à presença de uma ameaça terrorista e de rapto".
O alerta foi publicado ontem no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
“Recorde-se que num contexto de intensificação da ameaça terrorista em Cabo Delgado, são de temer ataques jihadistas no sector de Mocímboa da Praia e Palma. Também existe um alto risco de emboscadas nas principais estradas da região.Toda a província de Cabo Delgado, incluindo a cidade de Pemba, é “formalmente não recomendada”, refere o alerta.
O documento acrescenta que, “depois dos ataques terroristas de grande escala perpetrados em 2021, nomeadamente contra as vilas de Mocímboa da Praia e Palma, e da continuação em 2022 e 2023 das acções terroristas em diversas zonas da província de Cabo Delgado e norte de Nampula, a situação de segurança mantém-se degradada. Muitas pessoas que fugiram de áreas alvo de terroristas ainda permanecem deslocadas”.
O alerta inclui a recomendação contra deslocações aos distritos de Mecurubi, Errâti, Memba, Nacarôa, Muecate (zona sul), Monapo (zona norte), Meconta (zona norte), Nampula (zona norte) e Nacala (com exceção da cidade de Nacala), e não utilização de estradas localizadas a norte da rota principal Nampula-Nacala eixo.(Carta)
Os ataques terroristas em três distritos de Cabo Delgado, norte de Moçambique, levaram à fuga de 812 pessoas em apenas cinco dias, segundo estimativa divulgada hoje pela Organização Internacional das Migrações (OIM).
Em causa, de acordo com um boletim semanal daquela agência intergovernamental, estão os ataques ocorridos entre 08 e 12 de fevereiro em Macomia, Chiúre e Mecufi, que levaram à fuga da população para aldeias vizinhas, recebidas em campos de reassentamento.
O mesmo boletim acrescenta que desde 22 de dezembro de 2023, em termos acumulados, há registo de 1.478 famílias, totalizando 10.849 pessoas, que fugiram dos locais onde vivem em vários distritos de Cabo Delgado, devido a uma “série de ataques esporádicos” e ao “medo” dos grupos insurgentes, que se voltou a fazer sentir no final do ano passado.
Do total de indivíduos deslocados em cinco dias de fevereiro, 47 famílias refugiaram-se, após viagens a pé, de autocarro ou de canoas, nos centros de deslocados de Macomia (Nanga A e Nanga B), 35 famílias nos centros de Chiure (Maningane, Muajaja e Namisir), dez famílias no centro de Montepuez (Ntele) e duas famílias no centro de Metuge (Ngunga).
“Devido às preocupações de segurança prevalecentes na região relatadas pelas famílias deslocadas, as intenções sobre a duração da sua estadia nos atuais locais de deslocamento e nas comunidades de acolhimento permanecem incertas. Os movimentos na região continuam a ser dinâmicos dentro dos distritos”, relata-se no boletim.
Nas últimas semanas têm sido relatados casos de ataques de grupos insurgentes em várias aldeias e estradas de Cabo Delgado, inclusive com abordagens a viaturas, rapto de motoristas e exigência de dinheiro para a população circular em algumas vias.
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou na quarta-feira a autoria de um ataque terrorista em Macomia, em Cabo Delgado, e a morte de pelo menos 20 militares, um dos mais violentos em vários meses.
Através de canais de propaganda, o grupo terrorista documentou o ataque com imagens, a uma posição das forças armadas moçambicanas, levando vário material bélico, e reivindicou ainda outro ataque em Chiúre.
A Lusa não conseguiu atestar no terreno a autenticidade desta reivindicação e as autoridades moçambicanas não comentam as operações militares em curso em Cabo Delgado.
Contudo, o administrador distrital de Macomia, Tomás Badae, confirmou na segunda-feira que os grupos de insurgentes que atuam em Cabo Delgado atacaram uma posição das Forças de Defesa e Segurança (FDS) no distrito.
O ataque aconteceu entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado, entre 23:00 e 03:00 (21:00 e 01:00 em Lisboa), no posto administrativo de Mucojo, a 45 quilómetros da sede distrital de Macomia: “Tomaram, sim, a posição e assaltaram-na, mas não temos mais informação se ainda estão lá ou já abandonaram”.
Relatos de residentes locais também davam conta de várias baixas entre os militares moçambicanos.
Na terça-feira foi confirmado o ataque, também depois reivindicado pelo EI, no distrito de Chiúre, com a destruição de várias infraestruturas e igrejas.
O alvo foi a sede do posto administrativo de Mazeze, no interior do distrito de Chiúre, onde os rebeldes atearam fogo ao hospital, secretaria do posto administrativo e a residência da chefe do posto administrativo, avançou o administrador distrital de Chiúre.
“As infraestruturas estão basicamente destruídas”, disse Oliveira Amimo, acrescentando que os rebeldes destruíram a capela pertencente à Igreja Católica.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos alguns ataques reivindicados pelo EI, o que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos do gás.
Depois de um período da relativa estabilidade, novos ataques e movimentações foram registados em Cabo Delgado, nas últimas semanas, embora localmente as autoridades suspeitem que a movimentação esteja ligada a perseguição imposta pelas Forças de Defesa e Segurança nos distritos de Macomia, Quissanga e Muidumbe, entre os mais afetados(Lusa)
Missionários, padres e religiosas estão a fugir de aldeias remotas de Cabo Delgado para Pemba, capital daquela província do norte de Moçambique, devido aos ataques de grupos terroristas associados ao Estado Islâmico, denunciou hoje a organização cristã ACN
Citando relatos no terreno, a organização internacional Ajuda à Igreja que Sofre (ACN, na sigla em inglês) referiu que “vários novos e simultâneos ataques de insurgentes armados” estão a abalar a província de Cabo Delgado.
“As atividades dos grupos insurgentes islâmicos intensificaram-se na região, criando uma situação extremamente complicada e uma atmosfera de medo e insegurança”, relatou a organização de caridade, acrescentando que a fuga de missionários, padres e religiosas está a “sobrecarregar as estruturas” de apoio aos refugiados.
“A insurgência no norte de Moçambique começou em 2017, mas registou um aumento nos ataques desde o início de 2024. Só nos últimos dias, registaram-se vários novos ataques a cidades e aldeias, e pessoas foram mortas ou raptadas”, apontou.
Relatou igualmente que em 09 de fevereiro estes grupos de insurgentes, que afirmam lealdade ao Estado Islâmico, atacaram três comunidades na zona de Mazeze, 100 quilómetros a sul de Pemba.
“As igrejas foram queimadas, assim como as casas da população”, afirmou um missionário local, citado na publicação da ACN, dando conta que os ataques, juntamente com “rumores de novos movimentos terroristas em localidades vizinhas”, levaram ao “deslocamento de centenas de pessoas”.
“Em muitos casos percorreram longas distâncias pelo mato para encontrar refúgio em Pemba ou na cidade vizinha mais próxima, Chiúre, causando sobrelotação”, detalhou ainda.
Uma missionária, não identificada por razões de segurança, também citada no documento, referiu que os terroristas destruíram casas e igrejas em várias aldeias e estão agora “espalhados pelos distritos sul e centro” de Cabo Delgado, embora “o objetivo final dos movimentos ou ataques não seja claro” ainda.
A situação, explicou, “é muito, muito complicada”.
“O sacerdote que estava numa das comunidades mudou-se para Pemba, centro da diocese, assim como as religiosas que viviam nas proximidades. Outros missionários estão a seguir o exemplo, para se protegerem, mas também para protegerem a população”, confirmou ainda.
A organização explicou que partir “é por vezes uma forma de proteger as pessoas, porque muitas vezes se os padres ou irmãs permanecem nas aldeias as pessoas sentem-se seguras e ficam com eles, o que pode deixá-los expostos a ataques”.
“Eles não limitaram os seus ataques a aldeias com igrejas cristãs. Como sempre, atacam absolutamente tudo, incluindo igrejas, mas também mesquitas, mas visam especialmente a população e as suas casas”, relatou um sacerdote.
No relatório descreve-se que “além do aumento do número de ataques”, estes grupos de insurgentes “também parecem estar a tornar-se mais ousados nos seus métodos” e num recente ataque contra a povoação Mucojo, ainda em janeiro, “em vez de destruírem casas e fugirem para o mato”, acabaram por permanecer “durante pelo menos dois dias, apesar da presença próxima das forças armadas de Moçambique e de outros países aliados”.
A ACN, Fundação Pontifícia criada em 1947, descreve-se como uma organização solidária que promove “um mundo em que o cristianismo possa prosperar em todos os lugares”, sendo “leal ao Santo Padre”.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reivindicados com o grupo extremista Estado Islâmico, que levou a uma resposta militar desde julho de 2021, com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos do gás.
Após um período da relativa estabilidade, nas últimas semanas novos ataques e movimentações foram registados em Cabo Delgado, embora localmente as autoridades suspeitem que a movimentação esteja ligada à perseguição imposta pelas Forças de Defesa e Segurança nos distritos de Macomia, Quissanga e Muidumbe, entre os mais afetados.(Lusa)
Um estudo de análise sobre as “perspectivas de governação do ano 2024: riscos a monitorar em ano de transição do poder”, da autoria do Centro de Integridade Pública (CIP), defende que a transição do poder que se avizinha pode criar oportunidade de corrupção, tráfico de influências, manipulação de políticas públicas e gastos excessivos.
De acordo com o estudo publicado esta semana, a contratação pública é um dos sectores que carece de maior monitoria este ano, na medida em que este desempenha um papel importante na execução da despesa pública. “Pelo menos 33% da despesa pública do país, equivalente a 15% do PIB [Produto Interno Bruto], destina-se à aquisição de bens e serviços e à contratação de empreitada de obras públicas”, avança a fonte, sublinhando que o procurement no sector público é altamente vulnerável a riscos de integridade devido, em parte, aos elevados montantes envolvidos nas transações.
Segundo aquela organização da sociedade civil, que luta pela transparência e integridade na gestão do erário, o risco de sobrefaturação nas aquisições a serem realizadas em 2024 é bastante alto, “considerando a tendência de outros anos eleitorais”.
“A sobrefaturação é uma das principais formas de corrupção na contratação pública e implica o encarecimento artificial do valor das aquisições pelos funcionários públicos para posterior recebimento de comissões. O contexto de eleições e de transição de poder pode incentivar dirigentes de entidades públicas a desviar fundos públicos para benefício próprio e do partido no poder, através da adjudicação de contratos com valores acima da média do mercado”, atira.
“Um exemplo de sobrefaturação na contratação pública em contexto eleitoral é o empolamento do valor do equipamento naval e de protecção costeira adquirido pela EMATUM, no âmbito das ‘dívidas ocultas’ a um custo de USD 718 milhões acima do valor do mercado”, defende.
Para 2024, um dos sectores férteis para a sobrefaturação, de acordo com o estudo, é o da defesa e segurança. Os pesquisadores entendem que a tendência de secretismo e a falta de escrutínio público no sector da defesa e segurança, associadas à complexidade do negócio das armas, criam oportunidades para a corrupção na aquisição de armamento, equipamento militar e contratação de serviços de segurança privada.
“O facto de as aquisições ao serviço da guerra de Cabo Delgado serem efectuadas de forma pouco transparente e isentas de qualquer escrutínio público pode levar à aquisição de equipamento militar de baixa qualidade a preços muito acima da média. Por exemplo, entre Setembro de 2019 e 2021, o Governo gastou aproximadamente USD 155 milhões com a aquisição de equipamento militar e contratação de serviços de segurança privada para responder ao conflito de Cabo Delgado”.
A pesquisa refere que, neste último ano de governação de Filipe Jacinto Nyusi, há três projectos estruturantes aprovados pelo Governo que se podem tornar fonte de desvio de fundos neste período de transição: trata-se dos Projectos SUSTENTA, “Um Distrito, Um Hospital” e da reabilitação da EN1.
O estudo diz que as três iniciativas têm, em comum, a ausência de transparência. “Em contexto de fim de um ciclo governativo, estes projectos milionários podem tornar-se numa fonte de desvio de fundos públicos para o benefício das elites dirigentes, uma vez que a sua implementação, incluindo os respectivos processos de procurement, decorrem sem transparência, nem prestação de contas”.
Para além da sobrefacturação, o uso excessivo da figura de ajuste directo na contratação de bens e serviços é outro factor que deve ser monitorado nos próximos dias. “Uma análise do CIP mostra que a despesa pública com a contratação directa em anos eleitorais chega a aumentar em 318 mil milhões de Meticais, em relação a anos não eleitorais”, revela.
Entretanto, a organização entende que estes riscos podem ser mitigados. O estudo defende que as entidades fiscalizadoras devem intensificar o escrutínio sobre o preço dos bens e serviços e obras adquiridos pelas entidades públicas.
“Uma fiscalização adicional às aquisições pode ser necessária para garantir que o valor dos bens e serviços e obras adquiridos pelas entidades públicas reflictam o preço do mercado”, acrescenta, exortando as autoridades a prestarem maior atenção às aquisições associadas a projectos estruturantes em curso ou a serem implementados e às aquisições militares ao serviço da guerra, na província de Cabo Delgado. (Carta)
Os utentes da Yango, sobretudo do sexo feminino, acusam os condutores de assédio a algumas clientes, tentativa de violação a uma mulher grávida e assalto a uma passageira. Os actos, alegadamente perpetrados pelos motoristas, estão a causar medo e repúdio. A Yango é uma plataforma digital para empresas e operadores de transporte, que visa facilitar o transporte seguro para o cidadão.
Em causa está o relato de uma das clientes que diz ter pego o carro da Yango em Setembro do ano passado e que sofreu sevícias porque não tinha dinheiro destrocado. Segundo a vítima, o motorista também não tinha como destrocar o dinheiro e, como já estava atrasada para os seus compromissos, procurou saber se o motorista poderia dar-lhe o dinheiro num outro momento, uma vez que já tinha o seu contacto.
“Enquanto eu colocava o bilhete na bolsa, o motorista se dirigiu a mim já com as calças abertas e agarrou-me pelo braço e tentou me forçar a voltar para dentro do carro. Estou grávida e embora estivessem pessoas ao nosso redor, não fizeram nada”, contou a vítima.
Ela explicou que no local havia três agentes da polícia que, depois de ouvir as duas versões sobre o incidente, deram razão ao motorista, mesmo com as mãos e os tornozelos da lesada a sangrar. Posteriormente, a Yango pediu desculpas à vítima, mas não deu nenhuma garantia sobre se o motorista iria ou não continuar a trabalhar.
Outro caso foi relatado por uma cidadã que compartilhou há dias nas redes sociais. Ela conta que solicitou o Táxi da Yango na zona do Jardim. Chegada ao local, ela percebeu que se tratava de um motorista de pouco mais de 50 anos e, sem desconfiar, entrou no carro convicta de que chegaria ao seu destino sem nenhum problema.
“Solicitei o carro para levar-me à casa, no bairro do Alto-Maé, mas, pouco tempo depois, o motorista fingiu ter recebido uma chamada de uma cliente que sempre solicita os seus serviços. Acreditei e não vi nenhum problema que ele passasse para levar a suposta cliente e que dividisse o táxi com a mesma. No meio do caminho, o motorista usou uma rua escura e, chegando lá, usou uma máscara e levou tudo que eu tinha: dinheiro, celular, entre outros bens", contou a vítima.
Depois destes episódios, “Carta” conversou com o Director da Yango, Mahomed Zameer Adam, para ouvir a sua versão em relação a essas queixas. Adam explicou que, sobre o primeiro caso, mesmo tendo recebido a informação através das redes sociais, a vítima e o motorista foram contactados para esclarecerem o que teria acontecido e os dois contaram versões diferentes.
“Quando ouvimos as duas versões, a do motorista e da passageira, sentimos que alguma coisa não estava a bater. Sendo assim, não tendo como provar o que a passageira contou porque não tínhamos muitos dados, não podíamos sancionar o motorista”, explicou Adam.
Em relação ao segundo caso, a fonte explicou que também recebeu a queixa através das redes sociais e, das diligências feitas, ainda não foi possível ouvir a vítima.
“Apesar deste caso ter muitos dados estranhos, como por exemplo o facto de a vítima ter sofrido um assalto perpetrado por um dos motoristas da Yango, e ter optado por chegar a casa e fazer um vídeo com o celular do esposo e, posteriormente, colocar nas redes sociais, ao invés de reportar às autoridades policiais, até hoje não conseguimos localizá-la. Felizmente conseguimos o contacto do marido e vamos abordá-la para que nos possa contar o que aconteceu e nos ajude a identificar o motorista”.
Segundo o Director da Yango, este é um dos serviços que oferece vários mecanismos de segurança ao próprio cliente e ao motorista. O aplicativo possui uma central de segurança onde o cliente pode reportar, de forma rápida, qualquer acto indesejável que esteja acontecendo durante a viagem.
“O nosso aplicativo permite ainda que o passageiro compartilhe com algum familiar ou amigo toda a informação do carro. A rota que o mesmo toma, as vias que usa, até chegar ao destino. Inclusive, pode partilhar toda a informação sobre o motorista para que este seja sancionado”, garantiu.
Questionado sobre o facto de alguns motoristas se apresentarem com viaturas sujas, a fonte disse que existem casos em que o motorista leva um passageiro numa zona onde as condições não são muito agradáveis e o carro acaba sujando, entretanto, porque o mesmo recebe uma outra viagem, pode não ter tempo para limpar o seu veículo.
“É difícil para nós controlarmos cada motorista que trabalha com o aplicativo da Yango porque os mesmos não trabalham directamente connosco. Os motoristas da Yango são pessoas filiadas a alguma associação de táxis que, estando inscritos, podem baixar o aplicativo e se tornarem motoristas da Yango”, frisou.
Sobre as queixas de trocos, a fonte anunciou que a Yango está neste momento a desenvolver novas formas de pagamento para evitar "barulho" entre o condutor e o cliente. Em relação às queixas de alteração do valor no fim da viagem, Adam disse que nem sempre isso acontece.
“Neste tipo de casos, há imprevistos na estrada. Por exemplo, se o motorista pega um passageiro e, no meio do caminho, acontece um acidente e eles são obrigados a ficar no trânsito por alguns minutos, é claro que o valor vai alterar. Existem também algumas taxas de espera que são aplicadas se o cliente chama um táxi e o faz esperar por algum tempo. O aplicativo sanciona tudo isso”, disse. (M. Afonso)
Um empresário indiano foi agredido na manhã desta terça-feira por um grupo de ladrões não identificados na cidade de Tete, centro de Moçambique, quando entrava num banco para depositar dinheiro.
Acredita-se que os assaltantes possam ter roubado e fugido com um milhão de meticais (15.700 dólares americanos, ao câmbio actual). Durante o ataque, ocorrido à entrada de uma agência do Standard Bank em Tete, os assaltantes, armados com uma pistola, arrebataram a pasta do empresário, conhecido como Nazir Bega.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram claramente o grupo de três ladrões partindo para local desconhecido num veículo Toyota Ractis, levando consigo a maleta da vítima.
Este é o primeiro ataque deste tipo na cidade de Tete. Para eliminar qualquer possível resistência da vítima, os criminosos atiraram para o alto. No final, a vítima não ofereceu resistência e os ladrões abandonaram rapidamente o local. Testemunhas oculares acreditam que os agressores já seguiam a vítima, que não percebeu que estava sendo perseguida.
Num breve contacto com testemunhas que acompanharam o incidente, estas afirmaram que o agente de segurança privada presente no local tentou em vão imobilizar um dos assaltantes, disparando para o alto.
“Para nossa surpresa, o segurança disparou para o alto em vez de atirar nos ladrões”, disseram as testemunhas. Eles acreditavam que os criminosos conheciam a rotina do empresário e sabiam que ele carregava grandes somas de dinheiro. “Achamos estranho que o empresário movimentasse grandes somas de dinheiro sem a devida protecção”, disse outra fonte.
O porta-voz da polícia em Tete, Feliciano da Câmara, confirmou a ocorrência de um assalto à mão armada. Ele disse que ainda é cedo para dar mais detalhes e prometeu dar uma resposta assim que tiver dados específicos. (AIM)
O sector da educação em Sofala impõe condições para o funcionamento da Escola de Inharimue, construída com fundos do Conselho Municipal da Beira. Uma das exigências da Direcção de Educação é a troca da pintura das paredes que é a mesma do Município e outras modificações.
Entregue à comunidade em Agosto do ano passado, o acto não contou com a presença de nenhum representante do sector da educação que na ocasião foi convidado para o acto. Segundo a Directora da Vereação de Educação e Cultura no Conselho Municipal da Beira, Alzira Langa, depois de ter exigido no ano passado a alteração da pintura, este ano, o sector da educação voltou com a mesma exigência porque a escola foi pintada com as mesmas cores do município.
"Para nós, sendo este um património do Conselho Municipal não faz sentido esta exigência do sector da educação. O grande espanto é que aqui na urbe verificamos várias escolas primárias onde cada uma ostenta a sua cor".
Na escola, o sector da educação exigiu ainda que fossem montados um corrimão e uma rampa, o que já está a ser feito. Entretanto, sobre a alteração dos quadros, alegadamente porque o material usado não é de qualidade, Langa disse que o fornecedor usou o tipo de material com o mesmo padrão que tem fornecido ao nível da província assim como no distrito.
"O sector da educação está a condicionar o uso de uma escola numa cidade onde muitas crianças estudam ao relento e sentadas no chão, sendo que aqui temos seis salas de aulas com 30 carteiras duplas e que podem ajudar muitos alunos’’.
Nesta terça-feira (06), o sector da educação esclareceu que não concordou usar estas infra-estruturas construídas com os fundos da edilidade porque a pintura com as cores do município não faz parte dos padrões exigidos para este tipo de infra-estruturas escolares.
“O nosso objectivo é ver as crianças a estudarem em segurança e condições aceitáveis. Assim, evitamos que a unidade escolar tenha cores que possam subentender alguma interpretação psicológica na criança”, explicou a Directora Provincial de Educação em Sofala, Dilza Solange.
Na opinião de Solange, além da pintura, o sector da educação fez constatações mais sérias. “Estamos a falar do afastamento exacerbado entre as asnas. Tecnicamente, isto tem um peso para uma criança. Fissuras nas paredes das salas de aula não são aceitáveis. Se há possibilidade de corrigir, que se faça”.
Mais adiante, Dilza Solange esclareceu que, se tivesse havido uma comunicação entre o município e o sector da educação, situações como estas não teriam acontecido.
“Eles não sentaram sequer com a Direcção Provincial de Educação [não partilharam nenhum documento]. Só enviaram o convite para ir receber a escola e nós activamos logo a unidade de construções e equipamentos escolares para verificar todas as condições”. Dilza Solange garante que só irá receber essas infra-estruturas após o cumprimento das recomendações dadas pelos técnicos da educação. (M.Afonso)
Serviços públicos, com destaque para saúde, foram encerrados de emergência por volta das 10h00 desta segunda-feira (05), nas sedes de Quissanga e Bilibiza, província de Cabo Delgado, devido à circulação de terroristas nas suas imediações.
Fontes avançaram à "Carta" que dois grupos de terroristas estiveram durante três horas nas aldeias Nacoba e Mussomero, esta última a cerca de seis quilómetros da sede do distrito de Quissanga, situação que causou medo por parte dos residentes, incluindo os e da sede distrital.
"Quando a informação chegou, de imediato, os serviços pararam e as pessoas começaram a sair. O médico e outros colegas que saíam de Pemba também foram obrigados a regressar depois de terem sido informados da presença dos insurgentes em Mussomero. Em Bilibiza também não se trabalhou quando tomaram conhecimento", disse um técnico de Saúde afecto àquele distrito.
Uma outra fonte descreveu que, durante a sua estadia em Mussomero, os terroristas fortemente armados não protagonizaram nenhum acto de violência, mas informaram a população para avisar as forças estatais que apenas estavam de passagem e não pretendiam entrar em confrontação.
"Eles não fizeram mal, mas a população estava com medo. Na primeira vez, na semana antepassada, também foi assim mesmo", explicou Mariamo Saide, afirmando que por volta das 12h00 abandonaram a aldeia, dirigindo-se a um local até aqui desconhecido.
Devido à presença dos terroristas, a circulação de viaturas nos troços Quissanga/Cruzamento de 19 de Outubro e Quissanga/cidade de Pemba foi interrompida pelo menos durante o período em que os malfeitores escalaram Nacoba e Mussomero. As embarcações também suspenderam as suas operações.
"Carta" soube que os terroristas tinham capturado um professor em exercício na Escola Primária Completa de Mahate-sede, que mais tarde veio a ser liberto. (Carta)
Duas aeronaves da Linhas Aéreas de Moçambique (Bombardier Q400, a turbo-hélice) colidiram na tarde de hoje em terra, designadamente no Aeródromo de Inhambane, quando eram cerca das 13.30 h (hora local). Uma das aeronaves acabara de aterrar em Inhambane, ida de Maputo, em escala, com destino a Vilankulo.
A outra também fazia escala em Inhambane, no percurso Vilankulo/Joanesburgo. Ambas transportavam turistas de várias nacionalidades. Um passageiro que seguia para Vilankulo contou à “Carta” que tudo começou de repente. ”Ouvimos um estrondo violento e ficamos em pânico”, disse ele, cujo grupo tinha permanecido à bordo.
Em comunicado da LAM, acabado de receber na redacção, a companhia foi de poucas palavras quanto aos contornos do acidente, colocando ênfase na consequência do mesmo para a programação dos seus voos:
“A Linhas Aéreas de Moçambique comunica aos seus estimados clientes e ao público em geral que devido ao incidente entre duas (2) aeronaves Q400, da Companhia, ocorrido hoje, 04.02.2024, em Inhambane, procederá à reprogramação de alguns voos. A reprogramação visa assegurar que todos os protocolos de segurança foram observados após o incidente ocorrido durante o parqueamento. A LAM já participou a ocorrência à Autoridade de Aviação civil de Moçambique para os devidos efeitos. Neste momento, decorrem acções de assistência aos passageiros que já deveriam ter partido de Inhambane para Maputo”.
Sobre o incidente, a companhia nem seque menciona o número de passageiros afectados, nem o percurso de cada aeronave. Muito mesmo se refere à hora em que o sinistro se deu. Entretanto, após o incidente, a LAM viu-se novamente ineficaz na assistência em terra aos passageiros. O passageiro que nos contou os contornos do acidente, contactou-nos já no fim desta tarde desesperado por causa da longa espera por assistência.
Pouco depois depois do incidente, a LAM criou três situações distintas para os passageiros, uma por conta da disponibilidade de quartos no Hotel-Escola local (que tinha apenas camas para casais): passageiros que, com recursos próprios, buscaram sua solução; passageiros casais, que foram acomodados no Hotel-Escola, e os restantes, uns 12 (entre moçambicanos, sul africanos e americanos), que estiveram durante toda a tarde deambulando no “lobby” do Hotel à espera de uma satisfação, sem comida nem água. Essa satisfação só chegaria por volta das 18.30. (Carta)
A Ordem dos Advogados de Moçambique (OAM), através do seu Conselho Jurisdicional, acaba de denunciar uma das suas mais antigas associadas de estar a exercer uma procuradoria ilícita, em virtude de esta ter sido banida da actividade de advocacia.
Trata-se da advogada Zelma Graciete Retagi Vasconcelos, com carteira profissional nº 173, que viu a sua inscrição cancelada em Setembro de 2021, por não pagar quotas e respectivas multas à organização. Zelma Vasconcelos deve um total de 301.000,00 Meticais à Ordem dos Advogados.
No comunicado publicado esta semana, a agremiação que zela pela profissão de advocacia no país explica que a causídica até tentou reverter a situação, mas todos os recursos foram recusados, desde o Plenário do Conselho Jurisdicional até ao Plenário do Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo. A última decisão, sublinha o comunicado, foi proferida em Acórdão n.º 61/TACM/2023, de 2 de Agosto, que julgou improcedente o referido recurso (de agravo), “por caducidade do direito ao recurso”.
“Ou seja, com o proferimento do Acórdão nº 61/TACM/2023, de 2 de Agosto, pelo Tribunal Administrativo da Cidade de Maputo, tornaram-se definitivas e irrecorríveis as deliberações do Conselho Jurisdicional em referência, mantendo-se, por sua vez, definitivamente, a sanção de proibição do exercício da profissão e consequente cancelamento da inscrição nelas aplicadas”, sublinha.
“Contudo, têm chegado ao conhecimento do Conselho Jurisdicional informações de que a dra. Zelma Graciete Retagi tem pleiteado em Tribunais e praticado outros actos de advogado, ostentando a qualidade de advogada, quando a mesma já não é advogada por força da sanção de proibição do exercício da profissão e consequente cancelamento da inscrição, que lhe foi aplicada nos termos acima referidos”, revela a organização, garantindo já ter encaminhado estas informações à Comissão de Procuradoria Ilícita da Ordem dos Advogados de Moçambique para a tomada de medidas convenientes.
Refira-se que denúncias de procuradoria ilícita não são novas naquela agremiação profissional. Há dias, o Conselho Provincial da Ordem dos Advogados, em Nampula, denunciou o aumento da procuradoria ilícita naquela província, que culminou com o encerramento de três escritórios (dois na cidade de Nampula e um em Nacala-Porto). (Carta)