O Presidente da Comissão Executiva (PCE) do BCI, Francisco Costa, figura entre os dirigentes mais mediáticos em Moçambique, em 2023, ocupando a segunda melhor favorabilidade com 70,8 pontos e o sétimo lugar em volume de artigos.
A informação consta do mais recente estudo publicado pela Carma, uma empresa especializada em Media Intelligence e análise de informação de media, e que tem publicado estudos sobre os dirigentes de topo mais mediáticos em Moçambique, designados “CEO Media Report Moçambique”.
Esta edição foi elaborada tendo como base a informação publicada entre 01 Janeiro e 30 de Setembro de 2023, e foram contabilizadas 13.581 notícias publicadas na imprensa e via online.
Inovação, liderança, visão e criação de valor são alguns dos indicadores para a reputação do PCE do BCI que se destacou num conjunto de acções desenvolvidas pelo Banco, as quais incluem o apoio à cultura, à educação, ao desporto, à saúde, ao meio ambiente, para além da oferta de produtos e serviços inovadores ao mercado moçambicano, entre outros.
Através do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), a Procuradoria Geral da República (PGR) está a procura de matéria criminal na Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), através de dois processos-crime, apurou Carta de Moçambique.
O primeiro (processo n.º 06/11/P/GCCC/2023) foi autuado em Janeiro de 2023 e a investigação está relacionados com “a gestão da frota, mormente a venda de aeronaves, o seu aluguer e endividamento da companhia para aquisição de novo equipamento, operações de manutenção, bem assim, com processos de contratação de fornecedores, legitimidade da facturação paga e com a venda de activos sociais da companhia”, disse uma fonte autorizada.
No âmbito deste processo, a PGR já recolheu na LAM e noutras instituições “abundante documentação relacionada com os factos, que ainda está a merecer o devido tratamento”.
Também estão sendo inquiridas diversas entidades da empresa e de outras instituições para o esclarecimento dos factos.
A nossa fonte acrescentou que, a par disso, “no mês de Julho de 2023, entre outras diligências, o GCCC solicitou à Inspecção-Geral de Finanças e à Inspeção-Geral de Administração Pública a realização de auditorias às contas de gerência da LAM, cujos relatórios ainda se aguarda”.
Os factos relativos a este processo decorreram, para além de Moçambique, em 5 jurisdições estrangeiras, o que demandou o recurso à cooperação internacional para obtenção de prova, disse a fonte.
Por outro lado, de acordo com a informação colhida junto da mesma fonte, logo que no passado dia 12 de Fevereiro o GCCC tomou conhecimento pela imprensa de novos factos (designadamente, a aquisição de passagens aéreas nas lojas da LAM com recurso a terminais de POS pertencentes à terceiros e ainda a subfacturação na aquisição de combustíveis no voo Maputo-Lisboa), o gabinete autou imediatamente o processo nº 21/P/GCCC/2024, com vista ao esclarecimento da verdade material.
“A este processo foi junta a participação remetida pela empresa no seu dever de colaboração com a justiça”.
Ou seja, correm termos no GCCC dois processos-crimes visando o apuramento minucioso dos factos pelos quais a LAM tem sido notícia nos últimos tempos decorrentes da sua gestão. (Carta)
O governo sul-coreano, através da sua Agência de Cooperação Internacional (KOICA), comprometeu-se a desembolsar quatro milhões de dólares ao Programa Mundial de Alimentação (PMA) para apoiar os deslocados internos na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.
O acordo de desembolso foi assinado quarta-feira em Maputo, pelo director da KOICA em Moçambique, Jinjoo Hyun, e pela directora do PMA em Moçambique, Antonella D'Aprile.
O dinheiro será entregue ao PMA como parte do projecto intitulado “Melhorar a segurança alimentar e a resiliência das comunidades vulneráveis na contribuição para o nexo Humanitário-Desenvolvimento-Paz em áreas frágeis do norte de Moçambique”.
O projecto ocorre num momento em que a violência extrema, levada a cabo por terroristas islâmicos em algumas regiões de Cabo Delgado, tende a aumentar, forçando mais pessoas a procurar abrigo em centros de reassentamento.
Um registo preliminar de pessoas deslocadas nos últimos dias que se dirigiu para a província de Nampula, segundo as autoridades, ultrapassa 30 mil. O conflito deixou muitas pessoas vulneráveis à fome e à subnutrição, especialmente mulheres e crianças.
A subvenção sul-coreana também será utilizada para restaurar ecossistemas locais e fortalecer a resiliência da comunidade a eventos climáticos extremos em Cabo Delgado durante os próximos três anos, bem como para capacitar as vítimas em linha com esforços mais amplos de estabilização e construção da paz.
“Este projecto, implementado no âmbito do Programa de Conflitos e Fragilidade, aumentará a resiliência de 50.000 beneficiários e apoiará os seus esforços para construir um futuro pacífico e resiliente, dando prioridade aos agregados familiares chefiados por mulheres”, disse Hyun.
Hyun acredita que a nova onda de ataques terroristas em Cabo Delgado tem potencial para causar mais deslocamentos, pelo que a intervenção é “urgentemente” necessária.
Por sua vez, D'Aprile disse que os fundos serão utilizados para criar oportunidades de geração de rendimentos nas cadeias de valor agrícola e pesqueira, com especial enfoque na capacitação das mulheres e dos jovens.
“As comunidades enfrentaram desafios significativos nos últimos anos e, através deste programa, pretendemos apoiá-las para se tornarem mais auto-suficientes”, disse D'Aprile, acrescentando que o apoio da Coreia do Sul, que tem sido um parceiro firme do PMA em Moçambique, contribui para o desenvolvimento e resiliência a longo prazo do povo. (AIM)
O filósofo Severino Nguenha apelou à união de todos os moçambicanos para vencer o terrorismo que volta a intensificar-se em Cabo Delgado, causando mortes, deslocados, destruição, dor e insegurança, quatro meses depois da morte do líder terrorista, o moçambicano Bonomade Machude Omar. Nguenha faz o apelo numa altura em que, no seu entender, há tribalismo e desunião no seio dos moçambicanos.
Falando esta quinta-feira (22) em Maputo, no lançamento do Ciclo de Sessões de Conversa e Reflexão sobre Nação e Moçambicanidade, organizado pelo Moza Banco, o filósofo começou por explicar que todos os países desenvolvidos que querem mostrar o seu poderio ao mundo recorrem à África. Nesse contexto, continuou Nguenha, tem-se assistido nos últimos anos a muitas cimeiras organizadas por essas potências com países africanos. Destacou as cimeiras Estados Unidos da América – África, Rússia-África, França-África, China-África, Índia-África, Turquia-África e, recentemente, a cimeira Itália-África, cujo objectivo das nações organizadoras é a aproximação aos países do continente.
Entretanto, para o filósofo, a presença dessas potências em África não é muitas vezes bem-vinda. Segundo Nguenha, a presença dessas potências tem criado conflitos de interesses, principalmente económicos, com o objectivo de explorar os recursos existentes nos países africanos, o mais barato possível. De entre vários conflitos, o filósofo que falava perante uma plateia constituída por outros académicos, como Professor Nataniel Ngomane, a escritora Paulina Chiziane, funcionários do Moza Banco e estudantes de várias universidades, destacou o terrorismo em Cabo Delgado, que tem matado, deslocado, destruído e criando dor e insegurança desde Outubro de 2017.
“A presença dessas potências no continente provoca um clima de instabilidade. Eles correm à busca de recursos apetecíveis do seu interesse e, fazendo isso, eles provocam conflitos, tal como acontece hoje na República Democrática do Congo, no Sahel, a divisão do Sudão, da Somália etc., e são esses conflitos de interesse que provocam o que estamos a assistir em Cabo Delgado. Estamos a assistir a um conflito, em que os interesses económicos ligados ao petróleo levam a que potências que não queiram intervir directamente para defender os seus interesses suscitam conflitos para tirar benefícios de que estão interessados”, afirmou Nguenha.
Posto isto, apelou para uma maior união entre os moçambicanos numa altura em que, no seu entender, a nossa convivência é marcada pelo tribalismo exacerbado pelo conflito em Cabo Delgado. “Temos que dizer todos os dias que somos moçambicanos e queremos ser moçambicanos e pretendemos pertencer à nação moçambicana. Mas para poder dizer que somos moçambicanos temos de ter razões objectivas, temos de pensar que ser moçambicano é melhor que ser de uma República de Cabo Delgado, por exemplo. Moçambicanidade é já”, apelou o professor.
No mesmo diapasão, a renomada e laureada escritora Paulina Chiziane disse que, por causa dos conflitos que se assistem no país nos últimos anos, os moçambicanos estão à deriva e apelou para a necessidade de o país “parar e perguntar aos ancestrais” que soluções para os actuais problemas. Na sequência, Chiziane explicou no debate que, antes da chegada do colono, os moçambicanos tinham hábitos e costumes que eram elementos unificadores. Entretanto, deu a entender que, com a colonização, globalização, esses hábitos e costumes foram perdidos, o que provoca conflitos.
Num outro desenvolvimento, a escritora disse que os moçambicanos estão nos últimos anos a sofrer uma nova colonização baseada na religião. “Já previa há 10 anos que estava iminente uma nova colonização, a religiosa. Entretanto, ninguém percebeu, pelo contrário fui bastante criticada por essa afirmação. Até houve igrejas que fizeram missas alegadamente para expulsar o demónio que tomava conta de mim, o que me levou a fazer tal afirmação. Mas hoje, vemos uma igreja em cada esquina do país, principalmente na zona sul. Cada uma dessas igrejas tem as suas ideologias que, ao fim e ao cabo, roubam a liberdade dos fiéis”, disse Chiziane.
Entretanto, para evitar essa colonização, a escritora apelou para que cada moçambicano recue para o passado para apreender como era a vida. “Como diz o ditado, se não sabes para onde vais, pára e pergunte aos ancestrais”, afirmou Chiziane. Durante a Reflexão sobre como reconstruir e construir a moçambicanidade, interveio também Nataniel Ngomane. O académico que também é Presidente do Fundo Bibliográfico de Moçambique dissertou sobre a moçambicanidade construída pelos primeiros 1200 estudantes que em 1977 foram estudar em Cuba. Falando da sua experiência naquele país, Ngomane apelou aos moçambicanos para serem mais solidários e principalmente sociais, como forma de construir a moçambicanidade. O socialismo é, na verdade, “o modus vivendi” de Cuba.
Para o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do Moza Banco, João Figueiredo, a reflexão que se pretende seja replicada é lançada numa altura em que, à medida que o mundo se torna cada vez homogéneo, enquanto moçambicanos, corremos o risco de perder aquilo que nos torna únicos, que são as nossas tradições seculares, os nossos costumes enraizados, os nossos valores ancestrais.
“Mas enquanto Moza, o Banco que carrega a marca do orgulho moçambicano, erguemo-nos de forma destemida porque não queremos ser meros receptores de informação. Queremos reafirmar Moçambique enquanto país com cultura e valores sociais colectivos cintilantes. Mas para isso, é preciso que tranquemos as portas e olhemos primeiro para nós mesmos. É preciso que reflictamos sobre nós e voltemos a ter um propósito comum enquanto povo, porque acreditamos que a moçambicanidade não é apenas uma identidade, é um tesouro nacional que se deve proteger a todo o custo”, afirmou o Figueiredo. (Evaristo Chilingue)
O Governo moçambicano prevê recorrer a financiamentos públicos e privados para suportar os investimentos de 80 mil milhões de dólares (73 mil milhões de euros) da Estratégia de Transição Energética (ETS) até 2050, incluindo emissão de dívida soberana.
“Dada a magnitude do financiamento necessário” para implementar a ETS, “serão utilizadas diversas fontes de financiamento e instrumentos financeiros”, incluindo “instituições públicas e privadas, nacionais e internacionais”, descreve o documento, a que a agência Lusa teve hoje acesso.
“Para a utilização da dívida soberana para financiar projetos da ETS, será essencial coordenar esforços para que a capacidade de endividamento do país não seja comprometida e que a estratégia de financiamento seja adaptada à realidade fiscal de Moçambique”, alerta.
Acrescenta que o ETS “representa uma visão ambiciosa para transformar e expandir o sistema energético” de Moçambique, que “proporcionará um impacto significativo e duradouro ao povo” e “impulsionará a industrialização e apoiará os esforços regionais e globais para combater as alterações climáticas”.
“Garantir o financiamento para os principais ativos e equipamentos de infraestruturas é vital para concretizar este impacto. Os programas ETS envolvem uma série de investimentos e necessidades de financiamento, desde projetos de infraestruturas e custos de equipamento, tais como uma barragem hidroelétrica ou soluções de cozinha limpa, até custos programáticos, tais como reformas regulamentares”.
Refere igualmente que o Governo desenvolveu uma estimativa inicial do financiamento necessário para grandes projetos e que outros, ainda em fase inicial de conceção, bem como custos programáticos, não estão incluídos nesta estimativa inicial.
“A estimativa inicial indica que os investimentos necessários para a ETS requerem mais de 80 mil milhões de dólares entre 2024 e 2050. A maior parte do financiamento antes de 2030 destina-se ao setor elétrico, sendo a energia hidroelétrica e a expansão da rede responsáveis pela maior parte”, aponta.
Já o desenvolvimento de parques fotovoltaicos e eólicos terrestres para ligação à rede nacional “também representará investimentos importantes, mas exigirá principalmente financiamento após 2030”.
Além da produção de energia na rede em grande escala, a promoção de soluções de acesso à energia e a descarbonização dos transportes são descritos no documento como “elementos vitais a garantir no financiamento” e que só a expansão das mini redes elétricas – fora da rede nacional - exigirá entre mil a dois mil milhões de dólares.
“A implementação de sistemas solares domésticos até 500 milhões de dólares e a implementação de soluções de cozinha limpa até 500 milhões de dólares. A descarbonização dos transportes deverá envolver consideravelmente mais capital. Haverá também uma vasta gama de despesas programáticas que requerem financiamento através de subvenções, a serem definidas como iniciativas ETS, que serão detalhadas mais tarde”, lê-se.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, afirmou na cimeira do clima, em dezembro passado, que a ETS vai colocar o país na “vanguarda da inovação climática”.
“Esta iniciativa não apenas coloca Moçambique na vanguarda da inovação climática, como também o posiciona como um destino de investimento atrativo sustentável”, disse o chefe de Estado, após intervir, em 02 de dezembro, num dos painéis da cimeira da ONU sobre o clima (COP28), que está a decorrer no Dubai.
O Ministério dos Recursos Minerais e Energia de Moçambique anunciou em 27 de novembro investimentos de 80 mil milhões de dólares (73 mil milhões de euros) na Estratégia de Transição Energética, a implementar até 2050.
No período 2024 a 2030, o Governo moçambicano prevê adicionar 3,5 GigaWatts (GW) de nova capacidade hidroelétrica através da modernização das centrais existentes e da conclusão do projeto hidroelétrico Mphanda Nkuwa.(Lusa)
Filipe Nyusi disse ontem que a petrolífera francesa TotalEnergies já devia ter retomado as operações em Cabo Delgado, classificando o apelo da França para que cidadãos daquele país não viagem para alguns pontos da província como “decisão diplomática”.
“Para mim [a retoma do projeto] devia ter sido ontem ou no mês passado”, declarou Filipe Nyusi, questionado por jornalistas sobre a situação de segurança de Cabo Delgado face a novas incursões rebeldes, momentos após orientar uma reunião do Governo em Pemba, capital provincial.
A Embaixada de França em Moçambique está a apelar aos cidadãos franceses para não viajarem para as cidades de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma, em Cabo Delgado (norte), devido à “ameaça terrorista”.
“Devido à presença de uma ameaça terrorista e de rapto nas cidades de Mocímboa da Praia, Pemba e Palma, é fortemente recomendado não viajar para estas cidades, bem como viajar nas estradas que ligam estas localidades”, lê-se numa mensagem aos viajantes publicada há uma semana pela Embaixada de França em Maputo.
“Quem falou não foi o dono do projeto, foi um diplomata, pelo que ouvi”, limitou-se a declarar ontem o chefe de Estado moçambicano.
No domingo, o Presidente de Moçambique demonstrou desconforto com o apelo da França aos seus cidadãos para não viajarem para Cabo Delgado, norte do país, devido à “ameaça terrorista”, falando mesmo numa agenda.
“Cada país tem uma agenda e a agenda é alinhada e integrada. Deve haver um motivo qualquer por que foi feito um comunicado”, disse Filipe Nyusi, à margem da cimeira da União Africana, em Adis Abeba.
A multinacional francesa TotalEnergies tem em curso o desenvolvimento de construção de uma central, nas proximidades de Palma, para produção e exportação de gás natural, avaliada em 20 mil milhões de dólares (cerca de 18,6 mil milhões de euros), mas suspenso desde 2021 devido aos ataques terroristas.
As novas movimentações e ataques de grupos rebeldes começaram há algumas semanas, provocando novas vagas de deslocados, sobretudo a partir de segunda-feira, quando moradores de Mazeze, Chiúre-Velho, Mahipa, Alaca, Nacoja B, Nacussa abandonaram as respetivas aldeias percorrendo mais de 20 quilómetros ao longo da estrada Nacional (N1), até atravessar o rio Lúrio, fronteira com a província de Nampula, à procura de refúgio no distrito de Eráti (Namapa).
Nas últimas semanas têm sido relatados casos de ataques de grupos insurgentes em várias aldeias e estradas de Cabo Delgado, inclusive com abordagens a viaturas, rapto de motoristas e exigência de dinheiro para a população circular em algumas vias.
O grupo extremista Estado Islâmico (EI) reivindicou há uma semana a autoria de um ataque terrorista em Macomia, em Cabo Delgado, e a morte de pelo menos 20 pessoas, um dos mais violentos em vários meses.(Lusa)
A mandatária do Tribunal Supremo (TS), a magistrada Sandra Machatine, disse esta terça-feira (20), em Maputo, que os tribunais judiciais de distrito e de cidade têm por lei a competência para julgar e decidir sobre ilícitos eleitorais ocorridos na sua área de jurisdição.
O facto foi avançado durante uma mesa redonda organizada pelo Centro de Integridade Pública (CIP), uma organização de sociedade civil moçambicana, que contou com a presença de representantes do TS, deputados da Assembleia da República (AR), bem como dos partidos políticos, académicos, estudantes e outros actores da sociedade civil.
“É para nós uma oportunidade, não diria a única, mas o início de mais oportunidades para debatermos estas questões. Também é um bom momento na medida em que a Assembleia da República terá mais uma sessão ordinária”.
A lei eleitoral vigente estabelece que os Tribunais Judiciais do Distrito e de Cidade são efectivamente a primeira instância para matéria de contencioso eleitoral.
“Vamos estar serenos porque o objectivo final é que a legislação eleitoral esteja adequada e sirva os desígnios da democracia e, para isso, temos os órgãos de base, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Conselho Constitucional”.
Segundo Machatine, não cabe ao TS comentar as decisões de outros órgãos de soberania, citando o exemplo do acórdão do Conselho Constitucional (CC), o órgão de última instância em matérias de contencioso eleitoral.
“Foi decidido que, no distrito, província, tribunal superior de recurso, [Tribunal] Supremo, tem todos esses graus que é para se a pessoa não estiver satisfeita puder reagir”.
Quanto à revisão da actual legislação eleitoral, a mandatária do Tribunal Supremo disse que as portas estão abertas para o que for melhor decidido e ponderado pelos órgãos competentes a começar pela Assembleia da República e outras partes interessadas. Explicou ainda que os tribunais judiciais são aplicadores da lei e o CC a instância última para todos.
Já o director executivo do Centro de Integridade Pública (CIP), Edson Cortez, disse que o tema escolhido para a mesa redonda “Revisão da Lei Eleitoral: Oportunidade para clarificação das competências dos tribunais no contencioso eleitoral “deve-se aos ilícitos verificados nas eleições autárquicas que tiveram lugar a 11 de Outubro de 2023.
“Perante a confusão que emergiu dessas eleições, vimos um Conselho Constitucional a tomar uma decisão que foi bastante contestada por diferentes entidades, órgãos, partidos políticos e outros”, afirmou. (AIM)
O Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), entidade gestora do sector empresarial do Estado, pede a intervenção da Procuradoria da Cidade de Maputo para investigar os actos de corrupção que terão sido cometidos por trabalhadores seniores das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM).
Em comunicado de imprensa, a que a AIM teve acesso, o IGEPE afirma que tomou conhecimento do caso, através da imprensa, que a Fly Modern Ark (FMA), empresa contratada para assessorar a LAM na reestruturação, detectou a ocorrência de actos de corrupção.
O IGEPE afirma que ficou a saber de desvio de fundos, imóveis adquiridos a favor de terceiros, conta bancária constituída no exterior e Postos de Venda (POS) detidos por pessoas estranhas à LAM.
“Tendo em conta a gravidade das informações vindas a público, o IGEPE, representante do accionista-Estado na LAM, e entidade que gere e coordena o sector empresarial do Estado, instruiu a FMA e a LAM a apurarem os factos e canalizarem imediatamente as suspeitas às autoridades competentes, tendo sido apresentada uma solicitação de investigação na Procuradoria da República da cidade de Maputo”, lê-se na nota.
O IGEPE reitera o seu compromisso com a lisura, transparência e legalidade na gestão de capitais públicos e manifesta a sua disponibilidade em colaborar com as investigações para o apuramento da verdade.
Refira-se que, há duas semanas, a FMA convocou uma conferência de imprensa para denunciar casos de desvio de fundos, que envolvem trabalhadores de topo da LAM e que, só em Dezembro último, segundo a FMA, desviaram cerca de 3,2 milhões de dólares dos cofres desta companhia aérea.
Por isso, na sexta-feira (16) o Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Aviação Civil, Correios e Comunicações (SINTAC) pediu uma investigação exaustiva dos desvios para a identificação e denúncia de todas as pessoas envolvidas nas referidas operações.
O SINTAC apela aos trabalhadores a se dedicarem cada vez mais ao trabalho e pautarem pela serenidade, zelo, pontualidade e brio profissional.
O Sindicato apela ainda aos trabalhadores a pautarem “pelo respeito ao património e luta contínua para o crescimento e desenvolvimento da nossa companhia de bandeira”.
Em carta enviada terça-feira (13) ao ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, a direcção da LAM, representada pelo respectivo director-geral, João Carlos Pó Jorge, nega todas as acusações proferidas pela FMA. (AIM)
O trânsito rodoviário a partir da sede do distrito de Macomia para os distritos do norte de Cabo Delgado, está desde sexta-feira interrompido, na sequência do transbordo do caudal do rio Messalo, sobretudo na ponte que separa as aldeias Miangalewa em Muidumbe e Litamanda em Macomia, ao longo da EN380.
Devido à situação, uma enorme fila de viaturas aguarda na vila de Macomia a redução dos níveis de água para permitir a passagem para o norte e vice-versa. "É verdade. Não há passagem. O rio Messalo está cheio, mesmo em Miangalewa, uma parte da aldeia esta submersa, então aqui há muitos carros", disse Molide Assane, que espera que as águas baixem para continuar a sua viagem a Mocímboa da Praia.
Igualmente, está isolada a sede do distrito de Quissanga, devido ao transbordo do rio Montepuez e desabamento de uma ponte no troço Bilibiza-sede a Mahate, deixando a região inacessível a partir de Metuge e através da EN380.
O administrador de Quissanga, Sidónio José Mindo, confirmou à Rádio Moçambique, emissora publica, que a única alternativa para chegar à sede do distrito neste momento é via marítima.
Entretanto, o governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, disse nesta segunda-feira, em Pemba, que, devido à situação, o distrito de Quissanga está a ressentir-se da escassez de produtos alimentares, sendo que a população, funcionários públicos e agentes do Estado estão a passar fome.
Tauabo sublinhou ser urgente a mobilização dos agentes económicos para usar a via marítima para abastecer produtos alimentares àquele distrito. Refira-se que, devido à intransitabilidade em algumas estradas de Cabo Delgado, 1500 famílias de três aldeias de Montepuez (Chissano, Ntowa e Lusaka) estão isoladas devido à destruição das pontes que ligam a sede do resto do distrito. (Carta)
Continua “tabu” o debate sobre a sucessão de Filipe Jacinto Nyusi na Presidência da República. Ontem, a Comissão Política da Frelimo esteve reunida na sua primeira sessão do ano, mas voltou a ficar no silêncio sobre os prováveis substitutos do seu líder no Palácio da Ponta Vermelha.
Em comunicado de imprensa, divulgado na tarde de ontem, o partido no poder revela que a sua Comissão Política, o órgão mais importante no intervalo entre as sessões do Comité Central limitou-se apenas a saudar Filipe Nyusi pelo seu “desempenho e dedicação na promoção da paz” e na “busca de soluções para melhorar cada vez mais a vida dos moçambicanos”.
Igualmente saudou o seu líder “pelas inaugurações, no dia 14 de Fevereiro, da estância turística localizada na Ponta Mbembene e do Centro de Formação, Pesquisa e Fiscalização do Parque Nacional de Maputo” e criou o Gabinete Central de Preparação das Eleições Gerais, a ser liderado pelo seu Secretário-Geral, Roque Silva Samuel.
No entanto, nada disse sobre a sucessão do seu líder. Lembre-se que Moçambique realiza, a 9 de Outubro deste ano, as VII Eleições Presidenciais e Legislativas, sendo que, à luz da Constituição da República, Filipe Nyusi é proibido de se recandidatar ao cargo de Presidente da República, em virtude de ter cumprido dois mandatos consecutivos em frente dos destinos do país.
Porém, quando faltam oito meses para a realização do escrutínio, o partido no poder ainda não divulgou a sua lista de pré-candidatos à Chefe de Estado, cuja eleição deverá ocorrer na próxima sessão do Comité Central da Frelimo a ter lugar, em princípio, em Março próximo.
José Pacheco, Basílio Monteiro, Alberto Vaquina, Luísa Diogo, Celso Correia, Aires Bonifácio Ali e Amélia Muendane são alguns dos nomes avançados nos bastidores como tendo a ambição de desalojar Filipe Jacinto Nyusi do trono, no entanto, nenhum deles já veio a público confirmar tal pretensão.
Referir que, de acordo com o actual calendário eleitoral, aprovado pela Comissão Nacional de Eleições, as candidaturas à Presidência da República deverão ser entregues até ao dia 10 dia de Junho. No entanto, sabe-se que este prazo deverá ser revisto, assim que o Parlamento aprovar, entre Fevereiro e Março, o projecto de revisão do pacote eleitora. (Carta)