Director: Marcelo Mosse

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Co'Licença

quarta-feira, 01 abril 2020 06:58

Imaginem só!

Imaginem que estamos em período de eleições presidenciais e legislativas, concretamente em campanha eleitoral! Façam de conta que o Coronavírus é RENAMO, Eme-Dê-Eme, PIMO, PAHUMO, AMUSI, ou sei-lá esses partidinhos que surgem menstrualmente em tempos de campanha eleitoral! Imaginem que a comunicação do Estado de Emergência feita na segunda-feira a noite era tempo de antena da FRELIMO e que Filipe Nyusi estava a falar como presidente e candidato da gloriosa e cinquentenária FRELIMO!

 

É só uma imaginação, não custa nada. Ninguém vai morrer por isso! Continuando, imaginem, então, que o conteúdo principal da comunicação de ontem a noite era simplesmente golear a oposição com uma derrota esmagadora, retumbante, convincente e qualquerizante!

 

Estamos juntos até aqui!?! Okey!!! Então, imaginem a quantidade de apoio que o partido FRELIMO teria recebido até ao meio-dia de ontem, terça-feira, vindo dos empresários e membros do partido FRELIMO espalhados pelo país! Imaginem malta Eme-Bê-Esse, Lalgy, Gulamo, Sidat, Abdula, Yunusso, Noormamad, Moti, etecetera, etecetera, etecetera! Imaginem os leilões de cadeiras, canetas, camisetas autografadas, bonés, etecetera, etecetera, etecetera. Imaginem só! Imaginem quanto dinheiro o partido não teria hoje para erradicar a oposição! 

 

Já-tão a imaginar né!?! Agora imaginem qual seria a manchete desta semana na mídia! Imaginem as análises dos ANAListas! Imaginem as esteiras dos Gustavos, dos Juliões, (mais quem?) desta vida no "Feicibuque"! Imaginar não paga imposto, então, imaginem!

 

Agora parem de imaginar. Caiam na real! Acordem! Olhem para o Coronavírus como pandemia! Olhem para o desespero do Presidente Filipe Nyusi! Olhem para a sua solidão! Olhem para o silêncio dos empresários! Procurem aqueles que pagam cadeiras de tábua a nove milhões, canetas a um milhão, camisas autografadas a sete milhões, bonés a três milhões, etecetera!

 

Olhemem para a Cê-Tê-A! Aquela associação de lobistas que estão em todas as viagens do Chefe do Estado para o estrangeiro. Aqueles que recebiam dinheiro do Estado até bem pouco tempo. Aqueles que ofereceram ao pai de Boustani um Mercedes Benz, modelo Esse-350, avaliado em duzentos mil euros, em 2014. Aqueles que "sabiamente" condecoram todos os Chefes de Estado no poder com medalhas por melhoramento do ambiente de negócios em Moçambique. Aqueles cujo presidente (falecido) ia buscar dinheiros do cofre dos já pobres e sofridos trabalhadores para comprar seus aviões e montar suas empresas. 

 

Em outros quadrantes, neste momento de crise, os empresários se dispõem ao seus governos. Empresas privadas estão a ajudar o governo com produtos de higiene, até com ventiladores. As CLINICA(RE)S se predispõem a receber seus compatriotas doentes. Não há mãos a medir. Não é tempo de contabilizar ganhos.

 

Mas, também - a verdade seja dita - nesses outros quadrantes, há EMPRESÁRIOS no verdadeiro sentido do termo. Pessoas que fazem negócios de verdade, que não precisam de ter cartão vermelho para o serem. Empresários de sucesso de lá não precisam ser filhos nem amigos dos Chefes de Estado. 

 

Mas, também - outra verdade - nesses outros quadrantes, o Estado não fica a dever todos os lucros dos empresários durante anos. Os concursos públicos ganham-se justamente, e paga-se o que deve ser pago. Não se deixa o empresário na corda bamba. Lá o negócio é "win-win". 

 

Mas é melhor voltarmos a imaginar. Imaginar é bom! Eu já estou a imaginar um jantar de gala de angariação de fundos para o partido onde o filho do Gulamo de Nacala, o Gulamozito - mais conhecido por Gula - comprou todo o Coronavírus de Moçambique, e, no dia seguinte, a sociedade civil começou a fazer cartas abertas ao presidente da FRELIMO por ter vendido um bem público sem concurso. A imaginação é a nossa maior riqueza. Graças a Deus isso ninguém nos roubam!

 

- Co'licença!

segunda-feira, 30 março 2020 08:57

Os dilemas de Nyusi

Se o Presidente Nyusi decretar o Estado de Emergência, vamos morrer de fome, e, se não decretar, vamos morrer de "couve-di-dezanove". Duma ou doutra forma, o Pé-Ere será insensível. É esse o grande dilema do Presidente Filipe Nyusi. Nyusi está perante uma equação trigonométrica do segundo grau com senos e cossenos e tangentes e cotangentes. E a calculadora científica da presidência não aguenta.

 

O dilema aqui não é da decisão que o Pé-Ere vai tomar, mas do seu remorso em saber que, em condições normais, essa equação era desnecessária. Nyusi é presidente de 28 milhões de habitantes, espalhados por 800 mil metros quadrados, que têm apenas dois mil testes e um único laboratório para fazer testes de corona. Um exagero para baixo. Então, nem val'apena falar de ventiladores médicos!

 

Nyusi sabe que o dinheiro das dívidas ocultas dava para comprar 100 testes com dez litros de reagente, mil máscaras, cinco mil barras de sabão Maeva, três mil luvas e cinco bidões de álcool-gel para cada moçambicano. E ainda um laboratório em cada quarteirão, um hospital em cada bairro e um ventilador para cada família.

 

É um grande dilema! Nyusi sabe que certos cidadãos (que ele bem conhece) foram "az-europas" fazer fiado em nome do povo dizendo que iam comprar barcos com tecnologia para pescar atum. Levaram o dinheiro e zwiiiii... sumiram. Sumiram, não! Ficaram aqui mesmo a esfregarem na cara do povo: a comprarem Ferrari's e Bugatti's para os seus amigos e pitinhas, a viverem em todos os condóminos da cidade ao mesmo tempo, a bombarem festas tipo nas novelas. Dinheiro que era para pescar peixe para vender "txilaram" com ele todo. Até marandzas iam gamar na França. Comiam na África do Sul, arrotavam nas Maldivas e palitavam em Dubai.

 

Nyusi não sabe o que fazer porque sabe que esses gajos (que ele bem conhece) compraram uns barquitos que nem conseguem carregar as suas próprias âncoras; sabe que o irmão de Ndambi vendeu-lhe fisgas e disse-lhe que eram armas. E hoje estamos aqui, sem barcos, sem atum, sem armas, nem dinheiro de sobra. "Niwalile puluvi", como se diz em bom chuabo. É do conhecimento de todos que com aquele empréstimo só podemo-nos gabar de termos criado um tabuleiro invejável de gatunos de alto quilate e um país especializado em travar com jantes nas curvas e descidas em direção à ponte.

 

Agora o Presidente Nyusi está engasgado. Não sabe se decreta o tal Estado de Emergência ou não. Outros países que não se especializaram em produzir ladrões em série tomaram decisões sem titubear. Aqui vai-se morrer a mesma, de fome ou de Corona, e Nyusi terá que carregar o peso de cada morte para o seu travesseiro. Não é fácil! 

 

Se, ao menos, tivéssemos aplicado o dinheiro das dívidas ocultas na pesca de atum de verdade. Hoje estaríamos a falar em distribuir 30 kilos de atum para cada família por semana e ninguém estaria a falar em morrer de fome. Estaríamos a falar de uma quarentena farta de atum. Era só xima com atum, arroz com atum, mandioca com atum, inhame com atum, abóbora com atum, batata com atum, tudo-da-machamba-com-atum. Mas nada, os putos pagaram na mola e foram fornicar xawalas na França. Os únicos ventiladores que Nyusi está a ver são de ar condicionado dos Lamborghinis do Florindo.

 

Enfim, o presidente Nyusi está num turbilhão de dilemas. Um país sem comida e sem armas, mas que tem "mangau" no banco dizendo que ia produzir comida e se defender. Ninguém está disposto em nos emprestar dinheiro porque ficamos com a fama de caloteiros e, para piorar, os insurgentes estão a brincar com os badalos do Estado no Norte do país. Que dilema, hein!!!

 

- Co'licença!

quinta-feira, 26 março 2020 08:09

O Estado em quarentena

Se por algum acaso, um grupo de malfeitores se infiltrar na tua casa pela madrugada, roubar os bens da família, espancar, humilhar e violar toda a gente, e na hora de se irem embora a tua família (mulher, filhos e filhas) começar a ovacioná-los com júbilo como heróis, com direito a beijinhos e abraços de despedida... lamento informar, meu irmão, que só podes ser muito problemático. E quando isso acontecer num momento em que, na noite anterior, a tua família te elegeu como o melhor pai do mundo... hummmmm... bro, algo não vai bem aí em casa. 

 

É como aquela história de um grupo de insurgentes que invadem aldeias no norte de um certo país, roubando, assaltando, queimando, humilhando e esquartejando tudo e todos, mas mesmo assim sendo aplaudidos e aclamados heróis pela própria população sofrida, num momento em que há recursos minerais sendo explorados e o governo acabado de ser eleito esmagadora, convincente, retumbante e qualquerizantemente. 

 

Os insurgentes estão a pegar mamas do Estado sem nenhum respeito. Um estupro sem precedentes. Segundo a Ó-Eme-Esse, essas são provas inequívocas de que esse Estado está em quarentena domiciliária. Está em estado de hibernação sem volta. Está em estado vegetativo. Não há ventiladores que possam "helpar".

 

Mas aqui na banda dizem que o Estado e as crianças da primária estão em casa... o Presidente Nyusi já os dispensou.

 

- Co'licença!

terça-feira, 24 março 2020 06:14

Rifar a própria morte

É isso aí, primo. É a mais pura verdade! Na semana passada, Nhongo reivindicou mais um ataque na zona Centro. Ainda na mesma semana, insurgentes deixaram um autocarro de passageiros em cinza. Ontem, primo, foi içada a bandeira na República Insurgente da Mocímboa da Praia. Ainda ontem mesmo soube de mais uma roptura de stock de paracetamol no centro de saúde de Munimale-De-Vez, pela décima quinta vez num dia. 
 
Não me diga, primo! É verdade?! Epah, cunhado Mucunha morreu mesmo?! Faltou antiretrovirais de Sida?! Possas! São coisas! Dizem que, na Beira, estão a espera da segunda temporada do Idai para desviarem mais outros produtos. Acabou remédio de malária aqui na comunidade de Então-Munive e dizem que cólera já começou a matar mais uma vez de novo lá na minha sograria em Caliya. 
 
Primo, digo-te uma coisa, primo: para nós aqui esse Coronavírus é mais uma forma de morrer. É mais uma opção. É mais uma saída. Aqui na banda o Corona não assusta ninguém porque já ninguém se assusta com a morte. Aqui a novidade não é morrer, é ainda estar a respirar.
 
Estó-tá-falar, primo. Muitos pensam que é desleixo, mas, não é, primo. Aqui morrer é a única saída para evitar a humilhação. Morrer é a única solução para ser respeitado. Morrer é sorte. Morrer é sobreviver. Aqui rifa-se a própria morte. Morrer é ganhar. 
 
Acredita em mim, primo. Corona é a octagésima nona opção no nosso menú e deve estar - se a memória não me trai - na nonagésima oitava posição do nosso ranking das mortes mais artísticas. Aqui na banda é mais artístico morrer com a sua própria cabeça no sovaco. Também tem a opção de morrer sem os membros superiores e inferiores. Aqui os insurgentes não estão a matar, estão a esculpir. Cinza sobre tela, fogo sobre casa, explosão sobre carro, sangue sobre papel, catana sobre pescoço, tiro sobre testa, etecetera, são as novas técnicas da arte plástica neo-contemporânea daqui da zona.
 
Primo, talvez a vantagem do Corona seja a sua contabilidade. Parece que o Corona tem um "Primavera" que actualiza os defuntos, enquanto que a morte artística tem um esquecimento automático. As mortes dos insurgentes, dos Nhongos, dos esquadrões, da fome, do estupro, etecetera, não se somam automaticamente. As de ontem não se juntam com as de hoje. O Corona abre os noticiários com os seus somatórios.
 
Primo, ouvi dizer que vocês aí querem o nome e o endereço do fidalgo contaminado. Aqui as vítimas não têm pelo menos idade, nem sexo... quanto mais nome e endereço. Aqui os mortos são simplesmente pessoas que morreram... sem apelido nem avenida. 
 
Dizem que Corona precisa de 700 milhões de dólares para ir embora. A indemnização dos insurgentes não sabemos quando vamos saber. 
 
Ai-am-tellingui-yu, primo...! Aqui rifa-se a própria morte. Corona é outra sorte. Aqui morrer é esperteza. Morrer é fugir humilhação. Morrer é sorte. Morrer é sobreviver. Morrer é a própria salvação. Morrer é vitória. 
 
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sexta-feira, 20 março 2020 06:14

O "pretérito mais-que-perfeito" da vida

Se tivéssemos pensado em colocar baldes de água e sabão no Ministério das Finanças, Ministério da Defesa, Presidência da República e Banco Central para higienizar as mãos dos nossos dirigentes, talvez hoje tivéssemos algum dinheiro guardado para fazer face ao novo coronavírus. 

 

Se tivéssemos desenvolvido o hábito de medir a temperatura das reais intenções das pessoas que entram no país através dos aeroportos internacionais, talvez o Boustani não tivesse entrado nem tomado a taça de champanhe na festa de aniversário do pai de Júnior. 

 

Se tivéssemos tido a sabedoria de valorizar a quarentena dos suspeitos, talvez hoje não estivéssemos a gastar dinheiro e tempo em resgates de um gatuno aventureiro e desleixado. 

 

Aliás, se tivéssemos tido a coragem de colocar os suspeitos de roubo do erário público em quarenta domiciliária, talvez hoje não fossemos tão ricos em gatunos. Talvez não tivéssemos desenvolvido um afecto patriótico por larápios e, nessa ordem de ideias, talvez o Téo não tivesse inventado a tabela periódica de gatunos. Quem sabe, talvez, hoje, estivesse ocupado em inventar coisas mais úteis como a vacina do corona. Aí talvez o próprio Pai Grande o tivesse reconhecido publicamente no Comité Central. 

 

Se tivéssemos decretado o estado de emergência, o uso obrigatório de máscaras e a proibição de abraços e beijinhos na rua e com desconhecidos, talvez o Júnior não tivesse conhecido aquela meretriz francesa. Talvez o coito não tivesse acontecido e talvez nem tivesse havido o pedido de comprar uma vivenda de milhões de dólares no sul da França. 

 

Se nos tivessem avisado que existem distúrbios assintomáticos, talvez não tivéssemos caído na lábia da autoestima, da pobreza está nas nossas cabeças, da revolução verde, do atum e quejandos. Talvez tivéssemos desconfiado daqueles delírios do Pai Grande. 

 

Não é fácil conjugar o "pretérito mais-que-perfeito". O pior é que, quando se usa com exemplos concretos da vida, dá vontade de chorar. O "pretérito mais-que-perfeito composto" do modo indicativo ou subjuntivo, então, hummmmm... nem val'apena! Quem inventou essa cena, páh? Desisto! 

 

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segunda-feira, 16 março 2020 06:33

Aos políticos de rua

O comércio desorganizado da rua pode acabar com medidas sustentáveis, mas Comiche não tem tomates para isso. Bem bem bem, o problema não está na medida, mas, em grande parte, no sujeito. Aristóteles dizia que a primeira verdade de um discurso é o próprio orador. Ninguém acredita no Comiche, ninguém o leva a sério. Comiche não tem moral para tomar quaisquer medidas contra os vendedores de rua. 

 

Quando se dizia que Maputo precisava de um edil jovem com novos paradigmas, o ponto era esse. Maputo (o país todo) precisa de um edil criativo, ousado, atrevido e pragmático, mas que seja um indivíduo desamarrado e sem rabo de palha. Tem de ser alguém que traga novas propostas, novas abordagens, novas estratégias, novos discursos. Alguém que traga novas expectativas as pessoas.

 

As pessoas estão cansadas de ser burladas pelos mesmos ninjas. Eu acredito que o negócio de rua pode ser organizado, mas será com novos paradigmas. É preciso entender que o negócio e o negociante mudaram. Por exemplo, ontem não havia Eme-Pesa na rua, mas hoje, há. Vamos mandar o Eme-Pesa também para o mercado de Xipamanine? É preciso fazer novos estudos e trazer novas soluções. Alargue-se o debate.

 

Hoje, Comiche quer combater o negócio da rua da mesma forma que queria combater há dez anos. O circo precisa de um novo palhaço que conte uma nova piada. Comiche não é novidade. Comiche lembra Simango. Não é a primeira vez que Comiche e Simango organizam este festival de atletismo entre caninos polícias e humanos civis na baixa da capital. Acontecem sempre depois que as águas das primeiras cheias que inundam a baixa de Maputo secam. Até já podemos apelidar de "Jogos Pós-cheias da Baixa": um campeonato de atletismo amador entre cães de raça e transeuntes indefesos. É o que Comiche e Simango fazem para justificarem os fracassos dos seus mandatos. O que vimos na semana passada é simplesmente um "vale a pena ver de novo" de Comiche dez anos depois. É um circulo vicioso. 

 

O problema de Comiche nem é problema, é dilema. Filosoficamente, Comiche está mergulhado num dilema clássico (ético e moral) em que quaisquer decisões que tomar contra os males que apadrinhou os resultados NÃO lhe serão desejáveis e muito menos favoráveis. E esse não é um dilema apenas do Comiche, é um dilema dos nossos políticos no geral. Um dilema dos políticos de rua. 

 

Por isso, eu penso que não foi o Presidente Eneas Comiche que recuou na intentona de desalojar os vendedores de rua das avenidas da grande Maputo... Não! Foi o sistema que se acobardou. Foi o governo que reconheceu que não tem moral para implementar medidas correctivas sobre algo que apadrinhou. Foi o Estado que mais uma vez subiu ao palco para exibir a sua falência. Foi o país que fugiu com o rabo à seringa como sempre. Assim Comiche já encontrou o motivo que queria para justificar o fracasso do seu mandato. Já mostrou ao mundo a sua vontade de organizar a cidade. Sempre foi assim.

 

Enquanto houver políticos de rua, haverá vendedores de rua, haverá meninos de rua, haverá cães de rua, etecetera, etecetera. Com Comiches no poder, evidentemente que haverá Venâncios na oposição. Populismo e vagabundice. Enquanto houver políticos vagabundos, haverá também cidadãos à sua altura e medida.

 

De resto, temos de reconhecer que somos um país da rua, informal e ambulante. Temos de ter a coragem de assumir isso e a partir daí começarmos a mudar o que realmente deve ser mudado. Temos de estudar muito bem a raiz do mal. O problema primário são esses políticos de rua que elegemos na rua sob efeito de erva e cevada. A urgência deve ser "desvagabundear" a nossa política!

 

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