Moçambique acaba de lançar oficialmente, nesta terça-feira, 28 de abril de 2020, mais uma descoberta científica na área das ciências sociais e humanas. O teorema de Petersburgo (em homenagem ao cientista) é um contributo 'suis generis' que irá acabar com o desemprego no mundo num futuro muito breve. Até, muito provavelmente, assim que estamos a dar esta notícia o desemprego já acabou, e essa notícia já não é boa nova e já perdeu interesse.
Enquanto que o teorema de Pitágoras diz que "em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos", o teorema de Peter (como também é conhecido) defende que "o emprego é igual à soma de quaisquer rendimentos acima do salário mínimo, independentemente da sua proveniência".
O princípio desta fórmula é de qualquer cidadão, onde quer que esteja, que tenha recebido num mês, no seu Eme-Pesa ou noutra plataforma, transferências monetárias num valor acima do salário mínimo nacional, então, já pode-se considerar um cidadão empregado. Isto quer dizer: aquele cidadão que transferir 4 mil meticais para a sua esposa ou amante para fazer rancho ou ir ao salão, então, automaticamente, essa cidadã é empregada a partir desse instante. Explicando melhor: aquele que, no intervalo de 30 dias, receber malta 4 mil e poucos, numa única tranche ou parcelada, já tem emprego, segundo esse teorema.
O teorema de Burgo (na gíria académica, em homenagem à nova burguesia nacional) está a levantar várias reações. A primeira reação vem do juri do Prêmio Nobel que reuniu de emergência a noite e decidiu por unanimidade que, com essa descoberta, o cientista moçambicano Peter Esburgo vai ganhar todos os prêmios nóbeis possíveis (da literatura, da química, da física, da matemática, da filosofia, da geografia, do desenho, do empreendedorismo, do inglês, do francês, da agropecuária, da história, da educação física, da paz, da bebedeira, da mentira, do fuck-you, da cara-de-pau, etecetera, etecetera) nos próximos 5 anos.
A NASA reuniu também de emergência e anunciou que vai fechar os escritórios por vergonha da sua equipa de cientista diplomados e renomados que nunca pensou em desenvolver uma fórmula importantíssima como esta. Quem vai fechar as portas também são as universidades de Harvard e Oxford por terem descoberto que depois disso não há mais nada por descobrir. O Vaticano decretou jejum de um ano e já anunciou o regressou de Cristo para os próximos dias. A Ametramo acaba de anunciar que a partir de amanhã vai começar a chover de baixo para cima. Enquanto isso, Dalai Lama, o líder espiritual do budismo tibetano, desmaiou.
O teorema de Petersburgo é mesmo uma "granda" inovação. Só em Moçambique, na fase experimental, esta fórmula conseguiu criar mais de 48 mil empregos em apenas 100 dias. E era só teste! A ONU enviou para Moçambique uma equipa de alto nível de especialistas em encriptação de fórmulas matemáticas para que o teorema não seja roubado. Einstein ressuscitou e vem junto... não aguentou... dizem que disse "essa não perco por nada!", arrumou o caixão, saiu da tumba e embarcou.
Aguardamos ansiosamente a reação do Sindicato de Marandzas e Gigolos de Moçambique que convocou uma conferência de imprensa para hoje.
- Co'licença!
O exercício que está a matar os velhotes é uma equação quadrática do tipo ax²+bx+c=0. É esta equação polinomial de grau dois que está a fazer dançar os ministros. É um Tê-PêCê em grupo que o Efe-Eme-I deu aos velhotes para ver se recuperam aquela nota baixa que tiveram na prova das dívidas ocultas.
Os velhotes não estão a ver "guemi". Estão a apalpar. Mandaram fazer uma calculadora científica por encomenda na "Maicrosofiti". Estão a fazer o exercício num papel "A1", com lápis "Aga-Bê". Borrachas já acabaram nas livrarias. Mas, o resultado não aparece.
Nem a variável, nem a incógnita. O eixo das abcissas está vazio. A parábola nem sonhar. Os cotas estão a testar fórmulas. Trocam as variáveis e as incógnitas. Até chegam a pensar que o professor errou ao passar o exercício. Mas nada!
É lápis para cá, é lápis para lá. É borracha para ali, é borracha para acolá. Estão a transpirar no ar condicionado Samsung de 24 mil Bê-Tê-Us em temperatura de dezasseis graus. Casacos e gravatas pesam. Máscaras escorregam, nem tapam o nariz. Tentaram usar os números do Idai e do Kenneth, e nada! Usaram mais-valias, e nada! Agora estão a tentar usar o Corona, mas também parece que não vai dar em nada.
Bom, até porque o Corona era uma grande chance. Começaram com 700 e agora estão nos 34. Dizia, com esse Corona ia dar certo, se não fosse um grupo de miúdos que está a fazer rally no "Feicibuque" e a provocar muito barulho. Miúdos indisciplinados do bairro, aqueles que quando acordam - já que não estudam por causa do Estado de Emergência - só sabem fazer indisciplinices. Estão a atrapalhar, a desconcentrar, os mais velhos. Nem querem assistir aulas de Física na telescola da Tê-Vê-Eme. Os pais são irresponsáveis.
Falta pouco para intervalo maior. Chamaram o puto Samugudo para ver se ajudava. O puto disse que, se o valor da incógnita era o número da população moçambicana, então, a variável de 20 milhões de futuros doentes era o pior cenário. Portanto, o puto disse-lhes, em outras palavras, que "olha, cotas, vocês já chumbaram... não há saída aqui".
Os ponteiros do relógio parecem pernas de Usain Bolt. Não há mais tempo. Ontem, pediram ao maza Tiago para ajudar a fazer a parábola da equação assim mesmo "manera-manera", como diria meu primo. O Tiago - que de burro não tem nada - disse-lhes que o arredondamento foi exagerado... com esse resultado inventado de 34 mil milhões a parábola terá a concavidade voltada para baixo, ou seja, o coeficiente é negativo. Não há maneira! Ou, então, apaguem e façam de novo. Ninguém sabe o que virá hoje! A única certeza é que esse Tê-Pê-Cê vai nos matar a todos.
- Co'licença!