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Redacção

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quinta-feira, 31 agosto 2023 06:36

Portagem da Moamba mais cara a partir de amanhã

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A concessionária da Estrada Nacional Número 4 (EN4), a sul-africana Trans African Concession (TRAC), vai agravar a partir de amanhã, 01 de Setembro de 2023, as tarifas da portagem da Moamba e mantém as da portagem de Maputo. O aumento irá variar de 50 a 200 Meticais, para diferentes classes de veículos.

 

Um anúncio veiculado esta semana em jornais ilustra que a tarifa para os veículos de classe I passa dos actuais 190 para 240 Meticais, um aumento de 50 Meticais; classe II, dos actuais 530 Meticais para 600 Meticais, um acréscimo de 70 Meticais; classe III, a tarifa sobe de 1150 para 1200 Meticais, um acréscimo de 50 Meticais e para os veículos de classe IV, a tarifa de portagem aumenta de 1600 para 1800 Meticais, uma subida de 200 Meticais.

 

No anúncio, a TRAC não apresenta os motivos do agravamento das taxas, mas sublinha que o aumento irá ocorrer apenas na portagem da Moamba e não na portagem de Maputo onde as tarifas se irão manter em 40 Meticais para classe I, 130 Meticais para a classe II, 375 Meticais para a classe III e 550 Meticais para a classe IV.

 

O documento refere ainda que “as tarifas dos transportadores semi-colectivos de passageiros permanecerão inalterados”, nos montantes de 15 e 51 Meticais para as classes I e II respectivamente para a portagem de Maputo e 81 e 198 Meticais para as classes I e II, respectivamente para a portagem da Moamba. 

 

Refira-se que o último reajuste para as duas portagens ocorreu em Fevereiro de 2020 e os aumentos variaram de 5 a 50 Meticais. O agravamento das tarifas em 2020 aconteceu após o início da montagem do separador central, numa extensão de 7 km (desde a zona da Shoprite da Matola, à Maguinag, já na Cidade de Maputo), montado para evitar acidentes de viação que ocorriam com frequência naquele troço. (Evaristo Chilingue)

O Governo dos EUA, através da sua Agência para o Desenvolvimento Internacional (USAID), anunciou hoje um novo portfólio agrícola para promover o crescimento económico inclusivo e reforçar os sistemas alimentares nas províncias de Nampula e Zambézia. O Programa será todo ele implementado fora das estruturas do Governo. E nalguns aspectos, ele recupera a abordagem do SUSTENTA, de acordo com uma breve leitura de “Carta”.

 

A USAID argumenta que, embora mais de dois terços da população moçambicana se dedique à agricultura, “ela está sujeita a choques e tensões frequentes e recorrentes devido a eventos climáticos, emergências de saúde crónicas e catastróficas, desastres naturais, bem como extremismo violento e agitação civil, o que resulta em altos níveis de pobreza, desnutrição e insegurança alimentar.   

 

O novo portfólio de programas da USAID “aproveita o potencial do sector agrícola moçambicano para criar resiliência a estes desafios, melhorando a qualidade das sementes, incentivando investimentos do sector privado na agricultura, financiar jovens empresários para criar postos de trabalho e fornecer às famílias alimentos ricos em nutrients”.

 

E faz parte da iniciativa global do Governo dos E.U.A. para a fome e segurança alimentar, Feed the Future (FtF). Moçambique foi designado como um país prioritário do Feed the Future pelo Presidente dos E.U.A. Joseph Biden nas reuniões do G20 em Julho de 2022. Os investimentos no âmbito do FtF serão coordenados em estreita colaboração com o Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Moçambique para se alinharem com os objectivos nacionais em matéria de agricultura, clima e indústria. 

 

O Embaixador dos E.U.A., Peter H. Vrooman, anunciou o novo portfolio em Nampula. Falando na Escola de Negócios da Unilúrio, diz uma nota da embaixada americana recebida na “Carta”, o Embaixador Vrooman elogiou os impactos dos investimentos do Governo dos E.U.A. na agricultura. "Estes fundos irão para programas agrícolas inovadores que beneficiam mulheres, jovens e comunidades vulneráveis nas províncias do centro e norte de Moçambique. Eles irão ligar os agricultores a novas tecnologias, práticas e serviços que irão aumentar a produtividade e os rendimentos rurais, melhorar a nutrição e a segurança alimentar, e construir o sector privado do agronegócio.”  

   

A nota refere que o portfólio agrícola da USAID está avaliado em 170 milhões de dólares e ajudará Moçambique a construir sistemas alimentares inclusivos, resilientes e sustentáveis e que promovam um Moçambique mais saudável e próspero.  

  

O portfólio consiste em quatro novos projectos:  

  • O Feed the Future Mozambique Resiliência Integrada na Nutrição e Agricultura (FtF RESINA), implementado pela ACDI/VOCA, apoia os agricultores e as comunidades na busca de mais saúde, mais alimentos e maiores rendimentos. Este projecto apoia técnicas climaticamente inteligentes para melhorar a qualidade das sementes, o uso de culturas resistentes à seca e incorpora boas práticas agrícolas que levam ao aumento da produtividade. O FtF RESNIA também se centra nas mulheres e nos jovens através da utilização da horticultura e da irrigação em pequena escala para diversificar os rendimentos. 
  • O Feed the Future Mozambique Promoção de Sistemas de Mercado Agrícola Inovadores e Resilientes (FtF PREMIER), implementado pela TechnoServe, incentiva o investimento responsável do sector privado, melhora o acesso ao financiamento, a gestão de mitigação de riscos e expande as oportunidades de emprego e empreendedorismo, particularmente para jovens e mulheres.  
  • O Feed the Future Mozambique Comunidades Costeiras Resilientes (FtF RCC), implementado pela International Development Enterprises (iDE), está focado nas zonas costeiras da Zambézia e Nampula. O RCC cria um número significativo de empregos e oportunidades económicas sustentáveis para jovens e mulheres através de programas de empreendedorismo e estágios apoiados. O projecto também tem um impacto positivo na saúde e produtividade de ecossistemas críticos a longo prazo, particularmente os ecossistemas marinhos extraordinariamente diversos que são vitais para a segurança alimentar, aumentando o conhecimento e melhorando as práticas locais de subsistência.  
  • A Actividade de Segurança Alimentar Resiliente (RFSA), implementada pela Save the Children, distribuirá produtos de base ricos em nutrientes aos agregados familiares necessitados durante a estação das chuvas, quando a diversidade alimentar é acentuadamente menor. Centra-se nas necessidades nutricionais das mães, crianças e raparigas.  (Carta)
quarta-feira, 30 agosto 2023 08:00

BCI destaca-se na 58º edição da FACIM

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O Banco Comercial e de Investimentos (BCI) volta a patrocinar a Feira Internacional de Maputo (FACIM), e a ser um dos seus maiores atractivos, levando à exposição, nesta 58ª edição, diversas soluções tecnológicas.

 

No pavilhão Nachingwea, o stand do BCI contou, no acto inaugural, a 28 de Agosto, com a visita do Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, que elogiou a prestação do BCI no mercado. O Chefe de Estado encorajou, em particular, a instituição a continuar a prestar todo o seu apoio para o desenvolvimento das Pequenas e Médias Empresas, para que possam crescer e dar um cada vez maior contributo para o desenvolvimento do país.

 

O espaço BCI apresenta um balcão de atendimento, oferecendo ao público os mais diversificados produtos e serviços, destacando-se a dinamização dos canais digitais do Banco. Conta, ainda, com um espaço digital, com serviços de e-Banking, App daki e Whatsapp daki, e um espaço dedicado a momentos de networking com as empresas participantes na feira, assim como com o público em geral, proporcionando momentos de partilha através de serviços de Wifi grátis, entre outros atractivos. O BCI disponibiliza, igualmente, ATM no local, por meio de Agência móvel Vaivém (camião), alocada à província de Tete.

 

Esta edição da FACIM decorre até domingo, 3 de Setembro, reunindo num único espaço diversos actores e sectores económicos de Moçambique, tornando-se um lugar privilegiado de encontros para o empresariado nacional e estrangeiro.

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Os principais actores do sistema bancário e financeiro moçambicano, nomeadamente a Associação Moçambicana de Bancos (AMB), o Mozabanco, Standard Bank, Mpesa, FSDMoc, Mcnet e Movitel vão discutir com o INTIC, CIUEM, Organização Internacional das Telecomunicações (ITU) e a representação do Grupo de Peritos em Segurança Cibernética da União Africana, nos dias 13 e 14 de Setembro de 2023, no Centro de Conferências Joaquim Chissano, as oportunidades e desafios da transformação do sector BFSI (Bancos, Serviços Financeiros e Seguros).


 
Entre os desafios destacam-se a segurança cibernética, a conformidade regulamentar, a promoção da inclusão financeira e a adaptação às mudanças. No âmbito das oportunidades, destaca-se a possibilidade de optimização digital dos processos, o surgimento de novos produtos financeiros, a análise de dados para personalização de serviços, a expansão da inclusão financeira e o fomento da colaboração entre as entidades.


 
Igualmente, o sector de Seguros representado pela Associação Moçambicana de Seguradoras abordará com a Associação Brasileira de Insurtechs, dinâmicas da transformação digital nos novos conceitos para a indústria de seguros, onde as empresas procuram abraçar a transformação digital para se ajustarem às mudanças nas expectativas dos clientes, aos avanços tecnológicos e às novas formas de concorrência.


 
O evento contará com a presença dos Governos de Moçambique e Cabo Verde através dos Ministérios e Secretaria de Estado que regulam o sector da economia, transportes e comunicações, ciência, tecnologia e ensino superior. Contará igualmente com o representante da Zona de Comércio Livre Continental Africana( AFCFTA) que trás as perspectivas de desenvolvimento do sector bancário, sistema financeiro e seguros através da transformação digital na promoção da integração econômica continental.


 
O evento tem Moçambique como país anfitrião e contará por ordem alfabética com a representação da África do Sul, Brasil, Cabo Verde, Ghana, Nigéria, Portugal e Quênia, estando igualmente confirmada a participação do representante da divisão de política económica e desenvolvimento sustentável na União Africana.


 
Termos como Mobile banking, Cibersegurança, Open Banking, Criptomoeda, Moeda digital, Fintech, Insurtech, Cloud based banking, Aprendizado de máquina, Inteligência Artificial, Big Data e Análise de Dados, Regulação e compliance, Internet das coisas, serão uma constante nesta conferência que visa a partilha de estratégias para enfrentar tais desafios e explorar plenamente os benefícios da transformação digital em curso.(Carta)

quarta-feira, 30 agosto 2023 08:31

SAMIM: batalhão sul-africano tem novo comandante

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O contingente sul-africano na Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM) tem um novo comandante. No início deste mês, o Tenente-Coronel Thando Mpangeva assumiu o comando do 4º Batalhão de Infantaria, conhecido como Força de Combate Bravo, em substituição do Coronel Desmond Antonio.

 

Os soldados provenientes de Middelburg, em Mpumalanga, vão juntar-se aos colegas de sete outros países da SADC, juntamente com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), num esforço regional para acabar com a violência e o terrorismo em Cabo Delgado.

 

As tropas, o material e o apoio à missão de manutenção da paz do bloco regional vêm de Angola, Botswana, República Democrática do Congo (RDC), Lesoto, Malawi, Tanzânia e Zâmbia.

 

Segundo relata o Major Mpho Mathebula, as FADM e a SAMIM têm “alcançado sucessos notáveis que vão desde a recaptura de aldeias e a expulsão de terroristas até à apreensão de armas e outro equipamento militar, resultando no retorno das pessoas deslocadas internamente (PDI) para refazer as suas vidas, o que demonstra o inabalável compromisso das Forças da SAMIM em ajudar o povo moçambicano a superar os seus desafios de segurança”.

 

O comandante cessante do contingente sul-africano disse que a colaboração da equipa de comando, a receptividade a ideias inovadoras e o reconhecimento das contribuições individuais contribuíram para as conquistas da SAMIM. “Esses factores promovem um ambiente de harmonia, em que os esforços conjuntos se traduzem em resultados eficazes”.

 

A SAMIM deverá permanecer em Moçambique até pelo menos meados de Julho do próximo ano, de acordo com uma decisão tomada pela “Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo do Órgão da Troika da SADC e os Países Contribuintes para os processos de paz em Moçambique e na República Democrática do Congo”. A reunião de alto nível realizada em Julho observou uma melhoria da situação de segurança em Moçambique e um “regresso gradual” dos deslocados internos “principalmente devido à redução das actividades terroristas”.

 

Nas últimas semanas, os insurgentes lançaram uma série de ataques com resultados mistos. No dia 8 de Agosto, a agência de notícias do Estado Islâmico, Amaq, afirmou que sete soldados governamentais foram mortos e dez feridos durante um ataque insurgente a uma base militar na floresta de Catupa. Publicou fotos de soldados mortos e reivindicou 50 armas apreendidas junto com morteiros, lançadores de foguetes e munições. As FADM disseram que esta operação resultou na morte dos líderes insurgentes Abu Kital e Ali Mahando.

 

O vídeo, após um ataque de 22 de Agosto, mostrou um veículo blindado de transporte de pessoal Marauder em chamas, um dos pelo menos seis fornecidos pela Paramount em 2020. O veículo foi destruído durante uma emboscada no distrito de Macomia, depois que a coluna motorizada de que fazia parte foi atacada por foguetes e armas leves. Soldados moçambicanos, ruandeses e da SAMIM fizeram parte da Operação Golpe II para destruir bases insurgentes na zona costeira de Macomia.

 

As FADM confirmaram a perda do veículo, acrescentando que foi morto o comandante insurgente Ibn Omar, também conhecido como Bonomade Machude Omar. Dois outros insurgentes também foram mortos no ataque, que custou a vida a nove soldados moçambicanos, informou a Zitamar. Acredita-se que Ibn Omar era o principal líder do Estado Islâmico de Moçambique.

 

O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, General Joaquim Rivas Mangrasse, disse que a morte de Omar não significa o fim do terrorismo, acrescentando que são necessárias operações contínuas para expulsar os terroristas. (Defenceweb)

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O Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, voltou a exigir ao seu Governo, em parceria com o sector empresarial privado, que construa e modernize o recinto onde desde 2011 decorre a Feira Internacional de Maputo (FACIM), em Ricatla, distrito de Marracuene, província de Maputo. Esta não é a primeira vez que o PR lança o repto, sendo que nem água vai, nem água vem para a materialização deste projecto antigo do Governo.

 

“Aproveito o ensejo para apelar à comunidade empresarial e a todos os intervenientes da cadeia de produção em Moçambique na procura de uma solução definitiva para a edificação da FACIM com uma estrutura que incorpore outras iniciativas empresariais para a sua rentabilização tendo sempre presente a necessidade e a oportunidade de modernização arquitotécnica para uma nova centralidade urbana. Esta não é a primeira vez que eu chamo atenção. Digo isso porque não é preciso envolver só o Estado ou o Governo, mas também o sector privado, à semelhança do que acontece noutros países”, disse Nyusi, procedendo à abertura oficial da 58ª edição da FACIM que decorre de 28 de Agosto corrente a 02 de Setembro próximo. 

 

O desafio que o Chefe de Estado volta a fazer deve-se ao facto de a FACIM realizar-se nas tendas, por falta de infra-estruturas próprias para acolher as exposições. A construção de infra-estruturas permanentes em substituição das tendas é um projecto do Governo de há vários anos. Até princípios de Setembro de 2017, a Agência para a Promoção de Investimentos e Exportações (APIEX) já tinha planeado lançar o concurso para a selecção do investidor.

 

O concurso só foi lançado nos últimos 24 meses, mas em Julho último, o Ministro da Indústria e Comércio, Silvino Moreno, disse que durante o processo de selecção nenhuma empresa foi suficientemente qualificada e, como consequência, o Executivo pretende para breve lançar novo concurso.

 

“Foi lançado um concurso público internacional. Nós queremos uma FACIM moderna, com padrões internacionais que concorra com qualquer outra feira do mundo. Tivemos a apresentação de propostas que depois nas fases seguintes não tiveram qualificação necessária. Estamos neste momento a trabalhar no sentido de identificar outros parceiros. Faremos em breve o lançamento de outro concurso e buscaremos entidades que estejam interessadas na construção de infra-estruturas e gestão da FACIM”, afirmou Moreno.

 

Enquanto não for possível construir edifícios próprios, a FACIM vai continuar a realizar-se em tendas. A 58ª edição da FACIM conta com 2.5 mil expositores e 25 países confirmados. Desse número, pouco mais de dois mil expositores são nacionais e 450 são estrangeiros. Neste ano, participa pela primeira vez a República Democrática de Congo. (Evaristo Chilingue)

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Pelo menos três pessoas continuam desaparecidas em resultado de um naufrágio que provocou igual número de óbitos na manhã de segunda-feira no distrito de Moma, província de Nampula, no Norte de Moçambique, avançou à Lusa fonte oficial.

 

“Os trabalhos continuam para ver se aparecem mais sobreviventes, entre os três que continuam desaparecidos”, disse à Lusa Abacar Chande, administrador do distrito de Moma.

 

A embarcação, propriedade da Haiyu Mining, empresa chinesa que explora areias pesadas na região, naufragou por volta das 06:00 locais (05:00 em Lisboa), com mais de 20 pessoas a bordo, maioritariamente trabalhadores da empresa, disse o administrador do distrito de Moma.

 

As operações das autoridades nas últimas 24 horas garantiram o resgate de mais cinco pessoas, elevando o número de sobreviventes para 21.

 

“A situação no terreno é calma, mas ainda preocupante”, acrescentou o administrador.

 

A lotação excessiva e o mau tempo que se fazia sentir na região são apontadas até agora como as possíveis causas do naufrágio que deixou pelo menos três mortos entre as pessoas que seguiam na embarcação da empresa chinesa.

 

A chinesa Haiyu explora areias pesadas em Nampula desde 2011, das quais extrai minerais como a ilmenite, o titânio e o zircão.

 

Em 2018, a empresa foi visada por um relatório da organização Amnistia Internacional, que denunciou violações das leis moçambicanas e internacionais, indicando que as operações da chinesa em Nampula “transformaram a topografia da área” e, em 2015, a chuva arrastou 48 casas, desalojando 290 pessoas.

 

Várias organizações da sociedade civil moçambicana exigiram a suspensão das atividades da empresa de capitais chineses.(Lusa)

 

naufragio mar mz praia pescadores min

Pelo menos cinco pessoas são dadas como desaparecidas após o naufrágio de uma canoa, na segunda-feira, no distrito de Inhassunge, na província da Zambézia, no centro de Moçambique, avançou fonte oficial.

 

Na embarcação seguia um total de oito pescadores, três dos quais já resgatados, que saíam da localidade de Mitange com destino a Quelimane, numa canoa, explicou à comunicação social Augusto Dongo, administrador Marítimo da Zambézia.

 

“Eles foram abordados pelo conselho comunitário de pesca local, mas não quiseram acatar a informação. No percurso, eles depararam-se com um sistema conflituoso que cria remoinhos e a embarcação não resistiu”, declarou.

 

As autoridades apontam o mau tempo como a provável causa do acidente, avançando que as operações de busca foram reforçadas.

 

“Ainda é possível encontrar as pessoas com vida. Eles podem ter nadado para uma zona similar a uma ilha, sem ter um contacto com o continente. Por isso estamos a reforçar as operações”, declarou Augusto Dongo.

 

Na segunda-feira, já no norte de Moçambique, outra embarcação naufragou, matando três pessoas entre as mais de 20 que seguiam num barco no distrito de Moma, na província de Nampula.

 

Além do excesso de lotação, o mau tempo também é apontado pelas autoridades como uma das causas do naufrágio em Nampula, onde pelo menos três pessoas continuam desaparecidas, disse hoje à Lusa Abacar Chande, administrador do distrito de Moma.(Lusa)

 

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Metade das famílias moçambicanas não tem qualquer solução de fornecimento de eletricidade em casa e das que têm, quase 20% é garantida com painéis solares para autoconsumo, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

De acordo com o Inquérito sobre o Impacto do Acesso à Energia Sustentável em 2022, concluído este mês pelo INE moçambicano, 50,1% dos mais de 6,3 milhões de agregados familiares do país tinha acesso a uma ligação de eletricidade.

 

Desse total, 32% tinha o acesso através da rede elétrica nacional e 18,1% através de outras fontes.

 

“Isso significa que 49,9% dos agregados familiares está sem conexão à rede nem outras soluções de eletricidade, situação mais grave nas áreas rurais (86,8%), províncias de Tete (84,7%) e na Zambézia (83,3%)”, lê-se no relatório do INE.

 

Acrescenta que “os poucos domicílios com eletricidade na área rural” têm maior acesso através de energia solar (85,3%), baterias recarregáveis (74,9%) e baterias de células secas (71,4%) face à área urbana, que usa eletricidade da rede nacional (72,2%) e gerador elétrico (58,3%).

 

Nas famílias que têm acesso a eletricidade em casa por outras fontes que não a rede nacional ou local, dominam as soluções por baterias de células secas (47,1%), seguindo-se a energia solar para autoconsumo (19,4%), além de baterias recarregáveis (1,8%) e geradores (0,5%).

 

Sobre o perfil energético de Moçambique, o INE refere que o país tem um potencial de produção de energia elétrica instalada de 2.966 MegaWatts, sendo a principal fonte de produção a hídrica e representando a energia renovável 77% da capacidade total.

 

“A produção a partir do gás natural é a principal fonte das energias não renováveis, contribuindo com cerca de 10% da produção global. Em Moçambique, 50% da energia produzida é exportada para os países vizinhos, sendo a República da África do Sul o principal destino, com um peso de cerca de 80,0% das exportações”, aponta ainda o estudo do INE.(Lusa)

sergioMatos lam

A transportadora Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) está a reunir as condições necessárias para a obtenção de licenças que permitam voos Maputo-Lisboa, avançou a Fly Modern Arc (FMA), entidade sul-africana responsável pela estratégia de recuperação da transportadora.

 

Sérgio Matos, representante da FMA, disse, em conferência de imprensa, que a LAM está empenhada em obter as devidas autorizações para utilizar o Aeroporto Humberto Delgado e horários de gestão de ‘slot’.

 

“A LAM parou de voar para Lisboa em 2012 e, de lá para cá, não fez nenhuma outra atualização das suas licenças, tendo perdido todas as licenças”, afirmou Matos.

 

A transportadora previa retomar o trajeto entre as capitais moçambicana e portuguesa este mês, mas a operação foi adiada, devido à necessidade de obter as devidas autorizações, prosseguiu.

 

A transportadora também está em processo de regularização de dívidas inerentes ao tempo em que voava para Lisboa, até suspender a operação há 11 anos, disse Sérgio Matos.

 

A reativação da rota Maputo-Lisboa faz parte da estratégia de internacionalização da operação da LAM, no âmbito da recuperação da empresa.

 

Em maio, Sérgio Matos declarou, em conferência de imprensa, que o plano de salvamento da transportadora de bandeira moçambicana também passa por explorar novos destinos, como Brasil, Índia, Dubai e China.

 

No âmbito do plano de recuperação, a LAM inaugurou este ano as rotas Maputo-Lusaca, Joanesburgo-Vilankulo e Joanesburgo-Beira, bem como trajetos interprovinciais.

 

Sérgio Matos disse hoje que a LAM reduziu a sua dívida em 57 milhões de euros, desde abril, e continua em recuperação.

 

Quando a FMA assumiu a gestão da companhia aérea estatal em abril, a LAM tinha uma dívida estimada em cerca de 300 milhões de dólares (277,7 milhões de euros), de acordo com dados fornecidos na altura.

 

A estratégia de revitalização da empresa segue-se a anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.(Lusa)

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