O contingente sul-africano na Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique (SAMIM) tem um novo comandante. No início deste mês, o Tenente-Coronel Thando Mpangeva assumiu o comando do 4º Batalhão de Infantaria, conhecido como Força de Combate Bravo, em substituição do Coronel Desmond Antonio.
Os soldados provenientes de Middelburg, em Mpumalanga, vão juntar-se aos colegas de sete outros países da SADC, juntamente com as Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), num esforço regional para acabar com a violência e o terrorismo em Cabo Delgado.
As tropas, o material e o apoio à missão de manutenção da paz do bloco regional vêm de Angola, Botswana, República Democrática do Congo (RDC), Lesoto, Malawi, Tanzânia e Zâmbia.
Segundo relata o Major Mpho Mathebula, as FADM e a SAMIM têm “alcançado sucessos notáveis que vão desde a recaptura de aldeias e a expulsão de terroristas até à apreensão de armas e outro equipamento militar, resultando no retorno das pessoas deslocadas internamente (PDI) para refazer as suas vidas, o que demonstra o inabalável compromisso das Forças da SAMIM em ajudar o povo moçambicano a superar os seus desafios de segurança”.
O comandante cessante do contingente sul-africano disse que a colaboração da equipa de comando, a receptividade a ideias inovadoras e o reconhecimento das contribuições individuais contribuíram para as conquistas da SAMIM. “Esses factores promovem um ambiente de harmonia, em que os esforços conjuntos se traduzem em resultados eficazes”.
A SAMIM deverá permanecer em Moçambique até pelo menos meados de Julho do próximo ano, de acordo com uma decisão tomada pela “Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo do Órgão da Troika da SADC e os Países Contribuintes para os processos de paz em Moçambique e na República Democrática do Congo”. A reunião de alto nível realizada em Julho observou uma melhoria da situação de segurança em Moçambique e um “regresso gradual” dos deslocados internos “principalmente devido à redução das actividades terroristas”.
Nas últimas semanas, os insurgentes lançaram uma série de ataques com resultados mistos. No dia 8 de Agosto, a agência de notícias do Estado Islâmico, Amaq, afirmou que sete soldados governamentais foram mortos e dez feridos durante um ataque insurgente a uma base militar na floresta de Catupa. Publicou fotos de soldados mortos e reivindicou 50 armas apreendidas junto com morteiros, lançadores de foguetes e munições. As FADM disseram que esta operação resultou na morte dos líderes insurgentes Abu Kital e Ali Mahando.
O vídeo, após um ataque de 22 de Agosto, mostrou um veículo blindado de transporte de pessoal Marauder em chamas, um dos pelo menos seis fornecidos pela Paramount em 2020. O veículo foi destruído durante uma emboscada no distrito de Macomia, depois que a coluna motorizada de que fazia parte foi atacada por foguetes e armas leves. Soldados moçambicanos, ruandeses e da SAMIM fizeram parte da Operação Golpe II para destruir bases insurgentes na zona costeira de Macomia.
As FADM confirmaram a perda do veículo, acrescentando que foi morto o comandante insurgente Ibn Omar, também conhecido como Bonomade Machude Omar. Dois outros insurgentes também foram mortos no ataque, que custou a vida a nove soldados moçambicanos, informou a Zitamar. Acredita-se que Ibn Omar era o principal líder do Estado Islâmico de Moçambique.
O Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas de Defesa de Moçambique, General Joaquim Rivas Mangrasse, disse que a morte de Omar não significa o fim do terrorismo, acrescentando que são necessárias operações contínuas para expulsar os terroristas. (Defenceweb)