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Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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O país tem sido assolado ciclicamente por desastres naturais, principalmente ciclones e inundações, fenómenos que em casos extremos afectam a rede de telecomunicações nas zonas atingidas. A população afectada fica sem poder se comunicar e, por consequência, as campanhas de ajuda fracassam. Para minimizar o impacto dos desastres naturais, o Instituto Nacional de Telecomunicações (INCM) pretende instalar infra-estruturas de comunicação resilientes a desastres naturais.

 

“Temos o desafio de a curto prazo assegurar a instalação de infra-estrutura de comunicações com capacidade de resistência aos eventos extremos. Entendemos que o acesso às comunicações é vital na gestão dos desastres naturais, e na qualidade e eficácia da preparação e respostas aos riscos associados aos eventos extremos. Como tal, é importante que sectores críticos no governo estejam municiados de comunicações de emergência”, afirmou o Presidente do Conselho de Administração (PCA) do INCM, Tuaha Mote.

 

Mote fez esta declaração numa mensagem alusiva aos 31 anos do INCM. O pronunciamento acontece também numa altura em que a época chuvosa e ciclónica (de Outubro de 2023 a Março 2024) se aproxima e a Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos já calculou que cerca de 800 mil pessoas poderão ser afectadas.

 

Na mensagem, o gestor diz ainda que, 31 anos depois, o INCM quer ver a expansão do acesso à internet de banda larga a alcançar maior número de populações para permitir uma melhor resposta à inclusão digital, apesar de estar a criar, com sucesso, incentivos apropriados que permitiram a implantação de redes de acesso à internet de alta velocidade, seja através de DSL (Digital Subscriber Line), fibra óptica, ou através de redes sem fio (Wi-Fi, 4G, 5G), e satélites.

 

Nesse âmbito, Mote diz que é dever da instituição que dirige assegurar a adopção de medidas regulatórias que garantam incentivos para introdução de tecnologias adequadas para que o fundamento da inclusão digital faça maior sentido.

 

“Estamos comprometidos com a inovação tecnológica, para impulsionar o crescimento económico, promover a inclusão digital e contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações. Por isso, consideramos fundamental que a regulação acompanhe o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas, criando um ambiente que encoraje a inovação, o investimento e o respeito e protecção pelos direitos dos consumidores. Neste sentido, também a nosso nível estamos caminhando para abraçar sem reservas a transformação digital”, lê-se na mensagem do PCA do INCM.

 

Mote assegura que, ao longo dos 31 anos, o INCM vem consolidando o seu papel na regulação do sector das comunicações. Afirma ainda que a instituição que dirige tem conseguido criar um ambiente de estabilidade e previsibilidade regulatórias necessárias para os “players” operarem. Lembra na mensagem que o INCM tem objectivo claro: regular para incentivar a competitividade do mercado, promover a transparência e impulsionar o crescimento sustentável do sector. Tem sido um caminho longo, com desafios, mas muito gratificante. (Carta)

O Presidente Filipe Nyusi justificou a agressão ao jornalista desportivo Alfredo Júnior, por sua guarda no passado domingo, com a emoção que se apoderou dos moçambicanos após a qualificação dos Mambas, a seleção nacional de futebol, para o CAN de 2024 (Campeonato Africano das Nações) que terá lugar na Costa do Marfim.


Essa justificação é inaceitável. A alegação de Nyusi é completamente descabida.


Ele quis dizer, por outras palavras, que a reação imediata da sua guarda presidencial quando acometida por uma emoção, e no caso vertente uma emoção vitoriosa, é partir para a violência barata.
Nyusi não criticou o excesso de zelo da sua guarda contra um jornalista conhecido. Alfredo Júnior, que já foi “pivot” em vários programas desportivos nos canais por onde passou e hoje lidera o jornal digital “Lance.mz”.


O mínimo que o PR devia fazer era pedir desculpa ao jornalista e à comunicação social de Moçambique.


Não faz sentido vir de quando em vez, quando se comemora o dia do jornalista moçambicano, enaltecer a classe e, ao mesmo tempo, manter intacta esta nódoa repressiva contra essa mesma classe na costura final do seu mandato. É completamente aberrante! (Carta)

Continua longo e desafiante o caminho para a democratização da República de Moçambique e, sobretudo, para a actualização dos agentes da segurança do Presidente da República sobre o impacto das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no sector da comunicação social.

 

No último sábado, quando o país comemorava a qualificação da selecção nacional de futebol para a fase final do Campeonato Africano das Nações (CAN), a realizar-se próximo ano na Costa do Marfim, o jornalista desportivo Alfredo Júnior, do jornal online LanceMZ, foi vítima de agressão física, protagonizada por agentes da segurança do Chefe de Estado, alegadamente pelo facto de o mesmo ter usado telemóvel para registar a reacção de Filipe Nyusi à façanha conseguida pelos “Mambas”.

 

Os factos ocorreram na Zona Mista do Estádio Nacional do Zimpeto (ENZ), uma área reservada aos jornalistas para entrevistas rápidas aos jogadores, depois do jogo. Da agressão, resultaram danos morais e materiais (telemóvel profissional, estabilizador da câmara e auscultadores).

 

Uma reportagem exibida pela Media Mais TV ilustra que, momentos após o sucedido, o Chefe de Estado pediu desculpas ao jornalista Alfredo Júnior, alegando que a agressão resultava do calor das emoções, devido à qualificação da selecção nacional de futebol ao CAN-2024.

 

“Primeiro, pedimos desculpas pelos empurrões verificados. Este é o sinal de um país que está há muitos anos sem alcançar uma conquista destas. As emoções são enormes e devem ser compreendidas”, defendeu Filipe Nyusi, para depois exigir um sorriso da vítima, pois, nas suas palavras, o seu semblante carregado poderia motivar novas agressões da sua segurança.

 

Ontem, a Associação Moçambicana da Imprensa Desportiva (AMID) reagiu à ocorrência. Em comunicado de imprensa, a AMID repudia a atitude tomada pelos agentes de segurança do Chefe de Estado, considerando-a “brutal” e “desproporcional”.

 

De acordo com a agremiação, proibir os jornalistas de usarem telemóveis para realizar coberturas jornalistas “revela o desconhecimento do novo ambiente profissional”, em que “o telemóvel é uma ferramenta versátil e essencial no arsenal de um jornalista moderno, permitindo-lhe aceder a informações, comunicar-se efectivamente, colectar conteúdo multimédia, resultando numa cobertura mais ágil e precisa dos acontecimentos”.

 

A AMID apela ainda ao Ministro na Presidência para Assuntos da Casa Civil e a Secretaria de Estado do Desporto, no sentido de responsabilizarem os seguranças especificamente visados, de modo a dissuadir a recorrência de actos similares. Exorta ainda a todos os actores desportivos, clubes, federações e Secretaria de Estado do Desporto a respeitarem o trabalho dos jornalistas, provendo informação e salvaguardando o direito à informação.

 

“O desporto, em particular o futebol, move-se por valores e nunca será espaço para semear desavenças sociais, antes pelo contrário, para reforçar o sentimento de cidadania e de pertença, especialmente, à sociedade moçambicana”, sentenceia a agremiação.

 

Quem também se juntou aos jornalistas desportivos é o MISA-Moçambique que, em comunicado de imprensa, repudiou a atitude da segurança do Chefe de Estado. “Para o MISA, o argumento usado pelos seguranças do Chefe do Estado para agredir e impedir o jornalista de realizar o seu trabalho [proibição do recurso ao telemóvel para a captação de imagens] é infundado. Nos dias que correm, de alto progresso técnico e tecnológico, o telemóvel deixou de ser um mero instrumento de comunicação interpessoal, sendo uma ferramenta de alto-relevo na produção mediática”, defende a organização.

 

“Havendo receios de insegurança decorrentes do uso de qualquer dispositivo jornalístico, entende o MISA, os agentes de segurança presidencial têm a obrigação de não molestar o seu detentor, mas de inspeccionar o equipamento, como tem sido prática em vários eventos estatais e até privados em Moçambique e no mundo”, afirma o MISA, sublinhando que o equipamento quebrado é o mesmo que foi usado pelo jornalista Alfredo Júnior na cobertura do encontro entre os Presidentes de Moçambique e do Ruanda, com a selecção sénior feminina de basquetebol, em Kigali, Ruanda.

 

“Mais do que o acto em si, surpreende ao MISA a aparente banalização, pelo Chefe de Estado, da acção dos seus agentes, ao ponto de associar a agressão à mera consequência do frenesim da conquista da selecção nacional de futebol. As declarações do Presidente da República sobre o incidente podem estimular e normalizar comportamentos desviantes dos cidadãos até mesmo em ambientes festivos como foi o caso do Zimpeto”, considera aquela organização regional, que exige medidas correctivas contra os agentes envolvidos.

 

Refira-se que desde a chegada de Filipe Jacinto Nyusi à Presidência da República, em 2015, a Casa Militar (guarda presidencial) tem proibido jornalistas moçambicanos de recorrer aos telemóveis para realizar as suas actividades, porém, sem aplicar a mesma regra aos jornalistas estrangeiros que escalam a Ponta Vermelha. (Carta)

Mais de 30 Painelistas Internacionais e Nacionais Confirmados para o Evento Inaugural

 

Tudo a postos para a primeira edição da Conferência BFSI Mozambique, um evento que se destaca no sector financeiro. Com mais de 30 painelistas de renome internacionais e nacionais confirmados, representando diversos segmentos da industria BFSI, esta conferência promete proporcionar insights valiosos e oportunidades de networking excepcionais para uma audiência de especialidade.

 

No contexto do cenário financeiro moçambicano, esta conferência foi projetada para promover a aprendizagem estratégica, facilitar a troca de ideias e oferecer oportunidades de networking valiosas para um segmento que compreende que a adaptação tecnológica é essencial no ambiente de negócios dinâmico de hoje, onde a transformação digital está a tornar-se um pilar central estratégico.

 

www.bfsi.co.mz

 

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segunda-feira, 11 setembro 2023 09:05

Tintas CIN agradecem a Moçambique

´Obrigado. Há 50 anos que pintamos juntos o futuro de Moçambique´. É este o lema da campanha que a Tintas CIN acaba de lançar para assinalar meio século de história em Moçambique.

 

Nesses anos de actividade no país, a Tintas CIN Moçambique consolidou-se como uma referência no mercado, com 11 lojas e uma fábrica na Machava. Durante esse tempo, não apenas forneceu tintas de qualidade para projectos por todo o país, mas também participou activamente na construção da nação, contribuindo para a sua transformação e crescimento.

 

Em 2017, a empresa conquistou a Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001) e do Sistema de Gestão do Ambiente (ISO 14001), tornando-se a primeira do sector em Moçambique a alcançar essa dupla distinção. Este compromisso com a qualidade e o ambiente é uma demonstração do profundo respeito que a Tintas CIN tem por Moçambique e pelos moçambicanos.

 

A história da Tintas CIN em Moçambique vai além do seu compromisso com a qualidade e a inovação. A empresa tem desempenhado um papel activo na promoção das artes e da cultura local. Através de várias iniciativas, a Tintas CIN tem colaborado com artistas locais, pintando murais em diversos pontos do país, contribuindo assim para a expressão artística e cultural de Moçambique.

 

José Pereira, director geral das Tintas CIN em Moçambique, expressou a gratidão da empresa em relação ao país referindo que "há 50 anos que a marca pinta, juntamente com os moçambicanos, o futuro de Moçambique”. “Esta campanha é o nosso gesto de agradecimento ao país por nos ter aberto as portas, confiado em nós e nos ter permitido fazer parte da transformação de Moçambique. Estamos profundamente comprometidos com este país e com o seu futuro, e continuaremos a investir e a contribuir para o seu desenvolvimento", disse o mesmo responsável.

 

A campanha "OBRIGADO" está actualmente em exibição nos pontos de venda e nas redes sociais da Tintas CIN, destacando o papel fundamental que a empresa desempenhou na história de Moçambique e reforçando o seu compromisso contínuo com o país.

 

Ainda no âmbito das celebrações do Jubileu, a empresa está a criar um catálogo exclusivo de cores de Moçambique, uma assinatura única que celebra a diversidade cultural do país.(Carta)

segunda-feira, 11 setembro 2023 03:41

Manuel De Araújo denuncia tentativa de assassinato

Duas semanas depois de Paulo Vahanle, Edil de Nampula, ter denunciado uma tentativa frustrada de o assassinarem, agora é a vez do Presidente do Município de Quelimane, Manuel De Araújo, denunciar a frustração de uma tentativa de assassinato, também alegadamente protagonizada por agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM).

 

A denúncia foi feita pelo próprio Edil de Quelimane, na sua página do facebook e acusou a Polícia de ter atentado contra a sua vida, numa operação, supostamente denominada “Zebra”. “Carta” contactou, por várias vezes, Manuel De Araújo para obter detalhes em torno do assunto, mas este não atendeu as chamadas e nem respondeu às mensagens.

 

Num comício popular realizado nos arredores da capital provincial da Zambézia, Manuel De Araújo apresentou dois indivíduos, que supostamente tentaram assassina-lo. Tal como foi reportado em Nampula, o Ajudante de Campo (ADC) de Manuel De Araújo confirmou que os dois indivíduos eram seus colegas, mas que também ficou surpreso em vê-los, pois, não tinha qualquer informação.

 

Numa mensagem publicada no facebook, De Araújo disse ainda que, depois de falhar a tentativa do seu assassinato, agentes do Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE) cercaram a casa do Chefe das Operações da Polícia Municipal de Quelimane.

 

“Depois do falhanço da operação ‘Zebra’, que visava assassinar o Edil da Cidade de Quelimane e Cabeça-de-Lista do Partido Renamo, operativos do SISE cercaram casa do Chefe de Operações da Polícia Municipal da Cidade de Quelimane!”, disse.

 

“Carta” contactou o porta-voz da PRM na Zambézia, Sidner Lonzo, para ouvir a versão da corporação, mas prometeu reagir à denúncia de Manuel De Araújo esta segunda-feira.

 

Refira-se que esta não é a primeira vez que De Araújo denuncia tentativa de silencia-lo. Em Fevereiro de 2020, o Edil de Quelimane acusou a Polícia de ter tentado assassina-lo, depois de esta ter disparado balas reais que atingiram os pneus da sua viatura protocolar, quando os agentes da “lei e ordem” tentavam impedir a marcha dos membros da Renamo, naquele ponto do país. Na altura, a Polícia negou ter disparado balas reais.

 

Já em Setembro de 2018, durante a campanha eleitoral para as V Eleições Autárquicas, a Renamo denunciou outra tentativa de assassinato de Manuel de Araújo. Na altura, a Renamo disse ter identificado um agente da Polícia infiltrado na sua caravana para atentar contra a segurança do Edil de Quelimane. A Polícia nunca chegou a reagir a esta denúncia.

 

Manuel De Araújo é o segundo Edil da Renamo a denunciar, publicamente, uma suposta tentativa de assassinato, depois da denúncia feita por Paulo Vahanle, que supostamente foi vítima de uma tentativa de assassinato no dia passado dia 23 de Agosto, durante as comemorações do Dia da Cidade de Nampula. (Carta)

As autoridades moçambicanas e ruandesas vão passar a trocar informação sobre combate ao branqueamento de capitais e lavagem de dinheiro, conforme entendimento entre instituições de inteligência financeira dos dois países, disse à Lusa fonte do Governo de Moçambique.

 

Em causa está um memorando de entendimento rubricado na sexta-feira, em Kasane, Botsuana, entre o Centro de Inteligência Financeira (FIC) do Ruanda e o Gabinete de Informação Financeira de Moçambique (GIFIM), à margem das reuniões do Grupo de Luta Contra a Lavagem de Dinheiro da África Oriental e Austral (ESAAMLG), em Kasane, Botsuana.

 

“As autoridades cooperarão entre si, trocando informações ou inteligência financeira (...), espontaneamente ou mediante solicitação, o que poderá auxiliar na investigação de pessoa(s) suspeita(s) de terem se envolvido em lavagem de dinheiro, financiamento do terrorismo, financiamento da proliferação de armas de destruição maciça ou atividades criminosas conexas”, justifica o texto do memorando de entendimento.

 

O acordo, assinado pela diretora-geral do FIC, Jeanne Pauline Gashumba, e pelo diretor-geral do GIFIM, Aurélio Matavele Júnior, assume ainda o objetivo de “desenvolver, expandir e melhorar o quadro de cooperação” entre ambas as autoridades “e criar uma relação mutuamente benéfica”.

 

“As autoridades cooperarão para trocar, reunir, desenvolver e analisar informações em sua posse relativas a transações financeiras suspeitas de estarem relacionadas com o branqueamento de capitais e crimes subjacentes associados, financiamento do terrorismo e financiamento da proliferação de armas de destruição maciça ou crimes relacionados”, acrescenta o acordo.

 

A vice-ministra da Economia e Finanças de Moçambique apontou na sexta-feira as avaliações de risco sobre financiamento ao terrorismo realizadas pelo Governo e alterações legislativas como “provas do empenho” do país para sair da “lista cinzenta” internacional do GAFI.

 

“Moçambique está comprometido em cooperar com todas as nações, em especial com o ESAAMLG, e bilateralmente na prevenção e combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo segundo as recomendações do GAFI [Grupo de Ação Financeira Internacional]”, declarou Carla Louveira, falando à comunicação social, à margem das reuniões de peritos do grupo africano, em Kasane.

 

Segundo a governante, a realização de avaliações de risco no setor das “atividades e profissões não financeiras designadas”, a aprovação das leis de prevenção e combate ao branqueamento de capitais e a revisão da Lei de Combate ao Terrorismo e Proliferação de Armas de Destruição em Massa “são provas do empenho” do país, que já solicitou a reclassificação de mais 15 recomendações feitas pelo GAFI para sair da “lista cinzenta” internacional.

 

A reunião de Kasane visa discutir e aprovar o relatório de avaliação mútua e avaliar os progressos realizados pelos Estados-membros da ESAAMLG na implementação das 40 recomendações do GAFI, das quais Moçambique espera que “sejam aprovadas e publicadas” desde já as nove reavaliadas.

 

O Governo de Moçambique solicitou ainda nesta reunião a primeira avaliação à reclassificação de mais 15 recomendações, como resultado da recente aprovação pelo parlamento de legislação de combate ao branqueamento de capitais e financiamento ao terrorismo, tentando resolver “as remanescentes deficiências identificadas na avaliação de 2019”.

 

Entre abril e outubro do próximo ano, Moçambique terá ainda de apresentar "evidências" de que a nova legislação está a ser aplicada pelo país.

 

A Assembleia da República de Moçambique aprovou em agosto, por consenso, alterações legais que reforçam a prevenção e combate ao branqueamento de capitais e ao terrorismo, incluindo sanções financeiras específicas.(Lusa)

As receitas de exploração de recursos minerais por mega-projectos caíram consideravelmente no primeiro semestre de 2023, numa altura em que o preço do carvão mineral extraído pela Vulcan em Tete quedou drasticamente no mercado internacional, passando de 374 USD por tonelada em média, no primeiro semestre de 2022, para o preço médio de 175 USD por tonelada, no primeiro semestre de 2023.

 

Por influência da queda do preço do carvão mineral, as receitas ao Estado provenientes de exploração de recursos minerais pelos grandes projectos caíram 28.7%, tendo o valor canalizado saído de 4.8 mil milhões de Meticais no primeiro semestre de 2022 para 3.4 mil milhões de Meticais de Janeiro a Junho de 2023.

 

Contudo, de acordo com dados constantes no Balanço do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado referentes ao primeiro semestre de 2023, a receita total dos mega-projectos cresceu consideravelmente, tendo-se situado em 16.5 mil milhões de Meticais, contra 11.8 mil milhões de Meticais registados no primeiro semestre de 2022. O valor representa um crescimento de 40.4%.

 

Divulgado há dias, pelo Ministério da Economia e Finanças, o Balanço do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado detalha que, da receita fiscal total de mega-projectos canalizada ao Estado, destaque vai para a contribuição do sector de produção de energia que cresceu 140% em 2021. A receita do referido subsector cresceu de 3.1 mil milhões de Meticais, no primeiro semestre de 2022 para 7.4 mil milhões de Meticais em 2023.

 

Depois do sector de energia, destacou-se a exploração de petróleo, cuja contribuição fiscal cresceu de 3.3 mil milhões de Meticais em 2022, para pouco mais de 5 mil milhões de Meticais no primeiro semestre de 2023.

 

A contribuição dos “outros mega-projectos” caiu 6%, tendo saído de 619.9 milhões de Meticais, no primeiro semestre de 2022, para 580.9 milhões de Meticais em 2023.

 

A nossa fonte refere que a receita total registada pelo Estado no primeiro semestre de 2023 foi de 146.7 mil milhões de Meticais, contra 138.8 mil milhões de Meticais registados no primeiro semestre de 2022. Dessa receita total, o peso da contribuição dos mega-projectos é de 8.8% em 2022 e 11.3% em 2023. (Evaristo Chilingue)

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, lançou quarta-feira a primeira pedra para pavimentação da estrada de 96 quilómetros na província de Nampula, entre a cidade costeira de Angoche e a vila de Nametil.

Esta faz parte da estrada que acabará por ligar a capital provincial, a cidade de Nampula, a Angoche. Nyusi considerou esta estrada (N104) fundamental para a integração regional e africana. O projecto é uma extensão do Lote I do projecto “Promover Transportes”, financiado pela União Europeia, que inclui a reabilitação e manutenção de estradas rurais nas províncias de Nampula e Zambézia.

As obras da estrada Angoche-Nametil estão orçadas em 48 milhões de euros e terão a duração de 26 meses. Inclui áreas de responsabilidade social como a construção de escolas e fontes de abastecimento de água em locais já identificados ao longo do percurso.

A empreitada prevê dois anos de manutenção de cerca de 395 quilómetros de estradas de terra que serão servidas por dois acampamentos em Mucuali e Chalaua, ambos no distrito costeiro de Moma.

“Esta é uma visão mais ampla que expressa o nosso compromisso em ligar o país desde o Rovuma ao Maputo (os rios que marcam as fronteiras norte e sul do país) e também com a integração regional e continental”, disse o presidente.

Nyusi disse que a pavimentação deste troço da N104 permitirá escoar a produção agrícola, bem como valorizar e dinamizar o grande potencial turístico da zona, que inclui outros distritos costeiros como Moma, Larde e Liúpo.
 

“A pavimentação desta estrada marca a concretização de um sonho de várias gerações, não só em Angoche, mas em toda a região sul da província de Nampula, e completa a concretização da visão mais ampla do governo. Vamos fazer uma ligação segura e mais rápida entre a capital provincial, Nametil e Angoche, mesmo em carros pequenos”, disse Nyusi.

Perante centenas de pessoas que lotaram o campo de futebol municipal, Nyusi destacou que Angoche é um importante centro de desenvolvimento, mas está a ser negligenciado devido ao mau estado das vias de comunicação.
Duarte Graça, delegado empresarial da União Europeia, disse partilhar a visão de Moçambique de que as infra-estruturas rodoviárias são fundamentais para promover a conectividade e a mobilidade segura.


«A conectividade está no centro do desenvolvimento socioeconómico sustentável e inclusivo e é o conceito-chave do pacote de investimento «Global Gateway» da UE, lançado em 2021, que visa criar ligações inteligentes, sustentáveis e seguras em todo o mundo nos setores digital, energético e dos transportes. áreas e fortalecer os sistemas de saúde e educação em todo o mundo", observou ele. “Promover Transportes” é um programa de desenvolvimento rural com foco nas províncias da Zambézia e Nampula, com um orçamento total de 358 milhões de euros e que abrange energia, agronegócio, nutrição, biodiversidade, comércio e transportes. (AIM)

O Governo sul africano  anunciou na quarta-feira uma parceria público-privada para a reformulação e modernização dos seis postos fronteiriços terrestres mais movimentados do país, incluindo o de Lebombo, que permite a travessia com Moçambique por Ressano Garcia. O Ministro sul africano dos Assuntos Internos, Aaron Motsoaledi, confirmou que um pedido foi emitido no dia 3 de Setembro, solicitando ao sector privado que apresentasse suas propostas para o projecto.

 

Ele disse que o projecto de modernização visa reforçar a integração económica regional, melhorar a arrecadação de receitas e travar a migração ilegal, entre outros factores. Motsoaledi dirigia-se aos meios de comunicação social em Pretória. “Os seis portos de entrada marcados são Posto Fronteiriço de Beitbridge entre SA e Zimbabué, Posto Fronteiriço de Lebombo entre Moçambique e SA, Ponte Maseru entre Lesoto e SA, Ficksburg entre Lesoto e África do Sul, Kopfotein entre SA e Botswana e Oshoek entre SA e Eswatini. ”

 

“O redesenvolvimento dos postos resultará na circulação transfronteiriça eficiente de pessoas, bens e serviços, na melhoria da administração das pessoas que entram e saem da república”, acrescenta o ministro.

 

O exemplo de Beitbridge

 

Este anúncio segue-se à crescente eficiência comprovada das fronteiras sul africanas e a esta constatação fenomenal: O posto de Beitbridge passou do pior para o melhor posto fronteiriço em África, depois que foi privatizado. Onde os camiões costumavam fazer fila de quilómetros em ambos os lados da fronteira com o Zimbabué, agora são libertados em duas a três horas.

 

A fronteira de Beitbridge entre a África do Sul e o Zimbabué foi há pouco tempo insultada como um lugar de sofrimento, com filas de camionistas e viajantes que se estendiam por quilómetros de cada lado à espera de atravessar.

 

As temperaturas do verão podiam chegar a 40ºC e, em 2020, a Road Freight Association informou que quatro motoristas de camiões morreram na sua espera para cruzar a fronteira. A causa das suas mortes não é clara, embora a falta de acesso a alimentos e água pareça ter tido algo a ver com isso, embora isto tenha sido negado pelo Departamento de Assuntos Internos, que é responsável pela operação das fronteiras.

 

Mas tais eventos são agora coisa do passado. Onde anteriormente os camiões levavam em média um a dois dias para passar a fronteira, agora isso pode ser feito em três a quatro horas, após a modernização e modernização das instalações no lado do Zimbabué.

 

O lado sul-africano está agora prestes a passar por uma atualização semelhante, o que deverá acelerar ainda mais os tempos de trânsito.

 

A importância de Beitbridge para o comércio da África Austral é enorme, com mais de 500 camiões e mais de 14 000 viajantes que atravessam diariamente. É uma tábua de salvação vital para os exportadores do Zimbabué, da Zâmbia, do Malawi e de Lubumbashi, na República Democrática do Congo, que têm de atravessar duas a três passagens de fronteira para chegar aos portos marítimos de Durban ou Maputo.

 

É uma viagem de uma a duas semanas, dependendo do ponto de partida, e tem sido fonte de frustração indescritível entre operadores comerciais e empresas de logística.

 

Pontos de estrangulamento removidos

 

O sonho de um comércio regional próspero, lubrificado por travessias fronteiriças suaves, definhou na passagem fronteiriça de Beitbridge, levando os operadores logísticos a procurar alternativas menos dolorosas, como a passagem de Groblersbrug entre a África do Sul e o Botswana.

 

Esses dias podem ser coisa do passado. A renovada fronteira de Beitbridge foi aberta há um ano e eliminou os pontos de estrangulamento que lhe valeram a reputação de ser a pior passagem de fronteira em África.

 

“Agora é, de longe, o melhor de África”, afirma Rudolf Fourie, presidente do grupo de construção Raubex, listado na JSE, que em 2020 recebeu o projecto de parceria público-privada (PPP) de 172 milhões de dólares (R3,3 mil milhões) para expandir , modernizar e melhorar as instalações fronteiriças do lado do Zimbabué.

 

Foi concluído dentro do prazo e do orçamento, apesar das interrupções da Covid, e contribuiu substancialmente para as receitas e lucros da Raubex no exercício financeiro de 2023.

 

E nós, Moçambique, o que fazemos?

 

Eis a pergunta que se impõe. Com a perspectiva de reforma da fronteira de Ressano Garcia do lado da Africa do Sul, é esperado que Moçambique também siga exemplo, e que o Governo não fique aprisionado no tempo. Moçambique deve avançar já no mesmo caminho, para reduzir o excesso de burocracia, facilitando o fluxo do comércio internacioal”, disse uma fonte de “Carta”, que opera no sector da Logistica”. (Carta, com Moneyweb)

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