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Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

Sociedade

A milícia tradicional, os Namparamas, do posto administrativo de Katapua, no distrito de Chiúre, matou, na passada sexta-feira (08), três agentes de educação cívica eleitoral e abandonou os corpos na residência do chefe do posto. Os agentes encontraram a morte quando, alegadamente, mostraram dificuldades de responder algumas perguntas feitas na altura de interpelação.

 

Fontes disseram à "Carta" que os três agentes foram interpelados pelas 16h00 na aldeia Nauawane, quando estavam a propagar, através de altifalantes, mensagens sobre a importância do Recenseamento Eleitoral.

 

"Isso aconteceu na sexta-feira pelas 16h00. Eles também falharam porque antes de comunicar o líder da aldeia começaram a convocar encontro. Foi daí que apareceram os Namparamas, afirmando que os agentes não se apresentaram às autoridades”.

 

Os Namparamas começaram a bater no líder do grupo, alegando que não conseguia explicar as perguntas colocadas e o pior veio quando o chefe do posto de Katapua negou ter conhecimento do início da Educação Cívica Eleitoral. Acto contínuo, espancaram os três homens até à morte, usando catanas, paus e pedras.

 

As fontes acrescentaram: “já há medo de trabalhar em Chiúre porque os agentes cívicos e os recenseadores poderão não escalar aquelas aldeias, o que pode levar à fraca participação".

 

"Carta" soube que desde sexta-feira foi destacada uma unidade policial a Katapua, para responder a qualquer eventualidade de agressão, sobretudo a Funcionários e Agentes do Estado. O Administrador de Chiúre, Oliveira Amimo, confirmou a morte dos três agentes de educação cívica, avançando que uma brigada foi constituída para investigar os contornos do crime. (Carta)

 

 

Dez elementos das estruturas locais, nomeadamente, o secretário do bairro e chefes das dez casas na aldeia Sambene, no distrito de Mecúfi, sul da província de Cabo Delgado, viram no passado dia 6 de Março as suas residências destruídas, na sequência da fúria popular motivada pela desinformação sobre a origem da cólera. A situação deixou as famílias daqueles responsáveis ao relento.

 

O incidente acontece pouco tempo depois que três pessoas da mesma família perderem a vida devido à desinformação sobre à cólera. As autoridades equacionam medidas para responsabilizar os promotores da manifestação, ao mesmo tempo que apelam para um trabalho de fundo para estancar a perseguição aos líderes comunitários por conta da desinformação sobre a origem do surto.

 

Recentemente as autoridades anunciaram a detenção de mais de 50 pessoas em conexão com actos de vandalismo devido à desinformação sobre a origem da doença nos distritos de Chiúre, Ancuabe, Montepuez, Balama e Namuno. Neste último distrito, os cabecilhas das manifestações chegaram a violentar uma profissional de saúde no posto administrativo de Papai.

 

O governador de Cabo Delgado, Valige Tauabo, tem sido uma das figuras incansáveis na luta contra o fenómeno, mas a situação continua a ganhar contornos alarmantes. A desinformação sobre a origem da cólera na província de Cabo Delgado continua a ganhar contornos preocupantes, em parte porque os meios até aqui usados pelo Estado para colmatar a situação ainda se mostram ineficazes. (Carta)

O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) emitiu, este domingo (10), um aviso sobre a possibilidade de ocorrência de chuvas acima de 200 mm/24h com trovoadas e ventos fortes com rajadas até 120 KM/h em alguns distritos das províncias de Inhambane (Funhalouro, Mabote, Homoine, Morrumbene, Massinga, Vilankulo, Inhassoro, Govuro, Panda e cidades de Maxixe e Inhambane) e Sofala (Machanga, Chibabava e Buzi), na sequência de uma perturbação tropical.

 

Conforme explica o INAM, “a perturbação tropical poderá evoluir para o estágio de tempestade tropical moderada, fazendo a aproximação à costa do nosso país pelas províncias de Sofala e Inhambane’’.

 

As projecções mais recentes indicam que o sistema continuará a evoluir e atingir o estágio de tempestade tropical severa, condicionando o estado do tempo com chuvas muito fortes, ventos de 85 Km/h e rajadas até 120 Km/h, nos distritos acima indicados, nas próximas 48 horas. Face à situação acima exposta, o INAM recomenda às pessoas que residem nestes pontos a se precaver e garantir que estejam seguras. (Carta)

O Edil da Cidade de Maputo, Razaque Manhique, reúne-se esta segunda-feira com moradores da Costa do Sol e proprietários da Africa Great Wall Concrete Manufacture, Limitada., empresa que construiu uma central de produção de betão naquele bairro e que está a ser alvo de contestação por ter sido erguido no meio de residências.

 

O encontro, que deverá juntar moradores que contestam a fábrica, donos da fábrica e moradores que estão a favor do empreendimento, ocorre dias depois de Razaque Manhique ter recebido, em separado, os moradores queixosos, donos da empresa e a carta dos moradores apoiantes do projecto.

 

Lembre-se que um grupo de moradores da Costa do Sol contesta a construção daquela central de betão, composta por oito silos, por considerá-la ilegal e inapropriada, alegando que coloca em causa a sua qualidade de vida.

 

Ao Conselho Municipal da Cidade de Maputo, os referidos moradores exigiram explicações sobre os procedimentos seguidos pela instituição para a emissão do título de DUAT (Direito de Uso e Aproveitamento de Terra) e da licença de construção. Entendem eles que o Conselho Municipal pontapeou as leis, ao licenciar uma indústria daquela natureza sem observar, por exemplo, o Plano de Ordenamento Territorial da Cidade de Maputo, aprovado pela Edilidade, que prevê a separação de zonas urbanizadas das industriais e das urbanizáveis.

 

Por sua vez, a empresa garantiu, tal como no Tribunal, ter cumprido todos os passos exigidos por lei e que não vê problemas pela instalação daquela fábrica de betão. Aliás, mesmo posicionamento foi manifestado por um grupo de moradores daquele bairro que, em carta enviada à edilidade no dia 04 de Março, acusam os seus vizinhos de estarem a “inviabilizar o funcionamento” daquela indústria.

 

O grupo, composto por mais de 70 moradores, defende que os argumentos dos seus vizinhos “têm deturpado significativamente e não só aquilo que é a opinião pública, mas o sentimento e a visão geral de toda a comunidade”, visto que os seus posicionamentos são de “extremo alarmismo para as pessoas e público em geral”.

 

O “cara-a-cara” desta segunda-feira entre os moradores, proprietários da empresa e o Presidente do Município de Maputo visa encontrar uma solução consensual entre as partes litigantes, de modo a pôr fim neste caso, que dura há mais de 12 meses e que foi despoletado pelos moradores em Agosto do ano passado. (Carta)

Uma embarcação denominada “Roberto” naufragou esta quarta-feira (06), no distrito de Matutuine, província de Maputo, tendo resultado em um morto e oito desaparecidos.

 

Segundo a Administradora Marítima de Maputo, Odete Muianga, as autoridades receberam informações dando conta do naufrágio de um barco de pesca, que estava a navegar numa zona denominada Cabo Verde, em Matutuine, por volta das 08h30, do dia 06 do mês corrente.

 

“A bordo desta embarcação estavam 12 tripulantes e, até aqui, conseguimos resgatar um morto e três com vida que se encontram hospitalizados e fora do perigo. Os restantes oito ainda não foram encontrados, mas as buscas continuam com o apoio da Polícia Costeira e mergulhadores”, contou a fonte.

 

A fonte avançou que a embarcação se fez ao mar sem ter feito nenhum registo e também se encontra com a licença de pesca fora do prazo.

 

“Os tripulantes cometeram duas infracções, primeiro por terem saído sem autorização de navegabilidade e também por se terem feito ao mar sem a devida licença de pesca”.

 

Falando à imprensa esta quinta-feira (07), no âmbito da actualização dos dados sobre o incidente, a fonte esclareceu que há mais de cinco anos que não há registo deste tipo de naufrágio e muito menos de embarcações que circulam ilegalmente. (M.A)

Pouco mais de quatro mil hectares de diversas culturas foram perdidos devido ao calor intenso que se faz sentir nos últimos dias na província de Maputo. As temperaturas máximas rondam entre os 32 a 40 graus Celsius, caracterizadas pela ausência de chuvas.

 

Segundo a directora Provincial de Agricultura e Pescas em Maputo, Mariamo José, a situação deste ponto do país na primeira época agrária 2023-2024 é bastante delicada, porque a vaga de calor não só afecta a agricultura, como também o sector da pesca. Falando à imprensa, Mariamo José explicou que a situação é provocada pela ocorrência do fenómeno El Niño, caracterizado pela falta de chuva nesta parcela do país. Este fenómeno ocorre entre dois a sete anos e dura, aproximadamente, entre nove a 12 meses.

 

Entretanto, de acordo com a Classificação Integrada da Fase de Segurança Alimentar (IPC), de Outubro de 2023 a Março de 2024, mais de 3 milhões de pessoas em Moçambique enfrentam insegurança alimentar aguda. No sul do país, o número de pessoas que necessitam de assistência resulta do esgotamento das reservas alimentares por causa da seca. (M.A)

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