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Pelo menos 76 pessoas morreram e outras 240 ficaram feridas por baleamento em Moçambique em 41 dias manifestações de contestação dos resultados eleitorais, indicou ontem a Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana Plataforma Eleitoral Decide.

 

Segundo o relatório divulgado por aquela plataforma de monitorização eleitoral, que aponta dados de 21 de outubro a 01 de dezembro, há ainda registo de “mais de 1.700 feridos por causas diversas”, em todo o país, nestas manifestações e uma estimativa de “mais de 3.000 detenções”.

 

O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou ontem uma nova fase de contestação eleitoral de uma semana, a partir de quarta-feira, em “todos os bairros” de Moçambique, com paralisação da circulação automóvel das 08:00 às 16:00.

 

“Todos os bairros em atividade forte”, disse Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados anunciados das eleições gerais de 09 de outubro, numa intervenção através da sua conta oficial na rede social Facebook, convocando este novo período de contestação de 04 a 11 de dezembro.

 

“Vão-se concentrar nos bairros e nas avenidas principais que atravessam os nossos bairros, - não temos necessidade de fazer grandes deslocações - levantando os nossos cartazes”, disse Venâncio Mondlane.

 

Tal como aconteceu de 27 a 29 de novembro, o candidato presidencial pede que as viaturas parem de circular das 08:00 às 15:30 locais (menos duas horas em Lisboa), seguindo-se então 30 minutos para se entoar os hinos de Moçambique e de África nas ruas.

 

“Vamo-nos manifestar de forma ininterrupta, sem descanso. Vão ser sete dias cheios (…). Todas as viaturas, tudo o que se move, fica parado”, insistiu, pedindo aos automobilistas para colarem cartazes de contestação nas viaturas que circulem até às 08:00 e depois das 16:00.

 

Na mesma intervenção, em que pediu o fecho de portas de várias instituições oficiais, exigiu ainda que as portagens sejam “encerradas” durante esta semana e aconselhou à suspensão de voos para o país.

 

“Pelo facto de nós estarmos a organizar o nosso país, manifestando a nível nacional, gostaríamos que se suspendessem - é uma recomendação, porque não vamos ter festas [Natal e passagem de ano], não há festas felizes quando um povo está triste, assassinado, preso (…) -, solicitar, que durante esta semana se suspendessem os voos de e para Moçambique”, disse o candidato, pedindo igualmente a paragem de toda a atividade escolar.

 

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 24 de outubro, dos resultados das eleições de 09 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane e que têm degenerado em confrontos violentos com a polícia.

 

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este não reconhece os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional. (Lusa)

Parte das escolas da província de Maputo não realizou provas.jpg

Os professores prometeram e cumpriram com o boicote aos exames, especialmente na província de Maputo. "Carta" contabilizou cerca de nove escolas, onde os alunos foram retirados das salas de aula pelos professores, sob a alegação de que o Governo não pagou as horas extras em atraso, que se verifica desde 2022.

 

A paralisação dos exames aconteceu em várias escolas secundárias, tais como da Liberdade, de Matlemele, da Matola, Malagatana Nguenha, Eng. Filipe Nyusi, Nelson Mandela, do Bili, da Massaca e Unidade 2, todas na província de Maputo.

 

“Já bebemos água o suficiente, inclusive tivemos várias reuniões com as direcções provinciais e com o próprio Governo, sendo que nenhuma conversa surtiu efeito. Todos os dias só fazem promessas que nunca cumprem”, disseram os professores da Escola Secundária Eng. Filipe Nyusi que, por sinal, foram os primeiros a contactar a Redacção da “Carta” na manhã desta segunda-feira, informando que estavam a mandar embora os alunos porque o Governo não cumpriu com a sua promessa.

 

Na Escola Secundária Unidade 2, por exemplo, a direcção da escola deu batas aos vizinhos, que tiveram de pular o muro para controlar o único exame de português que foi realizado, enquanto os professores se manifestavam do lado de fora, exigindo pagamento das horas extras. "Não estamos a pedir nenhum favor, estamos a exigir aquilo que são os nossos direitos e não vamos entrar nas salas de aula enquanto não formos pagos", afirmaram os professores.

 

Na Escola Secundária da Liberdade, a direcção tentou negociar com os professores, horas antes do início dos exames, mas sem sucesso. Os professores mantiveram-se firmes na sua decisão de não entrar nas salas de aula.

 

No caso da Escola Secundária da Matola, os professores entraram nas salas e dispersaram os alunos, que saíram aos cânticos e ao som de apitos, em apoio à causa da classe. Em Boane, depois de os professores mandarem os alunos da 12ª classe saírem das salas e irem para casa, estes decidiram juntar-se e iniciar uma marcha ao som de “vuvuzelas” e apitos.

 

Quanto à capital do país, apesar do boicote de alguns professores, na maioria das escolas os alunos realizaram os exames normalmente. Vale ressaltar que nesta segunda-feira haviam sido agendados os exames de Português e Biologia para a 10ª e Português e Filosofia para a 12ª classe, mas, em algumas escolas, só foi possível realizar um único exame devido ao boicote.

 

"Carta" soube que alguns funcionários do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), destacados para o terreno para acompanhar a situação de perto, prometeram que o pagamento das horas extras seria efectuado até ao fim do mês corrente. (Carta)

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Os escritórios da organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) no distrito de Mogovolas, na província de Nampula, foram alvo de ataque, na última sexta-feira (29), por parte da população, resultando em vários danos. A situação forçou a paralisação das actividades.

 

Mais uma vez, a desinformação sobre a cólera foi a principal causa da destruição. Os atacantes acusam os funcionários da MSF de alegadamente estarem a propagar micróbios que causam a cólera, que assola aquela região de Nampula.

 

Uma fonte revelou à "Carta" que, antes do ataque aos escritórios da organização, os populares haviam deixado uma carta na qual alertavam que, caso as mortes por cólera não cessassem, as instalações e os contentores alocados para serviços de cirurgia seriam destruídos.

 

A mesma fonte acrescentou que, nos últimos dias, as autoridades têm enfrentado dificuldades para manter uma boa convivência com a população. Recentemente, os operadores de táxi-mota de uma praça local se recusaram a manter um encontro com o administrador local.

 

A Polícia da República de Moçambique (PRM) em Nampula confirmou a destruição dos escritórios da MSF, resultante da desinformação sobre a origem da cólera, propalada por indivíduos ainda desconhecidos. A porta-voz da PRM, Rosa Chaúque, confirmou o ataque às instalações da organização Médicos Sem Fronteiras.

 

“Um grupo de indivíduos desconhecidos invadiu as residências dos Médicos Sem Fronteiras, munido de bombas caseiras e instrumentos contundentes. Amarraram o guarda do local, incendiaram um veículo e uma motorizada e subtraíram um telemóvel, alegadamente por estes estarem a distribuir medicamentos contra a cólera naquele distrito”, disse em conferência de imprensa esta segunda-feira (2), na cidade de Nampula.

 

A fonte garantiu que "decorrem, neste momento, diligências para a neutralização dos autores deste acto. Refira-se que o distrito de Mogovolas é o único que, neste momento, regista casos de cólera ao nível da província de Nampula, com sete óbitos confirmados até ao momento. (Carta)

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Por Fernando Guipatwana

 

(Nota introdutória: esta carta foi entregue depois de assistir a uma jovem ser violentamente atropelada por um veículo das Forças de Defesa e Segurança. Pensei que devia suspender a publicação deste texto. Esse meu silêncio seria uma forma de indignação contra essa barbaridade. Mas depois, achei que a devia manter estas palavras até como homenagem a essa jovem (que felizmente sobreviveu) e a todas as pessoas que foram vítimas da violência da polícia. Porque esta carta é um libelo contra essa violência e contra todas as formas de violência. Para fazer parar onda de tumultos vai ser preciso que os dois adversários pensem que a responsabilidade de criar a paz não cabe apenas ao que uns e outros chamam de “inimigo”)

 

Senhor Engenheiro Venâncio Mondlane

 

Por um acaso também eu sou engenheiro. Há uns dois anos que vivo na diáspora e isso também me aproxima da sua actual condição, embora o meu amigo seja um exilado forçado. Como muita gente eu sigo as suas lives. Os seus apelos são seguidos por muita gente. Não é preciso sermos engenheiros para saber: por mais popular que um líder seja, não pode comandar sozinho um movimento político de massas. Contudo, o senhor insiste em aparecer sozinho. Esta é a sua imagem de marca: sem equipe, sem estrutura, sem organização. É assim que senhor quer, tudo bem. Mas a partir do momento que manda para a rua milhares de pessoas e faz isso sem nenhuma estrutura de base para apoiar e enquadrar esses manifestantes, o senhor sabe bem que tudo pode acontecer. A partir do momento em que se tornam reais, essas manifestações deixam de ser “suas”. E podem converter-se em qualquer outra coisa. O mais provável é que se transformem em momentos de caos e desordem. Com a polícia que temos (e cujas intervenções violentas que eu condeno em absoluto) acaba por ser inevitável que aconteçam confrontos em que são os mais jovens e os mais indefesos quem mais sofre.

 

Não sou ninguém para o julgar. Mas sou alguém para lhe dizer que, como cidadão, fico apreensivo que não tenha nenhuma preocupação com a segurança daqueles que o senhor comanda. É como um general que no alto do seu castelo (localizado bem longe do campo de batalha) mandasse gente comum para a frente de batalha. É um general que tem tanta crença na sua própria voz de comando que não precisa de assegurar que, no terreno, tudo corra bem com os manifestantes, com os não-manifestantes, com a cidade e com todo o país.

 

Na realidade, os danos colaterais das suas investidas começam já a pesar sobre as pessoas mais humildes. Quando terminarem as suas “lives” (e ninguém sabe quando irão terminar) quantos serviços, quantas empresas, quantos empregos restarão? O que restará para nós que nos queremos reerguer e reencontrarmo-nos como irmãos? Pensamos sempre que os outros têm toda a culpa. Mas vale a pena o senhor sentar-se frente a Deus e avaliar com verdade que alguma responsabilidade lhe pode ser atribuída. Essa responsabilidade está sobretudo na possibilidade de colocar um ponto final nestes dias tão sofridos e tumultuosos.

 

Por isso, caro engenheiro: em nome de uma solução pacífica e ordeira peço-lhe que use corretamente o poder que efetivamente o senhor detém. Utilize formas pacíficas de intervenção. Formas que tanto impacto tiveram como o uso da roupa preta, como a das panelas, como a das canções entoadas em uníssono. Mas não permita situações de desordem pública que serão sempre aproveitadas por gente mal-intencionada.

 

Temos todos de condenar a violência despropositada das forças de ordem e segurança. Hoje mais do que nunca. Sem que haja comparação (a intervenção da polícia representa um acto de uma instituição do Estado) há outras formas de violência que se repetiram ontem nas cidades de Maputo e Matola. Jovens voltaram a apedrejar carros, voltaram a apedrejar agentes da polícia (que são pessoas do povo), barricaram estradas, forçaram pessoas a sair das viaturas, obrigaram pessoas a empunhar cartazes. Não seria isso que o senhor desejava. Mas esses jovens descomandados gritam pelo seu nome, acreditando estar a obedecer aos seus desígnios.

 

Por tudo isto, meu caro engenheiro, eu peço:  pense, bem, o senhor não é um cidadão comum que pode dizer o que lhe apetece na internet. O senhor é um dirigente político. A sua responsabilidade é prevenir que os seus apelos degenerem nestes diferentes tipos de violência. A ideia de paralisar as estradas é, em si mesma, uma violência. É uma enorme violência forçar o povo das periferias (que são a maioria e a mais pobre dos citadinos) a ter de ir a pé quilómetros ou mesmo a deixar de ir trabalhar.

 

Em qualquer lugar do mundo este convite à paralisação das vias públicas seria considerado um crime. Exatamente porque as vias são “públicas”. Não são propriedade privada sua, senhor engenheiro. Nem são propriedade dos manifestantes, por maior que seja o seu número. Por essas ruas transitam bombeiros, médicos, professores, trabalhadores, gente que simplesmente está ocupada em trabalhar para si e para as suas famílias. Pelas nossas estradas transitam pessoas que não são seus simpatizantes. E que o senhor não pode impedir de circular apenas porque não querem receber as suas ordens, não usam o seu emblema e não gritam pelo seu nome. Este país não é de quem grita mais alto. Este país é de todos.

 

Finalmente, um derradeiro pedido: em nome desse Moçambique que é de todos nós, compareça nas conversações com os demais parceiros políticos. Mostre que tanto como sabe falar, o senhor sabe escutar. Mostre que quer aproveitar de forma construtiva os momentos que se abrem não apenas para si, mas para todos os candidatos sem exceção. Neste momento, o senhor não é mais do que os outros três candidatos. O Chapo, o Mondlane, o Momade e o Simango estão todos ao mesmo nível: candidatos numa mesma corrida eleitoral. Dizem que a FRELIMO tem o seu Conselho Constitucional privado. Mas o senhor não parece muito diferente. O seu “Conselho Constitucional” privado já o elegeu e não são precisas mais evidências.

 

Por tudo isto, caro engenheiro, apresente-se à reunião com todos os outros candidatos. Exponha, lá nessa reunião, as suas condições. É isso que lhe compete fazer: expor e não impor as suas razões. Porque o Presidente da República, goste o senhor ou não goste, é a entidade que deve coordenar esse diálogo. E seria um gesto de boa vontade que muito o engradeceria se o senhor se sentasse à mesa e apresentasse propostas concretas para termos um caminho de paz e reconciliação. Porque todos nós, os moçambicanos de Norte a Sul, dentro e fora de Moçambique, todos nós queremos mudança. Mas queremos que essa mudança decorra sem medo, sem ameaças, sem violência. Neste momento, não são apenas as viaturas de Maputo que estão paradas. Todos nós estamos bloqueados numa estrada sem rumo. O senhor tem agora a sua oportunidade de mostrar a sua qualidade de homem e de dirigente. Não use mais as pessoas, à distância confortável de uma transmissão de vídeo feita sempre a solo. Quer surgir sozinho? Então, use-se a si mesmo. Ou então, faça o que se espera que um líder: sente-se e converse com os seus pares. Esse é um dever de um homem de Deus, é uma obrigação de um cidadão que tem por intenção vir a ser um chefe de estado, um chefe de estado de todos os moçambicanos.

 

Engenheiro Mondlane, todo o conflito se resolve com uma negociação. Foi assim que acabou a guerra civil. Não queremos esperar mais tempo, não queremos esperar mais mortes. Apresente-se na mesa de conversações. Tem condições e termos de referência? Apresente-as na mesa de conversações. Porque é lá, mais do que nas lives, que se pode medir a grandeza de um dirigente político.

 

Termino, partilhando uma confidência consigo: na minha juventude fui sacristão e lembro-me de o padre ter dito algo que me marcou: os salvadores do mundo arriscam-se a criar infernos. E nós, caro engenheiro, estamos no meio desse inferno. Somos, mais uma vez, capim no meio de elefantes.

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O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, admitiu ontem que o HIV/SIDA prevalece entre os principais desafios de saúde pública no país, destacando, no entanto, resultados “encorajadores” no combate à doença nos últimos anos.

 

“Ainda estamos a perder muitos compatriotas nesta batalha, mortes que podem ser evitadas”, declarou Filipe Nyusi, numa mensagem alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, assinalada este domingo.

 

O número de mortes por HIV/SIDA, em Moçambique, baixou para cerca de 44.000, em 2023, comparado aos 48 mil óbitos registados em 2022, segundo estatísticas do Governo moçambicano, que estima em 81 mil novas infeções no país.

 

Embora admita que a SIDA continua um desafio de saúde pública, na sua mensagem, o chefe de Estado moçambicano destacou “resultados positivos” nas estratégias do Governo e parceiros face à doença. “As novas infeções pelo HIV na população reduziram, tendo passado de 143 mil em 2015 para 81 mil em 2023. O Mesmo aconteceu com o número de novas infeções em crianças dos 0 aos 14 anos, que passaram de 19 mi, em 2015, para 12 mil, em 2023”, frisou.

 

Apesar dos resultados, prosseguiu o chefe de Estado, a doença continua um problema que exige o envolvimento de todos para sua erradicação, numa estratégia cujo objetivo é, sobretudo, desacelerar o número de mortes e baixar ainda mais as novas infeções. “Queremos alargar a cobertura do tratamento antirretroviral e reduzir níveis inaceitáveis do estigma e discriminação”, acrescentou Filipe Nyusi.

 

O Governo moçambicano estimou em 2,4 milhões o número de pessoas vivendo com HIV/SIDA no país, segundo dados de 2023, em que igualmente se registaram 81 mil novas infeções, uma redução comparando com estatísticas de 2022, com 97 mil novos casos.

 

Aponta-se as províncias de Sofala e Zambézia (centro do país), e de Nampula (na região norte) como as que registam índices elevados de novas infeções, enquanto Tete (centro) apresenta números mais baixos. As estatísticas do Governo indicam ainda que no ano passado 10% do total das mulheres grávidas com HIV transmitiram o vírus para as suas crianças.

 

Para reduzir o número de novas infeções e de mortes pela doença, o Governo está a realizar um inquérito visando compreender os níveis de estigma com o objetivo de combatê-lo e de mobilizar mais pessoas a testar e iniciar tratamento ao HIV. (Lusa)

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Pelo menos cinco pessoas perderam a vida desde Outubro em consequência das chuvas que afectam a província de Nampula, no norte do país, além de vários outros danos. Todas as vítimas foram atingidas por descargas atmosféricas.

 

A delegada do Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres (INGD) em Nampula, Anacleta Botão, afirmou na sexta-feira (29), durante a reunião do Comité Operativo de Emergência, que um total de 2.044 pessoas foram afectadas desde o início da época chuvosa 2024/2025.

 

Botão detalhou que a maioria das pessoas afectadas, incluindo os danos, ocorreram principalmente nos distritos de Malema, Monapo e Meconta. "Contabilizamos um total de 2.044 pessoas afectadas e registamos cinco óbitos, todos causados por descargas atmosféricas", revelou, destacando que foram destruídos não só imóveis, mas também postos de energia eléctrica, salas de aula e algumas unidades sanitárias.

 

Apesar do trabalho dos Comités de Gestão do Risco de Desastres Naturais, que têm realizado acções de sensibilização nas comunidades, a delegada do INGD lamentou a insistência de algumas pessoas em viver em zonas consideradas de alto risco.

 

Além disso, o Secretário de Estado Jaime Neto e o governador Manuel Rodrigues destacaram a importância de intensificar a sensibilização para evitar mais perdas humanas na província.

 

Na província de Nampula, onde são necessários 970 milhões de meticais para a resposta a emergências, as autoridades estimam que cerca de 100 mil pessoas poderão ser afectadas durante a época chuvosa e mais de 20 mil vão precisar de apoio directo. (Carta)

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