Indivíduos desconhecidos desenterraram o corpo de uma adolescente de 17 anos, sepultado no dia anterior na cidade da Beira, província de Sofala e posteriormente mantiveram relações sexuais com o cadáver e depois o abandonaram com as pernas abertas e coberto com uma capulana.
O caso foi descoberto nas primeiras horas da última sexta-feira, quando um dos coveiros do cemitério Chamba 1, no bairro de Inhamizua, deparou-se com um cenário assustador e ficou surpreso porque foi ele quem preparou o local onde o corpo foi enterrado.
No local, com a campa aberta e o caixão vazio, o coveiro ligou para o pai da adolescente e pediu que fosse ao cemitério com muita urgência. Já no local, o pai e a comunidade ficaram chocados com a situação, registada num cemitério privado, onde a cerimónia de enterro tinha acontecido normalmente.
O pai da falecida mostrou-se chocado e questionou o motivo que levou essas pessoas a cometerem este acto macabro. “Que mal eu fiz para essas pessoas fazerem isso com a minha filha que já está morta e ainda é violada? Eu só queria enterrar a minha filha para ela ficar em paz, que maldade eu fiz?”.
Refira-se que a adolescente teve uma morte súbita depois de muito tempo a sofrer de asma. O corpo da adolescente foi enterrado na última quinta-feira e nas primeiras horas da sexta-feira foi encontrado morta. (Carta)
Uma nova pesquisa do Centro de Integridade Pública (CIP) aponta a empresa de mineração Haiyu Mozambique Mining, localizada no distrito de Angoche, Nampula, como responsável por crimes ambientais que afectam gravemente as comunidades locais.
O estudo, realizado entre Março e Setembro de 2024 e lançado na passada sexta-feira (20) na cidade de Nampula, evidencia impactos sociais, económicos e ambientais negativos decorrentes das actividades de exploração de areias pesadas.
O CIP alerta que essa actividade está a intensificar desigualdades sociais e a aumentar a pobreza nas regiões afectadas. Mery Rodrigues, pesquisadora do CIP, destacou que a empresa não respondeu a solicitações de esclarecimento sobre os danos ambientais observados, como o plantio de casuarinas, que prejudica o desenvolvimento de outras espécies nativas.
O director do CIP, Edson Cortez, enfatizou que os problemas sócio-económicos e ambientais decorrentes da mineração de areias pesadas não se limitam a Angoche, mas se estendem a várias províncias do país.
Cortez criticou a falta de fiscalização eficaz das autoridades e a ausência de transparência nas operações das empresas, apontando que as comunidades frequentemente ficam sem informações sobre os impactos da mineração.
Em resposta às acusações, um responsável da Haiyu Mining, Juyi Li, afirmou que as questões levantadas foram resolvidas desde 2017 e que a empresa está comprometida com a recuperação das áreas degradadas.
Segundo Li, a comunicação com as comunidades locais é constante e a pesquisa do CIP é baseada em dados desactualizados. (Carta)
As eleições em Moçambique estão marcadas para 9 de Outubro e a oposição avança que não vai tolerar o tipo de fraude do ano passado. A Frelimo conta com um candidato relativamente jovem, o partido PODEMOS apoia o independente Venâncio Mondlane, o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) está esperançoso e a Renamo não pretende permanecer na oposição para sempre.
Essa é a disputa quádrupla pelo cargo mais alto enquanto Moçambique caminha para eleições presidenciais e legislativas de 9 de Outubro. As eleições locais do ano passado foram repletas de controvérsias e fraudes eleitorais, levadas aos tribunais.
Este ano houve receios adicionais de que a Renamo, que só foi reintegrada à sociedade sob o processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR). No entanto, o seu líder, Ossufo Momade optou por permanecer na corrente dominante. Ele concorre contra o candidato independente Venâncio Mondlane, Lutero Simango do MDM e Daniel Chapo da Frelimo de 47 anos de idade, que nasceu dois anos após a independência de Portugal.
Momade diz que desta vez a oposição não vai tolerar fraude eleitoral
“Quando vamos às eleições, eles (Frelimo) provocam fraudes, e desta vez (2024), se provocarem fraudes, se não concordarem comigo, terão de concordar com a população moçambicana. Não vou aceitar fraudes, porque não nascemos para fazer oposição, também queremos governar", disse num comício em Cabo Delgado no início deste mês.
Cabo Delgado é uma província volátil, rica em gás e a parte mais subdesenvolvida do país. Relatos em Moçambique dizem que o Presidente Filipe Nyusi e Ossufo Momade realizaram uma série de reuniões este mês, nas quais houve a garantia de eleições livres e justas. Chapo, ex-governador da província de Inhambane, está aproveitando a história revolucionária do partido.
Depois de vencer as internas, ele foi acompanhado pelo Presidente Filipe Nyusi por toda a região, onde se encontrou com chefes de Estado que têm laços estreitos com Maputo. Em junho e julho, a dupla Chapo-Nyusi se encontrou com o presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, Paul Kagame do Ruanda e João Lourenço de Angola, o líder do único país de língua portuguesa no sul da África.
Há cerca de uma semana, agora sozinho no comando da sua campanha, Chapo fez uma visita de cortesia ao presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, em Pretória. Chapo considerou a reunião proveitosa e "alinhada com o projecto de levar Moçambique adiante".
Chapo também está trazendo grandes nomes do cenário nacional A ex-primeira-dama de Moçambique e também da África do Sul, Graça Machel, apoiou a candidatura de Chapo. Numa mensagem de vídeo partilhada em Moçambique, Graça Machel disse: "Camarada Chapo, és o meu candidato. És o candidato de toda a família Machel, não só por seres o candidato do Partido Frelimo, mas sobretudo, porque nos identificamos com a forma como estás a renovar o contrato com o povo."
Graça foi esposa de Samora Machel, o presidente fundador de Moçambique. Ele morreu num acidente aéreo em Mbuzini, na África do Sul, em 19 de Outubro de 1986. O filho de Samora Machel, também conhecido por Samora Machel Júnior "Samito", também expressou o seu apoio a Chapo.
Há cerca de duas semanas, Chapo levou a sua campanha para Malehice, distrito de Limpopo, na província de Gaza. É a área de residência do ex-presidente Joaquim Chissano. Chissano compareceu ao comício e pediu ao povo que "votasse no Chapo e o apoiasse porque ser presidente não é fácil".
Venâncio Mondlane, um dos candidatos presidenciais aposta em acabar com a corrupção e negociar melhores acordos com investidores internacionais. Durante um comício em Angónia, na parte norte da província de Tete, Mondlane disse: "Esta tentativa de vender Moçambique acabou, e estou aqui para dizer àqueles que desejam vender o país."
Ele acrescentou que o conflito em Cabo Delgado se deve à falha do governo em resolver as queixas locais e garantir contratos comerciais sólidos. O MDM, uma dissidência da Renamo, era amplamente visto como o segundo maior partido político antes da chegada da Renamo à política civil'.
Durante uma série de comícios em Malema e Ribaué, na província de Nampula, Lutero Simango disse que, se fosse eleito, o seu partido colocaria a criação de empregos no centro de seu governo. Todos os candidatos culpam os 49 anos da governação da FRELIMO pelos problemas do país.
Em 2022, o país foi atormentado pelo escândalo dos títulos do atum que levou o ex-ministro das finanças Manuel Chang a ser extraditado da África do Sul para os Estados Unidos da América para enfrentar acusações de corrupção.
Segundo estatísticas oficiais, mais de 17 milhões de eleitores foram registados para votar, incluindo 333.839 na diáspora. (News24)
Pelo menos 20 escolas primárias do distrito de Magude, província de Maputo, sul de Moçambique, carecem de água potável para confeccionar o Lanche Escolar, uma iniciativa do projecto intitulado “O Nosso Futuro Brilhante”, financiado pelo Departamento do Estado da Agricultura dos Estados Unidos.
O facto consta no relatório de avaliação de prestação de serviços de educação em Magude, sobre a implementação do projecto, documento divulgado quinta-feira (19) naquele distrito, que tem um total de 65 escolas primárias.
O relatório, que a AIM teve acesso, adverte também a ausência total de kit de primeiros socorros, spots de aconselhamento em doenças preveníveis e em saúde sexual e reprodutiva, e falta parcial de salas de aulas com cobertura e paredes, bem como indisponibilidade do material para alunos com necessidades educativas especiais.
O coordenador da Associação Activa para o Desenvolvimento Comunitário e Social (AADCS), entidade implementadora do projecto em Magude, Lino Ubisse, afirmou que alguns alunos trazem água potável de casa para confeccionar o lanche escolar, devido a falta de água nas escolas.
“Há alunos que trazem dois litros de água na escola, juntam e assim para confeccionarem o lanche escolar”, disse a fonte, sublinhando que, após apresentar o relatório, a fase seguinte consiste em elaborar um plano de acção que deverá ser implementado brevemente.
Com um orçamento calculado em 3.540.600 meticais (55,4 mil dólares, ao câmbio corrente) a AADCS desenvolve as actividades do ´O Nosso Futuro Brilhante´ financiadas pela Counterpart International.
Por seu turno, a directora da Educação e Desenvolvimento Humano de Magude, Isabel Fumo, reconhece a necessidade de re-planificar os programas e projectos do governo para ultrapassar os constrangimentos detectados no relatório.
“Preocupa-me em grande medida a degradação das salas de aulas, apetrechamento das próprias salas, bem como a falta de professores qualificados na área de necessidades educativas especiais”, disse
Isabel Fumo realçou a obrigatoriedade de as salas de aulas terem kits para os primeiros socorros. Além de escoriações que, eventualmente, os alunos poderão contrair nas escolas, os kits para os primeiros socorros, segundo Isabel Fumo, servem igualmente para as raparigas com idade de menstruar porque “essa situação aparece do nada e pode acontecer na escola, então, prontamente a escola deve intervir”.
Fez saber que o gestor escolar deve requerer o kit para os primeiros socorros ao sector da saúde. O projecto também visa promover as boas práticas de nutrição, saúde e higiene que conduzirão em melhores resultados nutritivos e melhorar o desempenho dos alunos e famílias moçambicanas.
Além de Magude, a Counterpart International, em colaboração com os parceiros Associação PROGRESSO, Centro de Aprendizagem e Capacitação da Sociedade Civil, e Creative Associates International, ajuda o governo a melhorar a saúde e fortalecer o sistema de ensino primário em 244 escolas incluindo as dos distritos de Manhiça, Moamba e Matutuine, todos na província de Maputo. (AIM)
O Observatório Cidadão para Saúde (OCS) constatou que a Execução Orçamental no sector da saúde baixou no primeiro semestre de 2024 (de Janeiro a Junho), tendo sido apenas de 21,3 mil milhões de meticais, de um total de 63 mil milhões de meticais alocados no Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE-2024). De acordo com a pesquisa do OCS, o grau de execução orçamental foi de apenas 34%, resultado que está muito aquém do ideal que deveria ser de 50% (equivalente a cerca de 31,5 mil milhões de meticais).
Para o OCS, a queda na execução orçamental, de 39% em 2023 para 34% em 2024, representa um decréscimo na ordem de 5% no período em análise. Assim, a situação evidencia um deficit preocupante na capacidade de absorção de recursos na área da saúde, o que reforça a necessidade urgente de revisão e fortalecimento das políticas de alocação e execução orçamental no sector.
Entretanto, o OCS diz que a capacidade de execução tem oscilado ao longo dos anos, olhando para as estatísticas mais recentes. Por exemplo, em 2020 foram executados 41% do orçamento previsto e, no ano seguinte (2021), a execução caiu para 35%. Em 2022, atingiu 45% e nos anos subsequentes (2023 e 2024) registou um declínio para 34%, uma execução abaixo da média do quinquénio de 39%.
A organização indica que estes cenários referentes ao primeiro semestre de 2024 denotam que os recursos não estão a ser utilizados de forma eficiente, ou seja, não estão a gerar resultados esperados em termos de cobertura e qualidade dos serviços de saúde para o período previsto.
Nestes termos, o OCS considera que os números indicados neste estudo são alarmantes e indicam uma falha significativa na capacidade do sector da saúde em absorver e utilizar os recursos disponíveis.
“É essencial que medidas imediatas sejam tomadas para melhorar a gestão e execução orçamental, garantindo que os recursos alocados ao sector de saúde sejam plenamente utilizados para atender às necessidades da população e fortalecer os serviços de saúde no país”, refere o documento. (Carta)
O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) prevê a ocorrência de uma vaga de frio para esta sexta-feira e sábado, em todos distritos das províncias de Maputo e Gaza, no sul do país.
De acordo com o aviso amarelo emitido na tarde de hoje, pelas autoridades meteorológicas, a vaga de frio será caracterizada por temperaturas a rondarem entre 15 e 19 graus celsius, devendo ser acompanhada de chuvas fracas e trovoadas dispersas.
Segundo o INAM, o fenómeno será observado no final do dia desta sexta-feira, devendo ter maior incidência no sábado. “Face ao desconforto causado pela vaga de frio, recomenda-se a tomada de medidas de precaução e segurança”, sublinha a autoridade.
Igualmente, o INAM prevê a ocorrência de vento com rajadas fortes até 70 Km/h nos distritos coteiros das províncias de Maputo, Gaza e Inhambane. As autoridades meteorológicas preveem também a ocorrência de ventos com rajadas fortes até 80 Km/h, que poderão agitar o mar e gerar ondas com alturas até seis metros, a sul do paralelo 24 graus sul, a partir do final do dia de hoje até amanhã. (Carta)