A consultora FocusEconomics reviu em ligeira baixa de 0,1 pontos percentuais a previsão de crescimento para Moçambique, antecipando agora um crescimento de 3,7% para este ano, que acelera para 4,3% em 2020.
"O crescimento deve acelerar este ano, ajudado pela gradual melhoria das condições monetárias e dos fluxos de investimento, particularmente para os megaprojetos na área do gás natural liquefeito", escrevem os analistas.
No relatório deste mês sobre as principais economias africanas, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a FocusEconomics antevê um crescimento de 3,7% para este ano e uma aceleração para 4,3% em 2020, mas alerta que "o forte peso da dívida vai continuar a ensombrar as perspetivas de evolução da economia".
No último trimestre do ano passado "a economia parece ter ganhado fôlego, que se seguiu a um terceiro trimestre modesto, ainda que com um notório crescimento da produção na indústria extrativa".
A inflação aumentou para 3,8% em janeiro face aos 3,5% que tinha registado em dezembro, lembram os analistas, que dizem esperar que a subida dos preços registe um valor de 5,7% este ano e 5,9% no próximo. (Lusa)
Pesca ilegal, redução do número de embarcações, fiscalização dos barcos não licenciados, menos burocracia no mercado do pescado e papel de organizações que velam pelos pescadores foram algumas das preocupações pontuais apresentadas pelos armadores que ontem (18) tiveram um encontro com o Ministro do Mar, Águas Interiores e Pescas (MIMAIP), Agostinho Mondlane.
Para alguns armadores, a pesca ilegal é uma prática lesiva que provoca a perda das oportunidades de investimento. Conforme disseram os representantes de algumas empresas que operam em Nampula e Tete, a pesca ilegal em todas as escalas, incluindo industrial, semi-industrial e pequena, prejudica em grande medida muitos operadores licenciados. Os mesmos armadores falaram da necessidade de se reduzir o número de embarcações por empresas, para que todos os licenciados tenham um pescado equilibrado.
Face às preocupações apresentadas pelos armadores, Agostinho Mondlane referiu que aquela reunião aberta tinha em vista colher sensibilidades dos armadores de diversos cantos do país, e assim trabalhar em coordenação com eles.
A fiscalização de embarcações por satélite foi alvo de duras críticas por parte dos armadores, pois segundo eles aquele sistema apenas controla, no mar, as embarcações licenciadas do tipo industrial e semi-industrial. As embarcações não licenciadas não são sujeitas a qualquer controlo, podendo trabalhar a seu bel-prazer. A crítica ao VMS tornou-se mais intensa quando na sala houve uma demonstração online da monitoria por satélite. A intensificação da fiscalização no mar e em águas interiores foi um dos desafios colocados ao pelouro dirigido por Mondlane.
Até certo ponto os armadores sentiram-se limitados na conversa, pois segundo eles os comunicados e apresentações feitas deviam ter-lhes sido enviados atempadamente para poderem vir com ideias dos tópicos daquilo que iria ser discutido, evitando-se assim as intervenções à margem dos temas apresentados. Mas nem isso foi motivo suficiente para calar os armadores. “Há necessidade de melhorar a comunicação e transparência na forma de actuação da administração pesqueira”, disse um dos intervenientes, numa clara alusão à por vezes obstinada burocracia naquele sector. (S.R.)
Por decisão do Governo, foi extinta a empresa pública Maputo-Sul que após a sua criação há sensivelmente nove anos participou nas obras de construção da ponte Maputo-KaTembe, inaugurada no dia 10 de Novembro de 2018.
De acordo com o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, João Machatine, que anunciou a medida esta terça-feira (19) no final da V sessão ordinária do Conselho de Ministros, a extinção da Maputo-Sul deve-se ao facto de ter concluído a principal missão para que tinha sido criada. Além da ponte ligando a maior cidade do país à KaTembe, do outro lado da baía, na capital, outra responsabilidade que tinha sido atribuída à Maputo-Sul era de reabilitar as estradas Maputo-Ponta do Ouro e Bela Vista-Boane.
Justificando a extinção de Maputo-Sul, João Machatine começou por salientar que a empresa cumpriu a sua missão principal. Acrescentou que “em conformidade com o nosso ordenamento jurídico, no âmbito das empresas pública, as responsabilidades que cabiam a Maputo-sul passam para Administração Nacional de Estradas (ANE) e Fundo de Estradas (FE)”.
Ainda segundo o titular da pasta das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos, a ANE será responsável pela área de manutenção, enquanto ao FE caberá a tarefa de rentabilizar os empreendimentos que antes estavam sob gestão da Maputo-sul.
Sobre o destino dos 107 funcionários da ora extinta Maputo-Sul, João Machatine disse que serão inseridos na Administração Nacional de Estradas e no Fundo de Estradas. Acrescentou não existir qualquer problema nessa matéria, alegadamente por tratar-se de um processo de gestão integrada das empresas criadas pelo Governo, visando o seu adequado aproveitamento.(Omardine Omar)
O IGEPE- Instituto de Gestão de Participações do Estado conferiu posse aos membros do Conselho de Administração da nova empresa, recentemente constituída, a Tmcel-Moçambique Telecom, SA., entidade que resultou da fusão das empresas Moçambique Celular (mcel) e Telecomunicações de Moçambique (TDM). A cerimónia decorreu, na cidade de Maputo, na última terça-feira, 19 de Fevereiro.
Trata-se de Mahomed Rafique Jusob Mahomed, Mário Luís Albino e Binda Celestino Jocker que passam a ocupar, respectivamente, os cargos de presidente do Conselho de Administração, administrador para a Área de Administração e Finanças e administrador para a Área Operacional.
Os três membros, com funções executivas, cujo mandato é de quatro anos, fizeram parte do Conselho de Administração que conduziu, durante 18 meses, o processo de fusão das empresas TDM e mcel.
De acordo com Ana Coanai, presidente do Conselho de Administração do IGEPE, sócio maioritário da Tmcel, uma vez empossado, o Conselho de Administração vai assinar, brevemente, um contrato de gestão, um instrumento que deverá nortear a sua actuação na implementação do plano de negócios da empresa.
“Durante o processo de fusão, elaborámos o plano de negócios que, com os devidos ajustamentos, vai culminar com a assinatura do contrato de gestão”, afirmou Ana Coanai.
Num outro desenvolvimento, a PCA do IGEPE garantiu estarem salvaguardados os interesses de todos os intervenientes, em particular os trabalhadores, “que devem merecer a nossa atenção, pois são o nosso activo mais forte da empresa”.
“Quando levámos a cabo o processo de fusão, tomámos algumas medidas, e uma delas foi dar atenção especial aos trabalhadores. Por isso, assumimos, aqui, o compromisso de concluir todos os processos que, porventura, estejam pendentes”, acrescentou.
Na ocasião, Mahomed Rafique Jusob Mahomed, assumiu, em nome do Conselho de Administração, como principais desafios a consolidação da fusão e a criação de uma nova mentalidade na nova empresa, com vista à sua modernização, bem como à criação e à oferta de dados e serviços com recurso à tecnologia de ponta.
“Reiteramos o compromisso de transformar, nos próximos quatro anos, a Tmcel na maior e melhor empresa de telecomunicações, bem como o de cumprir os desígnios da agenda nacional de desenvolvimento e de salvaguardar os interesses do País, da empresa e dos trabalhadores”, realçou Mahomed Rafique Jusob Mahomed.
Para além dos directores da nova empresa, representantes sindicais e de vários outros quadros, estiveram presentes, na qualidade de convidados, a PCA da Autoridade Reguladora das Comunicações (ARECOM - ex INCM), Ema Chicoco, o presidente do Conselho de Administração da Vodacom, Salimo Abdula e ainda representantes do Ministério dos Transportes e Comunicações. (FDS)
A petrolífera Anadarko anunciou hoje um acordo para fornecimento de gás natural, a produzir em Moçambique, que lhe permite atingir a meta estabelecida para anunciar a decisão final de investimento no norte do país. "Está assinado um volume suficiente de contratos de compra e venda que somam mais de 9,5 milhões de toneladas por ano (mtpa)", disse hoje Mitch Ingram, vice-presidente executivo da empresa norte-americana. O objetivo foi alcançado com um contrato celebrado entre o consórcio da Área 1 de exploração de gás e a Pertamina, empresa nacional de energia da Indonésia.
Segundo o contrato, a Área 1 vai abastecer, anualmente, a firma estatal da Indonésia com um milhão de toneladas de gás natural liquefeito (LNG, sigla inglesa), por um período de 20 anos.Assim, o projeto de LNG de Moçambique liderado pela Anadarko "está bem posicionado para tomar uma decisão definitiva no primeiro semestre deste ano, uma vez que estamos no bom caminho para concluir o processo de financiamento do projeto", acrescentou Mitch Ingram.
"Espera-se que a Indonésia seja um dos mercados de gás natural que mais cresça na Ásia e a Pertamina terá um papel fundamental no atendimento das necessidades de longo prazo da Indonésia", concluiu.O consórcio tinha já contratos fechados com as empresas Tokyo Gas do Japão e com a britânica Centrica (um contrato conjunto de 2,6 mtpa), Shell (dois mtpa), a estatal chinesa CNOOC (1,5 mtpa), Eletricidade de França (1,2 mtpa), a japonesa Tohoku (0,3 mtpa) e indiana Bharat Petroleum (um mtpa).
A decisão final de investimento na Área 1, através de um anúncio público, habitual neste tipo de investimentos, vai confirmar todo o investimento em infraestruturas (estradas, edifícios, aeródromo, entre outras) já em curso há mais de um ano na península de Afungi, distrito de Palma, na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique. Nem os ataques armados de grupos insurgentes que nasceram em mesquitas da região contra locais remotos da região, e que já terão feito 150 mortos, têm travado as obras, que devem permitir processar LNG dentro de quatro a cinco anos.
A fábrica que ali vai nascer será composta inicialmente por dois módulos capazes de produzir 12,88 mtpa, destinado maioritariamente à exportação, valores que a serem alcançados podem colocar Moçambique entre os sete países maiores exportadores de LNG. O consórcio que explora a Área 1 é constituído pela norte-americana Anadarko (26,5%), a japonesa Mitsui (20%), a indiana ONGC (16%), a petrolífera estatal moçambicana ENH (15%), cabendo participações menores a outras duas companhias indianas, Oil India Limited (4%) e Bharat Petro Resources (10%), e à tailandesa PTTEP (8,5%). (Lusa)
O Ministério dos Recursos Minerais e Energia assinou com a IGNITE Moçambique um acordo que vai permitir o fornecimento, durante os próximos três anos, de electricidade a 300 mil casas a nível de todas as províncias de Moçambique, abrangendo 1,8 milhões de pessoas que vivem nas zonas remotas do país. O fornecimento será feito através da instalação de sistemas residenciais de energia solar, o que significa que em média mais de 600 mil pessoas (cerca de 100 mil agregados familiares) irão receber electricidade a partir da altura em que o projecto- a ser desenvolvido pela IGNITE em parceria com o Ministério dos Recursos Minerais e Energia- for implementado.
No âmbito do programa entre o Ministério dos Recursos Minerais e Energia e a IGNITE espera-se que 1.2 milhões de crianças passem a ter acesso à electricidade segura, sustentável e mais económica, em substituição da energia pouco confiável como petróleo de iluminação ou carvão natural.
A IGNITE Power, uma plataforma com vasta experiência na distribuição e financiamento de sistemas solares rurais, apresenta um dos mais rápidos crescimentos em África com o sistema de pagamento móvel Pay-As-You-Go. A empresa está presente no Ruanda e na Serra Leoa, entre outros países.
Promoção de ENERGIA PARA TODOS
Conforme referiu Max Tonela, Ministro dos Recursos Naturais e Energia, “este acordo é mais um avanço decisivo no cumprimento dos nossos objectivos de promoção de ENERGIA PARA TODOS que o Presidente da República lançou em Novembro do ano passado, o qual prevê que em 2030 todos os moçambicanos tenham acesso à energia eléctrica ”. Ainda de acordo com o titular da pasta dos Recursos Minerais e Energia, “a IGNITE Moçambique foi escolhida como parceira após um longo e trabalhoso processo de avaliação com as nossas equipas do Ministério e do Fundo Nacional de Energia, o FUNAE, e pela sua capacidade financeira, soluções solares avançadas e experiência a implementar projectos de eletrificação em larga escala”. (Carta)