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Actualizado de Segunda a Sexta

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Economia e Negócios

Diversas embarcações de pesca provenientes da China acabam de chegar aos portos de Maputo e Beira, comprovando o que “Carta” escreveu em Dezembro, nomeadamente anunciando a vinda a Moçambique de dezenas de arrastões chineses já licenciados para operar nos nossos mares e na albufeira de Cahora Bassa, em Tete. No porto de pesca de Maputo podem ser vistas seis embarcações com bandeira chinesa, atracadas há dias. No porto da Beira, foram avistadas outras embarcações em número não apurado. Nas boias de acesso ao porto da Beira também há embarcações aguardando a entrada nas aguas territoriais de Moçambique, de acordo com uma pesquisa efectuada pelo nosso jornal junto da plataforma Maritme Traffic.

 

Em Janeiro deste ano foram avistadas novas embarcações chinesas no porto de Maputo, que acabaram por zarpar para destino incerto. A maioria dos barcos recém-chegados à Beira já começaram a capturar camarão, incluindo no presente defeso, contaram fontes de “Carta”. De acordo com um documento elaborado pela Administração Nacional das Pescas (ADNAP), em nossa posse, o esforço de captura na pescaria de peixe por arrasto vai aumentar consideravelmente, com a entrada de 51 novas embarcações pertencentes a 6 empresas.

 

O documento chama-se “Plano de Quotas e presenças para a Campanha de Pesca de 2019” e foi enviado ao Ministro do Mar, Aguas Interiores e Pescas, Agostinho Mondlane, no passado dia 7 de Janeiro.  O documento confirma a entrada massiva de embarcações não só na pescaria de peixe no alto mar mas também no já conturbado sub-sector da pesca de kapenta, na albufeira de Cahora Bassa, onde armadores denunciaram recentemente uma séria de problemas, entre os quais a sobre-captura, a pesca ilegal, a escassez do recurso e a ausência de planos de gestão ambiental. O documento indica, no entanto, que para a pescaria de kapenta em 2019 foram aprovados “17 projectos que correspondem a um total de 51 novas embarcações”.

 

“Carta” retoma o assunto com mais detalhe na sua edição de segunda-feira. (M.M.)

Para concretizar 25 mil novas ligações eléctricas este ano, no âmbito do projecto de instalação das linhas de alta tensão entre Murrupa e Cuamba, está previsto um investimento de 34 milhões de USD. A informação foi veiculada na passada quarta-feira pelo ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, aquando da sua passagem pelo distrito de Marrupa, na província do Niassa. Parte daquele montante foi desembolsado pelo Banco Islâmico de Desenvolvimento, BAD (Banco Africano de Desenvolvimento), OPEC (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e Fundos da Arábia Saudita e do Koweit.

 

Serão beneficiados pelo projecto, com potencial para 55 mil ligações, os distritos de Cuamba, Metarrica, Mauá, Marrupa, Mecula, Lichinga (Niassa), Balama e Namuno (Cabo Delgado).No acto do lançamento da iniciativa, Max Tonela disse que os novos clientes beneficiarão de um subsídio de ligação de 75 por cento. Assim, os clientes da empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) irão pagar 850 Mts, contra os anteriores 3500 Mts.  Sublinhando que o subsídio visa estimular uma maior adesão de novos clientes, Tonela referiu que “o Governo pretende alargar de forma continuada o número de consumidores para que de facto consigamos este ano estabelecer 300 mil novas ligações previstas, o que nos permitirá alcançar 500 mil novas ligações por ano a partir de 2020”.

 

Reforço e expansão da rede eléctrica

 

Max Tonela destacou o envolvimento do Governo na promoção de vários projectos visando o reforço e expansão da rede eléctrica nacional, no âmbito do Programa Quinquenal, como forma de garantir o aumento do acesso e disponibilidade de energia eléctrica no país. Para o efeito, o Executivo conta com apoio do Banco Mundial,  Reino da Noruega, Suécia e União Europeia, que já disponibilizaram 200 milhões de dólares norte-americanos. (Carta)

 

A petrolífera Exxon Mobil está a procurar propostas para a realização de atividades de prospeção ao largo da costa de Moçambique, de acordo com um anúncio publicado na imprensa moçambicana de hoje. A firma norte-americana convida "prestadores de serviços de aquisição de dados ambientais e geotécnicos" para testar amostras em três blocos de exploração ‘offshore' (no mar): Angoche A5-B, Zambeze Z5-C e Zambeze Z5-D.Os três blocos, situados sensivelmente na zona centro da costa moçambicana (que tem cerca de dois mil quilómetros de comprimento), foram atribuídos a um consórcio liderado pela companhia petrolífera durante o quinto concurso internacional de petróleo, lançado pelo Governo moçambicano, em 2014, em Londres.

 

Além da Exxon Mobil, com 50% de participação, o consórcio inclui a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH, empresa estatal moçambicana) com 20%, a Rosneft com 20% e a Qatar Petroleum com 10%. Os contratos para prospecção e eventual exploração foram assinados em outubro. "A nossa ambição é trabalhar com o Governo moçambicano, com o objetivo de desenvolver o potencial do país e garantindo, ao mesmo tempo, que os recursos beneficiem também as comunidades", afirmou Jos Evens, diretor geral da ExxonMobil em Moçambique, na altura.

 

A petrolífera já está presente noutro consórcio que deverá começar a explorar gás natural na Área 4, norte do país, a partir de 2022. Os parceiros da Área 4 são a Eni (25%), a ExxonMobil (25%), a CNPC (20%), a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (10%), Kogas (10%) e Galp Energia (10%). (Lusa)

O antigo PCA do Moza Banco, Prakash Ratilal, reagiu ao artigo da publicação portuguesa “África Monitor”, estampado ontem na “Carta de Moçambique”, no qual se lhe imputa uma intenção de partir para a luta com o objectivo de recuperar o banco, cuja gestão passou da Moçambique Capitais para a Kuhanha, o fundo de pensões do Banco de Moçambique. 

 

Numa breve nota enviada à “Carta”, Prakash escreve o seguinte: “Sou leitor atento da vossa 'Carta', que desde o primeiro número apresenta informação útil e com isenção. Na edição de ontem, 6 de Fevereiro, foi noticiado um texto intitulado ‘Prakash prepara contra-ataque no Moza Banco’. Quero reafirmar que não me sinto num campo de batalha, em que seja minha/nossa vez de responder a um ataque. Igualmente esclareço que não preparo nenhum ataque a ninguém nem ao Moza, banco que já foi bastante penalizado e que requer tranquilidade para a sua recuperação e progresso”. 

 

Prakash Ratilal clarifica assim que sua postura mantém o mesmo registo em 'low profile', evitando entrar em polémicas e mantendo-se recatado, tal como tem sido desde que o Moza Banco foi intervencionado pelo Banco de Moçambique. (Carta)

Os avicultores da capital do país prevêm produzir este ano 5.089 toneladas de frango, um aumento de 2% em relação à quantidade produzida no ano passado, 4.997 toneladas. Maputo tem cerca de 300 avicultores, 96% com capacidade para produzir, em média, seis mil ‘bicos’ por mês.  De acordo com a fonte que nos facultou esta informação, o director da Indústria e Comércio da Cidade de Maputo, Sidónio dos Santos, os distritos municipais KaMavota e KaMubukwana lideram a produção, superando KaTembe e KaNyaka. Sidónio dos Santos apresentou também as perspectivas de produção do ovo. “Para este ano esperamos produzir 18.612 dúzias, um crescimento de 46% comparando com a produção de 2018, que foi de 12.721 dúzias”, afirmou.

 

Embora as previsões apontem para mais produção de frangos na capital, os avicultores queixam-se da falta de matadouros para abate, embalagem e venda das aves. A situação faz com que o produto seja comercializado ainda vivo, sem ser submetido a uma análise laboratorial. Para além da falta de matadouros, os produtores de frangos na Cidade de Maputo queixam-se de prejuízos no negócio devido às precárias condições dos aviários, que não aguentam com elevadas temperaturas.

 

O último prejuízo foi registado a 12 de Janeiro passado, com a morte de 35 mil pintos, uma perda avaliada em 3.500.000 Mts. Perante este problema, os produtores sugerem que o Governo crie condições para abertura de uma linha de crédito bonificada, com vista a melhorar os aviários. Questionado sobre este assunto, Sidónio dos Santos disse haver instituições que oferecem crédito, como é o caso do Fundo de Desenvolvimento Agrário e a agência GAPI. No entanto, acrescentou que “o grande desafio dos avicultores é a falta de requisitos para a obtenção de crédito". (Evaristo Chilingue)

 

ANADARKO ANADARKOO

A empresa Anadarko pretende adquirir seis veículos blindados para proteger seus projectos de exploração de gás natural na Bacia do Rovuma, em Cabo Delgado, face à intensificação nesta província de ataques perpetrados por grupos armados. A Anadarko reage assim ao facto de os grupos atacantes estarem cada vez mais perto da região onde se encontram os seus projectos, bem como de outras companhias na região. 

 

Um dos ataques, que resultou na morte de duas pessoas e incêncdio de quatro casas e algumas mercearias, deu-se no passado dia 20 de Janeiro a 7 km de Afungi, onde a petrolífera Anadarko opera. Esta ocorrência fez com que volvidos 10 dias, a Anadarko tomasse a decisão de lançar um concurso, convidando entidades interessadas a apresentarem uma manifestação de interesse para o fornecimento de seis blindados (B6) e serviços de mecânica e gestão da frota, em apoio ao seu  projecto de LNG Mozambique. 

 

Os B6 são veículos blindados impenetráveis para um projéctil de uma espingarda-metralhadora de calibre 7,62mm, como é o caso de uma AK-47. No anúncio que publicou solicitando manifestações de interesse para o fornecimento de seis veículos blindados, a petrolífera  realça a urgência que tem em adquirí-los  afim de garantir os indispensáveis trabalhos em curso relacionados com a exploração do gás natural. (E.C.)