Pensamos que acontece apenas com os nossos partidos em Moçambique: mas é uma doença generalizada. Transversal, como se diz no idioma dos que escrevem. Em todo o lado a regra é a mesma: os partidos nunca erram. Podem cometer falhas. Pequenas, sempre. Insuficiências, como dizíamos nos tempos. Mas errar nunca. E porque nunca erram não se sentem nunca obrigados a pedir desculpa. Acreditam os partidos que pedir desculpa os colocaria numa posição de enorme fragilidade.
Assassinaram-te há 18 anos. A maior parte dos moçambicanos tem hoje menos de 18 anos. A maior parte deles não sabe quem foi este bravo jornalista que deu a vida na luta contra a corrupção. O risco é este: Cardoso vai ser esquecido. E esse esquecimento é o seu segundo assassinato. Da mesma maneira vai ser esquecido Siba-Siba Macuacua. Como serão esquecidos outros que foram nobres exemplos na luta pela honestidade e pela dignidade.