Antes mesmo de nos dizer quem é Salimo, o camarada Agostinho Vuma já indicou o Pê-Cê-A do I-Ene-Esse-Esse e o governo já o empossou. Portanto, a partir desta semana, as nossas poupanças estão a ser geridas diretamente pelos amigos do Vuma do Cê-Tê-A. Repito em voz alta: ainda não conhecemos o Salimo nem o que o motivou a britar os maxilares do Vuma com recurso a fuzil. Inveja é que não foi.
Estamos a falar daquela mesma Cê-Tê-A que, em 2014, protagonizou a novela da oferenda da Mercedes Benz, avaliada em 200 mil Euros, ao Chefe do Estado, estranhamente num momento em que a própria Cê-Tê-A recebia dinheiros do Estado para funcionar.
Estamos a falar daquela mesma Cê-Tê-A cujo presidente, Agostinho Vuma, teve uma eleição extremamente problemática. Lembrando que o concorrente Quessanias Matsombe acusou a comissão eleitoral de ser ilegal e parcial a favor de Vuma. Dizia ele que Vuma entrou em conflito de interesse ao participar da deliberação da nomeação da comissão eleitoral.
Estamos a falar daquele mesmo Vuma que, desde que tomou posse como presidente da Cê-Tê-A, mandou um manguito para a malta. Lembrando que, em 2017, Vuma apareceu a atacar os trabalhadores, propondo ao governo o congelamento dos aumentos salarias, do décimo terceiro e das promoções nas carreiras dos agentes e funcionários do Estado.
Temos motivos bastantes para estarmos preocupados com as nomeações da Cê-Tê-A. Estamos a falar daquela mesma Cê-Tê-A que enviou um dos seus amigos ao I-Ene-Esse-Esse para pagar viagens turísticas para a sua esposa com as nossas misérias poupanças.
Então, é urgente que a Cê-Tê-A sente e faça uma introspecção profunda. Que avalie a sua missão, visão e valores. Que se organize. Que resgate a confiança dos trabalhadores. Que aproxime o máximo que puder o discurso à prática. Que a Cê-Tê-A se reconcilie com a moral e a ética... antes que o próprio Salimo assuma a presidência da agremiação. Porque esta Cê-Tê-A atual não é de fiar... é cheia de fantasmas.
Aliás, mesmo a propósito da presidência, será que o camarada Vuma vai concorrer para um segundo mandato? Há vontade da sua parte? Que avaliação os membros fazem deste mandato? Para mim, vendo daqui de fora, parece que neste mandato o Vuma é quem foi o principal protagonista. O Vuma foi manchete mais do que a própria Cê-Tê-A. O único trabalho da Cê-Tê-A neste mandato foi limpar a imagem do Vuma. A Cê-Tê-A se transformou num estúdio de produção de filmes do ator Vuma. A maior parte dos comunicados e das conferências de imprensa foram sobre a vida pessoal do Vuma. Foi o que eu vi daqui... não sei daí dentro!
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A Esse-Tê-Vê perfilou, ontem, os momentos mais marcantes dos 18 anos da sua existência e Chang está lá. Chang está entre as piores coisas que fustigaram o país nessas últimas duas décadas. Está na lista das piores referências históricas deste país, a par das cheias, do ciclone Idai, da explosão do paiol de Maxlhazine, dos ataques xenófobos na África do Sul, dos ataques dos Al-Shabaab, entre outros. Se esticarmos o espaço temporal para 'desde a independência', Chang estará lá também como uma praga que assolou e marcou negativamente o país para todo o sempre.
Olha, quando se chega a esse extremo, é para se lhe tirar o chapéu. Quando se coloca um ser humano ao lado de catástrofes naturais, como cheias e ciclones, é porque já não há mais nada de 'humano' no tal ser. Quando se atribui alguém a mesma quota que se dá à xenofobia e ao terrorismo, é porque já não se é mais 'alguém'. Quando se fala de uma pessoa como se fala da explosão de um armazém de armas, então, já não há alma nem espírito.
Ontem a Esse-Tê-Vê lembrou-nos, mais uma vez, que Chang é um marco histórico. É uma referência pejorativa incontornável da nossa história. Não podemos negar que Chang mudou os paradigmas de roubar, filosoficamente falando. Trouxe, literalmente, um novo protótipo de gatuno. Uma versão mais actualizada e moderna de carrasco.
Mas também o povo moçambicano, no geral, devia ser uma referência histórica. Nós também somos um fenómeno a parte. Provavelmente, nós somos a pior calamidade que nos assolou nos últimos anos. Nós temos um prazer incrível pelo nosso próprio sofrimento. É mais do que simples masoquismo. Apesar de tudo, continuamos a gramar dos Changs. Continuamos a bater continências. Temos um prazer doentio de nos curvarmos aos Changs desta vida. Um caso de estudo. Somos uma espécie de uma gangue patriótica de Changs. Uma espécie de 'Chang 'foreva''. É síndrome de Estocolmo ou quê?!
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Pode ser paranóia minha, mas, sinceramente falando, estava a ficar muito preocupado com o interesse que o governo está a dar ao nosso traseiro. A preocupação que o governo tem com o rabo dos cidadãos já estava a me preocupar bastante. Nunca na história de Moçambique um governo mostrou tanto interesse em cuidar do c* dos moçambicanos como agora. Este governo é muito de c*.
Há uns anos, um ministro bem estudado havia aconselhado a ingestão de tseke/nhewe a escala nacional para amolecimento das fezes. Há poucos dias, um brigadeiro disse que o c* dos moçambicanos não tinha tempo para férias. Hoje, um ministro diz que Moçambique gasta 30 milhões de dólares por ano só com importação de papel higiénico. Agora está tudo explicado. Essa ladainha toda era para nos prepararem sobre esses números. Nem todo o papel higiénico é usado na traseira, mas o histórico das declarações dos dirigentes deixa muito a desconfiar. É tanto dirigente falando de rabo, gente!
Daqui a pouco vão dizer que o dinheiro das dívidas ocultas foi para comprar papel higiénico mais macio em Dubai para o povo. Vão dizer que a maior parte desse item de higiene vai para aqueles soldados e polícias que estão 'sa-cagar' demasiadamente em Cabo Delgado. No fim de tudo vão dizer que os lucros do petróleo e gás serão para higienizar os rabos dos moçambicanos. O último golpe é dizerem que o país não desenvolve porque o povo caga muito. Do tipo o Estado está a gastar todas as economias no c* do povo.
Ya, esse filme eu já vi. Querem nos fazer acreditar que temos as nádegas mais trabalhadoras e mais eficientes do mundo, porque fazemos o cocó mais leve do mundo e, por isso, temos os c*s mais caros do mundo. Vão inventar um novo ranking para desviarem dinheiro. Enquanto caímos no índice de desenvolvimento humano, vamos subindo no índice de desenvolvimento anal. Querem nos fazer crer que os nossos c*s é que são a fonte da nossa desgraça. Do tipo, a nossa miséria vem do nosso c*. Culpar o c* alheio é fácil.
Contem outra, primos! Há quem pensa que tendo uma fábrica de papel higiénico em Moçambique vamos gastar menos limpando o rabo. Engana-se! Açúcar está aí a subir todos os dias com fábricas às catadupas. Não há nem uma colher de açúcar para dar um chá simples aos nossos irmãos que chegam todos os dias à Pemba. Essa cena de milhões de dólares para o c* do povo é uma armadilha. Não caiam nessa! Um dia vão me dar razão.
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Dizem que perdeu a vida, ontem, um cidadão chamado Stélio Craveirinha. Dizem que era moçambicano. Dizem que nasceu em 1950. Dizem que era filho de José Craveirinha, o nosso poeta-mor. Dizem foi um atleta e amante ferrenho do atletismo. Dizem que participou dos Jogos Olímpicos de Moscovo, em 1980. Dizem que alcançou a fasquia dos 6,94 metros nas eliminatórias do salto em comprimento. Dizem que foi um recordista. Dizem que foi o primeiro treinador da Lurdes Mutola, a nossa Menina de Ouro. Dizem que também treinou a Argentina da Glória.
Tudo isso está a ser dito agora que ele morreu. Homenagem 'post mortem'. Um currículo patriótico e nacionalista sendo promovido no obituário. E as pessoas querem que os moçambicanos chorem a morte deste patriota e nacionalista que perdeu a vida no anonimato assim como choraram a morte do basquetista norte-americano. Hoje, Stélio Craveirinha inundou os noticiários. Daqui a pouco havemos de ver mensagens do Chefe do Estado exaltando a sua memória. Até dos dirigentes desportivos. Vai ter um funeral cheio de gabarolices do Estado.
Como é que um cidadão com o pedestal do Stélio, como hoje se fala, não era conhecido? Eu - modéstia a parte - sou um cidadão informado, mas nunca ouvi falar do Stélio. Um homem que marcou o desporto nacional morreu aos 70 anos sem um único parágrafo para a posteridade. Hoje, dizem que 'o desporto moçambicano perdeu uma das suas figuras emblemáticas e carismáticas que muito contribuiu para o desenvolvimento do atletismo nacional'. Palhaçada!!! Que 'figura emblemática'!!! Quem 'emblemou'?! Quando?! Como?! Carismática?! Aí é?!
Não conseguimos promover os feitos do Stélio em vida, mas temos a coragem de gastar o erário público construindo estátuas de um indivíduo que foi desconfiado de ter disparado o tiro inaugural da guerra libertária. Desconfiado porque agora temos sérias dúvidas desse tiro de abertura. Hoje é apenas um indivíduo suspeito de ter iniciado uma guerra que já tinha iniciado. Se calhar estamos a exaltar narrações sobre um fulano que as zero horas daquele histórico dia de Setembro estava a beber 'cabanga' algures nas margens do Rovuma e sequer chegou a ir a tal emboscada. Pois é! Não conseguimos dar ao Mister Stélio a sua mais do que merecida página na nossa história (desportiva) quando a imprensa pública passa a vida a reproduzir epopeias mal contadas de heróis gananciosos.
Dói a alma, juro! Gostaria de falar do Stélio com a mesma propriedade que falo do Samora, do Guebuza, do Mondlane, do Chipande, do Nhangumele, da Lurdes, do Eusébio, do Chang, do Chissano, do Malangatana, do Salimo, e doutros 'heróis'. Pelo que se conta, Stélio Craveirinha é um professor. Gostaria de mandar um 'RIP' encharcado de emoção como aquele que mandei ao Kobe Bryant. Aqui na pátria a(r)mada, até a nossa Menina de Ouro só brilha em períodos de campanha eleitoral. Somos especialistas em apagar histórias e pintá-las quando nos convém.
Infelizmente, Mister, muitos dos nossos heróis foram deliberadamente arrancados das páginas da nossa História. Talvez, por isso, as nossas enciclopédias estão repletas de heróis que têm medo de ir à África do Sul. Heróis que não conseguem olhar para Mahindra de frente. Na verdade, os nossos livros de História são autênticos mandados de busca e captura. Os nossos compêndios de História deviam já vir com uma ordem de prisão para os personagens na contracapa.
Enfim, desfrute do seu eterno descanso Mister Stélio! É lhe merecido, depois de longas corridas e altos saltos. Peço perdão, professor, por não ter te conhecido! É o país... onde morres ainda vivo. O país do politicamente correto.
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Todos nós sabíamos que a RENAMO gosta de comer com colher grande sem trabalhar. Também sabíamos que o novo projeto da RENAMO é se parecer cada vez mais com a FRELIMO da pior maneira possível. Também nunca duvidamos que o objetivo da RENAMO nunca foi chegar ao poder.
Ficou sempre claro que a maior e a mais importante meta da RENAMO é a FRELIMO deixar cair os maiores nacos do bufê para eles apanharem no carpete com a modéstia satisfação. Não há dúvidas que na RENAMO há muita fome e por causa disso há muito arranca rabo. Não é novidade para ninguém que, quando é para aprovar mordomias e regalias para si, a RENAMO não tem mãos a medir.
Ora, o que nós não sabíamos, ou seja, a grande novidade aqui é saber que doeu (e ainda dói) à RENAMO o facto de terem sido excluídos da partilha das dívidas ocultas. Não sabíamos que a RENAMO está muito chateada com isso. Não sabíamos que também querem aquele dinheiro. Nunca demonstraram. Se já, não foi assim tão claro.
Não sabíamos que a RENAMO estaria muito feliz, se Chang fosse o seu membro sénior. Nunca nos passou pela cabeça que, para a RENAMO, Nhangumele é ideal para o seu ministro dos negócios estrangeiros e cooperação. É um bom negociador. Quer dizer, para malt Magibire, aqueles dólares que entraram na conta da FRELIMO foi uma grande cabeçada. Doeu. Chiça!!! Não sabíamos.
André Magibire é o número dois do partido e, por isso, tem a legitimidade de falar em nome de todos os renanistas. O sentimento dele é de todos os membros e simpatizantes da RENAMO. É por isso que Magibire pode convidar a imprensa para peidar publicamente sem que os ditos intelectuais do partido lhe chamem a razão. É claro que convidar a RENAMO para combater os insurgentes em Cabo Delgado foi a ideia mais estapafúrdia, mas daí usar a exclusão da partilha dos dinheiros das dívidas ocultas como argumento, foi bastante revelador. Foi muito clarificador. Foi honesto demais.
Nossos amigos e familiares da RENAMO, estamos rendidos convosco! Sim, senhora! Assim, quer dizer, nós não podemos contar nada convosco nesta vida porque a FRELIMO não vos deu quinhenta do dinheiro das dívidas! Quer dizer, está a 'vus-duer'! Estamos rendidos com o vosso nível de dependência. A vossa mendicidade é doutra galáxia. A vossa pobreza não é deste planeta. A vossa gula é diabólica. Estamos simplesmente rendidos. Vocês envergonham maningue! Armados ou desarmados, rurais ou urbanos, não deixam de ser bandidos.
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ENTÃO, o guarda do prédio (testemunha) que assistiu a tentativa de assassinato disse que o camarada Vuma gritou, antes de ser baleado, por duas vezes: 'Salimo, o que eu te fiz?', 'Salimo, o que eu te fiz?'.
COM ISSO, um cidadão (suspeito), coincidentemente, de nome Salimo, foi detido dias depois em conexão com o caso.
ENTRETANTO, quase três meses depois, o camarada Vuma (vítima) diz que não se lembra de ter proferido tal frase nem tal nome naquele dia.
MAS, então, com que base é que a Polícia prendeu aquele Salimo, com tantos Salimos que existem no mundo, em África, na África Austral e em Maputo?! O que motivou a Polícia a deter exactamente aquele Salimo?! Porquê ele?! Qual foi a base?! Era o único Salimo que estava a passar por ali naquele momento?! O gajo estava a rir quando o camarada Vuma foi baleado e quando o interpelaram descobriram que, por mera coincidência, se chamava Salimo também?! Tinha indícios de alegria no rosto?! Encontraram algum objeto dele no local?! É um Salimo procurado pela Polícia?! A testemunha (o guarda do prédio) confirmou que foi ele, depois duma acariação?! É um Salimo que tem desavenças com a vítima?! São rivais?! São adversários em algum negócio?! Foi simples azar?! Com tantos Salimos neste país, até famosos, por que é que foram buscar exactamente aquele Salimo?! Muito intrigante.
Só resta saber, se, de alguma forma, o camarada Vuma conhece o senhor Salimo, o suspeito. Ou, então, se ele sabe que foi baleado ou se pensa que tropeçou nas escadas. Ou seja, se o que ele sabe se lembra ou foi contado.
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