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Voltemos um pouco no tempo. Era 2015. Não sei se vocês se lembram... quando Manuel Chang se candidatou à presidência da Federação Moçambicana de Futebol? Alguém se lembra? Pois é! Aquela deve ter sido a única vez na vida que Chang tentou nos ajudar e nós não entendemos. É preciso não esquecer que o elenco de Chang era composto por Tico-Tico, Arnaldo Salvado, Tony Gravata, Altenor Perreira, Cremildo Gonçalves, etecetera - verdadeiros homens do nosso futebol. E Chang foi o primeiro a apresentar candidatura naquelas eleições.
Pessoal, talvez o nosso futebol não estaria essa porcaria que é hoje. Talvez estaríamos muito avançados. Naquela altura, Chang já tinha roubado esse todo dinheiro que hoje se fala. O gajo estava cheio de tako. Estava 'chê-da-mola'. Chang já nos tinha enfiado abacaxi e queria gastar o dinheiro no futebol. Vai ver que era uma forma inteligente de nos fazer curativo! Talvez era a tão desejada vaselina.
Fomos muito atrapalhados! Nem quisemos ouvir as reais intenções do Chang. Com o dinheiro que Chang tinha naquela altura, talvez, hoje, teríamos um estádio olímpico para cada agregado familiar. Talvez a ideia de Chang fosse massificar de verdade o nosso futebol onde cada casa teria o seu próprio campeonato. E do jeito que aquele homem é mafioso, talvez hoje Moçambique já estaria no Mundial 2022 de Quatar a espera dos outros se qualificarem. Nós já estaríamos lá como co-organizadores e a vendermos bilhetes. Também acho que Nhangumele e Boustani já teriam levado a taça para Moçambique. As equipas só iam jogar por jogar.
Irmãos, não aproveitamos o Chang! Naquela altura, Chang falava da necessidade de criação de um 'Observatório de Futebol' que se reuniria anualmente para decidir sobre os problemas do nosso futebol. Vejam só: 'observatório'! Coisa de ricos. Hoje, não estamos a jogar o Moçambola porque é capaz de chover... um dia desses. Pobrice! Provavelmente, hoje seríamos o país com mais bolas per capita. Chang já tinha notado que o maior problema deste país é a falta de bolas.
Enfim, talvez a salvação do nosso futebol esteja ali nos calabouços dos nossos cunhados e nós aqui 'a se arrependendo' com malta Simango e Sidat. É isso: a única vez que Manuel Chang tentou nos ajudar mandamos o gajo pentear macacos - e ninguém tem coragem de falar disso. Talvez Chang não seja tão ruim assim. O desporto muda as pessoas. Talvez o futebol seja mesmo a paixão dele. Hoje, teríamos bolas, certamente! Caso para dizer que o nosso futebol está preso.
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Ahhhhh, porque moçambicano não tem autoestima!
Ahhhhh, porque moçambicano não gosta do que é verdadeiramente seu, idolatra o que é do estrangeiro!
Ahhhhh, porque moçambicano não apoia o desporto do seu país!
Ahhhhh, porque moçambicano não gosta do seu futebol!
Ahhhhh, porque moçambicano só gosta de malta Real Madrid!
Ahhhhh, porque moçambicano só compra camisolas de clubes europeus!
Ahhhhh, porque moçambicano não tem orgulho próprio!
Ahhhhh, porque isto... ahhhhh, porque aquilo... ahhhhh, porque etecetera!
Palhaçada! É para gostarmos como do nosso futebol?! Aliás, onde está o tal futebol que devemos patrioticamente gostar a todo custo?! O tal futebol pelo qual devemos ficar nacionalisticamente apaixonados é este que se esconde da chuva?!
O futebol é o nosso paracetamol. Nós somos doentes de futebol e precisamos dele para viver. Padecemos de 'futebolicite', necessitamos de uma partida de futebol para o nosso coração voltar a bater. Queremos ver uma bola na trave, um remate acrobático, uma finta, uma bicicleta. Não queremos saber se é um jogo da África, da Ásia, da Europa, ou sei lá. Só queremos ver uma partida, só. Ao vivo no estádio ou na tê-vê.
Nós só queremos ver uma partida de futebol para o nosso coração voltar a bater. E vocês não estão interessados em nos dar sequer uma partidazinha. Vocês são muito desorganizados e nós não podemos chupar por isso.
O problema do nosso desporto é esse vosso dirigismo incompetente e intestinal. O vosso paraquedismo e o parasitismo. O problema não somos nós. O problema são vocês que tomam decisões pensando apenas nas vossas panças. Vocês são o coito interrompido do nosso futebol. O problema não somos nós. Nós estamos aqui para apoiarmos o apoiável, para aplaudirmos o aplaudível, para 'enjoyarmos' o 'enjoyável'. Não podemos amar uma coisa que não existe. Não nos viciem!
Aproveitem esse interregno para reflectirem se vocês merecem estar onde estão. Se vocês merecem o futebol que dirigem. Se vocês merecem este povo doente de futebol, este povo sedento de alegria.
Cancelar um campeonato por causa de chuva mesmo!!! Mas isso é futebol ou tufu?!
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No 'feicibuki'.
- Posso ter o teu contacto?
Talvez ele estivesse a espera no 'inbox', mas eu lancei o meu 'voda' ali mesmo nos comentários num instante. Minutos depois o meu cell toca.
- Alô, Juma! Boa tarde! É o Marcelo deste lado... Marcelo Mosse.
Como pode um ídolo se apresentar ao seu fã com tanta etiqueta? Nunca tinha falado com o Marcelo antes, e nem no sonho pensei que isso fosse possível. Aquele gaguejar era jazz e blues para os meus ouvidos.
- Boa tarde, ilustre! É um prazer enorme.
Era eu titubeantemente procurando uma intimidade que nunca existiu. Queria manter o colóquio ao nível do remetente. Não queria decepcionar.
- Olha, mano, quero fazer uma parceria contigo. Estou a desenvolver um projecto e queria contar contigo. Vou lançar um jornal daqui a quase três meses, concretamente no dia 22 de Novembro, Dia Carlos Cardoso.
Confesso que estou perdido. Confuso. Não estou a gostar. Mas, o que faria eu num jornal? E onde entro eu no Dia Carlos Cardoso? Não tenho tempo para ser correspondente de tablóides. Para piorar, já não me lembro da última vez que havia escrito e publicado um texto jornalístico num jornal. Mas, também, escrever notícia nunca foi o meu forte desde os tempos de faculdade. Se o Jornalismo fosse somente escrever notícias, eu acho que ainda estaria a fazer algumas cadeiras do primeiro semestre. Sempre achei a notícia - no conceito clássico - muito sem graça.
- Okey! Mas o que queres que eu faça nesse projecto?
- Quero que escrevas no meu jornal. Quero que assines um espaço, uma coluna. Quero-te como colunista.
- Colunista, eu?!
- É isso aí, colunista. Eu não te conheço, mas alguém me referiu a ti, um amigo em comum. Vi alguns dos teus textos e acho que podemos avançar.
- Mas, ilustre, eu só escrevo umas coisinhas no 'feicibuki'. Coisas sem interesse. Coisas do 'feicibuki' mesmo, sabe! Não tenho certeza que há quem queira ler aquelas coisas num jornal... um jornal sério.
- Pois é, mano! É exactamente aquilo que eu quero. Nada mais, nada menos. É assim que eu gostaria que escrevesses. Assim mesmo. Escreves como se estivesses a escrever para o 'feici' e nós publicamos. E blá blá blá.
Faz hoje dois anos que estamos a lançar mísseis terra-ar via 'Carta'. Quando o inimigo está perto demais, não gastamos munições; damos-lhe uma bofetadas retumbantes, asfixiantes e qualquerizantes. De resto, é uma luta que vinha travando informalmente com outros companheiros desde os tempos da blogosfera nos primórdios dos anos dois-mil, nos tempos da facul, do Parlamento Juvenil, do CEMO, etecetera. Uns tombaram em combate, outros desertaram das fileiras. Uns deram o peito às balas, outros deram repolho ao cérebro. Não há epopeias sem desertores e traidores. O que importa é que estamos aqui a continuar o combate do Cardoso, e está a ser um bom combate, diga-se.
Estamos aqui neste combate que Cardoso combateu e tombou heroicamente há 20 anos. Não sei o que o Marcelo realmente viu em nós, mas ele podia muito bem ter lançado um concurso público para preenchimento de vagas com requisitos extravagantes: ter nível superior; ser antigo combatente; ter 10 anos de experiência em combates de guerrilha; ter pontaria afinada; rapidez comprovada em arremessar granadas; ter flexibilidade em aplicar coronhadas; etecetera. Mas, não! Talvez o Tenete-general Carlos Cardoso, antes de partir, teria dito ao comandante Marcelo Mosse que não é disso que esta guerra precisa. Talvez não são diplomas e certificados que combatem neste combate. Para esta luta, dois tomates bem maduros e bem colocados é suficiente. Não é para lançar os tomates para o inimigo e fugir. Não! É para tê-los bem contigo. É para conservá-los. Aqui come-se feijão. Muito feijão. Aqui ninguém tem CERELAC na língua.
Estamos aqui lutando a mesma luta que Cardoso lutou e foi martirizado há duas décadas. É uma luta arriscada, mas prazerosa. Uma luta sem quartel. Uma luta da qual só sairemos no dia da vitória, com bandeira em punho... a bandeira do povo. É o mesmo combate que o Cardoso combateu. Um dia alguém irá contar a história destas trincheiras inóspitas. Uma história vanguardista e patriótica. Uma história de coragem. A história do povo. Um dia alguém terá de esculpir as estátuas destes heróis e mártires e erguer no coração de cada cidadão.
Acorde o Carlos Cardoso que vive em ti e venha combater este combate! 'Aqui trata-se um combatente; é duro, mas temos de vencer', é Samora esse.
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