Cerca de 28 milhões de eleitores vão decidir quarta-feira, pela sexta vez desde o fim do apartheid em 1994, o futuro político da África do Sul, após uma década de fraco crescimento económico, aumento da corrupção e tensões raciais.
O Presidente da República, Cyril Ramaphosa, que é também líder do partido no poder, o Congresso Nacional Africano (ANC, sigla em inglês) - que sucedeu em dezembro de 2017 a Jacob Zuma, afastado por vários escândalos de corrupção -, promete estimular o crescimento económico do país, combater a corrupção na administração do Estado e "punir os membros do partido envovidos no roubo de dinheiros públicos" apesar do declínio do partido nas urnas desde 2014.
Um analista político considera que o Congresso Nacional Africano (ANC) vai manter-se no poder na África do Sul, nas eleições de quarta-feira, admitindo uma alteração do equilíbrio de forças entre as duas principais facções no partido.
A 1ª Temporada de Música Clássica de Maputo (2019) estará repleta de concertos em Maputo e Ilha de Moçambique. Esta edição contará com a participação dos portugueses Manuel Rego (contrabaixo) e João Alexandrino AKA JAS - Desenho em Tempo Real. O projecto Xiquitsi, com direcção artística de Kika Materula, tem como grande objectivo a formação da primeira Orquestra Juvenil de Música Clássica em Moçambique. Encontra-se sedeado na Associação Kulungwana que, não tendo fins lucrativos nem receitas próprias, depende de apoios para o desenvolvimento da sua actividade. O projecto Xiquitsi conta hoje com cerca de 200 alunos entre crianças e jovens das escolas públicas do grande Maputo, que provêm das mais diversas camadas sociais e que têm acesso livre e gratuito ao ensino da música. O projecto é inspirado naquele que é considerado o maior exemplo de sucesso de inserção social através do ensino colectivo de música - o Venezuelano “El Sistema”. O Camões - Centro Cultural Português em Maputo apoia o projecto Xiquitsi e a realização das Temporadas de Música Clássica de Maputo.
(8 Maio, às 19h30 no Conselho Municipal)
(9 Maio, às 19h30 no Teatro Avenida)
(10 Maio, às 18h00 na Capela do Museu - Ilha de Moçambique)
(11 Maio, às 19h30 no Teatro Avenida)
(12 Maio, às 16h00 no Teatro Avenida)
O Dia da Língua Portuguesa e das Culturas da CPLP vai ser comemorado com um Colóquio organizado pela Cátedra de Português Língua Segunda e Estrangeira, o Camões-Centro Cultural Português em Maputo e a editora Cavalo do Mar. Este Colóquio inclui a conferência, Malhas que o cânone tece: A língua portuguesa em contexto de diversidade, proferida pelo Professor Carlos Reis (Portugal), especialista na área da literatura portuguesa e autor de diversos livros de teoria e crítica literária, e uma Mesa Redonda sobre Experiências de Escrita, com os escritores José Luís Mendonça (Angola), Valter Hugo Mãe (Portugal) e Lucílio Manjate (Moçambique).
(08 de Maio, na Universidade Eduardo Mondlane)
As relações de cooperação entre União Europeia e Moçambique reflectem o bom relacionamento político existente entre os dois países e assentam numa matriz cultural, jurídica e institucional comum e de competências técnicas específicas em áreas fundamentais para o desenvolvimento.
(08 de Maio, das 15 às 18Hrs na Fundação Fernando Leite Couto)
Cinco semanas depois de o ciclone Idai causar ampla destruição na cidade da Beira e áreas circunvizinhas, o ciclone Kenneth atingiu a costa da província de Cabo Delgado, no norte do país. Tal como o ciclone Idai, o ciclone Kenneth causou amplos danos nos distritos e áreas por onde passou.
“Eu perdi quase tudo. Tenho de reconstruir a minha casa, que foi destruída pelas chuvas fortes, mas não sei por onde começar. Estou abrigado com a minha família por enquanto. Somos muitos na mesma casa e mal há espaço para todos”, disse Carlitos Limia, residente do bairro Cariacó, na cidade de Pemba.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), que estabeleceu uma resposta de emergência após o ciclone Idai, levou equipas para Cabo Delgado para começarem as actividades de resposta em diversas localidades da província. Elas juntaram-se a uma pequena equipa que já estava em Pemba, desde Fevereiro de 2019, quando iniciaram actividades de água e saneamento. Em conjunto, os técnicos daquela organização humanitária começaram rapidamente a avaliar a escala e a natureza dos problemas em diferentes áreas afectadas pelo ciclone Kenneth. É difícil alcançar algumas áreas devido a limitações logísticas, provocadas pelas cheias, pontes destruídas e estradas intransitáveis devido à lama.
O surto de cólera foi oficialmente declarado na quinta-feira, dia 02 de Maio, pelas autoridades de saúde. Até ao momento, há relatos de 52 pacientes de cólera (até o último sábado) em Pemba e no distrito de Mecúfi, ao sul de Pemba.
A MSF está a apoiar o Ministério da Saúde, fornecendo materiais como tendas e equipamento de água e saneamento para um centro de tratamento de cólera em Pemba. Além disso, a organização está a preparar-se para responder aos sintomas de cólera ou de doenças semelhantes e para apoiar a infra-estrutura de saúde em Mecúfi. Uma campanha de vacinação contra a cólera está a ser planificada pelas autoridades.
“Iremos fornecer tendas e equipamentos médicos para construir uma unidade de tratamento de cólera temporária com capacidade de 10 a 15 camas”, explica Danielle Borges, Coordenadora de Projecto da MSF em Pemba. “Temos dois objectivos principais agora: salvar a vida das pessoas gravemente doentes e conter o surto. Precisamos isolar e tratar as pessoas doentes para que elas se recuperem e não contaminem outras pessoas. Precisamos assegurar que a água contaminada não seja usada e fazer tudo que pudermos para evitar que as pessoas adoeçam”.
No distrito de Macomia, ao norte de Pemba, o centro de saúde foi gravemente danificado e está fora de funcionamento. A MSF está a oferecer cuidados ambulatórios e cuidados de saúde materno-infantil numa tenda colocada fora do edifício danificado do Hospital distrital com vista a assegurar cuidados de saúde para a comunidade. O centro de saúde será reabilitado.
“O impacto de dois ciclones num espaço de tempo tão curto é devastador. É um grande revés para o país, que estava a começar a recuperar-se do primeiro ciclone”, diz Danielle Borges.
Dados preliminares do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), divulgados nesta segunda-feira, indicam que o ciclone Kenneth causou 43 mortos, feriu 94 pessoas, afectou 249,984 pessoas, 53,966 famílias, principalmente nos distritos de Macomia, Pemba, Ibo e Metuge, onde 3214 pessoas encontram-se distribuídas em 10 centros de acomodação e na província de Nampula, os distritos de Eráti e Memba aparecem nas estatísticas do INGC com 3527 pessoas acantonadas em 12 centros de acomodação. (Omardine Omar)
O Estado moçambicano arrecadou, no ano passado, 241 milhões de USD, provenientes dos gastos feitos pelos visitantes vindos do exterior durante a sua estadia no país. O valor representa um aumento em 60.7 por cento se comparado com o ano anterior, em que foram registados 150.5 milhões de USD.
Dados dos Indicadores de Referência na área do Turismo, recentemente partilhados pelo Ministério da Cultura e Turismo (MCT) com a “Carta”, à nosso pedido, indicam que no ano passado visitaram o país 2.869.869 turistas, contra 1.513.640 registados em 2017.
Lazer e férias continuam a ser o principal motivo que leva a maioria dos turistas a escalar o país, com 27 por cento do total de turistas que entraram, em Moçambique, em 2018. Cidadãos da vizinha África do Sul são os que mais visitam o nosso país. De todos os turistas, 34 por cento vieram daquele país.
Em termos de idades, os turistas adultos (36 a 55 anos) ocupam maior percentagem. Em relação ao número total dos visitantes, dados do MCT revelam que 54 por cento de cidadãos que escalaram o país, em 2018, são adultos.
O carro pessoal ou alugado é o meio de transporte mais usado por turistas. Do total de estrangeiros que visitaram o país no ano passado, dados do MCT indicam que 49.4 por cento vieram de carro. (Evaristo Chilingue)
Fome, pobreza, longas distâncias, gravidezes precoces e casamentos prematuros são apontados pelo Vice-Ministro da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), Armindo Ngunga, como as principais causas do aumento de número de crianças fora das escolas entre os seis e 17 anos, de acordo com os dados do IV Recenseamento Geral da População e Habitação, partilhados, semana finda, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Os referidos dados referem que a taxa de crianças dos seis aos 17 anos de idade que estão fora da escola subiu, tendo saído de 34,3 por cento, em 2007, para 38,6 por cento, em 2017.
Segundo Armindo Ngunga, muitas crianças têm deixado de frequentar as escolas devido à fome, pobreza, assim como as longas distâncias que separam as suas residências dos locais de ensino.
Respondendo a uma pergunta da “Carta” sobre os dados do INE, no sector da educação, o dirigente apontou ainda as gravidezes precoces e os casamentos prematuros como outros factores que fazem com que esta faixa etária não se faça presente às salas de aulas.
Para inverter o cenário, Ngunga explica que uma das medidas adoptadas pelo sector para a retenção dos alunos nas escolas é a implementação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PRONAE) que, entretanto, ainda abrange menos de 10 por cento dos alunos do Sistema Nacional de Ensino.
Na conversa que manteve com a “Carta”, esta segunda-feira (06 de Maio), à margem da cerimónia de abertura da Semana de Acção Global de Educação Para Todos (SAGEPT), que decorre sobre o lema “Tornando uma Realidade o Direito a Uma Educação Justa, Inclusiva, de Qualidade, Acessível e Pública”, o vice-Ministro do MEDH explicou ainda que o sector tem vindo a incluir, na formação de professores, a componente da antropologia, de modo a reduzir cada vez mais a taxa de analfabetismo, que é de 39 por cento.
Calendário especial dos afectados pelos desastres naturais
O vice-ministro da Educação e Desenvolvimento Humano garantiu ainda que os alunos afectados pelos Ciclones “Kenneth” e “IDAI” passarão a ter um calendário especial, que vai incluir aulas aos fins-de-semana, como forma de não comprometer o programa do ano lectivo 2019, onde só na província de Cabo Delgado foram afectados mais de 22 mil alunos. (Marta Afonso)
O Serviço Nacional de Migração (SENAMI) ainda não levantou nenhum processo disciplinar contra os seis funcionários envolvidos no escândalo dos passaportes apreendidos pelo Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), revelou Maria Amélia Sequate, Directora Nacional de Emissão de Documentos, durante a audição do julgamento daquele caso, realizada na última sexta-feira (03 de Maio), pela 4ª secção criminal do Tribunal Judicial do Distrito Municipal de Kampfumo (TJDMK).
A reunião do Comité Central do partido no poder, a Frelimo, foi, sem margem para qualquer dúvida, “ensombrada” pelo caso que tem na figura do filho do primeiro presidente do país, Samora Machel Jr., o principal protagonista. “Carta” ouviu, logo após o fim dos trabalhos, alguns militantes de proa do partido sobre um caso que ainda não conheceu o seu desfecho. Trata-se de Tomaz Salomão, Alcinda De Abreu e Conceita Sortane, todos membros da Comissão Política.