Tal como na cidade da Beira, que viu o custo de vida subir após a passagem do Ciclone IDAI, a cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, também registou a subida de preços, com a passagem do ciclone Kenneth. Em quase todos os principais mercados da urbe, os produtos básicos aumentaram os preços, não obstante a falta de poder de compra de boa parte das famílias vítimas da intempérie.
Segundo apurou “Carta”, os munícipes de Pemba apontam, por exemplo, que o carvão vegetal saiu dos anteriores 450 Mts, o saco de 80kg, para 650 ou 700 Mts. O feijão-manteiga, que antes custava entre 50 e 60 Mts, agora custa entre 80 a 90 Mts o kg.
Material de construção precário (como estacas, bambus, portas, janelas e corda), muito procurado pela maioria das famílias vítimas do ciclone Kenneth, também viu seus preços aumentados devido à elevada procura.
No entanto, outra preocupação dos munícipes da capital de Cabo Delgado, prende-se com a dificuldade de circulação em algumas vias de acesso, que ficaram mais degradadas e os montões de lixo que, um pouco por toda cidade, criam um cheiro nauseabundo. (Carta)
O Instituto Nacional do Turismo (INATUR) e a Associação das Agências de Viagens e Operadores Turísticos de Moçambique (AVITUM) rubricaram, na passada sexta-feira (10 de Maio), um Memorando de Entendimento, que visa o desenvolvimento de actividades conjuntas, com objectivo de colocar o país como um destino turístico preferencial.
Com o memorando, pretende-se estabelecer uma colaboração institucional, com objectivo de potenciar o turismo nacional, através do desenvolvimento de actividades conjuntas que consistem na promoção e divulgação de pacotes turísticos, no país, apoio na partilha de informação útil sobre o calendário dos eventos, festivais, promoção de projectos e partilha de realizações relevantes de ambas as partes.
Segundo o Presidente da AVITUM, Noor Momade, o memorando já devia ter sido assinado há tempo, pois, todas actividades dos associados daquela agremiação convergem com a génese do Ministério da Cultura e Turismo e esta é uma oportunidade de juntos promoverem as potencialidades de Moçambique.
Para o director do INATUR, Romualdo do Carmo, a sua instituição reconhece o papel das agências e operadores turísticos na promoção de Moçambique como destino turístico e bem como promover o turismo doméstico.Referir que com a assinatura deste memorando, a promoção da Marca Moçambique ganha mais relevo, pois, passa a contar com mais um embaixador. (Carta)
A unidade fabril número “2” da Cimentos de Moçambique (CM), instalada há três anos na cidade da Matola, não está encerrada. O facto é que a sua capacidade de produção reduziu, nos últimos dois anos, rondando actualmente nos 30 a 40 por cento, disse o Director Executivo daquela empresa, Edney Viera, numa conversa com “Carta”, sacudindo rumores segundo os quais aquela linha fabril tinha sido fechada.
“A Matola 2 da CM não fechou. A verdade é que não produz a 100 por cento, devido à fraca procura do cimento no país, um problema que se associa à conjuntura económica”, explicou Viera.
Como consequência da baixa procura, "optamos pela redução da nossa produção, para dividir pelas nossas unidades industriais, para não manter uma fábrica daquele tamanho absolutamente fechada", explicou a fonte.
“A Matola 2 trabalha, neste momento, como coadjuvante da Matola 1, principalmente, nos momentos em que a última regista uma baixa produção”, salientou Viera.
Instalada em 2016, com um custo acima de 25 milhões de USD, a unidade fabril “2” da CM, na Matola, tem capacidade instalada para produzir até 300 toneladas por ano, mas, segundo o Director Executivo da empresa, há dois anos que a fábrica produz menos de 50 por cento.
Edney Viera explicou que, quando aquela unidade foi instalada, o objectivo era aumentar a produção da “Matola 1”, com vista a reforçar o fornecimento do cimento na zona sul do país, onde se registava uma grande procura. Contudo, “após fazer o investimento, o mercado deu uma queda bruta no consumo".
Viera queixou-se também do impacto causado pela redução da produção daquela unidade, nomeadamente, os custos pela manutenção permanente de parte de máquinas subutilizadas.
Entretanto, a fraca procura de cimento não é um problema que afecta somente a CM, mas a todo o mercado de cimentos em Moçambique. Dados fornecidos pelo nosso interlocutor indicam que as empresas produtoras de cimento no país tem capacidade geral para produzir 4,7 milhões de toneladas por ano, mas nos últimos dois anos a produção ronda nos 2,3 milhões de toneladas.
Para a operacionalização das recomendações da avaliação feita pelo painel de personalidades eminentes do Mecanismo Africano de Revisão de Pares (MARP), em Fevereiro último, em Addis Abeba, na Etiópia, o país irá necessitar de 27.714.471,5 de USD. O valor será destinado à materialização do Programa Nacional de Acção de Moçambique, a ser implementado entre 2019 e 2024.
O propósito desta Tertúlia será o de apontar possibilidades de diálogo entre a literatura moçambicana e a brasileira, a partir do levantamento de temas e de autores que têm obtido boa recepção por parte dos leitores no Brasil. Objectiva-se reflectir a respeito da produção acadêmica e outros factores que influenciam na visibilidade dos autores de Moçambique que são publicados no Brasil.
Vanessa Riambau Pinheiro
É Professora Adjunta na Universidade Federal da Paraíba (UFPB/ PPGL). É doutora em Literaturas de Língua Portuguesa pelo programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Tem diversos estudos publicados na área de crítica literária. Foi professora da Universidade da Costa Rica (UCR) pelo programa Leitorado, tendo ministrado aulas de Língua Portuguesa e de Literatura Brasileira para hispano hablantes. Também foi Professora Adjunta da Universidade Estadual da Bahia (UNEB) entre 2011 e 2012.
Integra o CESA (Centro de Estudos sobre África, Ásia e América Latina) na Universidade de Lisboa, onde realizou uma pesquisa de pós-doutoramento sobre a formação do cânone literário em Moçambique, sob orientação da Profa. Dra Ana Mafalda Leite. Recentemente, participou da colecção Uniafro, escrevendo um capítulo sobre literatura em Angola e Moçambique, numa colecção promovida em parceria com o Ministério da Cultura e que visa a divulgação da história e da cultura dos países africanos de língua oficial portuguesa no Brasil.
Localizado na região central da província de Cabo Delgado, ao longo da costa, na região norte do país, o distrito de Macomia é hoje a região onde a vida está cada vez mais complicada. Ora, trata-se de um distrito quase totalmente destruído, tudo porque dois factores afectaram negativamente a vida dos residentes: os focos dos conflitos levados a cabo pelos insurgentes e o ciclone Kenneth. Quase tudo voltou a zero e a vida está complicada.
Centenas de casas foram queimadas pela acção dos insurgentes e outras cerca de 18 mil ficaram devastadas pelo ciclone Kenneth que, igualmente, destruiu estabelecimentos comerciais, as principais infra-estruturas governamentais e, o mais triste ainda, ceifou 33 vidas humanas.
Actualmente, os residentes descrevem como difícil a vida naquele ponto do país, porque maior parte dos bens está perdida. Pior ainda, contam, não é seguro ir à machamba devido ao medo instalado há quase um ano, na sequência das incursões dos insurgentes.
Enquanto isso, a pesca é pouco rentável porque o mar continua agitado e a garantia do mercado é duvidosa, pois, a estrada que liga os dois postos administrativos costeiros, Quiterajo e Mucojo, não tem ligação com a sede distrital, devido à destruição de duas pontes.
Os residentes daquela pacata vila, que dista a 200 km da capital provincial, Pemba, descrevem ainda que alguns agentes económicos se aproveitam da situação para agravar os preços dos produtos básicos. Salientam que o mais complicado é que os que tinham produtos em stock e nas machambas foram devastados pelo fogo dos insurgentes e pelas chuvas que acompanharam o ciclone Kenneth.
Assim, estão sujeitos à ajuda do governo e seus parceiros, que também não chega, devido à insuficiência e aos métodos de distribuição que não são justos.
Novo começo
Ao avaliar o impacto dos dois factores, os nossos entrevistados afirmam que para o distrito de Macomia voltar ao estágio anterior precisará de muitos anos. Hoje não há casas como antes, mas sim cabanas como se de machambas ou centros de pescas temporários se tratasse. Conforme o que é visível no terreno, maior parte de casas existentes não são para recuperar, nem reconstruir; todos precisam de uma construção de raiz.
Como forma de dar largas à construção, alguns residentes estão a aproveitar os coqueiros para fazer estacas das suas casas, enquanto outros reaproveitam os restos do que foi destruído. Segundo as nossas fontes, a vida apenas está estável para as pessoas de maior renda, como funcionários, combatentes que recebem salários do Estado e alguns agentes económicos.
O negócio já começa a fluir, mas os preços do produtos dispararam. Por exemplo, em Mucojo, o arroz, que custava 50 Meticais o kg, custa actualmente 60 a 70 meticais. O kg de farinha de mandioca seca subiu de 20 para 25 Meticais e a chapa de zinco, na Vila de Macomia, saiu dos anteriores 360 Meticais para 400.
Além de danos em bens e vidas humanas, o distrito de Macomia, o mais assolado pelo Ciclone Tropical Kenneth e o conflito armado, viu a sua população perder a sua criação, em particular aves.
Dificuldades na comunicação
Para além da destruição das duas pontes que isolaram os Postos Administrativos de Mucojo e Quiterajo da vila-sede de Macomia, a população daqueles locais também não se comunica por voz ou dados com seus familiares, devido à destruição das infra-estruturas de telecomunicações, das operadoras Movitel e Moçambique Telecom (Tmcel).
Os que possuem motorizadas, por exemplo, devem deslocar-se cerca de 30 km para uma zona alta em direcção a Macomia, para conseguirem falar com os seus familiares. Trata-se de um exercício que exige muitos esforços. A dificuldade na comunicação agrava-se ainda devido à falta de energia eléctrica, o que impede o uso de antenas parabólicas para aceder à televisão e muito menos à rádio. (Carta)
O número de mortos na sequência do naufrágio de quarta-feira no rio Zambeze, centro de Moçambique, subiu para 17, segundo o administrador do distrito de Chinde. A embarcação que naufragou transportava 52 pessoas, sendo que 34 sobreviveram. Inicialmente, as autoridades locais tinham afirmado que a embarcação levava 19 pessoas, mas esse número foi, entretanto, revisto.
A ocorrência foi registada pelas 08:00 de quarta-feira no distrito de Luabo e a embarcação tinha como destino o distrito de Marromeu. A embarcação terá embatido num tronco nas águas do Zambeze e de seguida criou uma racha que permitiu a entrada de água.(Carta)
O grupo francês Total deverá vir a ser o novo operador do bloco Área 1 da bacia do Rovuma, em Moçambique, após o grupo Chevron Corp ter desistido da compra do grupo Anadarko Petroleum Corp, segundo comunicados divulgados nos Estados Unidos. A desistência da Chevron Corp, anunciada quinta-feira em San Ramon, Califórnia, abre caminho à compra da Anadarko Petroleum Corp pela Occidental Petroleum Corp, cuja oferta havia sido já definida como “superior” à da Chevron.
A fim de financiar a oferta de 59 dólares em dinheiro e 0,2934 acções próprias por cada acção ordinária do grupo Anadarko Petroleum, superior à proposta inicial de 38 dólares em dinheiro e 0,6094 acções próprias por cada acção ordinária da Anadarko Petroleum, o grupo Occidental acordou com o grupo francês Total a venda dos activos da Anadarko em África.
Estes activos estão espalhados pela África do Sul, Argélia, Gana e Moçambique, funcionando o grupo Anadarko Petroleum, neste último país, como operador do bloco Área 1, um projecto de gás natural com reservas comprovadas de 75 bilhões de pés cúbicos.
O acordo entre os grupos, alcançado após a entrega da primeira oferta e dependente da compra da Anadarko Petroleum, estipula que a Total terá de pagar 8,8 mil milhões de dólares à Occidental Petroleum Corp. O grupo Anadarko Petroleum informou na passada quarta-feira que o anúncio da decisão final de investimento neste projecto no norte de Moçambique terá lugar dia 18 de Junho próximo em Maputo. Em comunicado divulgado quinta-feira em Houston, o grupo Anadarko Petroleum Corp anunciou ter chegado a um acordo de fusão definitivo com a Occidental Petroleum Corporation. (Carta)
Continua em “alta” a onda de ataques na província de Cabo Delgado, norte do país, apesar de o Governo tender a considerar que a situação está a ser controlada. Nos últimos dias, pelo menos dois ataques, que se supõe terem sido da autoria dos insurgentes, tiveram lugar naquela província.
O país acolhe, a partir desta Segunda-feira até a proxima Quarta-feira, o primeiro Fórum de Evolução dos Portos e Ferrovias de Moçambique, um evento a ser organizado pelo Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC) em parceria com a Dmg Events e Companhia de Desenvolvimento do Porto de Maputo.
A conferência, que vai decorrer em Maputo, vai juntar perto de 120 participantes de mais de 10 países para explorar os desafios, oportunidades e soluções para melhorar a integração regional e conectividade na África Austral.
Em comunicado enviado à nossa redacção, o director de portfólio da divisão de transportes da Dmg Events, Daniel Bloch, afirma que os participantes aprenderão com autoridades portuárias e ferroviárias africanas sobre desafios e oportunidades para o desenvolvimento de portos e ferrovias, bem como sobre manutenção e reabilitação de ferrovias.
“Especialistas do sector também fornecerão informações sobre as principais commodities que estão a impulsionar o desenvolvimento da infra-estrutura e quais tipos de financiamento e oportunidades de investimento estão disponíveis”, acrescentou Daniel Bloch.
Consta da nota que, durante a conferência de dois dias, o Ministro do pelouro, Carlos Mesquita, vai liderar uma lista de especialistas oradores esperados para compartilhar suas ideias sobre o sector.
A conferência acontece numa altura em que, no país, há mais de 13 bilhões de USD investidos em projectos de infra-estrutura de portos, ferrovias e corredores, um factor que dá oportunidades para empresas buscarem estabelecer sua posição num sector em rápido crescimento. (Carta)