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Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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Em acção de campanha eleitoral demonstrativa do reconhecimento da importância de uma “governação de proximidade” e de “inclusão de todas as forças vivas” da sociedade, Daniel Chapo, candidato presidencial suportado pelo partido Frelimo, manteve, entre o final da tarde de ontem e a primeira metade da noite do mesmo dia, um encontro com líderes religiosos no distrito de Pebane, na província da Zambézia, no qual foram discutidas questões sociais e espirituais que afectam aquela sub-região, além da premência do reforço da colaboração entre as instituições religiosas e o Governo a vários níveis.

Durante a referida reunião, que incluiu um jantar entre o mais jovem candidato presidencial e dezenas de representantes de várias confissões religiosas, Chapo destacou o papel crucial que as lideranças religiosas desempenham na promoção da paz e do desenvolvimento social, “pelo que, caso seja eleito, a vossa inclusão na governação estará, à partida, garantida”.

 

"Pedimos este encontro porque os nossos líderes religiosos têm uma influência significativa nas nossas comunidades. A colaboração entre as lideranças religiosas e o Governo é fundamental para o fortalecimento dos valores morais e de paz, respeito e unidade, valores que todos nós moçambicanos prezamos ou devemos prezar", afirmou Chapo.

Os líderes religiosos presentes expressaram suas preocupações sobre questões como a pobreza, o acesso à educação e à saúde, tendo solicitado apoio do candidato para enfrentar desafios tais. O Maulana Mussa, um dos participantes, ressaltou a importância de políticas públicas que considerem as necessidades das comunidades mais vulneráveis, por acreditar que “o desenvolvimento sustentável passa pela inclusão de todos os sectores da sociedade; e a fé tem um papel importante nesse processo".

Os líderes religiosos da comunidade muçulmana pediram ao candidato apoiado pela Frelimo que pondere reactivar, uma vez eleito, uma prática que já se observava antigamente, que consistia no apoio aos crentes necessitados que almejassem viajar à Meca, para efeitos de peregrinação, “visto que isso acarreta muitos custos e não são todos os muçulmanos que reúnem condições para cumprir com este pilar do alcorão”.

Chapo reafirmou o seu compromisso e da formação política de que é parte, a Frelimo, em trabalhar lado a lado com todas as comunidades religiosas, garantindo que as suas preocupações serão levadas em conta na elaboração e implementação de políticas públicas.

 

O candidato presidencial apoiado pela Frelimo, o único com experiência de governação no conjunto dos quatro que se “batem” para se tornarem inquilinos do Palácio da Ponta Vermelha nos próximos cinco anos, destacou, ainda, a importância de um ambiente de cooperação e diálogo para garantir a estabilidade e o progresso no distrito de Pebane, em particular, e na Zambézia e no país, em geral.

 

"Não posso deixar de sublinhar que o nosso foco é construir um distrito onde todos possam prosperar, independentemente da sua fé, com saúde e educação para todos, quais epicentros do nosso projecto de governação, cujo princípio orientador é não fazer as coisas da mesma forma e esperar resultados diferentes", concluiu Chapo.

Esta sexta-feira, 6, Chapo cumpre o seu último dia de campanha na província da Zambézia, trabalhando em Mocuba, a “capital económica”, e em Quelimane, a cidade capital provincial. Aliás, Chapo termina igualmente, hoje, a sua “caça ao voto” na região centro do país, considerando que, antes da Zambézia, esteve nas províncias de Sofala, Manica e Tete.(Carta)

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Soldados sul-africanos impediram no mês de Agosto a entrada no seu país de drogas no valor de R$ 10 milhões provenientes de Moçambique e do E-swatini, de acordo com estatísticas fornecidas pela Divisão de Operações Conjuntas da Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF).

 

A Direcção de Comunicação Corporativa (DCC) da SANDF revelou que moçambicanos carregando narcóticos avaliados em R$ 2,7 milhões foram interceptados por soldados que patrulhavam as fronteiras de Moçambique/Mpumalanga no mês passado.

 

Ainda no mesmo período, soldados em KwaZulu-Natal, ao longo das fronteiras de Moçambique e Eswatini, apreenderam narcóticos avaliados em R$ 7 milhões de contrabandistas e mulas de drogas. Outras apreensões de drogas relatadas no âmbito da “Operação Corona” pelo quartel-general táctico conjunto provincial do Exército da África do Sul nas províncias do Cabo Oriental e Limpopo totalizaram R$ 88.000. O maior contribuinte foi o Zimbabwe, com R$ 66.000 apreendidos em drogas.

 

Confiscos de contrabando não especificados, mas normalmente constituídos por cigarros, bebidas alcoólicas, produtos farmacêuticos, bem como roupas e calçados de marca falsificada foram apreendidos nas fronteiras de Moçambique, E-swatini e Zimbabwe. O valor total estimado é de R$ 3,8 milhões, com Moçambique a liderar o grupo com R$ 3,4 milhões, seguido pelo Zimbabwe (R$ 377.000) e Eswatini com R$ 66.426.

 

O fluxo de imigrantes ilegais para a África do Sul em Agosto foi de 839, menos 71 em relação ao mês anterior, sendo 387 zimbabueanos e 247 moçambicanos. Outros registos de Agosto incluem R$ 1,2 milhão em gado recuperado; 16 criminosos presos; veículos roubados no valor de R$ 1,2 milhão recuperados em Mpumalanga e Limpopo e R$ 16.000 em armas de fogo apreendidas. (Defence web)

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Sete meses depois de 36 estudantes terem visto seu sonho de estudar no estrangeiro (no Brasil, particularmente) tornar-se uma incerteza e quase em pesadelo devido a ruídos na comunicação entre os estudantes e o Instituto de Bolsas de Estudos (IBE), a estória repete-se, agora envolvendo estudantes admitidos para estudar em Portugal.

 

Um grupo de 87 estudantes viu ruir, em Agosto último, o seu sonho de estudar em Portugal, após ver as suas inscrições rejeitadas por alegada falha do sistema informático no acto de envio dos processos de candidatura à DGES (Direcção-Geral do Ensino Superior da República Portuguesa).

 

O grupo faz parte de um conjunto de 627 estudantes moçambicanos admitidos para frequentar universidades portuguesas, através de um concurso nacional para o acesso e ingresso ao Ensino Superior em Portugal, em Regime Especial, para o ano lectivo 2024/2025. O concurso foi lançado pelo Instituto de Bolsas de Estudo de Moçambique, a 27 de Junho último.

 

De acordo com uma denúncia feita à “Carta”, o concurso contou com 936 candidatos, sendo que 627 foram apurados à segunda fase, coincidentemente, a última do concurso. Os denunciantes, que são pais e encarregados de educação dos estudantes afectados, contam que a segunda fase consistia na submissão da candidatura às instituições portuguesas, através de uma hiperligação (https://regimespecial.sysmoz.co.mz). Igualmente, deviam aceder a uma plataforma da DGES (www.dges.gov.pt/pt/pt/noticia/acesso-ao-ensino-superior-2024-vagas-do-regime-geralconcursos-e-regimes-especiais-de-acesso) para escolha do respectivo curso.

 

“Após o envio das candidaturas, através da referida plataforma, os candidatos, seus pais e encarregados de educação receberam o respectivo comprovativo dando conta de que as candidaturas tinham sido submetidas com sucesso”, garantem os denunciantes, numa missiva enviada à nossa Redacção, na qual sublinham que a submissão da candidatura ao concurso não implicaria, necessariamente, admissão ao curso pretendido pelo candidato, pois, “esta resulta da aferição pela entidade competente dos critérios de selecção da globalidade dos candidatos tendo em conta, fundamentalmente, as notas destes nas disciplinas exigidas para o ingresso ao curso e a disponibilidade de vagas”.

 

No entanto, 20 dias depois de terem submetido as suas candidaturas, os estudantes e seus pais ficariam a saber que o processo não havia corrido com sucesso, tal como dissera o comprovativo recebido à data dos factos: 87 processos (de igual número de estudantes), dos 627 submetidos, foram rejeitados “por falha do sistema informático no acto de envio dos processos à DGES”.

 

O pior, dizem os pais e encarregados de educação, é que o prazo já havia expirado para que os afectados pudessem submeter uma nova candidatura à DGES. As candidaturas encerraram no dia 08 de Agosto e o IBE comunicou o problema no dia 27 de Agosto.

 

“Esta situação provocou perplexidade no seio dos candidatos, pais e encarregados de educação que se dirigiram de imediato ao IBE, pretendendo perceber da autenticidade e veracidade do documento e sobre como deveriam proceder para o aproveitamento das oportunidades que o documento apresentava”, contam as fontes, revelando que, para “minimizar” a situação, o IBE apresenta três possibilidades: aceder às vagas para estudantes internacionais então disponíveis; submeter a candidatura ao concurso público para a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD; ou esperar pelo próximo ano, em que os 87 estudantes teriam tratamento preferencial na tramitação dos processos de candidatura.

 

Alguns pais e encarregados de educação tentaram inscrever os seus filhos como estudantes internacionais, mas ao consultar algumas universidades descobriram que as candidaturas para os estudantes internacionais tinham encerrado em Julho.

 

“Espantou-nos o facto do IBE, estando ciente que o calendário de submissão de candidaturas a algumas instituições de ensino superior em Portugal para estudantes internacionais encerrava em Julho, para além da demora em comunicar os supostos erros do sistema informático (cerca de 19 dias de calendário), recomenda, mesmo assim, que se contacte as instituições para aproveitar vagas sobrantes quase no fechar dos prazos”, lamentam.

 

Indignados com a situação, ontem, os pais e encarregados de educação dos estudantes afectados enviaram uma carta a oito instituições públicas e uma diplomática, exigindo a tomada de medidas para a reversão da situação que coloca em causa o futuro dos seus filhos.

 

A carta foi submetida ao Gabinete do Primeiro-Ministro; ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior; ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação; ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano; à Embaixada de Moçambique, em Portugal; à Embaixada de Portugal, em Moçambique; ao Instituto de Bolsas de Estudo de Moçambique; à Procuradoria-Geral da República; e ao Gabinete Central do Combate à Corrupção.

 

“Tendo presente o facto de todas as candidaturas dos estudantes moçambicanos terem sido submetidas em tempo oportuno e de forma correcta, aceites, e, por fim, sem qualquer responsabilidade na falha que levou à rejeição de suas candidaturas, os pais e encarregados de educação envolvidos neste processo encontram-se completamente agastados e desesperados, pois, vêem o futuro dos seus filhos comprometido e sem horizonte inspirador”, afirmam.

 

“Carta” não conseguiu falar com o Instituto de Bolsas de Estudo. Refira-se que esta não é a primeira vez em que o Instituto de Bolsas de Estudos vê-se envolvido em polémicas, sobretudo na tramitação de expedientes relacionados com os estudantes bolseiros.

 

Em Fevereiro último, lembre-se, 36 estudantes, com destino ao Ceará (Brasil), concretamente à Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB), quase ficavam em terra depois de uma falha na comunicação entre as partes, tendo levado os estudantes a acreditar que a sua deslocação àquele país da América Latina seria financiada pelo Estado. (Carta)

quinta-feira, 05 setembro 2024 13:39

Oficina/Projecto Bafrica Colagenoafro

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O artista brasileiro Wendell Wagner oferece duas oficinas para estudantes e um público interessado em partilhar conhecimento sobre técnicas e linguagens em artes visuais, nos dias 04, 05 e 06 de setembro no Instituto Guimarães Rosa.

 

Duração: 2h, com início às 10h e término às 12h.

 

OFICINA DE COLAGEM MANUAL – COLANDO NA VIDA.

 

Após um breve panorama de apresentação do trabalho de Wendell Wagner e um breve histórico sobre colagens, os participantes vão fazer uma colagem manual em folhas de papel A4, e com recortes de revistas ou jornais contar sua relação com Maputo e apresentar elementos que representem sua história de vida, sonhos, desejos e realizações. 

 

OFICINA DE CÂMERA ESCURA - O PRINCÍPIO DA IMAGEM.

 

A oficina é voltada para apresentar, de forma lúdica e artesanal, um dos primeiros experimentos que deu origem à câmera fotográfica que conhecemos hoje, trazendo um pouco de contexto histórico para embasar o conhecimento. O objetivo é ensinar como fazer a câmera escura e dar uma ideia básica do surgimento da fotografia, além de promover um momento mágico para quem participar.

 

O projecto tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia.

 

(De 04 a 06 de Setembro, das 10h00 às 12h00 no Centro Cultural Brasil – Moçambique)

quinta-feira, 05 setembro 2024 13:38

Música/Eparokotxi-a espera de Deltino Guerreiro

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O Centro Cultural Franco – Moçambicano convida-te a acompanhar a? ?????́???? ???ó????? ??? ?́????? "???????" ? "???????", ?? Deltino Guerreiro.

 

O concerto contará também com a ???????????̧?̃? ?? "? ??????", ?? ?????? "??? ?? ???????", que antecipa o seu terceiro álbum, que será lançado em breve.

 

(06 de Setembro, às 20h00 no Centro Cultural Franco – Moçambicano)

quinta-feira, 05 setembro 2024 13:28

Teatro/Microfone Quebrado

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“Microfone Quebrado"

 

De Mahamba- Criações e Produções Artísticas

 

Vitó é um conceituado músico que está preso. 10 anos depois debate-se com a presença da filha que o tenta libertar da cadeia porque ele não praticou nenhum crime. Entretanto, ele tem medo da liberdade e prefere contar histórias da sua carreira dentro da cadeia. A sua relação conflituosa com a mãe que ele tanto amou é revelada nesta narração que é guiada através da música.

 

No Auditório da Televisão de Moçambique - TVM

 

Ficha Técnica:

 

Autor: Dadivo José

 

Actor: Fernando Macamo

 

Músicos: Pivi, Janet, Francisco e Dadivo José

 

(06 de Setembro, às 18h00 na Fundação Fernando Leite Couto)

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A humanização do atendimento e o fortalecimento do Serviço Nacional da Saúde são algumas das apostas dos candidatos às presidenciais, num cenário prenhe de promessas com vista a conquistar o eleitorado. Nos quarenta e nove anos de governação frelimista, o sector da saúde ainda continua mergulhado numa crise profunda, marcada pela falta de acesso a medicamentos de qualidade; fraca prevenção e controlo de infecções; falta de enquadramento dos recém-formados; falta de pagamento de horas extraordinárias; entre outros desafios.

 

Perante este cenário, o manifesto do candidato da Frelimo às presidenciais, Daniel Chapo, centra-se na adopção de uma política que garanta um maior acesso dos formandos ao mercado de trabalho.

 

Chapo diz que pretende melhorar e humanizar o atendimento hospitalar a todos os cidadãos sem discriminação, implementar programas de promoção de saúde (hábitos de vida e nutricionais saudáveis), prevenção (incluindo a vacinação) e tratamento de doenças e reabilitação de sequelas, ao longo do ciclo de vida.

 

Numa leitura atenta feita por este jornal, o manifesto do candidato da Frelimo não explica como serão resolvidos os problemas que enfermam o sector da Saúde. Por outro lado, este é um dos manifestos que não detalha em concreto quais serão as possíveis soluções para que o país tenha um serviço nacional de saúde eficiente.

 

Por sua vez, o candidato da Renamo, Ossufo Momade, promete investir no fortalecimento do Serviço Nacional de Saúde, aumentando e apetrechando as unidades sanitárias com recursos humanos qualificados, meios materiais e equipamentos necessários para a prestação dos cuidados de saúde.

 

O aspirante à Ponta Vermelha, já pela segunda vez, promete também, caso vença as eleições, melhorar as condições de trabalho e de remuneração dos médicos, dos enfermeiros e de todos os profissionais de saúde. No seu manifesto aposta igualmente em alargar as acções de prevenção e combate à malária, tuberculose, cólera, assim como do HIV/SIDA e de outras doenças crónicas, promover a saúde materno-infantil e a saúde sexual e reprodutiva.

 

O manifesto de Ossufo Momade traz ainda várias propostas de solução para colmatar a falta de disponibilização de serviços de saúde mental e psicológica de qualidade, para crianças e adultos vítimas de todas as formas de violência, alargando os centros de acolhimento e de trânsito.

 

Momade pretende também melhorar a transparência na adjudicação de contratos de importação e distribuição de medicamentos e outros materiais de saúde, combater energicamente o roubo de medicamentos do Serviço Nacional de Saúde, garantindo auditoria na rota dos fármacos, e construir hospitais, sobretudo nas zonas rurais, para colocar os serviços de saúde mais próximos dos cidadãos.

 

O candidato da Renamo promete ainda no seu manifesto a promoção  da investigação científica, a formação de médicos e a inovação, sobretudo ao nível do Serviço Nacional de Saúde, disponibilizar material médico e cirúrgico de protecção individual (seringas, cateteres, sondas, algálias, máscaras faciais, luvas cirúrgicas e de observação) e equipar os hospitais com meios de diagnóstico e de exames imagiológicos (radiografias, ecografias, endoscopias, tomografias computadorizadas, ressonâncias magnéticas, exames com produtos de contraste, endoscopias digestivas e das vias urinárias).

 

Por seu turno, o candidato presidencial do Movimento Democrático de Moçambique, Lutero Simango, diz no seu manifesto que vai adequar o Sistema Nacional de Saúde tomando em conta a existência dos serviços públicos e privados (incluindo o seguro de saúde).

 

O candidato propõe-se também a transferir as funções e competências de saúde primária para os municípios, melhorar as infra-estruturas hospitalares incluindo os respectivos equipamentos e retirar o IVA na saúde para estimular o sector privado.

 

Simango quer igualmente desenvolver uma rede hospitalar equilibrada, com acesso a todos os cidadãos, desenvolver uma política de protecção da saúde materno-infantil, e promover uma maior integração entre a rede de hospitais, centros de saúde e unidades de cuidados continuados e paliativos.

 

O manifesto do “Galo” prevê resolver o problema de rácio médico-doente com a contratação de mais profissionais, aumentar o stock de medicamentos genéricos e específicos, melhorando a sua gestão (aquisição, armazenagem e distribuição) e instalar uma indústria Nacional Farmacêutica que garanta medicamentos básicos e compressa.

 

Por último, o candidato Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Podemos, diz que, se for eleito presidente da República, vai desencadear medidas imediatas de estabilização na saúde, através da alocação de recursos necessários ao melhoramento substancial do abastecimento de materiais, equipamentos, e a bio-segurança nos hospitais e centros de saúde.

 

Mondlane avança também que em seis meses vai garantir o pagamento de salários e outros honorários devidos, como também pretende estabilizar, reorganizar e modernizar os Serviços da Saúde com a montagem de uma fábrica de raiz de produção de equipamento hospitalar nas regiões do Centro e Norte do país, ou por conversão de indústrias existentes.

 

Para tal, pretende recrutar pelo menos duas empresas especializadas em construção de Centros e Postos de Saúde para cada província. A campanha eleitoral em Moçambique já entrou no seu 13° dia e culminará com a escolha, por meio do voto, no dia 9 de Outubro, do Presidente da República, dos membros do Parlamento e das Assembleias Provinciais. Mais de 17 milhões de eleitores estão inscritos para escolher o sucessor de Filipe Nyusi na Presidência da República. (M.A)

 

 

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A Rede Viária de Moçambique (REVIMO) apresentou recentemente uma carteira de oportunidades de negócios avaliados em mais de 15.7 milhões de Meticais, com facturamentos de mais de seis milhões de Meticais por ano, ao longo das estradas concessionadas, principalmente na Estrada Circular de Maputo, incluindo o troço Marracuene-Macaneta.

 

Trata-se de oportunidades para a instalação de serviços de apoio aos utentes ao longo do traçado das estradas e pontes, compostas por postos de abastecimento de combustíveis, estabelecimentos hoteleiros e de restauração, placas publicitárias e zonas de repouso e parqueamento de veículos, entre outras, apresentadas durante a 59ª edição da Feira Internacional de Maputo (FACIM).

 

No Nó de Zimpeto, por exemplo, a empresa diz ter espaço para a construção de um parque de estacionamento com capacidade para albergar 30 100 viaturas por mês; no Nó de Marracuene, a capacidade do parque é de 13 900 viaturas e na Rotunda de Chiango, o parque pode acolher 12 570 viaturas.

 

Na vila da Macaneta, a REVIMO projecta também um parque de estacionamento, incluindo bancos, 36 bancas para produtos pesqueiros e de artesanato e sanitários públicos. Neste caso em concreto, a empresa calculou que o investimento possa ser de seis milhões e estimou o facturamento de 1.8 milhão de Meticais por ano (tendo em conta, por exemplo, que cada viatura pagaria 10 Meticais por hora) e as despesas totais do parque seriam de 720 mil Meticais por ano.

 

Na Estrada Nacional Número Seis (EN6), a REVIMO diz haver oportunidade de investimento na construção e exploração do parque de estacionamento em Machipanda, com capacidade para abrigar 220 camiões, incluindo serviços financeiros, bombas de combustíveis, cafetaria e sanitários públicos. Aqui, a concessionária fala de um investimento de 9.7 milhões de Meticais com estimativa de facturamento de 4.9 milhões de Meticais por ano.

 

No âmbito dessas oportunidades, a REVIMO diz ter interesse em firmar parcerias por meio de projectos de inovação, de modo a oferecer soluções que não apenas atendam, mas também antecipem as necessidades dos utentes.

 

Refira-se que a empresa desenhou a carteira de negócios, gerando assim oportunidades de investimento para os mais diversos potenciais investidores, à luz do contrato de concessão n⁰ 01/CONC/340/2021, que lhe autoriza a explorar as áreas de serviço, podendo subconcessionar a exploração das áreas ou parte delas a terceiros, com a prévia aprovação dos respectivos modelos de contratos. (Evaristo Chilingue)

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Moçambique entra hoje no seu 13º dia consecutivo da campanha eleitoral, no âmbito das VII Eleições Gerais (Presidenciais e Legislativas) e IV Provinciais (do governador e das Assembleias Provinciais), que se realizam a 9 de Outubro próximo, em todo o território nacional.

 

Segundo o Consórcio Eleitoral “Mais Integridade”, a primeira semana da campanha eleitoral foi marcada, entre outras acções, por violações contra a Liberdade de Imprensa, verificadas nas províncias de Nampula e Cabo Delgado, no norte do país.

 

De acordo com os dados do balanço da primeira semana da campanha eleitoral, apresentados ontem pela plataforma, o primeiro de acto de violação da liberdade de imprensa teve lugar no próprio dia 24 de Agosto (data do início da campanha), no distrito de Angoche, província de Cabo Delgado, onde o repórter Raisson João, da Rádio Comunitária Parapato, foi impedido de exercer livremente a sua actividade.

 

O repórter, revela o “Mais Integridade”, constituído por sete organizações da sociedade civil, foi detido por várias horas e o seu equipamento confiscado “quando cobria um acidente de viação durante uma actividade de campanha da Frelimo, em Angoche”.

 

O segundo caso ocorreu também no dia 24 de Agosto e no distrito de Angoche, envolvendo o fotojornalista Ussene Mamur, igualmente da Rádio Parapato. A vítima foi ameaçada e viu seu material arrancado, quando registava imagens do lançamento da campanha eleitoral do partido no poder, naquele distrito costeiro de Nampula. Mamur, asseguram os observadores, estava credenciado para o efeito.

 

Outro caso aconteceu na cidade de Pemba, na província de Cabo Delgado, envolvendo o repórter Rui Minja, da TV Sucesso. O “Mais Integridade” conta que o jornalista vem sofrendo ameaças desde o primeiro dia da campanha eleitoral, sendo que as primeiras intimidações são de 23 de Agosto, data em que a Polícia impediu a realização de um evento dos apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane, na praia do Wimbe.

 

“Desde então, o repórter tem sofrido ameaças e intimidações por homens armados que visitam frequentemente a sua residência e através de chamadas e mensagens ameaçadoras de indivíduos desconhecidos”, sublinha.

 

Floresce a desinformação

 

Para além de actos de intimidação a jornalistas, o Consórcio Eleitoral “Mais Integridade” diz ter detectado também a circulação de conteúdos de desinformação, direccionados a candidatos e aos órgãos eleitorais.

 

“Três das principais notas de desinformação, na primeira semana da campanha, envolveram os nomes de Graça Machel, Ossufo Momade e a CNE [Comissão Nacional de Eleições]. Na primeira desinformação, que “viralizou” em vários grupos de WhatsApp, Graça Machel, antiga primeira-dama e membro do partido Frelimo, é citada falsamente a apelar aos moçambicanos a votarem em Venâncio Mondlane”, refere a fonte.

 

Outra informação falsa posta a circular nas redes sociais é do estado de saúde do Presidente da Renamo, Ossufo Momade. Uma imagem de um paciente, no Quénia, em leito hospitalar, nos tempos da Covid-19, circulou para explicar a ausência de Ossufo Momade na primeira semana da campanha, que também se encontrava no estrangeiro (cujo país ainda não se apurou).

 

O “Mais Integridade” diz também ter circulado intensamente uma informação falsa dando conta de que a CNE teria emitido um comunicado pedindo desculpas à CAD (Coligação Aliança Democrática) e ao candidato Venâncio Mondlane pela rejeição da candidatura daquele grupo de partidos políticos.

 

Os observadores do “Mais Integridade” registaram ainda 14 casos de intimidação, ocorridos nos distritos de Chókwè (Gaza), Morrumbene (Inhambane), Marínguè (Sofala), Angónia (Tete) e Cuamba (Niassa). “Nestes distritos, houve confrontos entre simpatizantes da Frelimo e da Renamo, que não atingiram maiores proporções graças à pronta intervenção da PRM”, realça.

 

No cômputo geral, o Consórcio Eleitoral “Mais Integridade” defende que a primeira semana da campanha eleitoral foi pacífica, mas com alguns casos de realce, como o uso indevido de recursos públicos, incluindo de professores que faltaram às aulas para fazer campanha a favor da Frelimo; poucas mulheres a dirigir comícios; maior cobertura da campanha da Frelimo; e incumprimento do alinhamento do tempo de antena.

 

A plataforma, constituída em 2022, sublinha que as constatações resultam de observação directa de 1.528 eventos de campanha eleitoral de quatro partidos (Frelimo, Renamo, MDM e PODEMOS) e na monitoria dos órgãos de comunicação social. (Carta)

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O líder da China, Xi Jinping, prometeu hoje apoiar África com 360 mil milhões de yuan (45,8 mil milhões de euros) até 2027 e ajudar a criar um milhão de empregos no continente africano. Na abertura da cimeira do Fórum de Cooperação China-África (FOCAC), em Pequim, Xi prometeu ainda que o país irá investir pelo menos 70 mil milhões de yuan (8,9 mil milhões de euros) no bloco africano.

 

Xi disse que o país está "pronto para aprofundar a cooperação" com o continente no domínio económico. As relações entre a China e África vivem o “melhor período da história”, assegurou. “A China e a África devem permanecer unidas e defender os seus direitos legítimos num momento em que o mundo está a passar por mudanças sem precedentes”, acrescentou o líder chinês.

 

Xi anunciou 30 projetos de infraestruturas e renovou a promessa de aumentar as importações agrícolas de África, intenção que já tinha manifestado na edição anterior do FOCAC, em Dacar, em 2021.

 

O dirigente enfatizou ainda que a China ajudará África a “promover a modernização ecológica, o desenvolvimento verde e a transição para a tecnologia de baixo carbono”. Xi disse também que a China vai doar mil milhões de yuan (127 milhões de euros) em ajuda militar a África, bem como dar formação a seis mil militares.

 

A China é o maior parceiro comercial do continente africano, com o comércio bilateral a atingir 167,8 mil milhões de dólares (151,8 mil milhões de euros) na primeira metade do ano, de acordo com a imprensa oficial chinesa.

 

No total, 50 líderes de países africanos e o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, estão presentes na cimeira, de acordo com a imprensa chinesa. Uma lista que inclui o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, e o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva.

 

Na quarta-feira, o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, anunciou durante uma reunião com Correia e Silva que a China vai doar 28,5 milhões de dólares (25,6 milhões de euros) a Cabo Verde.

 

No âmbito da visita de Estado de seis dias que Nyusi está a efetuar ao país asiático, Moçambique assinou na quarta-feira um acordo que irá permitir exportar para a China feijão boer, macadâmia e castanha de caju.

 

Fora da lista de presenças ficou o Presidente angolano, João Lourenço, apesar da China ser o maior credor do país africano e de Angola ser o maior parceiro económico chinês na África subsaariana.

 

De acordo com a Universidade de Boston, Angola contabiliza mais de 45 mil milhões de dólares (40,6 mil milhões de euros), entre 2000 e 2022, em empréstimos e financiamentos da China para 258 projetos, principalmente na energia e transportes.

 

Luanda está representada em Pequim pelo ministro das Relações Exteriores, Téte António. A cimeira, a maior reunião diplomática organizada na China desde a pandemia, termina sexta-feira. (Lusa)

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