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BCI
Redacção

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terça-feira, 07 novembro 2023 17:03

Primeiro-ministro português apresenta demissão

O chefe do Executivo português, António Costa, confirmou, ao início da tarde desta terça-feira, dia 7, a sua demissão do cargo de primeiro-ministro, na sequência da investigação do Ministério Público a São Bento e aos Ministérios do Ambiente e das Infraestruturas. Em causa está uma investigação a negócios de hidrogénio e lítio em Portugal.

 

"Ao longo destes 25 anos dediquei-me de alma e coração a servir os portugueses. Estava naturalmente disposto a cumprir o mandato que os portugueses me confiaram até ao fim desta legislatura"; começou por dizer Costa na nota que leu ao país. "Estou totalmente disponível para colaborar com a Justiça, em tudo o que entende ser necessário.”

 

Costa referiu que "não lhe pesa na consciência" qualquer acto ilícito". "Confio na Justiça e no seu funcionamento".

 

"Encerro com cabeça erguida, a consciência tranquila e a mesma determinação de que servi Portugal exactamente da mesma forma como no dia em que aqui entrei pela primeira vez como primeiro-ministro", rematou durante o seu discurso, e depois de agradecimentos.

 

Questionado sobre se este processo lhe é "completamente desconhecido", Costa foi peremptório: "Desconhecia em absoluto a existência de qualquer processo e a nota do gabinete de imprensa [da PGR] não explicita, aliás, a que actos, momentos, é que me referem. A única coisa que dizem é que haverá um inquérito de que serei objecto e que decorrerá no Supremo Tribunal de Justiça", notou, acrescentando que "está totalmente disponível para colaborar com a Justiça".

 

Posteriormente, nas respostas aos jornalistas, António Costa disse que Marcelo Rebelo de Sousa aceitou a sua demissão, sem questionar: “O Presidente da República não questionou as minhas razões, compreendeu-as de imediato”.

 

Depois à pergunta se poderia recandidatar-se ao cargo de primeiro-ministro, deixou bem claro: "Não, não me vou recandidatar. É uma etapa da vida que se encerrou, os processos-crimes raramente são rápidos, por isso não ficaria a aguardar a conclusão do processo-crime para tirar outra conclusão. No julgamento da minha consciência estou totalmente tranquilo", voltou a dizer, sublinhando que respeita a independência da justiça.

 

Costa, ao contrário de outras figuras como o ministro das Infraestruturas, João Galamba, não foi constituído arguido em nenhum processo, dizendo que tomou conhecimento do processo contra si pelo gabinete de imprensa da PGR.

 

Entretanto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já anunciou a convocação do Conselho de Estado para depois de amanhã, quinta-feira, dia 9.  (Carta)

"É uma questão de experiências e aprendizados. Quando se perde, aprende-se muito mais do que quando se ganha. Era uma equipa muito diferente da que defrontou o Lens. Tivemos momentos em que fomos muito dominantes e hoje, mais uma vez, tivemos de sofrer. É necessário fazer isso quando se está aqui para ganhar um jogo", disse o treinador dos Gunners, Mikel Arteta, durante a conferência de antevisão do jogo de cartaz do Grupo B na noite de quarta-feira (8 de Novembro), com o Arsenal a receber o Sevilha no norte de Londres.

 

O clube inglês é dito como favorito para vencer a disputa e vai tentar completar uma “dobradinha” sobre a equipa espanhola, depois da impressionante vitória por 2-1 na Andaluzia no final do mês passado.

 

O melhor futebol do mundo está à disposição dos telespectadores da SuperSport na DStv e GOtv, com a acção da quarta jornada da Liga dos Campeões da UEFA a ocupar o centro das atenções hoje, dia 7, e na quarta-feira, 8 de novembro de 2023. A DStv e a GOtv são as únicas verdadeiras casas de futebol de Moçambique, oferecem uma gama e profundidade de acção que nenhum outro concorrente pode igualar, é literalmente – ‘Futebol Imbatível’.

 

O outro jogo de destaque de hoje, terça-feira, é do Grupo F com o Milan a receber o Paris Saint-Germain no emblemático San Siro e a tentar vingar-se da pesada derrota por 3-0 sofrida no jogo anterior, nos finais de Outubro.

 

"Foi uma derrota pesada. Penso que a equipa fez o que tinha de fazer, mas precisava de fazer melhor do ponto de vista técnico. Eles [PSG] tiveram mais qualidade e aproveitaram as oportunidades", disse o técnico Rossoneri Stefano Pioli.

 

Ainda na terça-feira, o Newcastle tentará uma vitória fora de casa contra o Borussia Dortmund no Westfalenstadion, o Shakhtar Donetsk vai envidar esforços de vencer o campeão espanhol Barcelona e o Manchester City enfrentará o Young Boys no Estádio Etihad.

 

Não perca toda e melhor acção futebolística na DStv e GOtv.

 

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Detalhes de transmissão em directo dos jogos da Liga dos Campeões da UEFA:

 

Terça-feira, 7 de Novembro

 

19:45h: Borussia Dortmund v Newcastle United – na SuperSport Premier League e SuperSport Máximo 2 (na DStv) e SuperSport GOtv Premier League (na GOtv)

 

19:45h: Shakhtar Donetsk v Barcelona – na SuperSport Variety 1 and SuperSport Máximo 1 (na DStv)

 

22:00h: Atletico Madrid v Celtic – na SuperSport Variety 3 and SuperSport Máximo 3 (na DStv) e SuperSport GOtv Premier League (na GOtv)

 

22:00h: Lazio v Feyenoord – na SuperSport La Liga and SuperSport Máximo 360 (na DStv) e SuperSport Football e SuperSport Máximo 360 (na GOtv)

 

22:00h: AC Milan v Paris Saint-Germain – na SuperSport PSL and SuperSport Máximo 2 (na DStv)

 

22:00h: Manchester City v Young Boys – na SuperSport Premier League (na DStv)

 

22:00h: Red Star Belgrade v RB Leipzig – na SuperSport Football  (na DStv) e SuperSport GOtv La Liga (na GOtv)

 

22:00h: Porto v Antwerp – na SuperSport Variety 1 and SuperSport Máximo 1 (na DStv)

 

22:00h: Goals Show – na SuperSport Grandstand (na DStv)

 

Quarta-feira, 8 de Novembro

 

19:45h: Napoli v Union Berlin – na SuperSport Premier League e SuperSport Máximo 1 (na DStv) e SuperSport GOtv Premier League (na GOtv)

 

19:45h: Real Sociedad v Benfica – na SuperSport Variety 1 and SuperSport Máximo 2 (na DStv)

 

22:00h: Bayern Munich v Galatasaray – na SuperSport Football (na DStv) e SuperSport Gotv Football (na GOtv)

 

22:00h: FC Copenhagen v Manchester United – na SuperSport Variety 3 e SuperSport Máximo 3 (na DStv)

 

22:00h: Arsenal v Sevilla – na SuperSport Premier League e SuperSport Máximo 2 (na DStv)

 

22:00h: PSV v Lens – na SuperSport Variety 1 (na DStv)

 

22:00h: Real Madrid v Sporting Braga – na SuperSport PSL e SuperSport Máximo 1  (na DStv) e SuperSport Premier League (na GOtv)

 

22:00h: Salzburg v Internazionale – na SuperSport La Liga e SuperSport Máximo 360 (na DStv e GOtv)

 

22:00h: Resumo dos golos – na SuperSport (na DStv)

Agarrem-se bem aos vossos lugares no sofá porque o Maningue Magic está prestes a apresentar-vos uma equipa animada no bar do Zaza. “Peixe na Brasa” é onde o riso está sempre presente. A nova aposta do canal apresenta humor inspirado nas histórias do dia-a-dia, nas experiências e no tempero da vida.

 

Conheça o Zafa, interpretado por Mário Mabjaia, o dono do bar que está constantemente a ser incomodado pelas personagens excêntricas que povoam o seu mundo. Os seus sonhos, as suas dores de cabeça constantes e as suas gargalhadas intermináveis são a base de uma comédia hilariante. Para não ficar atrás, temos a cativante Maria Marandzinha, interpretada por Valéria Langa, o desajeitado vendedor ambulante Tic-Toc, interpretado por Victor Pedro, e a mal-humorada Big Sónia, interpretada por Gradys Sitoe - cada um trazendo a sua própria marca para os ecrãs do canal “com cenas moçambicanas”.

 

“‘Peixe na Brasa” não é somente um programa, é um espelho que reflecte o nosso charmoso e peculiar espírito moçambicano”, explicou Agnelo Laice, Director Geral da MultiChoice Moçambique. “Isto é comédia! O elenco traz tanto coração e humor que parece que são nossos amigos há anos”, reiterou João Ribeiro, Director do Canal Maningue Magic, visivelmente emocionado com a nova aposta do conteúdo.

 

Por que escolher este programa? Simples. “Peixe na Brasa” é a celebração da vida, um aceno nossa maneira de interpretar o quotidiano e, mais importante, um lembrete de que, às vezes, tudo o que precisamos é de uma boa gargalhada.

 

Fique ligado à estreia no Maningue Magic, posição 503 da DStv e posição 8 da GOtv, no domingo, a partir de 19 de Novembro, às 20h30.

O Tribunal Judicial da Província de Cabo Delgado está a tramitar processos para o julgamento de alguns indivíduos acusados de prática de terrorismo. A máquina judiciária assegura deste modo estar atenta aos danos causados pelos ataques terroristas que assolam a região há seis anos.

 

Falando à imprensa, à margem da celebração do dia da Legalidade (5 de Novembro), o Juiz Presidente do Tribunal Judicial de Cabo Delgado, António Matemule, revelou que presentemente estão em tramitação 12 processos.

 

"Neste momento, temos a nível do Tribunal 12 processos, sendo sete na Terceira Secção e cinco na Quarta Secção", disse, defendendo que os números são dinâmicos.

 

António Matemule explicou que os terroristas cometem actos que configuram violação dos direitos humanos, mas não descarta a hipótese de haver excessos contra os arguidos.

 

"Os terroristas cometem actos que por si são uma grave violação dos direitos humanos, mas também é provável que haja excessos que possam constituir violação dos direitos humanos, porque, quando nós temos um arguido acusado de terrorismo, não deixa de ser um homem que deve ser tratado com dignidade. Então, às vezes, são relatadas situações que não são as mais desejáveis no capítulo dos direitos humanos", comentou Matemule. (Carta)

Com a época chuvosa à espreita, as autoridades na província de Nampula reclamam falta de fundos para dar resposta à ajuda humanitária de emergência. A previsão aponta para a ocorrência de chuvas intensas. Naquela província, cerca de 100 mil pessoas poderão ser afectadas durante a época chuvosa, mas o Comité Operativo de Emergência manifestou preocupação pelo facto de ainda não dispor de fundos.

 

A delegada do INGD em Nampula, Anacleta Sousa Botão, afirma que são necessários cerca de 40 774 000 meticais, acrescentando que o governo não tem sequer stock de reserva do montante planificado. Referiu que, mesmo assim, o governo continua a trabalhar para encontrar parceiros que possam dar suporte àquela instituição com vista a materializar o plano de contingência, da mais populosa província moçambicana.

 

O Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD) na província de Nampula espera que a época chuvosa possa afectar diferentes distritos, com destaque para as zonas junto dos rios Ligonha, Meluli e parte de Mecuburi.

 

O prognóstico sobre a época chuvosa emitido em Setembro pelo Instituto Nacional de Meteorologia prevê chuvas acima do normal em Nampula, no período de Janeiro a Março de 2024 e com probabilidade de aumento de caudal dos rios. (Carta)

A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) decidiu continuar as negociações com o Governo e, para tal, a greve continua suspensa por, pelo menos, mais duas semanas.

 

“Estamos a dar mais 15 dias para que o Governo tenha espaço para atender à tensão pós-eleitoral decorrente da alegada fraude, porque não queremos ser confundidos. Desde o dia 11 de Outubro, a tensão acabou interrompendo o diálogo entre os profissionais de saúde e o Governo”, disse esta segunda-feira (06) o presidente da APSUSM, Anselmo Muchave.

 

“Os profissionais vão aguardar pacificamente nos seus postos de trabalho até ao dia 18 de Novembro, data em que se espera que a situação se normalize”.

 

Muchave afirmou que, até agora, apenas foi cumprido 45 por cento do caderno reivindicativo, como é o caso da construção de algumas unidades sanitárias, alocação de ambulâncias para alguns hospitais e montagem de aparelhos de Tomografia Computorizada (TAC) em alguns hospitais.

 

“Neste momento, não estamos a dizer que estamos satisfeitos, mas estamos num bom passo. Durante o período negocial, o Governo abriu espaço e mostrou-se preocupado com a classe. Neste contexto, exortamos a todos os profissionais de saúde a serem vigilantes, humildes e solidários nos seus postos de trabalho e aguardarem por novas informações que possam surgir do diálogo que está a decorrer”, referiu Muchave.

 

Lembrar que a APSUSM exige no seu caderno reivindicativo que o Governo providencie medicamentos, camas e outros consumíveis, alimentação, ambulâncias com materiais de emergência, entre outras condições. (M.A)

Eis uma carta da autoria da activista Graça Machel, antiga primeira-dama e Ministra da Educação, veterana da luta de libertação anti-colonial. Ela escreve no contexto da actual crise eleitoral Moçambique, onde a Frelimo, partido no poder desde a independência em 1975, é acusado de uma monumental fraude eleitoral.
 
“A Frelimo deve reconhecer a derrota onde as houver”, escreve ela. 
 
Texto integral:
 
  • "É URGENTE A REALIZAÇÃO DA REUNIÃO DE QUADROS PARA REFLECTIRMOS EM COLECTIVO SOBRE A VIDA DO PARTIDO"
 
Eu sou membro do partido Frelimo por opção, consciência e convicção. Tal como eu, são milhões de membros, cerca de quatro milhões, com ou sem cartão, e atrevo-me a adicionar os simpatizantes, que comungam os valores de liberdade, democracia, unidade nacional, paz, igualdade, solidariedade e justiça social, assentes nos Estatutos que regem a organização;
 
 • Por inércia, inacção e complacência, nós, os milhões de membros da Frelimo, assistimos, nos últimos anos, à captura da máquina administrativa do Partido por uma fracção de membros, responsáveis pela erosão e desvirtuamento da razão e sentido de ser da Frelimo;
 
 • Deixamos de implementar o princípio unidade, crítica e unidade, que sempre nos guiou, e relegámos parte da máquina administrativa do Partido a um grupo de interesse com agenda própria, que age em nome da Frelimo, mas contra a própria Frelimo. Os quadros permitiram que se confundisse o Partido com essa parte da máquina administrativa infiltrada por um punhado de membros com compromissos contrários aos nossos Estatutos e Programa;
 
 • Nem todos os membros que compõem a máquina administrativa da Frelimo traíram o Partido, mas a influência da fracção a que me refiro levou a que se perdesse o sentido de família, a ideia de que a Frelimo são todos os seus membros e de que a máquina de direcção, toda ela, serve os interesses da organização no seu todo. Daí se explica o desfasamento entre a gestão do Partido e os milhões de membros, assim como as dificuldades da Frelimo em continuar a ser, no mapa político, um partido de massas, aglutinador, que capta e transforma em agenda de trabalho as demandas, necessidades e sentimentos do povo moçambicano;
 
 • A inércia, inacção e complacência dos quadros permitiu que, na sociedade moçambicana, se gerasse e consolidasse a narrativa de que a Frelimo, o nosso Partido, é formado por ladrões, assassinos e arrogantes;
 
 • É de extrema importância e urgência desfazermo-nos deste descalabro e resgatarmos, como milhões de membros e simpatizantes, a verdadeira identidade da Frelimo, a sua história, as suas tradições e as suas práticas. É Urgente resgatarmos o nosso DNA. Como militante, subscrevo a proposta, veiculada por alguns camaradas, de realização de uma REUNIÃO NACIONAL DE QUADROS, para, em colectivo e de forma aberta, refletirmos sobre a vida do Partido e abrirmos novos caminhos para recuperar a confiança, credibilidade, respeito e a química com o nosso povo. A soberania e manutenção da Frelimo residem nos seus membros. Vamos sacudir a inércia, inacção e a complacência. Vamos assumir a nossa militância! 
 
 • A fase crítica que o Partido atravessa impõe-nos, como milhões de membros, humildade, para assumirmos responsabilidades e reconquistarmos a legitimidade perante o nosso povo. A humildade a que me refiro passa necessariamente por reconhecer os erros cometidos pela Frelimo e, se necessário, pedir desculpas ao povo; passa por nos distanciarmos do grupo minoritário que assaltou parte da máquina do partido e que age em sentido contrário à sua história, suas tradições e suas práticas; passa por reconhecer e aceitar as vitórias onde ganhamos honestamente e reconhecer e aceitar honestamente as derrotas onde as houver; 
 
 • Vamos assumir a nossa militância! Está em causa a nossa sobrevivência como Frelimo - o partido do Povo!!! 
 
Graça Machel,
Maputo, Novembro de 2023

A Procuradoria Geral da República (PGR) anunciou que, de Janeiro a Setembro deste ano, 92 denúncias de fraudes com recurso a meios de pagamento electrónico foram encaminhadas a esta instituição. Outras 45 foram remetidas aos Procuradores Ponto Focais. A informação foi prestada ontem (06), na cidade de Maputo, durante o balanço da plataforma de denúncia de fraude com recurso a redes de telecomunicações ou meios de pagamento electrónico.

 

Desenvolvida pela Autoridade Reguladora de Comunicações (ARC), esta plataforma foi estabelecida há um ano e meio para ser usada como meio de denúncia de fraudes com recurso a redes de telecomunicações.

 

Segundo a Procuradora-Geral Adjunta da República, Amabelia Chuquela, com a implantação desta plataforma, nota-se uma preocupação por parte das operadoras de telecomunicações, das carteiras móveis, das instituições de crédito e das sociedades financeiras em colaborar para a redução do número de fraudes.

 

“Neste período, registamos ainda nove denúncias arquivadas por não haver indícios da prática do crime, 16 remetidas às operadoras de telefonia móvel para inibição dos números usados, por serem suspeitos e duas denúncias repetidas”, esclareceu Nilsa Esteves, durante a apresentação do relatório por parte da PGR. Por outro lado, o Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM) disse que, de Janeiro a Outubro, registou 3.509 denúncias e conseguiu fechar 3044 casos.

 

Detalhando os casos, o representante do INCM, Osvaldo Cossa, disse que o SMS continua a ser o meio mais usado para a prática de fraudes com 1688 casos, seguido de chamadas de voz com 620 e as redes sociais com 589. Segundo a fonte, a rede de telefonia móvel da Movitel é campeã em não tratar as denúncias com 232 casos. Por sua vez, a Vodacom é campeã em dar o devido tratamento às denúncias, sendo que até agora já tramitou 1152 casos, faltando apenas duas.

 

Em relação aos bancos, de Janeiro a Setembro foram feitas 443 denúncias através da plataforma. Deste número, 431 já foram fechadas e as restantes continuam em aberto. O BCI lidera a lista de denúncias com 178, seguido do BIM com 115. (M.A)

O governo sul-africano condenou os ataques aéreos genocidas do governo de Israel contra o povo de Palestina e o contínuo aumento do número de mortos que incluem mulheres e crianças. Nos últimos dias, diz o governo, o mundo assistiu impotente à intensificação dos ataques aéreos em Gaza e na Cisjordânia que destruíram escolas, estabelecimentos de saúde, ambulâncias e infra-estruturas civis. 

 

Para mostrar o seu desagrado com a crise no Médio-Oriente, o governo sul-africano decidiu chamar de volta os seus diplomatas em Tel Aviv para “consultas” no meio do conflito em curso entre o Israel e a Palestina. Pretória também instruiu o Departamento de Relações Internacionais e Cooperação (Dirco) da África do Sul a tomar as “medidas necessárias dentro dos canais e protocolos diplomáticos” para lidar com a conduta do embaixador de Israel na África do Sul, disse hoje (06) a Ministra na Presidência, Khumbudzo Ntshavheni.

 

Ntshavheni disse que a posição do embaixador de Israel na África do Sul, Eliav Belotserkovsky, “está a tornar-se muito insustentável”, depois do Governo ter notado as suas contínuas “observações depreciativas sobre aqueles que se opõem às atrocidades e ao genocídio do governo israelita”.

 

“Isto apesar da condenação dos anteriores embaixadores de Israel na África do Sul, que deixaram claro que os actos do governo israelita são uma repetição do apartheid e não são diferentes das palhaçadas do apartheid”, disse a governante.

 

Ntshavheni falava durante uma conferência de imprensa sobre os resultados de uma reunião do Governo na quarta-feira (01). A conferência de imprensa pós-sessão do Governo não foi realizada na semana passada, devido à visita dos Springboks ao palácio presidencial na quinta-feira passada, e ao fórum anual da Lei de Crescimento e Oportunidades para África (AGOA) no fim-de-semana.

 

Embora as observações de Ntshavheni deixem entender uma acção mais forte, a Ministra das Relações Internacionais e Cooperação, Naledi Pandor, indicou que Belotserkovsky seria convocado para ser repreendido pelas suas observações. 

 

Pandor disse numa conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, em Pretória: “Era importante chamarmos o embaixador e realmente ele deveria desistir de fazer o tipo de declarações que tem feito, sem ter tido qualquer discussão com quaisquer membros seniores do governo da África do Sul.”

 

Sem dar mais detalhes ou especificar, ela comparou as observações de Belotserkovsky às feitas há vários meses pelo embaixador dos EUA na África do Sul, Reuben Brigety, que disse ter provas de que armas destinadas à Rússia tinham sido carregadas no navio de carga russo Lady R em Simon's Town, em Dezembro passado, e também criticou o ANC pela sua posição em relação aos EUA.

 

Sobre a decisão de retirar os diplomatas da África do Sul de Tel Aviv, Pandor disse: “Esta é uma prática normal quando há uma situação que está a causar muitos danos e preocupações a um país. Você faria com que seus funcionários voltassem ao cenário nacional para lhes fornecer um briefing completo para que você pudesse determinar se existe algum potencial para você ser útil e se o relacionamento contínuo pode ser sustentado em todos os termos.”

 

As observações de Pandor parecem sugerir a possibilidade de degradação ainda maior das relações com Israel. A África do Sul já deu o primeiro passo nesse sentido ao destituir o seu embaixador em 2018 e não o substituir. A retirada dos diplomatas da África do Sul em Israel é um sinal sério de que a África do Sul tem uma visão muito sombria da situação que actualmente permeia aquela parte do mundo.

 

"Estamos extremamente preocupados com a contínua matança de crianças e civis inocentes no território palestino e acreditamos que a natureza da resposta de Israel tornou-se uma punição colectiva que cai totalmente fora da prática do direito internacional humanitário e do direito internacional dos direitos humanos".

 

“Portanto, consideramos importante sinalizar a preocupação da África do Sul, ao mesmo tempo que continuamos a apelar a uma cessação abrangente [das hostilidades] na Palestina.” (Daily Maverick)

Em 1973, ainda em período colonial, tomei conhecimento da existência da Frelimo. Logo me tornei simpatizante e, ainda jovem, iniciei minha actividade política na clandestinidade, mesmo sem estar explicitamente ligado ao movimento. Com o fim da guerra de libertação e a chegada de Samora, integrei-me de imediato na então Frente de Libertação de Moçambique e logo que me foi dada a oportunidade filiei-me à Frelimo já como Partido.

 

A linha programática do Partido e o carisma de Samora Machel eram contagiantes. E aí foi a tentativa de construção de uma sociedade justa com educação e saúde para todos e rigorosos princípios que se baseavam no respeito e bem-estar da população. Vieram então uns auto denominados libertadores que, criados e treinados por um sistema baseado no apartheid, espalharam o ideal da democracia com bombas e balas, tornando o país num caos e inviabilizando qualquer tentativa de construir uma sociedade saudável. E foi o que foi.

 

Mesmo assim, a Frelimo mantinha-se fiel aos seus princípios de construção de um país baseado em valores que se prendiam com os interesses da população. De erro em erro, e enfrentando uma sabotagem feroz, acabámos por ter de aceitar mudar o jogo e entrarmos na chamada democracia baseada na livre concorrência e no sistema multipartidário. Aceitámos o inevitável e entrámos no jogo. Até aí tudo bem, a realidade assim o impunha. Mas o que veio à frente foi outra coisa.

 

Ofuscados pelos encantos do consumo e frustrados pelo fracasso do sistema socialista embarcámos no sonho capitalista para o que parecia o país das maravilhas. E esse espírito invadiu o Partido que depressa passou do cabritismo à ganancia. O divórcio com o comprometimento com o país e sua população foi rápido e a ideia que querer ser rico era não só algo justo como desejável e louvável.

 

Os heróis deixaram de ser os lutadores pela Pátria para serem os que possuíam carros de luxo, multiplicavam suas mansões, vestiam roupas de marca e bebiam Don Perignon. E para adquirir tudo isso, o caminho seguido foi o de expropriar os bens do Estado. Depressa essa ideia de “bolada” se espalhou e tornou-se o modelo que conduziu à preguiça do trabalho justo e honesto, única forma de desenvolver uma nação. Ser-se honesto e trabalhador deixou de ser o exemplo para passar a ser algo parecido com patetice. E instalou-se no nosso Partido essa ideia de liderança pela ostentação da riqueza e do uso e abuso do poder e dos bens do Estado. E os bons foram se afastando, sendo afastados ou, simplesmente, acomodando-se à “nova ordem”. A todos os níveis se disseminou a prática da corrupção, em que ninguém pode condenar ninguém porque todos se portam como tal. A corrupção passou a ser o modelo de vida.

 

A manutenção deste status quo implicou medidas fatais ao país e ao Partido enquanto que líder popular. Primeiro foi preciso criar um mecanismo ideológico que sustentasse esta nova ideologia. E isso foi feito pelo controlo, muitas vezes na raia do ridículo, dos órgãos de informação. Depois no desinvestimento no sector de educação para que não se criasse um povo literado. Daí se explica que os jornais oficiais pareçam doutro país, a repressão a jornalistas que procurem debater os assuntos de forma séria e responsável ou a manutenção de uma Ministra de Educação completamente desqualificada. Depois com o reforço do aparelho policial que virou as armas contra seu próprio povo, chegando a situações que lembram a polícia colonial. Inimaginável, mas real. E pior ainda, a Frelimo tornou-se um sipaio dos grandes interesses, entregando barato as nossas riquezas e levando o país ao seu papel de fonte de matérias-primas baratas que são sugadas de forma implacável pelo império colonial. Vivemos hoje num país sem programa de desenvolvimento e refém duma política económica colonial.

 

Chegámos agora ao impensável. Aqueles que foram criados pelo sistema do apartheid são hoje a esperança popular. Os jovens, e não só, apelidam publicamente o Partido de ladrões e aquilo que foi um dia o nosso orgulho está a ficar a nossa vergonha. O abandono da população por parte do Partido, a arrogância e abuso com que gerimos o país nos últimos anos deu nisto. Não reconhecer é apenas mais um passo para a desgraça, do Partido e do país.

 

Ao invés de zelar pelos interesses da nação, a Frelimo passou a zelar pelos interesses de uns poucos, mesmo que isso implicasse ir contra os interesses de todos. Na arrogância, aliada a uma enorme ignorância, o Partido tornou-se alheio ao seu próprio povo. E assim perdeu o apoio popular. É um facto. Não é preciso contar votos. Todos sabíamos que a votação não ia ser pela Frelimo e por isso a organização de uma fraude que só nos envergonha.  Provavelmente não seria pela acção da Renamo, mas sobretudo pela manifestação de insatisfação com a Frelimo. Não podia ser de outra maneira, nós afastamos os eleitores.

 

E agora o que fazer? A meu ver, a Frelimo é a única organização política estruturada e a sua derrocada não será saudável ao país. Isso requer uma imediata reflexão e mudança. O Partido tem de deixar de ser uma organização de lobistas. Tem de retomar o seu papel de condução do país e deixar de representar os interesses dos gananciosos. Isso pode ser feito num sistema económico capitalista. O Partido tem de reconhecer a derrota e suas causas. Não pode pensar que se vai manter no poder pelo poder e, sobretudo, que vai resolver o problema fraudando eleições e enviando a polícia para reprimir a sua população. Até porque a polícia é constituída por pessoas que são também vítimas deste abandono.

 

Não resta outra opção, aceitarmos a derrota onde perdemos, aprender a lição e sermos um Partido que luta, agora em contexto de democracia parlamentar e economia de mercado, pelos interesses do país. Os quadros do Partido e, sobretudo, seus líderes não podem ser indivíduos que procuram o Partido para servir seus interesses, mas sim militantes motivados e patriotas que pensam e definem estratégia para desenvolver Moçambique, a bem de todos.

 

Moçambique tem tudo o que qualquer país precisa em termos de recursos. Falta apenas sabermos gerir a nosso favor. E a nosso favor somos todos e não apenas um grupo que se auto elegeu. Temos de saber negociar melhor com quem nos quer sugar, temos de voltar a ser um Partido que luta pelo seu povo, temos de ter coerência e lógica na nossa gestão. De outra forma outros tomarão esse lugar.

 

A Frelimo tem, pois, de corrigir o seu rumo e assumir o seu papel. O preço de não o fazer é levar o país ao caos, entregando nossas riquezas a quem foi criado para o destruir. Afinal de contas quem está a ganhar com tudo isto é quem provavelmente o planificou. Não é nada de novo. Criam a discórdia, provocam o caos e depois vêm “nos salvar” que é o mesmo que dizer vêm nos pilhar porque já estaremos (ou já estamos) de joelhos. Lembremos Mondlane, lembremos Samora mesmo com todos os erros que se possam ter cometido.

 

Viva Moçambique, Viva a Frelimo (a nossa Frelimo).

 

*Leitor devidamente identificado

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