Um total de 1.604 pensões já foram fixadas para os antigos guerrilheiros da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), disse ontem o Governo.
“Das 1.604 pensões já fixadas e enviadas ao Tribunal Administrativo, nos meses de setembro a novembro, já foram visados cerca de 739 processos e os outros vão seguindo o seu curso”, afirmou o porta-voz do Conselho de Ministros, Filimão Suaze.
Suaze falava em conferência de imprensa no final da sessão semanal do Conselho de Ministros.
Aquele número é parte de um total de 2.403 processos relacionados com a fixação de pensões dos antigos guerrilheiros da Renamo que o Governo recebeu desde setembro até ao mês corrente, acrescentou.
O porta-voz do Conselho de Ministros, que é também vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, assinalou que o aludido processo faz parte do programa de reinserção social dos antigos combatentes do braço armado do principal partido da oposição.
Os benefícios incluem bónus e as pensões de reforma, de sobrevivência e de invalidez, em função da situação de cada beneficiário.
No dia 04 de outubro, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou que os primeiros 27 guerrilheiros dos 5.221 desmobilizados pela Renamo começaram a receber pensões do Estado moçambicano em setembro, no âmbito do processo de DDR.
“Com o início deste processo, deixamos claro que não há dúvidas sobre o compromisso do Governo nem motivos para o retorno às armas”, afirmou, em Maputo, o chefe de Estado, Filipe Nyusi, durante a cerimónia do 31.º aniversário do Acordo Geral de Paz, assinado entre a Renamo e as autoridades moçambicanas.
O processo de DDR, iniciado em 2018, abrange 5.221 antigos guerrilheiros da Renamo, dos quais 257 mulheres, e terminou em junho último, com o encerramento da base de Vunduzi, a última da Renamo, localizada no distrito de Gorongosa, província central de Sofala.
O Acordo Geral de Paz de 1992 colocou fim à guerra dos 16 anos, opondo o exército governamental e a guerrilha da Renamo. Foi assinado em Roma, entre o então Presidente Joaquim Chissano e Afonso Dhlakama, líder histórico da Renamo, que morreu em maio de 2018.
Em 2013 sucederam-se outros confrontos entre as partes, que duraram 17 meses e só pararam com a assinatura, em 05 de setembro de 2014, do Acordo de Cessação das Hostilidades Militares, entre Dhlakama e o antigo chefe de Estado Armando Guebuza.
Já em 06 de agosto de 2019 foi assinado o Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, o terceiro e que agora está a ser materializado, entre o atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, prevendo, entre outros aspetos, a Desmilitarização, Desarmamento e Reintegração (DDR) do braço armado do principal partido de oposição.(Lusa)
Foi adiado, sem qualquer explicação e muito menos data marcada, o debate sobre o futuro do Bispo da Igreja Anglicana de Moçambique e Angola (IAMA), Dom Carlos Simão Matsinhe, na liderança daquela província eclesiástica e da Diocese dos Libombos.
Ontem, a Comissão Permanente da 23ª Sessão do Sínodo Diocesano da IAMA adiou a Segunda Sessão Extraordinária do órgão, que havia sido agendada para a tarde desta terça-feira, no Centro Anglicano de Chamanculo, na Cidade de Maputo.
A reunião, convocada na passada quinta-feira (09 de Novembro), tinha como ponto de agenda a discussão da carta dos Bispos da IAMA, que exigem a resignação imediata de Dom Carlos Simão Matsinhe, do cargo de Bispo da Diocese dos Libombos. Porém, o evento foi adiado sem quaisquer explicações públicas.
Aliás, os jornalistas deslocaram-se ao Centro Anglicano de Chamanculo, mas sem sucesso. Tanto os funcionários, tal como alguns crentes que se encontram na sede da Igreja Anglicana disseram à imprensa que não tinham conhecimento da realização de qualquer reunião naquele recinto. Os jornalistas chegaram a cogitar a possibilidade de mudança de local, devido ao “vazamento” da convocatória nas redes sociais, mas não passava mesmo de uma especulação.
Refira-se que a autoridade religiosa de Carlos Simão Matsinhe, que desempenha as funções de Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), está a ser posta em causa pelos crentes da Igreja, desde que se absteve, de forma cúmplice, na madrugada do dia 26 de Outubro, na votação que chancelou os resultados finais das eleições autárquicas de 11 de Outubro, que dão vitória à Frelimo em 64 autarquias, das 65 existentes no país.
Aliás, em Carta Pastoral emitida dias antes do anúncio dos resultados finais das VI Eleições Autárquicas, o Conselho Anglicano de Moçambique (CAM) apelou aos órgãos eleitorais, em especial ao Dom Carlos Matsinhe, para observância da Lei Eleitoral e a prática da verdade, durante a fase de centralização nacional e apuramento geral dos resultados de 11 de Outubro.
“(…) Os eleitores esperam de vós a honestidade, integridade, transparência, respeito e a verdade. Jesus Cristo exorta a humanidade para conhecer a verdade, dizendo que a verdade vos libertará”, defenderam os bispos anglicanos, citando o livro do Evangelho de João (capt.8, vers.32).
Porém, debalde! As eleições de 11 de Outubro de 2023, sublinhe-se, são consideradas as mais fraudulentas da história da democracia moçambicana, sendo alvos de contestação em quase todos os municípios do país. Aliás, alguns Tribunais Judiciais do Distrito provaram ter ocorrido irregularidades que colocaram em causa a credibilidade do processo, gerido pelo bispo anglicano, rotulado “Pilatos” pela sociedade moçambicana.
Embora a CNE defenda que a Frelimo ganhou em 64 autarquias, uma contagem paralela do Consórcio Eleitoral “Mais Integridade” dá vitória à Renamo em pelo menos quatro municípios (Chiúre, Quelimane, Matola e Cidade de Maputo). Entretanto, para além destes municípios, a “perdiz” reclama vitória também nos municípios de Marracuene, Matola-Rio, Vilankulo, Moatize, Nampula, Nacala-Porto, Angoche, Ilha de Moçambique e Cuamba. Já a Nova Democracia reclama vitória na autarquia de Gúruè. (A.M.)
Há duas décadas, embarcamos numa missão com um propósito claro: “ligar as pessoas para um futuro melhor”. Ao longo dos anos, cumprimos com sucesso este propósito, ligando 12 milhões de clientes, expandindo a nossa rede para cobrir 86% da população de Moçambique.
Nossos serviços agora transcendem os de uma empresa de telecomunicações. Hoje, somos o parceiro digital de eleição para as empresas e apoiamos a industrialização de Moçambique.
Estabelecemos com sucesso a maior plataforma Fintech em Moçambique, servindo mais de 8 milhões de clientes. Para além dos nossos serviços principais, a nossa abordagem à realização de negócios teve um impacto profundo, tocando e influenciando diariamente a vida de milhões de pessoas em Moçambique. Orgulhamo-nos de garantir que nossos negócios operem de maneira ética, legal e com integridade onde quer que operemos.
Como empresa responsável do sector privado, alinhamos a nossa visão com a agenda social e os objectivos digitais do Governo. Ao longo da última década, investimos mais de 30 mil milhões de Meticais em despesas de capital, solidificando a nossa posição como a principal rede móvel em Moçambique.
O nosso compromisso incansável em conectar todos os moçambicanos impulsiona-nos para a vanguarda da inovação. Desde o início dos nossos serviços em 2003, temos sido pioneiros, introduzindo serviços 3G em 2010, sendo os primeiros a lançar serviços 4G em 2018 e abrindo novos caminhos como os primeiros a introduzir 5G em 2023.
Em 2022, a Vodacom empreendeu uma ambiciosa iniciativa de lançamento do cabo submarino 2 África, ligando Nacala – o primeiro cabo submarino a chegar à região norte do país – e Maputo.
Este projecto estratégico teve como objectivo reforçar serviços de Internet mais rápidos, solidificando o nosso compromisso com o avanço da conectividade em Moçambique.
Após a insurgência devastadora na região de Cabo Delgado, a Vodacom demonstrou resiliência ao ser a primeira a restaurar as redes 2G, 3G e 4G. Num esforço adicional para melhorar a conectividade, alargámos recentemente o nosso alcance com a instalação de 250 km de cabos de fibra óptica, ligando Pundanhar, Palma, Mocímboa da Praia e Mueda, fortalecendo assim as redes de comunicação nas áreas afectadas.
Além disso, estabelecemos uma parceria estratégica com a Coral FLNG para fornecer uma rede privada móvel LTE para a primeira planta FLNG em águas profundas do mundo. Esta colaboração sublinha o nosso compromisso em fornecer soluções de ponta para apoiar e melhorar projetos de infraestruturas críticas no setor energético.
O nosso impacto económico vai muito além dos nossos avanços tecnológicos. Orgulhamo-nos de sermos reconhecidos como o maior contribuinte de impostos em Moçambique, com uma contribuição fiscal anual superior a 8 mil milhões de Meticais. Além disso, 45% das nossas despesas operacionais são direcionadas para fornecedores locais, sublinhando o nosso compromisso em promover o crescimento económico em Moçambique.
Na prossecução da nossa missão de melhorar a acessibilidade aos serviços financeiros e enfrentar os desafios sociais, a Vodacom lançou os serviços M-Pesa há uma década. Ao longo dos anos, o M-Pesa evoluiu para uma componente fundamental da forma como os moçambicanos se envolvem em transacções financeiras, oferecendo uma experiência contínua e segura num ecossistema confiável e conveniente.
Seja facilitando remessas contínuas para famílias em todo o país, permitindo pagamentos convenientes de bens e serviços, fornecendo acesso a fundos de emergência através do nosso programa Txuna, ou promovendo uma cultura de poupança para o futuro através dos nossos serviços Xitique, M-Pesa revolucionou a maneira como os indivíduos navegam e gerem seus assuntos financeiros.
O M-Pesa teve um impacto profundo na situação macroeconómica da nossa economia na última década. Anualmente, processa mais de um trilhão de Meticais em transacções, um feito notável que inclui a arrecadação de quarenta e nove mil milhões de Meticais em nome do Governo e cento e oito mil milhões de Meticais para as empresas. Esta plataforma impactante levou indiretamente ao emprego de mais de noventa mil agentes M-Pesa, garantindo assim um rendimento estável para eles e para as suas famílias, sublinhando o seu papel fundamental na promoção do crescimento económico e da prosperidade.
(...) queremos reafirmar que as nossas plataformas M-Pesa continuarão focadas em garantir a inclusão financeira para todos, especialmente nas zonas rurais, com a nossa aspiração não apenas de ampliar o alcance, mas também de aumentar a gama de serviços e produtos oferecidos, garantindo que a inclusão financeira se torne uma canal para benefícios econômicos tangíveis para todos que acessam nossa plataforma.
Na Vodacom, dedicamo-nos a cultivar um ambiente que nutre talento diversificado e competências críticas em Moçambique. Nos últimos sete anos, temos conquistado consistentemente o reconhecimento como um dos principais empregadores - uma prova de nosso compromisso inabalável em promover experiências excepcionais para os funcionários que impulsionam o desempenho dos negócios. Com uma força de trabalho composta por mais de 100.000 funcionários diretos e indiretos, nosso impacto vai além do emprego da criação para o desenvolvimento de futuros líderes.
Através do nosso programa “1 More Skills”, e em parceria com Vodafone, Harvard, MIT e outros líderes organizações que aprendem, investimos esforços significativos para equipar nosso pessoal com habilidades essenciais em áreas como engenharia de software, nuvem computação, aprendizado de máquina, Fintech e processos de automação robótica, para nomear alguns.
Nosso emblemático “Code Like a Girl” é programa uma iniciativa dedicada que visa proporcionando às jovens a confiança e as ferramentas necessárias para prosperar nos domínios do desenvolvimento de software e educação STEM (Nota do Editor: STEM é uma abordagem de aprendizagem e desenvolvimento que integra as áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática).
No ano passado sozinhos, treinamos com sucesso mais de 1.000 meninas através deste impactante programa, ressaltando nosso compromisso em capacitar e incentivar a diversidade de gênero nos campos da tecnologia e da ciência. Também acreditamos firmemente na promoção do empreendedorismo entre os talentosos jovens de Moçambique, para, em última análise, apoiar o objectivo de criação de emprego, com mais de 8.000 jovens aspirantes a empreendedores alcançados através de vários programas de mentoria apoiados pela Vodacom em Moçambique.
No nosso compromisso com o investimento social, alinhamos estrategicamente nos relacionamos com o Governo em dois sectores cruciais: Educação e Saúde. ”Faz Crescer”, iniciativa educacional da Vodacom Moçambique em colaboração com o Ministério da Educação, é amplamente aclamado pelo seu impacto significativo sobre a inclusão digital e a alfabetização. Este programa melhora a qualidade da educação, fornecendo tecnologias de ponta ao ensino secundário público escolas. Até o momento, a “Faz Crescer” estabeleceu com sucesso laboratórios de informática.
Ao abordar as preocupações de saúde, a malária continua a ser uma prioridade máxima para o Governo. No nosso esforço de colaboração com o programa Adeus Malária, que se concentra principalmente na pulverização residual interior, a Vodacom Moçambique co-financia a iniciativa e fornece telefones e roteadores para o setor móvel componente de vigilância. A época de pulverização mais recente abrangeu 18 distritos nas províncias de Maputo, Gaza e Inhambane, salvaguardando mais de 2 milhões de vidas.
Em tempos de desastres naturais, a Vodacom Moçambique é inabalável no seu compromisso com os esforços de socorro. Durante o rescaldo do ciclone Idai em Março 2019, VM e VF contribuíram conjuntamente com US$ 1 milhão para ajudar em infraestrutura de restauração. Em fevereiro de 2023, quando o ciclone Freddy atingiu consequências devastadoras, a Vodacom forneceu cinquenta toneladas de ajuda humanitária à assistência a mais de vinte mil pessoas. A Vodacom consistentemente combina a restauração de serviços essenciais de conectividade com o fornecimento de serviços críticos de ajuda humanitária.
(...) Na Vodacom Moçambique temos consistentemente o orgulho de ser uma organização centrada no cliente, firme na entrega da nossa promessa ao cliente. Nosso objetivo principal de nos conectarmos para um melhor futuro está intrinsecamente ligado à garantia de que cada cliente tenha a melhor experiência possível ao interagir com nossos serviços. Estamos orgulhosos de sermos reconhecidos pelos clientes em Moçambique como a maior marca confiável de telecomunicações, melhores serviços financeiros móveis, melhor em rede desempenho e o melhor em experiência do Expresso minha sincera gratidão aos nossos clientes, que desempenharam um papel importante somos hoje e nos comprometemos para manter nossa promessa de oferecer a melhor experiência digital da categoria serviço. (...)
Olhando para o futuro, o nosso compromisso com a economia de Moçambique continua a ser inabalável. Nos próximos anos, aspiramos a liderar o caminho em inovações pioneiras. Nosso foco inclui o avanço da cobertura rural profunda, liderando pagamentos governamentais móveis, ampliando nossa fintech plataforma, criando um mercado dinâmico para empresas e aproveitando o poder transformador da robótica e da inteligência artificial. Essas iniciativas não são apenas sobre tecnologia; tratam de transformar vidas, conectando comunidades e promovendo o progresso econômico. Aqui estão 20 anos de sucesso, crescimento e inovação, e muito mais anos ao serviço do povo de Moçambique.
Discurso de Simon Karikari, o PCA da Vodacom Moçambique, lido ontem na gala de celebração aos 20 anos da companhia de telefonia móvel número 1 em Moçambique.
O texto foi traduzido e editado por “Carta de Moçambique”, exclusivamente para os seus leitores.
O Gabinete de Implementação do Projecto Hidroeléctrico de Mphanda Nkuwa (GMNK), no âmbito da sua responsabilidade social e conteúdo local lançou, hoje, em Tete, na Vila de Songo, o Programa de Estágios Profissionais, que visa dotar os jovens moçambicanos recém[1]graduados nas diferentes universidades públicas e privadas, oportunidades, de capacidade técnica na gestão e desenvolvimento de grandes projectos.
O evento serviu para a assinatura de um Memorando de Entendimento entre GMNK e o Instituto Superior Politécnico de Songo (ISPS).
O Programa de Estágios Profissionais foi criado para permitir que os jovens recém[1]graduados possam participar de todas as fases do desenho e implantação do projecto Mphanda Nkuwa, dotando os mesmos de conhecimentos técnicos e práticos com padrões nacionais e internacionais, tendo em conta o envolvimento que terão com vários consultores nacionais e internacionais experientes envolvidos no processo, o que pode constituir mais valia técnica para o País num futuro próximo em outros projectos semelhantes. O programa vai abranger várias áreas de formação, nomeadamente, engenharia, mecânica, eléctrica, electrónica, construção civil, ciências sociais, ambiente, economia e finanças.
As candidaturas seguirão um processo competitivo e rigoroso de selecção, triagem, realização de testes escritos e entrevistas, e finalmente, de apuramento e divulgação de resultados, bem como de contratação dos jovens seleccionados.
O programa tem como meta atingir 50% por cento de participação feminina. Este programa engloba jovens de todo o país, que uma vez selecionados poderão ser integrados no GMNK, sob supervisão dos gestores da empresa. Os candidatos não deverão ter mais de 27 anos de idade.
Deverão ser detentores de, no mínimo, uma licenciatura em áreas de interesse do programa. Os candidatos selecionados assinarão contratos de aprendizagem, com uma duração de um ano, podendo ser estendido por mais um ano, em função do desempenho.
Um dos maiores poetas de Moçambique será lembrado e celebrado numa festa multidisciplinar. Eduardo White é um poeta total. Amante e diarista profundo. Este sarau cultural será feito pelos seus amigos e admiradores (confessos e inconfessos) nas diferentes linguagens da arte. Uma iniciativa organizada pela activista social Eva Trindade e pelo poeta Eduardo Quive.
(22 de Novembro, às 18h00 na Fundação Fernando Leite Couto)
No âmbito da 10ª edição do Kinani e da Biennale de la Danse en Afrique, a Sala Grande do Centro Cultural Franco-Moçambicano irá acolher a performance intitulada “Nuit” de Cie 7273, no dia 19 de Novembro, às 18h00.
(19 de Novembro, às 18h00 no Centro Cultural Franco’Moçambicano)
A Gala-Gala Edições e o Instituto Guimarães Rosa têm a honra de anunciar o lançamento do livro “Pintar incongruências”. A obra de estreia da escritora Angelina Neves para um público adulto. Com 112 páginas, o livro é dividido em sete partes, denominadas com as cores do arco-íris. A apresentação será protagonizada pela professora brasileira (UEM) Izzy Gomes.
(16 de Novembro, às 17h30min no Centro Cultural Brasil’Moçambique)
O seriado “Ex-Amissíssimas” é vencedor da sessão de pitch de conteúdos televisivos, evento que aconteceu entre 4 e 5 de Setembro, no Centro Cultural Franco-Moçambicano, em Maputo, no âmbito da 14ª. edição do Kugoma, o mais antigo fórum de cinema moçambicano.
Trata-se de um seriado com 13 episódios, de 25 minutos cada, produzida pela AfroCinemakers. Da autoria de Lorna Zita, o seriado conta com o guião de Elton Pila, Gil d’oliveira Nota, Ivo Mabjaia, Lorna Zita, Jarcia Muando, JJ Nota e Silvino Ubisse e com a realização de Ivo Mabjaia, Gil d’oliveira Nota e JJ Nota.
Esta proposta foi escolhida entre 65 candidaturas, das quais seis chegaram à fase final num processo que durou aproximadamente dois meses e que culminou em dois dias de sessões públicas de pitching na presença de júri, composto por cinco profissionais ligados ao sector e o público.
Aspectos técnicos como a originalidade, o arco da história e sua relevância, a viabilidade de produção, o desenvolvimento dos personagens e a apresentação e respostas às questões do júri concorreram para tornar “Ex-Amissíssimas” a melhor produção.
“Corações Amargos”, da produtora Ideias; “Chovem Amores na Rua do Matadouro”, da produtora CineGroup; “Buma” e “Subúrbios”, da produtora AfroCinemakers e “Os Magnatas”, da produtora Smart, são as outras propostas que chegaram na fase final da corrida, mas não tiveram a mesma apreciação.
“Ex-Amissíssimas” terá a sua exibição em Maio do próximo ano e a sua produção vai arrancar em Janeiro.
Afrocinemakers é a mesma produtora do ‘Kuga Munu’, série original moçambicana sobre crenças e práticas africanas, cujo um dos produtores é Nelson Faquirá, fruto do programa MultiChoice Talent Factory.
Frise-se que esta iniciativa do fórum de cinema moçambicano, Kugoma, é organizada pela Associação dos Amigos do Museu do Cinema em Moçambique, em parceria com a MultiChoice Talent Factory e o canal Maningue Magic.
Aliás, esta iniciativa é um marco para a indústria cinematográfica em Moçambique, uma vez que nunca antes se realizou uma experiência desta natureza no país. O canal Maningue Magic reforça, através deste projecto, o seu comprometimento em apoiar o desenvolvimento da indústria local, fornecendo uma plataforma para os produtores moçambicanos mostrarem o seu talent e criatividade.
As autoridades moçambicanas anunciaram ontem, em Nhamatanda, o início da entrega das primeiras 54 novas casas de um total de três mil, construídas com apoio da Fundação Tzu Chi, em pontos afetados pelo ciclone Idai, em 2019, no centro do país.
“Aqui nesta zona [Nhamatanda] já estão construídas cerca de 410 casas […], das quais cerca de 54 já estão entregues oficialmente às famílias vítimas do ciclone e a seleção foi criteriosa com base naqueles cidadãos que ficaram sem teto após os efeitos do ciclone”, disse Carlos Mesquita, ministro das Obras Publicas, Habitação e Recursos Hídricos em Moçambique, em declarações à comunicação social após visitar obras de construção da maior escola secundária do país no centro de Moçambique, no âmbito do mesmo projeto.
Com um orçamento de cerca 108 milhões de dólares (101 milhões de euros), a Fundação Tzu Chi, em coordenação com o Governo, está a construir de um total de três mil casas, 410 das quais já prontas, e 23 escolas, no âmbito dos planos de reconstrução das regiões, que foram afetadas severamente pelo ciclone Idai, em março de 2019, no centro de Moçambique, indicou à Lusa fonte daquela organização.
“Mais uma vez, com o mesmo parceiro, a Fundação Tzu Chi está a construir na zona de Mafambisse, o projeto de construção de casas do tipo 1 e 2, com uma área externa de cerca de 40/40 metros, de espaço bastante aceitável para as zonas rurais. São casas com uma resiliência aos efeitos dos ciclones”, frisou o governante.
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetado pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.
O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país. (Lusa)
Os casos de amputação de órgãos genitais em crianças na província de Tete preocupam os médicos afectos na cidade de Maputo, uma vez que são encaminhados para a capital do país para cirurgias de implantação do pénis. Segundo informações partilhadas esta segunda-feira, pelo Médico Cirurgião de Fístula Obstétrica, Igor Vaz, só este ano, a sua equipa já recebeu dois casos de crianças vindas da província de Tete, cujos órgãos genitais foram amputados, o que leva a crer que existem mais casos que nem chegam às unidades sanitárias.
“Antes de recebermos no princípio do ano a criança que até agora se encontra internada, também recebemos uma outra criança que teve o pénis amputado por um familiar na mesma província e, em conversa com alguns colegas de Tete, ficamos a saber que há mais casos de amputação de órgãos genitais para fins de enriquecimento das pessoas”, explicou Vaz.
“Esta situação precisa ser resolvida o mais urgente possível porque os órgãos genitais retirados destas crianças não servem absolutamente para nada. Não há ninguém que enriqueça por vender órgãos genitais, uma vez retirados, tempo depois, estes órgãos não servem para nada”.
Para o médico cirurgião, a criança que se encontra actualmente internada vai ter de passar por quatro a cinco cirurgias de forma a permitir que a mesma possa urinar de pé. “Quando chegar aos 18 anos vai precisar de uma nova cirurgia porque o pénis que será implantado agora não tem a mesma função que um pénis normal. Então, aos 18 anos deve ser criado um novo pénis e, depois, fazer-se uma prótese peniana e, até ao fim da vida, vai sofrer de cirurgias e consultas de controlo”.
Já a mãe da criança de oito anos, que se encontra num dos hospitais da cidade de Maputo, sequestrada por um vizinho e amputado o órgão genital em 2020, de lá para cá, começou a viver os piores momentos da sua vida.
“Meu filho tornou-se violento, sofreu bullying na escola por não ter pénis e, até hoje, o meu vizinho não foi preso para ser responsabilizado pelo acto cometido contra o meu filho. Sempre que vou à polícia, as autoridades dizem que não possuem meios para irem atrás dele para o prenderem. O meu vizinho passa a vida a chantagear-me. Depois de ter cortado o pénis e os testículos do meu filho, ainda teve a coragem de ligar para a minha mãe para saber se encontramos o meu filho com vida”, explicou.
“Eu quero justiça, meu filho já não é mais homem, já não pode fazer filhos, ele agora é uma criança traumatizada. Até meu esposo abandonou-nos. Recebi ajuda para que meu filho seja operado em Maputo. Será implantado um pequeno pénis, para pelo menos conseguir urinar em pé”. (M. Afonso)