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Moçambique registou pelo menos 48 mil mortes causadas pelo HIV/SIDA em 2022, segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional contra a SIDA.

 

Segundo o Secretário Executivo do Conselho, Francisco Mbofana, que falava sexta-feira, em Maputo, na cerimónia que assinalou o Dia Mundial da SIDA, que decorreu sob o lema “Comunidade e Sociedade Civil na Vanguarda da Resposta ao HIV/SIDA” 97.000 pessoas foram infectadas pelo HIV.

 

No ano passado, segundo Mbofana, 2,4 milhões de pessoas em Moçambique viviam com a doença. “O país tem uma taxa de prevalência do HIV de 12,5 por cento”, disse, acrescentando que as províncias do sul, Maputo e Gaza, e a província central da Zambézia registam o maior número de casos da doença.

 

Por seu lado, o ministro da Saúde, Armindo Tiago, disse que cerca de dois milhões de seropositivos estão em tratamento anti-retroviral para uma doença que afecta particularmente as mulheres entre os 15 e os 49 anos.

 

“Em 2022, 2,4 milhões de moçambicanos viviam com HIV-SIDA e, destes, 98 por cento são adultos. Também no ano passado registámos 97 mil novas infecções e 48 mil mortes”, detalhou.

 

Do número total de pessoas infectadas em Moçambique, até Setembro de 2023, pelo menos 88 por cento conheciam o seu estado, em comparação com 36 por cento no mesmo período de 2010, acrescentou. Graças à disponibilização do tratamento anti-retroviral, disse o Ministro, o país conseguiu prevenir a morte de cerca de um milhão de pessoas e a transmissão vertical da doença das mães para 330 mil crianças.

 

Tiago explicou ainda que os números resultam da expansão dos serviços de tratamento anti-retroviral em 96 por cento das unidades de saúde de Moçambique, além do trabalho realizado pelas comunidades, sociedade civil e profissionais de saúde. (AIM)

Um grupo de trabalhadores do Conselho Municipal da cidade de Nampula ameaça entrar em greve a partir de quarta-feira (06), paralisando todos os principais serviços da edilidade. Para o efeito, o grupo enviou uma carta ao Comandante Provincial da PRM, pedindo protecção.

 

Os trabalhadores, alguns dos quais à espera da aposentação, dizem estar profundamente agastados e acusam o edil de Nampula, Paulo Vahanle, de falta de consideração e vontade em resolver as suas preocupações. Apontam igualmente a falta de salário, de comunicação e de condições de trabalho, incluindo de material de limpeza e de energia em alguns sectores do edifício onde funciona a Assembleia Municipal.

 

Conforme alegam, estas questões são do conhecimento de Paulo Vahanle, mas o edil não manifesta vontade de resolvê-las.

 

Para os trabalhadores, a justificação segundo a qual a edilidade não recebe o Fundo de Compensação Autárquica (FCA) para pagar as várias despesas não convence porque alegam que há dinheiro que provém das receitas. Aliás, denunciam que Paulo Vahanle e outros elementos do seu círculo de amizade supostamente recebem salários e ajudas de custo.

 

"Face ao exposto, todos os funcionários e agentes do Estado, em exercício no conselho municipal de Nampula, comunicam que, a partir do dia 6 de Novembro de 2023, vão observar uma greve, respeitando os pressupostos da lei e sem data de término", lê-se na carta enviada à PRM em Nampula. (Carta)

A exigência foi apresentada por um grupo de profissionais de saúde, composto por motoristas, auxiliares, administradores, especialistas, técnicos superiores N1, entre outros, que ainda não se beneficiaram do aumento salarial e de enquadramento.

 

Numa conferência de imprensa realizada na última sexta-feira, o porta-voz do grupo, Horácio Nhoca, disse que a exigência deriva do facto de a comissão eleita para a mesa negocial não trazer aos associados informação documentada sobre os acordos alcançados ou fracassados.

 

“A equipa negocial traz-nos apenas informação verbal, ou escrita em textos e mandam nos grupos do whatsapp, o que não é saudável para uma agremiação. Como associados, precisamos de informações escritas”.

 

Segundo Nhoca, a equipa negocial usa esta modalidade desde que iniciaram as negociações com o governo. No entanto, o que preocupa a associação é que não há transparência na gestão da informação que a equipa partilha.

 

“Desde Setembro que foi o último mês em que houve reenquadramento, ficamos à espera que o outro grupo que ficou de fora fosse enquadrado até Novembro último, mas de lá para cá está tudo no silêncio”. (M.A)

Três (3) pessoas, todas do sexo masculino, foram atacadas mortalmente por búfalos, nas aldeias Natocua e Nanguwo, localidade Saláue, distrito de Ancuabe, em Cabo Delgado. Fontes disseram à "Carta" que duas das três vítimas foram atacadas ao longo da semana quando fabricavam carvão vegetal, numa mata.

 

"Os dois homens estavam juntos, quando preparavam carvão vegetal e de repente apareceram os dois búfalos e atacaram mortalmente", contou Suema Bacar, residente da aldeia Nangumi, que também acolhe várias famílias deslocadas dos ataques terroristas.

 

De acordo com as fontes, a outra vítima, a terceira, residente na aldeia Natocua, foi encontrada num cajual a apanhar castanha e depois foi atacada pelos animais. Como consequência, nos últimos dias, a população está com receio de ir às suas machambas.

 

"A população não vai à machamba por medo dos elefantes. O que acontece é que, quando o animal vê uma pessoa, corre para atacar e as pessoas estão muito preocupadas. A informação foi reportada às autoridades e não sabemos o que estão a fazer, mas esta é a nossa realidade".

 

Uma fonte do Serviço Distrital de Actividades Económicas de Ancuabe disse que o ataque de búfalos é do conhecimento das autoridades, acrescentando que um deles foi abatido por agentes de segurança de uma empresa que opera na sede da localidade Saláue.

 

A fonte acrescentou que se desconhece ainda a proveniência dos animais, mas suspeita-se que tenham saído do Parque Nacional das Quirimbas. O distrito de Ancuabe faz limite com o de Metuge e parte deste está dentro daquela área de conservação. (Carta)

 

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, apelou a todos os países signatários do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas a honrarem os seus compromissos. Segundo Nyusi, que discursava, sexta-feira, na Sessão Plenária da Cimeira das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, COP 28, que decorre no Dubai, “pois esta é a primeira COP desde o acordo de Paris a fazer um balanço da situação global em termos da mitigação das alterações climáticas, aproveitamos a oportunidade para instar as partes a honrarem os seus compromissos de apoiar os países que contribuem pouco para as emissões de gases com efeito de estufa, mas que têm recursos internos limitados para financiar a acção climática.”

 

Instou as diversas instituições governamentais e não-governamentais a aumentarem o financiamento para a investigação e inovação tecnológica porque “com o conhecimento científico, as comunidades devem saber a melhor forma de se adaptarem às alterações climáticas”.

 

“Adiar hoje a acção climática é contribuir para a destruição irreversível do nosso planeta e da humanidade”, alertou Nyusi. O Presidente convidou também parceiros privados e públicos a juntarem-se ao governo moçambicano na iniciativa para a gestão sustentável e integrada da floresta de miombo, um dos ecossistemas mais importantes da África Subsaariana.

 

“As alterações climáticas são uma das ameaças à floresta de miombo, um ecossistema rico em biodiversidade”, disse, anunciando que o país está a agendar uma conferência internacional para o próximo ano para discutir a situação da floresta de miombo, “e assim dar o nosso contributo para sequestro de carbono."  

 

Num outro desenvolvimento, Nyusi explicou que Moçambique tem sido ciclicamente afectado por tempestades causadas pelas alterações climáticas, que resultam em mortes e na destruição de infra-estruturas económicas, sociais e produtivas. “Neste contexto, apoiamos iniciativas de financiamento inovadoras, como a conversão da dívida para a acção climática e o acesso ao financiamento concessional para os países em desenvolvimento”, disse. Disse que Moçambique aderiu à iniciativa do mercado africano de carbono e começou a traçar um plano para activar um mercado de carbono.

 

“Estamos em negociações com alguns países para assinar um acordo para vender os resultados da redução de emissões”, disse Nyusi, acrescentando que “Moçambique tem um grande potencial para gerar créditos de carbono, especialmente nos sectores florestal, agrícola, energias renováveis e economia azul. Em 2018 foi o primeiro país a beneficiar da certificação de 1,9 milhões de créditos de carbono.”

 

“Em termos de utilização de energias renováveis para a produção de electricidade, em Moçambique cerca de 70 por cento da energia produzida provém de fontes hidroeléctricas, 14 por cento do gás natural e 16 por cento de outras fontes, especialmente da energia solar”, sublinhou. (AIM)

 

 

sexta-feira, 01 dezembro 2023 08:26

Governo prevê contratar 25 médicos em 2024

O Governo moçambicano prevê autorizar a contratação em 2024 de 1.294 profissionais de saúde mas apenas 25 são médicos, segundo a proposta orçamental que a Assembleia da República vai discutir e votar na próxima semana.

 

De acordo com os documentos de suporte à proposta do Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) para 2024, o Governo garante que vai assegurar “o fortalecimento da resposta eficaz e eficiente às políticas de saúde que garantam a provisão de cuidados de saúde e prestação de serviços de qualidade a todos cidadãos”.

 

Contratar 1.294 profissionais de saúde, “dos quais, 25 médicos nacionais, 325 técnicos médios, 764 técnicos de saúde, 140 serventes e 40 motoristas de ambulância, para o reforço da capacidade de atendimento nos hospitais públicos”, encontram-se entre as “prioridades” para 2024, “de modo a reduzir a mortalidade materna, neonatal e infantil intra-hospitalar”.

 

A Associação Médica de Moçambique (AMM) interrompeu em 24 de agosto uma greve que estava em curso desde 10 de julho, afetando todo o sistema de saúde do país, contestando cortes salariais e a falta de meios nos hospitais, paralisação que levou o Governo a anunciar a contratação, ainda este ano, de mais médicos.

 

A proposta orçamental para 2024 tem discussão e votação no parlamento para 06 e 07 de dezembro, prevendo-se os votos favoráveis da maioria dos deputados, da bancada da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

 

Em 2024, a proposta governamental na área da saúde prevê a manutenção da cobertura de partos institucionais em 91%, mas o aumento da cobertura de crianças menores de cinco anos completamente vacinadas em 96%, o correspondente a um milhão de crianças vacinadas.

 

“Aumentar a notificação de todas as formas de tuberculose”, de 110.674 em 2022, para 118.463 em 2024, intensificar o rastreio do cancro do colo uterino, abrangendo 1.574.355 mulheres com idade superior a 25 anos e “intensificar” o rastreio do cancro da mama em 30%, nas mulheres com idade superior a 25 anos, e em 1% o rastreio do cancro da próstata, nos homens com mais de 45 anos, correspondente a 19.324 homens, são outras prioridades.(Lusa)

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