A passagem da Tempestade Tropical Severa CHIDO, em Moçambique, já causou 94 mortes, de acordo com dados do Boletim Informativo do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), partilhados neste domingo. Deste número de mortes, 84 foram registadas na província de Cabo Delgado, sete em Nampula e três no Niassa.
Além das mortes, o evento climático provocou ainda 768 feridos e afectou 622.610 pessoas, o equivalente a 123.704 famílias, nas províncias de Cabo Delgado, Niassa e Nampula, no norte, e Tete e Sofala, no centro.
De acordo com dados disponíveis, a tempestade destruiu totalmente 111.145 casas e parcialmente outras 29.483. Foram ainda afectadas 52 unidades hospitalares, 35 casas de culto, 11 torres de telecomunicações e 89 edifícios públicos.
O relatório aponta, por outro lado, que foram afectados um total de 109.793 alunos assistidos por 1.556 professores, incluindo 1.126 salas de aulas e 250 escolas, para além de 338 postes de energia tombados e 454 embarcações de pesca danificadas.
Neste momento, 1.349 pessoas encontram-se em dois centros de acomodação abertos e outros dois activos. Lembre que a tempestade tropical severa Chido entrou na costa moçambicana às 06h00 de domingo (14 de Dezembro), com ventos de até 100 km/h e fortes com rajadas de até 125 km/h. Anteriormente, o evento havia sido classificado como ciclone tropical intenso, mas enfraqueceu pouco antes de atingir a província de Cabo Delgado, concretamente no distrito de Mecúfi. (Carta)
O Governo decretou, esta quinta-feira, um luto nacional de dois dias, com início às 00:00 horas do dia 20 de Dezembro de 2024, em virtude da morte, até ontem, de 73 pessoas nas províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa, em consequência da passagem da Tempestade Tropical Severa CHIDO. A decisão foi tomada durante a terceira sessão extraordinária do Conselho de Ministros, que teve lugar ontem.
"Durante o período de Luto Nacional, a Bandeira Nacional e o Pavilhão Presidencial serão içados à meia haste em todo o território nacional e nas Missões Diplomáticas e Consulares da República de Moçambique" refere a nota.
De acordo com a última actualização do Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastre (INGD), a Tempestade Tropical Severa CHIDO matou 73 pessoas e feriu 543, nas províncias do Niassa, Cabo Delgado e Nampula. Há registo ainda de um desaparecido. Só em Mecúfi, província de Cabo Delgado, foram registadas 66 mortes.
No global, foram afectadas 65.282 famílias, correspondentes a 329.510 pessoas, destruídas, na totalidade, 39.133 casas e, parcialmente, 13.343 casas; afectadas 49 unidades sanitárias; 26 casas de culto; 338 postes de energia; 10 sistemas de água; e 454 embarcações danificadas.
O INGD indica também que 149 escolas foram atingidas, afectando 35.461 alunos assistidos por 224 professores. O fenómeno meteorológico, que se formou a 5 de Dezembro no sudoeste do Oceano Índico, entrou na costa moçambicana às 06h00 de domingo pelo distrito de Mecúfi, na província de Cabo Delgado, com ventos fortes de até 100 Km/h e rajadas até 125 Km/h.
A tempestade causou ainda a queda de 11 torres de telecomunicações e afectou vários edifícios públicos. Neste momento, foram abertos dois centros de acomodação e activados outros dois, onde estão alojadas 1.349 pessoas. (Carta)
Funcionários da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) decidiram manifestar-se nesta quinta-feira (19), devido à redução significativa no valor do cabaz oferecido a cada fim do ano. Em conversa com a “Carta”, os funcionários alegam que, nos anos anteriores, o valor do cabaz aumentou gradualmente até atingir 7.000 Mts, mas desde há dois anos para cá não houve incremento. Entretanto, para surpresa da massa laboral, no início deste mês foram informados que, ao invés de aumentar, o valor seria reduzido para 3.000 Mts, uma redução de mais de 50%.
"Não aceitamos receber esse valor. Se eles não nos quiserem dar os 7.000 Mts, como vinham fazendo nos anos anteriores, é melhor que fiquemos sem nada. Preferimos não receber. Estão a humilhar-nos e pensam que devemos viver de migalhas", afirmou um dos representantes dos funcionários. Os lesados alegam que não é justo reduzir esse valor, enquanto os directores e directores-adjuntos recebem cabazes compostos por bebidas muito caras, além do bónus de 7.000 Mts. "Essas regras estão a ser impostas pelo novo Reitor. Desde que ele chegou à UEM, ao invés de melhorar, as coisas só pioraram", afirmam.
Os funcionários da UEM exigem que a instituição prove que não há condições para pagar os 7.000 Mts. "Esta instituição de ensino faz dinheiro todos os dias com taxas de inscrição, exames, graduação e tantas outras impostas aos estudantes, e agora alegam não ter condições financeiras. Se for assim, é melhor que fiquem com o dinheiro", disseram.
Durante as manifestações, o grupo também contestou a falta de pagamento dos retroactivos decorrentes da implementação da Tabela Salarial Única (TSU), além das horas extras em dívida. Os manifestantes também afirmaram que o processo de apuramento especial para ingresso na UEM, para funcionários e familiares, já não é transparente, entre outros problemas.
Os funcionários disseram que, caso o problema dos cabazes não seja resolvido o mais breve possível, irão trancar as salas de aula, impedindo que os estudantes que pretendem realizar os exames de admissão tenham acesso. Assim, esses estudantes terão de realizar os exames à sombra das árvores.
Entretanto, em resposta a essas inquietações, o director financeiro da UEM esclareceu que o cabaz foi instituído em 2012 por meio de um despacho interno, e o pagamento depende da disponibilidade financeira da instituição. Ele afirmou que, considerando que 2024 foi um ano de muitos desafios e dificuldades financeiras, isso afectou as finanças da universidade. "Uma das formas de garantir o funcionamento normal das actividades essenciais foi a reformulação de toda a programação financeira e o bónus não estava garantido", disse.
O director financeiro acrescentou que, inicialmente, não havia condições para o pagamento de qualquer valor do referido cabaz. No entanto, após muitos ajustes e negociações com os ministérios e parceiros, a instituição conseguiu garantir os 3.000 meticais para os funcionários. "Portanto, este ano estamos a pagar este subsídio conforme a nossa disponibilidade financeira e não podemos fazer mais do que isso", concluiu.
Vale ressaltar que, além dos funcionários que se juntaram no pátio da universidade para protestar contra a redução do cabaz, um grupo de estudantes residentes no lar da UEM também pretendia manifestar-se nesta quinta-feira. Eles contestam a decisão da direcção da universidade, que deu um ultimato para que abandonassem os seus quartos durante o mês de Dezembro e passassem a viver com familiares. Contudo, tal manifestação não ocorreu, pois, nas primeiras horas da manhã, os estudantes foram intimidados por carros blindados estacionados em frente às residências.
"A direcção da universidade está a mandar-nos embora neste período porque acredita que, quando retornarmos no próximo ano, todos os estudantes, sejam bolsistas ou não, terão de pagar uma renda mensal pelo uso dos quartos do dormitório da UEM. Eles pretendem cobrar até de quem nunca pagou", explicou um dos residentes do lar. (M.A.)
Vinte e sete adolescentes foram repatriados na última terça-feira (17) para Moçambique, após serem resgatados das minas desactivadas de Stilfontein há mais de um mês, informou o Departamento de Desenvolvimento Social do Noroeste. Numa declaração emitida no referido dia, o departamento disse que, entre as 27 crianças indocumentadas, 15 foram encontradas pela polícia em Matlosana e as restantes 12 resgatadas das minas abandonadas e colocadas sob cuidados seguros temporários em Mahikeng por duas semanas.
No mês passado, o Departamento de Desenvolvimento Social (DSD na sigla em inglês) disse que cerca de 96 crianças indocumentadas foram detidas depois que foram tidas como parte de um grupo de mineradores ilícitos em Khuma Stilfontein, no Noroeste. Na altura, o DSD disse que o departamento provincial do Noroeste havia recebido informações sobre a prisão de menores indocumentados.
O departamento disse que a colocação de menores em cuidados seguros temporários está de acordo com as disposições da Lei da Criança, que determina que assistentes sociais ou agentes da polícia devem prestar assistência a uma criança que esteja em perigo e a coloque em cuidados seguros temporários.
“Na terça-feira, os assistentes sociais que gerem o caso partiram para a fronteira de Lebombo com uma escolta policial para repatriar as crianças. Isso só foi possível depois de obterem permissão do tribunal para libertá-las do seu local de segurança e repatriá-las e entregá-las aos seus colegas em Moçambique, que então reunirão as crianças com seus pais", disse a fonte.
“Por outro lado, isso foi possível depois que o Consulado de Moçambique emitiu documentos de viagem temporários e permitiu um processo de interacção entre os Departamentos de Desenvolvimento Social nos dois países. Isso foi facilitado pelo Departamento de Desenvolvimento Social e Serviços Internacionais de Assistentes Sociais. As crianças foram entregues a assistentes sociais na fronteira de Lebombo”, explicou o departamento. (SAnews)
Oito pessoas perderam a vida na semana passada, em todo o país, devido aos acidentes de viação. Os dados constam do comunicado semanal da Polícia da República de Moçambique, divulgado ontem, no qual a corporação relata as ocorrências registadas entre os dias 07 e 13 de Dezembro último.
De acordo com a Polícia, as oito pessoas morreram num total de oito acidentes de viação, isto é, um morto por cada acidente de viação. Dos oito acidentes, destaque para três atropelamentos e dois choques entre carros. Ainda houve registo de três feridos graves e um ligeiro. A velocidade excessiva e o corte de prioridade são apontados como sendo as principais causas dos acidentes.
Comparativamente a igual período do ano passado, a Polícia diz ter-se registado menos dois óbitos, em consequência da redução de um acidente. Igualmente, houve menos um ferido grave, enquanto o número de feridos ligeiros é igual ao observado em 2023.
Em coordenação com o SERNIC (Serviço Nacional de Investigação Criminal), a PRM diz ter detido 1.098 pessoas, sendo 666 por violação de fronteira, 196 por imigração ilegal e 236 por prática de delitos comuns. Ainda apreendeu sete viaturas, 36 motorizadas, uma arma de fogo, oito computadores, 36 telemóveis, seis televisores, 01 Kg de cannabis sativa, 18 bolinhas de cannabis sativa e 0,2 gramas de cocaína.
O comunicado não refere nada sobre as manifestações populares, convocadas por Venâncio Mondlane, mas garante que a PRM “encontra-se desdobrada em várias frentes, na extensão do território nacional, executando o plano operativo ‘Planeta V’, concebido para garantir a protecção e segurança do processo eleitoral, na sua plenitude”.
Refira-se que a última fase dos protestos encerrou no dia 11 de Dezembro (quarta-feira da semana finda), com um saldo de pelo menos 54 mortos. (Carta)
A última actualização, feita na noite de ontem, indica que a Tempestade Tropical CHIDO matou pelo menos 70 pessoas e feriu mais de 600. Deste número, 50 pessoas perderam a vida no distrito de Mecúfi, no sul da província de Cabo Delgado, o mais afectado pelo fenómeno meteorológico.
“Confirma-se a subida de dados que anunciamos ontem [terça-feira], os trabalhos decorrem no terreno e estamos a falar de mais de 70 óbitos, quase 600 feridos e muitas casas que foram destruídas”, disse Bonifácio António, técnico do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), citado pela Lusa.
Para além dos 50 óbitos, o distrito de Mecufi registou 161 feridos e 182 mil pessoas afectadas, além da destruição de quase todas as casas e infra-estruturas públicas e privadas, com destaque para o hospital distrital, cujo teto foi removido pelos ventos fortes. Imagens exibidas pela STV mostram diverso material médico-cirúrgico espalhado pelo chão, incluindo medicamentos.
Além disso, o boletim do INGD, publicado ao meio da tarde, relata que ocorreram outras mortes em Nampula (04) e Niassa (03). Vinte e quatro pessoas contraíram ferimentos em Nampula e outras três no Niassa, afectando 181.554 pessoas, o que corresponde a 35.689 famílias nas três províncias.
O Instituto Nacional de Redução do Risco de Desastres informa que, além dos afectados, o CHIDO provocou a destruição total de 23.931 casas, enquanto outras 12.276 ficaram parcialmente destruídas. Nove escolas e 48 unidades sanitárias também foram afectadas.
O evento climático, que atingiu a zona norte do país, causou a destruição de 598 salas de aula, afectando directamente 15.429 alunos, 224 professores e 149 escolas. Também se registaram danos em 5 km de estrada e em nove sistemas de abastecimento de água, para além da queda de 186 postes de energia eléctrica. Até este momento, boa parte da província de Cabo Delgado está sem energia eléctrica e a comunicação enfrenta dificuldades em todas as operadoras.
Refira-se que a Tempestade Tropical Severa CHIDO entrou na costa moçambicana às 06h00 de domingo, com ventos de até 100 Km/h e fortes com rajadas de até 125 Km/h. O evento havia sido classificado como Ciclone Tropical Intenso, mas enfraqueceu minutos antes de atingir a costa sul de Cabo Delgado. (Carta)