Director: Marcelo Mosse

Maputo -

Actualizado de Segunda a Sexta

Sociedade

Dois navios de guerra indianos, o navio de treinamento de cadetes INS Tir (A86) e o navio patrulha da classe Sukanya INS Sujata (P56), participam do Exercício Trilateral (Trilat) Moçambique, Tanzânia e Índia (IMT), actualmente em curso ao largo da costa sudeste africana.

 

O exercício decorre entre 21 e 29 de Março, com o objectivo de reforçar a cooperação entre Moçambique, Tanzânia e a Índia, informou a Marinha Indiana. Os dois navios da Marinha Indiana, INS Tir e INS Sujata, representam a Marinha Indiana, com o INS Tir a chegar a Zanzibar e o INS Sujata ao Porto de Maputo, em Moçambique. O navio da Guarda Costeira Indiana Sarathi também participa juntamente com navios da Marinha de Moçambique e da Tanzânia.

 

A primeira edição do exercício IMT Trilat foi realizada em Outubro de 2022, com a participação da fragata INS Tarkash (F50) em exercício com as Marinhas de Moçambique e da Tanzânia e a actual está planeada em duas fases.

 

No âmbito da fase portuária que decorreu entre 21 a 24 de Março, os navios da Marinha Tir e Sujata interagiram com as respectivas Marinhas nos portos de Maputo (Moçambique) e de Zanzibar (Tanzânia).

 

Esta fase começou com uma Conferência de Planeamento seguida de actividades conjuntas de treinamento portuário, como controlo de danos, combate a incêndios, procedimentos de busca e apreensão, palestras médicas, evacuação de vítimas e operações de mergulho.

 

A fase marítima do exercício, agora em curso até 27 de Março, abrange aspectos práticos de combate a ameaças assimétricas, procedimentos de busca e apreensão, maneio de barcos, manobras e exercícios de tiro. Uma vigilância conjunta da zona económica exclusiva (ZEE) está incluída durante a fase marítima. O exercício terminará com um relatório conjunto agendado no Porto de Nacala.

 

Durante a estadia no porto, os navios da Marinha Indiana estiveram abertos a visitas e as tripulações participaram de intercâmbios desportivos e culturais com as Marinhas anfitriãs. A Marinha Indiana disse que estas actividades sublinham o esforço da Índia para promover relações amistosas através da cooperação marítima, alinhando-se com a visão marítima do Primeiro-Ministro Shri Narendra Modi, conhecido como “SAGAR – Segurança e Crescimento para Todos na Região”, com ênfase no Sul Global.

 

Nos últimos meses, a Marinha Indiana tem estado muito activa ao largo da costa nordeste de África, e desde que o conflito Israel-Hamas se alastrou para o domínio marítimo, com as forças Houthi a atacarem navios ao largo do Iémen em solidariedade com a Palestina, a Índia aumentou o alcance das suas operações de segurança marítima.

 

A Marinha empreendeu acções proactivas durante o sequestro do graneleiro de bandeira de Malta MV Ruen em 14 de Dezembro de 2023. A Marinha indiana disse que 23 de Março marcou a conclusão de 100 dias de operações de segurança marítima em andamento sob a égide de 'Op Sankalp'. Durante este tempo, a Marinha Indiana respondeu a 18 incidentes na região do Oceano Índico. Isto incluiu uma operação bem coordenada que durou cerca de 40 horas, culminando com a retomada do MV Ruen das mãos dos piratas somalis pela Marinha indiana, resgatando os 17 tripulantes a bordo e apreendendo duas dúzias de piratas em 16 de Março.

 

A Marinha Indiana tem uma presença considerável na região do Mar Vermelho, com uma dúzia de navios de guerra destacados para fornecer segurança contra piratas, enquanto as potências ocidentais se concentram nos ataques dos Houthis do Iémen.

 

Em Janeiro, a Marinha Indiana frustrou dois sequestros por piratas somalis em poucos dias. Em 29 de Janeiro, o navio pesqueiro Al Naeemi e a sua tripulação (19 cidadãos paquistaneses) foram resgatados pelos indianos de 11 piratas somalis depois de o navio pesqueiro de bandeira iraniana ter sido abordado e a sua tripulação tomada como refém.

 

No dia anterior, o INS Sumitra estava novamente em acção ao largo da costa da Somália quando respondeu a uma mensagem de socorro relativa ao sequestro do navio pesqueiro Iman, de bandeira iraniana, que tinha sido abordado por piratas e a tripulação feita refém.

 

A Marinha Indiana disse que o INS Sumitra interceptou o navio e coagiu os piratas a libertar com segurança os 17 tripulantes junto com o barco. “O navio de pesca foi posteriormente higienizado e libertado para trânsito posterior.”

 

Em 5 de Janeiro, a Marinha Indiana resgatou outro navio das mãos de piratas e 21 tripulantes foram evacuados do MV Lila Norfolk, no Mar da Arábia do Norte, um dia depois de este ter sido abordado por meia dúzia de homens armados ao largo da costa da Somália.

 

Com base na avaliação da ameaça na região, a Marinha Indiana está a conduzir operações de segurança marítima em três áreas de operações, nomeadamente o Golfo de Aden e áreas adjacentes, o Mar da Arábia e ao largo da costa leste da Somália.

 

Desde Dezembro, a Marinha Indiana destacou mais de 5 000 efectivos no mar, mais de 450 dias de navegação (com mais de 21 navios destacados) e atingiu 900 horas de voo com aeronaves de vigilância marítima para fazer face a ameaças no domínio marítimo. (Africa Ports & Ships e DefenceWeb).

A Administração Nacional de Estradas (ANE) comunicou esta segunda-feira que, a partir de  hoje (26) até ao dia 10 de Abril do ano corrente, será interdita a circulação de viaturas pesadas de carga, na Estrada R698: Montepuez-Mueda para permitir a execução de trabalhos de emergência em secções críticas do troço rio Muirite-Mueda, se as condições climatéricas forem favoráveis.

 

“Neste momento, esforços estão a ser empreendidos com vista a repor a transitabilidade na Estrada N380: Macomia-Oasse, que liga os distritos da zona Norte da província de Cabo Delgado, onde a subida do nível das águas do rio Messalo concorreu para a danificação da plataforma do troço da estrada que atravessa a baixa deste rio”, lê-se no comunicado da ANE.

 

A Autoridade informa, igualmente, que devido à chuva intensa que tem vindo a cair na província de Cabo Delgado, causando danos severos na rede de estradas da província, a transitabilidade encontra-se condicionada em algumas vias.

 

Nesse contexto, a ANE apela aos utentes das estradas em geral para a programação das deslocações e transporte de passageiros com observância redobrada das medidas de precaução na época chuvosa e em locais de fraca visibilidade, sobretudo, em locais alagados e na aproximação de estruturas de drenagem (pontes, pontões, aquedutos, drifts, etc.).

 

Em nota de imprensa, a instituição recomenda a não circulação de veículos com peso total acima de 10 toneladas em tempos chuvosos em estradas terraplanadas e apela ao acompanhamento da informação disseminada pelas entidades competentes. (Carta)

Estão suspensas as aulas em todas as escolas públicas e privadas e institutos de formação técnico-profissional na cidade de Maputo, desde esta segunda-feira (25) até sexta-feira (29), devido às chuvas que fustigaram a capital moçambicana. A medida consta de um comunicado do Gabinete do Secretário do Estado da cidade de Maputo.

 

Lê-se no comunicado que a suspensão das aulas se deve aos transtornos relacionados às chuvas que caem desde a madrugada do dia 24 de Março do ano em curso que tornaram algumas vias de acesso da cidade de Maputo intransitáveis.

 

As águas das chuvas alagaram pátios e salas de aulas, facto que condicionou o decurso normal das aulas em quase toda a cidade de Maputo. Assim sendo, o Governo viu-se obrigado a tomar esta medida para garantir a segurança dos alunos e dos formadores.

 

De acordo com o Presidente do Conselho Municipal da cidade de Maputo, Rasaque Manhique, a decisão de interrupção de aulas foi tomada em conjunto com a Secretaria de Estado, para permitir que as autoridades possam "correr" atrás das pessoas afectadas.

 

No fecho desta edição, "Carta" apurou que também foram suspensas as aulas na província de Maputo até sexta-feira e algumas universidades também suspenderam as aulas presenciais até quarta-feira. (Carta)

O Departamento sul-africano dos Assuntos Internos está a examinar o contrato da empresa privada que garante a segurança da cadeia de Lindela, em Krugersdorp, na sequência da recente fuga em massa de sessenta e nove estrangeiros ilegais. A evasão ocorrida no passado dia 17 de Março só foi tornada pública este fim-de-semana.

 

O contrato de R58,1 milhões por ano com a empresa de segurança "EnviroMongz" está a ser examinado para decidir sobre os passos a seguir. Em comunicado, o Departamento disse que a fuga ocorreu às 11h50 de domingo (17 de Março), durante um confronto entre os "ilegais" que esperavam para serem deportados e funcionários da empresa que fornece segurança nas instalações.

 

“O Departamento está descontente com as circunstâncias e a forma como esta fuga aconteceu porque acreditamos que poderia ter sido feito o suficiente pela empresa que presta segurança para evitar este incidente." Como precaução, o Departamento assumiu o controlo de acesso e segurança e colocou uma empresa de segurança diferente no portão.

 

No momento da fuga, estavam para ser deportados 1 521 cidadãos estrangeiros indocumentados para Moçambique, Botswana, Lesoto, Malawi, Eswatini e Zimbabwe, incluindo os fugitivos.  No entanto, as deportações prosseguiram e 622 clandestinos já foram deportados.

 

A cadeia de Lindela é um estabelecimento prisional de passagem para os estrangeiros ilegais que aguardam deportação. Numa entrevista televisiva, o ministro do Interior, Aaron Motsoaledi, disse à SABC que outro grupo tentou escapar no dia seguinte, 18 de Março.

 

“Portanto, estamos muito afectados com o que aconteceu no domingo. A empresa de segurança tem que prestar contas.” Ele disse que as respostas da empresa “não foram satisfatórias” e que as imagens mostraram pessoas simplesmente saindo. Referiu que dois seguranças também foram presos porque, durante a tentativa da segunda fuga, na segunda-feira, alguém foi baleado num confronto com os guardas.

 

Os países de origem dos que aguardam deportação são: Moçambique (3), Tanzânia (38), Malawi (14), Zimbabwe (5), Lesoto (2), Burundi (3), República Democrática do Congo (3) e Nigéria (1).

 

O contrato da "EnviroMongz" é válido por 60 meses (cinco anos), a partir de 1 de Fevereiro de 2022. A cadeia de Lindela era administrada pela Bosasa, uma empresa envolvida em acusações de corrupção grave e suborno. (News24)

Malawi segue a Zâmbia ao declarar este fim-de-semana estado de calamidade devido à seca em 23 dos seus 28 distritos, enquanto o El Niño traz fome à África Austral. O presidente Lazarus Chakwera disse que o país precisa urgentemente de mais de 200 milhões de dólares em assistência humanitária, menos de um mês depois de a vizinha Zâmbia também ter pedido ajuda. Malawi é o último país da região a ter o seu abastecimento alimentar prejudicado por um grave período de seca que tem sido associado ao fenómeno climático El Niño.

 

O terceiro país, o Zimbabwe, também viu grande parte das suas colheitas dizimadas e está a considerar seguir o exemplo, sublinhando as preocupações levantadas pelo Programa Mundial da Alimentação no fim do ano passado de que numerosas nações da África Austral estavam à beira de uma crise de fome devido ao impacto do mesmo fenómeno. O PMA disse que já havia quase 50 milhões de pessoas no Sul e em partes da África Central enfrentando insegurança alimentar, mesmo antes de ocorrer um dos períodos mais secos em décadas.

 

A USAID, a agência de ajuda do governo dos EUA, disse que mais de 20 milhões de pessoas na África Austral precisariam urgentemente de ajuda alimentar no início de 2024, em parte devido ao efeito El Niño. O mês passado foi o Fevereiro mais seco dos últimos 40 anos na Zâmbia e no Zimbabwe, de acordo com o monitor sazonal do PMA, enquanto Moçambique, Malawi e partes de Angola registaram “graves défices de precipitação”.

 

Milhões de pessoas na África Austral dependem dos alimentos que cultivam para sobreviver. O milho, alimento básico da região, foi gravemente afectado pela seca. El Niño é um fenómeno climático natural e recorrente que envolve o aquecimento da superfície do mar em partes do Oceano Pacífico. Tem impactos no clima global, incluindo a causa de chuvas abaixo da média na África Austral. Alguns cientistas afirmam que as alterações climáticas estão a tornar os El Niños mais fortes e os seus impactos mais extremos.

 

Entre  os anos 2015 e 2016, o El Niño também trouxe uma grave seca para a África Austral, a pior da região em 35 anos, de acordo com o Gabinete das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários. Os seres humanos não são os únicos afectados, com autoridades de conservação no Zimbabwe a relatarem a rara ocorrência de pelo menos 100 elefantes que morreram num parque nacional no fim do ano passado devido à secagem de poços de água durante a seca.

 

Antes dos anúncios nacionais de catástrofe por parte do Malawi e da Zâmbia, o PMA e a USAID já tinham lançado um programa para alimentar para 2,7 milhões de pessoas nas zonas rurais do Zimbabwe que enfrentavam escassez de alimentos – quase 20% da população daquele país.

 

A instituição de caridade britânica Oxfam afirmou este mês que mais de 6 milhões de pessoas na Zâmbia, 30% da sua população, enfrentam agora uma grave escassez de alimentos e desnutrição, faltando um ano para a próxima época de cultivo.

 

O presidente do Malawi, Lazarus Chakwera, disse que viajou pelo país para inteirar-se do impacto da seca, e uma avaliação preliminar do governo concluiu que cerca de 44% da colheita de milho falhou ou foi afectada, e 2 milhões de famílias foram directamente afectadas. Ele disse que o país, de 20 milhões de habitantes, precisa de cerca de 600 mil toneladas métricas de ajuda alimentar e apelou à ajuda da comunidade internacional.

 

Malawi tem sido repetidamente atingido por extremos climáticos nos últimos anos, enfatizando como alguns dos países mais pobres e vulneráveis do mundo estão a sentir os piores efeitos das alterações climáticas, apesar de serem os que menos contribuem para as emissões globais. O ciclone Freddy matou centenas de pessoas no Malawi no ano passado, um de uma sucessão de fortes ciclones que devastaram várias partes da África Austral nos últimos cinco anos.

 

No início de 2022, tempestades tropicais e inundações contribuíram para o pior surto de doença transmitida pela água, a cólera, no Malawi. Mais de 1.200 pessoas morreram devido ao surto que durou meses, segundo a Organização Mundial da Saúde. A Zâmbia também vive, actualmente, um grande surto de cólera. (The Independent)

A província de Maputo está, desde a madrugada de ontem, sob chuva intensa, com a baixa da cidade capital e diversos bairros alagados, prevendo-se que o mau tempo continue até terça-feira, avançou à Lusa o Instituto Nacional de Meteorologia.

 

“Este é o resultado da combinação entre o tempo quente que registamos nos últimos dias na zona sul do país e a humidade. Esta conjugação gerou esta instabilidade e esta queda de precipitação. O volume de precipitação esteve em torno de 150 milímetros em menos de 24 horas  (…)”, declarou à Lusa Telmo Sumila, meteorologista.

 

A chuva deixou vários bairros das cidades de Maputo e Matola alagados, incluindo a baixa da capital, que tem uma das principais avenidas quase intransitável: 25 de setembro.

 

“Este cenário vai continuar nas próximas 24 horas. Para Maputo, pelo menos até terça-feira o cenário vai abrandar”, explicou Telmo Sumila.

 

Além da província de Maputo, a chuva cai também nas províncias de Gaza e Inhambane, no sul, com um volume de 50 e 75 milímetros nas últimas 12 horas, prevendo-se que o mau tempo também afete o litoral de Sofala e Zambézia, no centro do sul.

 

Até terça-feira, o estado de tempo poderá melhorar na província de Maputo, mas vai piorar no norte de Inhambane e também afetar o litoral das províncias de Sofala e Zambézia, frisou.  

 

A Administração Regional de Águas do Sul (ARA-SUL) apelou hoje, em comunicado, para medidas de precaução face ao aumento dos níveis de água nas bacias dos rios Movene e Calichane, em Maputo.

 

“Além disso, a capacidade de retenção da barragem dos Pequenos Libombos está reduzida após a passagem do ciclone tropical `Fillipo´(que se abateu sobre o sul do país há pouco mais de uma semana). Estejam em alerta e tomem medidas de segurança adequadas”, refere-se no documento.

 

A atual época chuvosa em Moçambique, que começa em outubro, já provocou a morte de um total de 135 pessoas e afetou outras 116.334, indica um relatório consultado pela Lusa na quinta-feira.

 

Dos 135 óbitos registados desde outubro e até segunda-feira, 57 foram causados por descargas atmosféricas, 31 por cólera, 24 por afogamentos, 20 por desabamento de casas e três por ataques de animais, refere o relatório do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).

 

A época das chuvas 2023/2024 causou ainda 181 feridos, a destruição total e parcial de 6.348 casas e inundação de outras 10.473, além de afetar também 652 embarcações, 26.354 hectares de culturas, 5.879 dos quais considerados perdidos.

 

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas globais, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril. (Lusa)

 

Pág. 9 de 580