Um cidadão aparentemente de nacionalidade sul-africana está a contas com o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), desde segunda-feira (23 de Dezembro), por ter sido encontrado a tentar tratar um Bilhete de Identidade (BI) com uma certidão de nascimento falsa.
A informação foi partilhada, esta terça-feira, pelo porta-voz da Direcção Nacional de Identificação Civil (DNIC), Alberto Sumbana, que referiu que o cidadão ora detido aparenta ser de nacionalidade estrageira porque não se pronuncia em nenhuma das línguas nacionais.
“Este indivíduo diz ser natural de Namacurra, na Zambézia, o que nos deixa bastante preocupados porque temos constatado um aumento de cidadãos que se envolvem na obtenção ilícita de documentação moçambicana”.
Conforme avançou Sumbana, para tratar o BI, o jovem apresentou uma certidão narrativa completa falsa, que alega ter tratado na conservatória de registo de Namacurra. Entretanto, o conservador confirmou tratar-se de um documento cujo número não existe naquele local.
Hassane Adamo Makhorela, o jovem de 36 anos de idade, que se encontra detido, revelou que os avós vivem no Malawi, que ele nasceu em Cabo Delgado e cresceu com os pais na África do Sul, onde viveu bastante tempo e que nunca teve nenhum documento de identificação.
“Encontraram-me a tentar tratar BI aqui na DNIC, com uma certidão de nascimento que tratei através de uma pessoa, em Namacurra, que me cobrou 5000 meticais e assegurou-me que a outra parte da documentação teria de vir tratar em Maputo”. (Marta Afonso)
Há muita batata reno no mercado grossista do Zimpeto e os preços tendem a baixar. Entretanto, em sentido contrário, há falta de tomate e o preço está cada dia mais alto.
De acordo com uma pesquisa que a “Carta” fez no mercado grossista do Zimpeto, a batata baixou de preço – de entre 350 a 370 a que era comercializado na semana finda, para os 160 a 250, esta semana.
Segundo Argénio Detecisio, esta queda de preços é explicada pela fartura deste produto que se verifica naquele mercado e pela falta de clientes.
“Na semana passada, vendíamos a batata a um preço entre 350 e 370 Mts e tínhamos muitos clientes. Chegávamos a vender 150 sacos por dia e esta semana que temos muita batata e a preço mais baixo, ninguém compra. Penso que a fartura deve-se à maior produção vinda das diversas machambas espalhadas pelo país, que resolveram oferecer muito produto a este mercado”.
Entretanto, Detecisio explicou que, comparativamente aos anos anteriores, a presente quadra festiva está a ser marcada por muita fartura.
“Temos muito produto este ano. Aqui no Zimpeto existem muitos camiões com batata e os clientes ficam sem saber onde comprar. Aplicamos os preços mais baixos porque muita coisa já começou a apodrecer e já estamos a levar para o lixo”, acrescentou a fonte em conversa com a “Carta”.
Por outro lado, Victor Zacarias, um outro vendedor do mercado do Zimpeto explicou que este ano não haverá espaço para carências e nem há meios de especulação de preço, visto que há muita mercadoria para suprir todas as necessidades de cada comprador.
“Existe muita cebola de qualidade a um preço barato e em todo o canto deste mercado há batata em quantidades excessivas”.
Por sua vez, Nando Sigauque, vendedor de tomate a grosso no mercado do Zimpeto, diz haver falta de tomate no país, razão pela qual nesta altura dependem exclusivamente da importação da vizinha África do Sul que fornece a um preço muito alto.
A fonte explicou ainda que uma caixa de tomate é comprada a 150 rands, o que faz com que eles revendam a 1250 a 1500 para os pequenos comerciantes. (Marta Afonso)
O Comando-Geral da Polícia de República de Moçambique (PRM) diz ter apreendido, na semana finda, nove armas de fogo, sendo quatro do tipo AK-47, igual número de pistolas e uma caçadeira. As armas de fogo, ora apreendidas nas Províncias de Maputo, Zambézia e Cabo Delgado, estavam na posse de indivíduos nacionais e foram adquiridas de uma forma ilegal.
A informação consta de um Comunicado de Imprensa, a que “Carta” teve acesso esta segunda-feira (23), referente à caracterização geral da situação operativa do país.
A PRM diz que, no passado dia 18 de Dezembro, no Posto Administrativo de Sabié, Distrito da Moamba, Província de Maputo, apreendeu uma arma de fogo do tipo AK-47, numa residência não habitada, sendo que a mesma continha 13 munições no carregador e estava em estado operacional.
Ainda no aludido comunicado, a PRM informa que, no passado dia 16 de Dezembro, no Distrito de Milange (Zambézia) foram detidos os cidadãos A. João, de 28 anos de idade e P.A. Issufo, de 38 anos de idade, que tentavam vender uma arma de fogo do tipo pistola.
No dia 17, no distrito de Nicoadala, na mesma província, a PRM deteve os nacionais G.H. Francisco, de 31 anos de idade, R.P. António, de 43 e E. Murrami, de 55 anos de idade, indiciados da prática do crime de roubo com recurso a armas proibidas e apreendeu, na posse destes, uma arma de fogo de tipo AK-47, contendo cinco munições.
No comunicado, a PRM refere que, no dia 19 de Dezembro, no distrito de Mocuba, foram detidos os cidadãos L. Felizardo, de 20 anos de idade e C. António, de 22, também indiciados da prática do crime de roubo com recurso à arma de fogo e apreendeu na posse destes uma pistola de marca Taurus, calibre 7.65mm, pertencente à empresa de segurança privada Max Security.
Enquanto isso, na fustigada Província de Cabo Delgado devido aos ataques de grupos insurgentes, a PRM diz ter detido, semana finda, no Distrito de Chiúre, uma cidadã de nome P. Afonso, de 32 anos de idade, que se fazia transportar num autocarro da “Nagi Investiment”, indiciada na prática do crime de posse de arma proibida, mais precisamente uma arma de fogo do tipo AK-47 com 120 munições.
Ainda em Cabo Delgado, a PRM avança que apreendeu, no passado dia 17, na aldeia Katapua, distrito de Namuno, em plena mata, uma arma de fogo do tipo pistola, marca Makarov, com sete munições no carregador. (Carta)
Foi no último sábado, 21 de Dezembro, que as principais fronteiras registaram o pico do fluxo migratório desde que a operação da cobertura da presente quadra festiva iniciou. Em 24 horas, atravessaram, nas fronteiras nacionais, 45.195 viajantes: sendo 31.581 entradas e 13.614 saídas.
Os dados foram partilhados, esta terça-feira (23 de Dezembro), pelo porta-voz do Serviço Nacional de Migração (SENAMI), Celestino Matsinhe, durante o briefing à imprensa. Na ocasião, a fonte avançou que, de 13 do mês corrente até à data da realização deste encontro, atravessaram (nas principais fronteiras) mais de 236.359 viajantes, o que corresponde a 30% do movimento migratório previsto para esta época festiva.
Ressano Garcia lidera a lista dos postos fronteiriços que mais movimento apresentaram, tendo registado 87.115 entradas e 40.374 saídas, seguida de Machipanda com 23.099 entradas e 17.395 saídas. De Cuchamano entraram 10.526 cidadãos e saíram 7.820.
No mesmo período, revela Matsinhe, foi recusada a entrada no país a 65 cidadãos estrageiros, dos quais 50 por “falta de clareza quanto ao motivo de vinda a Moçambique”, 11 por porte de vistos falsos, dois por porte de passaportes prestes a findar e um por transportar um passaporte danificado.
Num outro desenvolvimento, o porta-voz da Polícia da República de Moçambique disse que, apesar dos ataques que estão a ocorrer na zona centro, a situação apresenta-se calma em todo o país. A fonte disse ainda que foram criados postos de controlo e de retenção de automobilistas que forem encontrados a conduzir sob efeito de álcool para garantir que os mesmos não constituam perigo nas rodoviárias. (Marta Afonso)
Contrariamente à garantia dada pelo porta-voz do partido, Sande Carmona, de que o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) não se iria fazer presente na cerimónia de leitura do Acórdão de Validação e Proclamação dos Resultados das VI Eleições Gerais e III das Assembleias Provinciais, aquela formação política compareceu ao evento, tendo sido representada pelo seu Mandatário Nacional, José De Sousa.
À “Carta”, José De Sousa justificou que esteve, em Maputo, em cumprimento da sua missão de mandatário e por orientação da sua formação política, pelo que (disse) “não vejo porque outras pessoas pensam diferente”.
Segundo De Sousa, a terceira maior força política do país “sempre se pautou” por uma postura de Estado. “Nós não somos aqueles que quando chega o momento de debater desaparecemos. Nós não abandonamos a Assembleia da República (AR), quando se trata de discutir uma matéria que, muitas vezes até – se calhar – é de pouco interesse para o MDM. Não fazia sentido o Mandatário Nacional do partido não estar presente no dia em que se pretendia anunciar os resultados finais”, disse De Sousa, sem explicar, no entanto, as razões que fizeram o seu partido não comparecer à cerimónia de divulgação dos resultados eleitorais, a 27 de Outubro, pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).
Em relação aos resultados chancelados pelo Conselho Constitucional (CC), na manhã desta segunda-feira, que confirmam a vitória de Filipe Nyusi e o partido Frelimo, o Mandatário Nacional do MDM disse que os mesmos são uma “grande rasura à democracia moçambicana, porque a fraude atingiu proporções nunca vistas”. Para Sousa, a fraude foi “assustadora”, chegando, quiçá, a “assustar os que a cometeram”.
Já o partido Frelimo, na pessoa do seu Presidente, Filipe Jacinto Nyusi, defende que a vitória representa uma responsabilidade acrescida ao partido. “Estamos a endividar-nos com o povo. Significa que temos de compensar o reconhecimento que este povo faz para connosco. Sempre o fizemos, mas cada vez mais o povo é exigente”, afirmou Nyusi, eleito no passado dia 15 de Outubro para mais um mandato de cinco anos, a ter início no próximo dia 15 de Janeiro.
Filipe Nyusi foi reeleito com um total de 73%, contra os 21,88% obtidos por Ossufo Momade (Renamo) e 4,38% de Daviz Simango (MDM). Mário Albino conseguiu 0,74% do total dos votos.
Aliás, sobre os números “astronómicos” que deram vitória a Filipe Nyusi, Verónica Macamo, Mandatária Nacional da Frelimo, tratou de sublinhar que os mesmos nunca foram registados a nível da região, o que, na sua óptica, revela trabalho desenvolvido pelos militantes daquela formação política.
Assim, Nyusi felicitou os órgãos que trabalharam para o sucesso do escrutínio do dia 15 de Outubro, desde a campanha até à validação e proclamação dos resultados eleitorais. “Foi com muita perfeição, sabedoria e calma. Não se emocionaram e garantiram que este processo terminasse desta forma, o que significa também a legitimação da nossa democracia”, considerou o Presidente eleito.
“Hoje (segunda-feira) não vou elaborar muito porque durante a campanha disse que quero ter um mandato de trabalho e, normalmente, quem trabalha tem pouco tempo para estar a falar. Voltaremos a falar um pouco no dia 15 de Janeiro (de 2020, data fixada para tomada de posse do PR). Nessa altura, vamos trazer a visão daquilo que a Frelimo nos mandatou, materializando o seu manifesto ou então o programa definido pelo 11º Congresso”, garantiu Nyusi. Refira-se que a Renamo não se fez presente ao evento e o seu Mandatário Nacional, Venâncio Mondlane, encontra-se incomunicável. (A.M.)
Duas pessoas morreram na sequência de um ataque a um autocarro no Posto Administrativo Chitunda, no distrito de Muidumbe, a 147 quilómetros de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, disseram hoje à Lusa testemunhas. O ataque ocorreu às 06:00 horas (menos duas em Lisboa), na estrada que liga a cidade de Pemba aos distritos do norte da província da província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.
As vítimas seguiam num autocarro da transportadora NAGI e foram surpreendidas pelos disparos quando passavam a dois quilómetros da aldeia de Chitunda, Posto Administrativo com mesmo nome, tendo o motorista prosseguido a viagem apesar dos tiros, disseram à agência Lusa testemunhas locais.
"O motorista do autocarro não parou no local por isso conseguiu evitar muitos danos", conta uma fonte residente naquele posto administrativo, acrescentando que houve uma segunda viatura atingida no mesmo período naquela estrada, mas sem vítimas, e que também prosseguiu viagem apesar dos disparos.
Horas depois do ataque na estrada, o grupo seguiu para o posto administrativo local e destruiu as infraestruturas, incluindo instalações das autoridades administrativas e um centro de saúde, além de vandalizar residências e estabelecimentos comerciais.
Na região de Cabo Delgado (Norte) têm-se sucedido ataques de grupos armados desde outubro de 2017, após anos de atritos entre muçulmanos de diferentes origens, com a violência a eclodir em mesquitas radicalizadas.
Pelo menos 300 pessoas já morreram em Cabo Delgado, segundo números oficiais e da população, e 60.000 residentes foram afetados, muitos obrigados a deslocar-se para outros locais em busca de segurança, segundo as Nações Unidas.
Os ataques afetam distritos próximos das áreas de projetos de exploração de gás natural e, em ações concertadas com petrolíferas que ali constroem os maiores megaprojetos de gás natural de África, o Governo tem intensificado a resposta militar com apoio logístico da Rússia, mas os episódios continuam e estão a perturbar as obras na península de Afungi. (Lusa)