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segunda-feira, 23 dezembro 2019 05:43

Dois mortos em ataque a um autocarro em Cabo Delgado

Duas pessoas morreram na sequência de um ataque a um autocarro no Posto Administrativo Chitunda, no distrito de Muidumbe, a 147 quilómetros de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, disseram hoje à Lusa testemunhas. O ataque ocorreu às 06:00 horas (menos duas em Lisboa), na estrada que liga a cidade de Pemba aos distritos do norte da província da província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.

 

As vítimas seguiam num autocarro da transportadora NAGI e foram surpreendidas pelos disparos quando passavam a dois quilómetros da aldeia de Chitunda, Posto Administrativo com mesmo nome, tendo o motorista prosseguido a viagem apesar dos tiros, disseram à agência Lusa testemunhas locais.

 

"O motorista do autocarro não parou no local por isso conseguiu evitar muitos danos", conta uma fonte residente naquele posto administrativo, acrescentando que houve uma segunda viatura atingida no mesmo período naquela estrada, mas sem vítimas, e que também prosseguiu viagem apesar dos disparos.

 

Horas depois do ataque na estrada, o grupo seguiu para o posto administrativo local e destruiu as infraestruturas, incluindo instalações das autoridades administrativas e um centro de saúde, além de vandalizar residências e estabelecimentos comerciais.

 

Na região de Cabo Delgado (Norte) têm-se sucedido ataques de grupos armados desde outubro de 2017, após anos de atritos entre muçulmanos de diferentes origens, com a violência a eclodir em mesquitas radicalizadas.

 

Pelo menos 300 pessoas já morreram em Cabo Delgado, segundo números oficiais e da população, e 60.000 residentes foram afetados, muitos obrigados a deslocar-se para outros locais em busca de segurança, segundo as Nações Unidas.

 

Os ataques afetam distritos próximos das áreas de projetos de exploração de gás natural e, em ações concertadas com petrolíferas que ali constroem os maiores megaprojetos de gás natural de África, o Governo tem intensificado a resposta militar com apoio logístico da Rússia, mas os episódios continuam e estão a perturbar as obras na península de Afungi. (Lusa)

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