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Actualizado de Segunda a Sexta

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Redacção

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O Ministério da Economia e Finanças (MEF) pretende expandir o e-SISTAFE, sistema informático que operacionaliza o Sistema de Administração Financeira do Estado (SISTAFE), para as Missões Diplomáticas e Consulares. O e-SISTAFE compreende módulos e funcionalidades que atendem os procedimentos da gestão das finanças públicas. A falta desse sistema pode estar a propiciar práticas de corrupção em missões diplomáticas e consulares.

 

O desafio foi apresentado esta segunda-feira (25) em Maputo, pelo Vice-Ministro da Economia e Finanças, Amílcar Tivane, na abertura de um seminário sobre os 20 anos do e-SISTAFE. “O e-SISTAFE apresenta, até esta fase, desafios de melhoria contínua para a sua consolidação e adequação às novas exigências e necessidades crescentes e diversificadas das instituições públicas. O destaque vai para o desenvolvimento da componente de contratações públicas no Módulo do Património do Estado”, afirmou Tivane.

 

O governante mencionou o desenvolvimento do Módulo de Gestão da Dívida Pública e Módulo de Gestão de Financiamento; a modernização da infra-estrutura tecnológica de suporte do E-SISTAFE com integração de novas tecnologias, para conferir maior eficiência, flexibilidade e escalabilidade ao sistema, como é o caso da inteligência artificial, big data e blockchain; adopção de Normas Internacionais de Contabilidade Aplicadas ao Sector Público e a expansão do e-SISTAFE nas Missões Diplomáticas e Consulares.

 

Refira-se que a falta do e-SISTAFE tem propiciado práticas de corrupção nas Missões Diplomáticas e Consulares. Em Abril de 2016, por exemplo, a antiga Embaixadora de Moçambique nos Estados Unidos da América e Canadá, Amélia Sumbana, foi acusada de apoderar-se de cerca de 496.9 mil USD.

 

De acordo com uma acusação do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), para lograr os seus intentos, entre os anos de 2009 a 2015, Sumbane, ordenava a emissão de cheques a seu favor, alegadamente para efectuar pagamentos referentes a obras de reabilitação da residência oficial e compra de bens para o funcionamento da missão.

 

No princípio daquele ano, o GCCC acusou também o antigo embaixador moçambicano na Rússia, Bernardo Xerinda, de peculato, crime que cometera entre 2003 e 2012. Na acusação foi citado, igualmente, o então adido financeiro da embaixada, Horácio Matola. A acusação refere que os arguidos fizeram pagamentos indevidos, como foi o caso de uma viagem à Londres, na qual o antigo embaixador ordenou o pagamento de ajudas de custo no valor de 12.350 USD, destinados à cobertura de sua estadia e do filho, que estudava no Reino Unido.

 

Igualmente, em Dezembro de 2021, o GCCC acusou nove indivíduos indiciados de uso indevido do dinheiro do Estado e de cobranças ilícitas no consulado de Moçambique em Nelspruit, na África do Sul. Os arguidos faziam parte de 48 pessoas investigadas pelo suposto envolvimento na prática de crimes de peculato, corrupção, abuso de cargo ou função, falsificação de documentos, auxílio à migração ilegal e associação para delinquir.

 

O e-SISTAFE foi desenvolvido pela então Unidade Técnica de Reforma da Administração Financeira do Estado que iniciou os trabalhos tendentes à operacionalização do e-SISTAFE em 2001, atendendo inicialmente a execução do Tesouro, Orçamento e Contabilidade Pública.

 

Inicialmente, o e-SISTAFE foi operacionalizado nas instituições de nível central, mas foi sendo gradualmente expandido para os seus subsistemas, atendendo actualmente os subsistemas de Planificação e Orçamentação; Contabilidade Pública; Tesouro Público; Património do Estado; Monitoria e Avaliação; e Auditoria Interna.

 

Volvidos 20 anos depois, o e-SISTAFE é usado pelos órgãos e instituições do Estado do nível central, provincial e distrital, estando actualmente em todos os 154 distritos existentes no país e a nível de algumas autárquicas locais. (Evaristo Chilingue)

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O mundo ocidental concordou em pagar 300 mil milhões de dólares por ano para financiar a redução das emissões e a adaptação às alterações climáticas nos países em desenvolvimento a partir de 2035, mas os países em desenvolvimento, de Cuba à Índia, consideraram o acordo insuficiente e tardio.

 

A Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP29) terminou no domingo (24) com uma nova meta de financiamento para ajudar os países em desenvolvimento a proteger as suas populações e economias contra desastres climáticos, e compartilhar os vastos benefícios do boom da energia limpa. 

 

Com um foco central no financiamento climático, a COP29 reuniu quase 200 países em Baku, no Azerbaijão, e chegou a um acordo revolucionário que irá triplicar o financiamento para os países em desenvolvimento, da meta anterior de US$ 100 biliões anuais para US$ 300 biliões anuais até 2035.

 

O acordo também irá garantir os esforços de todos os actores para trabalharem juntos para aumentar o financiamento aos países em desenvolvimento, de fontes públicas e privadas, para o valor de US$ 1,3 trilião por ano até 2035. 

 

Conhecido formalmente como a Nova Meta Colectiva Quantificada (NCQG), o acordo foi firmado após duas semanas de intensas negociações e vários anos de trabalho preparatório, num processo que exige que todas as nações concordem unanimemente com cada palavra do acordo.

 

“Essa nova meta financeira é uma apólice de seguro para a humanidade, em meio ao agravamento dos impactos climáticos que atingem todos os países”, disse Simon Stiell, Secretário Executivo da ONU sobre Mudanças Climáticas. “Mas, como qualquer apólice de seguro, ela só funciona se os prémios forem pagos integralmente e dentro do prazo. As promessas devem ser cumpridas para proteger biliões de vidas”.

 

A Agência Internacional de Energia prevê que o investimento global em energia limpa deverá ultrapassar US$ 2 triliões pela primeira vez em 2024. A nova meta de financiamento na COP29 baseia-se em avanços significativos na acção climática global da COP27, que acordou um Fundo de Perdas e Danos, e da COP28, que apresentou um acordo global para fazer a transição de todos os combustíveis fósseis em sistemas de energia de forma rápida e justa, triplicar a energia renovável e aumentar a resiliência climática. 

 

A COP29 também chegou a um acordo sobre os mercados de carbono, que várias COPs anteriores não haviam conseguido finalizar. Esses acordos ajudarão os países a cumprir os seus planos climáticos de forma mais rápida e barata, e a progredir mais rapidamente para reduzir pela metade as emissões globais nesta década, conforme exigido pela ciência.  

 

O acordo financeiro estabelecido no domingo na COP29 ocorre num momento em que planos climáticos nacionais mais sólidos (Contribuições Nacionalmente Determinadas, ou NDCs) devem ser apresentados por todos os países no próximo ano. Esses novos planos climáticos devem abranger todos os gases de efeito estufa e todos os sectores, para manter o limite de aquecimento global de 1,5°C dentro do alcance. (UNFCCC)

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O Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD) regista um deficit de nove mil milhões de meticais (cerca de 141 milhões de dólares) para a implementação do Plano de Contingência para a Época Chuvosa e Ciclónica 2024/2025, de um montante calculado em 11 mil milhões de meticais necessários para suprir todas as necessidades.

 

A presidente do INGD, Luísa Meque, diz que, para suplantar o deficit, as autoridades poderão contar com a colaboração de parceiros, incluindo a sociedade civil que poderá contribuir com bens alimentares para ajudar as famílias em situação de vulnerabilidade.

 

“Em termos de necessidades contamos com um deficit de nove mil milhões de meticais. Para poder ser colmatado este deficit, iremos contar com a mobilização de vários recursos junto dos parceiros e à comunidade no geral”, disse Meque, que falava ontem (25), à margem da IV Sessão do Conselho Coordenador de Gestão e Redução do Risco de Desastres.

 

De acordo com as previsões do INGD, a época chuvosa 2024/2025 deverá afectar mais 2,5 milhões de pessoas, que vão precisar de assistência em recursos materiais e financeiros e cujo custo está orçado em 11 mil milhões de meticais.

 

O INGD carece ainda, para a presente época chuvosa, dos bens saqueados nas instalações da instituição, na cidade de Maputo, durante as manifestações que, no início do corrente mês, abalaram todo o país, particularmente a capital moçambicana Maputo.

 

Em termos de perdas, a instituição relata um prejuízo de cerca de 60 milhões de meticais, incluindo roubo de telefones a satélite “que são muito importantes em momentos de assistência em situações de emergência”. “Lamentamos que as pessoas tenham realmente vandalizado e saqueado as nossas instalações principalmente o sector que presta assistência às pessoas que mais precisam. É um retrocesso muito grande”, referiu Meque.

 

Para a primeira fase desta época chuvosa e ciclónica – que inclui os meses de Outubro, Novembro e Dezembro – prevê-se a ocorrência de chuvas na zona sul, enquanto para a segunda época será marcada por chuvas normais com tendências acima do normal na região norte.

 

Geralmente, as épocas chuvosas em Moçambique afectam os sectores da saúde, educação, dos transportes, obras públicas, agricultura e energia. (AIM)

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Um grupo de académicos e ativistas moçambicanos defendeu ontem, após uma reunião com o Presidente, que a tensão pós-eleitoral que o país atravessa deve servir de oportunidade para “refundar o Estado”, pedindo um debate mais holístico.

 

“Este momento é uma oportunidade de sensibilizar a sociedade para a necessidade de discutir não só sobre as questões eleitorais. Temos consciência de que a grande preocupação que as pessoas têm neste momento é discutir a justiça eleitoral, mas Moçambique não é só isso. Há muitos outros problemas (…) A nossa questão é discutir Moçambique (…), a partir da base”, declarou o porta-voz do grupo, o jurista e professor universitário Tomás Timbana.

 

Timbana falava à comunicação social na Presidência da República, momentos após uma reunião com chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, para apresentação do “Manifesto para o Cidadão”, um documento produzido pelo grupo que reúne diversas figuras de referência em várias áreas, com destaque para filosofia, jornalismo, economia e ciência política.

 

Segundo o porta-voz do grupo, a reunião serviu para a apresentação do manifesto ao Presidente, num momento em que Moçambique é “chamado a refundar o Estado” face à contestação eleitoral, com conflitos entre manifestantes e a polícia com dezenas de mortes e feridos um pouco por todo país.

 

O chefe de Estado moçambicano convidou os candidatos às presidenciais nas eleições realizadas em 09 de outubro para uma reunião na terça-feira para “discutir a situação do país no período pós-eleitoral".

 

De acordo com o porta-voz deste grupo, no encontro de hoje a reunião de terça-feira não foi debatida, embora uma das individualidades propostas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que convocou as manifestações, para "representar os moçambicanos" no encontro com Nyusi integre o grupo de académicos que esteve na presidência: o filósofo moçambicano Severino Ngoenha.

 

“O Presidente da República e os candidatos terão toda liberdade para debater o que acharem adequado, tendo em conta os seus interesses e as atribuições que cada uma das entidades têm”, frisou Timbana.

 

A reunião terá lugar no gabinete de Filipe Nyusi, em Maputo, na terça-feira, às 16:00 (14:00 em Lisboa), envolvendo os candidatos Presidenciais Daniel Chapo, Venâncio Mondlane, Lutero Simango e Ossufo Momade.

 

Venâncio Mondlane exigiu na sexta-feira a eliminação imediata dos processos judiciais de que é alvo, movidos pelo Ministério Público moçambicano, e a sua participação por meios virtuais como condição para participar no encontro.

 

Mondlane, que não aceita os resultados anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional, apontando várias irregularidades ao processo eleitoral, rejeita um diálogo “à porta fechada” e com “segredinhos”.

 

Venâncio Mondlane contesta a atribuição da vitória a Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), com 70,67% dos votos, segundo os resultados anunciados em 24 de outubro pela CNE.

 

Ossufo Momade, candidato presidencial e líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal força de oposição, aceitou o convite de Filipe Nyusi, desde que participem os quatro candidatos que concorreram, anunciou no domingo o maior partido da oposição.

 

O candidato Lutero Simango, que é também líder do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, segundo maior partido da oposição), que já pediu a anulação das eleições gerais e a repetição da votação com os mesmos argumentos, confirmou que aceita participar no encontro, colocando, também, como condição, a presença de todos os quatro.

 

Também a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder) confirmou hoje a presença do candidato presidencial Daniel Chapo na reunião agendada pelo Presidente moçambicano, "reafirmando o seu compromisso na promoção da estabilidade política no país”, lê-se numa nota do partido, enviada hoje à Lusa. (Lusa)

terça-feira, 26 novembro 2024 07:11

Eleições 2024: “Habemus” diálogo?

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É a pergunta que se repete em quase todas conversas – nos cafés, nos chapas, nos mercados ou mesmo em redes sociais – em torno do diálogo político agendado para às 16h00 de hoje, na Presidência da República: teremos diálogo?

 

Hoje, terça-feira, 26 de Novembro de 2024, é o “Dia D”, o dia em que serão dissipadas todas dúvidas em torno da existência ou não de condições para realização do encontro convocado pelo Chefe de Estado, na última terça-feira. A Presidência da República, na capital do país, será, a partir das 16h00, o centro de todas as atenções e os convidados, as principais estrelas.

 

Os quatro candidatos presidenciais aceitaram o convite e confirmaram a sua participação na reunião. Venâncio Mondlane foi o primeiro a aceitar o convite, enquanto Daniel Chapo só confirmou a sua disponibilidade na tarde desta segunda-feira.

 

No entanto, dos quatro candidatos presidenciais, três impuseram condições para viabilizar o debate. Venâncio Mondlane, suportado pelo PODEMOS, condiciona a sua participação à extinção de todos processos criminais que correm contra si na PGR (Procuradoria-Geral da República). Exige também a presença da imprensa e de organizações da sociedade civil e da comunidade internacional, para além da definição de uma “agenda clara”.

 

Até ao momento, não se sabe se Venâncio Mondlane, que se encontra na parte incerta, fará parte do encontro e muito menos se a sua participação será virtual ou presencial. Ontem, estava agendada mais uma comunicação à nação do candidato para o anúncio das medidas da nova fase das manifestações populares, mas não aconteceu. Numa curta publicação, feita na sua página oficial do Facebook, o candidato disse apenas que “grandes e terríveis batalhas à porta”, agendando um evento para às 17h00 (uma hora após o encontro).

 

Já Lutero Simango, Presidente do MDM, condiciona a sua participação à existência de uma “agenda clara e consensual” e com a presença dos quatro candidatos. O político entende que o diálogo deve discutir as causas da tensão política pós-eleitoral e não as consequências.

 

O Presidente da Renamo, Ossufo Momade, condiciona também a sua presença na reunião à participação física ou virtual de todos os candidatos. Leva ainda à mesa do diálogo a proposta de anulação das eleições gerais e provinciais do dia 09 de Outubro último, assim como o reconhecimento, por todos os candidatos, de que o escrutínio não foi transparente.

 

Daniel Chapo, Secretário-Geral da Frelimo, é o único que vai ao encontro sem quaisquer pontos de agenda próprios. O candidato do partido no poder disse apenas, em comunicado de imprensa, que a sua participação na reunião reafirma o seu “compromisso na promoção da estabilidade política do país”.

 

Refira-se que a reunião desta tarde, de acordo com o convite formulado pelo Presidente da República, visa “discutir a situação do País no período pós-eleitoral”, caracterizada por manifestações populares em protesto contra os resultados eleitorais, que apontam uma vitória “retumbante” da Frelimo com mais de 70% dos votos. (Carta)

O Ministério Público tem actuado de forma selectiva na instauração de processos criminais relacionados com os ilícitos eleitorais. A conclusão é do Centro de Integridade Pública que, em análise divulgada ontem, defende que tal atitude agudiza a má percepção social de que os órgãos de administração da justiça estão politicamente alinhados ao partido Frelimo.

 

Em causa, entende a organização, está o facto de a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter feito “vista grossa para várias situações de ilegalidade”, registadas durante o processo eleitoral, incluindo o recenseamento e a campanha eleitoral.

 

De acordo com a análise, o titular da acção penal, em Moçambique, tem seguido o princípio de oportunidade no lugar de se basear no princípio da legalidade, o que viola a Constituição da República. O princípio da oportunidade, explica a fonte, postula que cabe ao Ministério Público “avaliar, diante das circunstâncias do caso concreto, se a promoção da acção penal é ou não necessária para a realização da justiça”.

 

“É por violar a lei, aplicando o princípio da oportunidade na prossecução da acção penal, que o Ministério Público, numa primeira investida, intimou um candidato da oposição a se abster de determinadas condutas alegadamente impróprias e, posteriormente, instaurou contra o mesmo, até agora, dois processos-crime onde pede uma indemnização a favor do Estado no valor de 32 milhões e 105 milhões, respectivamente, tendo também promovido o bloqueio das suas contas bancárias”, refere a análise, em referência aos processos abertos contra Venâncio Mondlane, candidato que reclama vitória nas eleições de 09 de Outubro.

 

Para o Centro de Integridade Pública (CIP), uma organização da sociedade civil que advoga pela justiça e anticorrupção, “trata-se de uma verdadeira perseguição ‘ad hominem’”, pelo que questiona “o móbil desta forma de actuação”.

 

No entender da organização, o Ministério Público devia pautar pelo princípio da legalidade, investigando todos os casos criminais que toma conhecimento, seja por denúncia ou mesmo através dos órgãos de comunicação social. “Trata-se de uma obrigação de natureza legal e não facultativa, conferida ao Ministério Público. Deve agir em todas as ocasiões em que existam indícios da prática de crimes ou violação da lei”, sublinha.

 

“É importante que o Ministério Público também proceda à investigação e ao sancionamento de todos os casos ocorridos durante o actual processo eleitoral, sem qualquer juízo valorativo. A lei não confere a este órgão a possibilidade de valorar os casos que lhe chegam ao conhecimento”, acrescenta.

 

Por essa razão, o CIP defende ser importante que o Ministério Público, entre outras acções, abra um inquérito com vista a apurar a responsabilidade do Comandante-Geral da Polícia, Bernardino Rafael, na morte de pelo menos 50 pessoas por baleamento (algumas nas suas casas), com recurso a projécteis de arma de fogo verdadeiros.

 

“É que é suposto que os membros da corporação policial usem balas de borracha e outros meios não letais para conter os manifestantes. Até ao momento não se conhece nenhuma acção de indemnização intentada pelo Ministério Público contra o Estado moçambicano para indemnizar as famílias dessas vítimas mortais”, sublinha. (Carta)

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Em comunicado que o próprio órgão reconhece ser uma excepção à sua prática, o Conselho Constitucional veio esta tarde a terreiro fazer quatro coisas menos a mais importante e impacientemente aguardada pelo país e pelo mundo inteiro: divulgar o acórdão final, definitivo, peremptório e irrecorrível sobre o resultado das eleições de 09 de Outubro último.

 

Em primeiro lugar, queixa-se que os Juízes Conselheiros do Conselho Constitucional ''têm sido alvo de ameaças, inclusive ameaças de morte, enviadas por mensagens privadas ou publicadas nas redes sociais. Porém, a ameaça e a intimidação não são armas da democracia, senão elementos constitutivos de um tipo legal de crime.''

 

Em segundo lugar, o CC admite estar a ser alvo de pressão, quando afirma que ''tem havido pronunciamentos individuais e institucionais, nacionais e estrangeiros, de apelo à "transparência e integridade do processo eleitoral", dirigidos ao Conselho Constitucional, como instância com a última palavra neste processo''.

 

Em terceiro, apela à calma, ao ''exortar a todos os cidadãos a uma maior contenção'', e ''assegurar que este Órgão tem vindo a trabalhar afincadamente a fim de alcançar a tão almejada verdade eleitoral.''

 

Em quarto lugar, justificou a demora no anúncio do acórdão final sobre as eleições, escudando-se no número 2 do artigo 184 da Constituição da República de Moçambique (CRM), o qual, cita o CC, ''estabelece que A primeira sessão da Assembleia da República tem lugar até vinte dias após a validação e proclamação dos resultados eleitorais.'' Assim sendo, ''tomando em consideração o facto de que a actual legislatura tomou posse no dia 12 de Janeiro de 2020 e que a mesma, nos termos do n.º 1 do art. 184 da CRM, tem a duração de cinco anos'', o CC assegura estar dentro do prazo, porquanto até 22 de Dezembro próximo pode divulgar a sua sentença final. 

 

 

O CC comunicou ainda lamentar ''com pesar, as perdas humanas já registadas, as lesões físicas infligidas, bem como a destruição e o furto de bens alheios, na decorrência da instabilidade social quotidiana e, aproveita esta oportunidade para apresentar as suas sentidas condolências às famílias enlutadas, ciente de que o luto de cada um é, na verdade, o luto da família moçambicana, de forma geral.''

 

No final do dia, o acto mais consequente que o CC logrou com este Comunicado, num ''cenário complexo e de intolerância'' segundo suas palavras, foi deitar abaixo os rumores que circulavam desde às primeiras horas do dia de hoje de que iria divulgar a sua deliberação sobre as consideradas mais fraudulentas eleições de sempre em 30 anos de democracia multipartidária no país. (Carta)

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O Ministro dos Transportes e Comunicações, Mateus Magala, inaugurou hoje a XVIII Reunião Anual de Balanço e Planificação do Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique (INCM).

 

Na ocasião, destacou os avanços alcançados no sector das telecomunicações e apresentou os desafios e metas estratégicas para os próximos anos.

 

O Ministro sublinhou a importância de iniciactivas voltadas para a inclusão digital e a expansão do acesso às telecomunicações, especialmente nas áreas rurais. Ressaltou o papel do INCM na transformação digital, fundamental para garantir serviços de telecomunicações acessíveis a todos os moçambicanos.

 

Um dos projectos em destaque é o Projecto Inclusão Rural, que visa expandir o acesso à internet nas zonas mais remotas, utilizando tecnologias sustentáveis que também fornecem energia e serviços complementares essenciais ao desenvolvimento local.

 

Com o objectivo de assegurar a digitalização e conectividade em todo o território nacional, o Ministro apontou que os esforços continuarão focados na expansão da infraestrutura de telecomunicações, na implementação do registo biométrico dos subscritores e na instalação de praças e bibliotecas digitais.

 

A modernização das legislações do setor para acompanhar a evolução tecnológica e a estabilização do mercado, com a conclusão de estudos sobre tarifas, também foram destacados como prioridades para o próximo ciclo de governação.

 

No sector postal, o Ministro realçou a importância de revitalizar este serviço, fundamental para o desenvolvimento de actividades como o comércio electrónico e outras iniciativas da economia digital. Destacou que esforços estão sendo realizados para garantir que todos os moçambicanos, independentemente da sua localização ou condição social, tenham acesso a serviços postais de qualidade.

 

Magala também exortou o sector a reflectir profundamente sobre formas de dinamizar a transformação digital e a conectividade, enfrentando os desafios existentes, em especial nas comunidades mais afastadas. Por outro lado, alertou para a necessidade de garantir a utilização responsável das redes de telecomunicações, evitando seu uso para práticas que promovam a violência e a desinformação.

 

A reunião tem como objectivo avaliar o desempenho do sector, discutir soluções inovadoras e alinhar as estratégias para o futuro, consolidando o papel do INCM como motor da inclusão digital em Moçambique.(Carta)

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Alunos de 20 escolas do distrito de Macomia, em Cabo Delgado, irão realizar exames finais no dia 6 de Janeiro de 2025, fora do calendário definido pelo Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINED). O Chefe do Departamento Pedagógico da Direcção Provincial de Educação e Desenvolvimento Humano, em Cabo Delgado, Rachide Sualehe, disse que os ataques terroristas forçaram a paralisação das aulas durante três meses e três semanas.

 

Devido ao tempo perdido, explicou, os professores foram orientados a estender as aulas até fim de Dezembro. “Chegamos a um consenso de que o calendário escolar será estendido até ao fim de Dezembro. Os exames finais não serão realizados em 2024. Em vez disso, a leccionação continuará durante o mês de Dezembro e os exames serão realizados a partir de 6 de Janeiro de 2025”, explicou, informando que a segunda chamada está prevista para terminar no dia 17 de Janeiro.

 

A fonte falava em conferência de imprensa, em Pemba, para actualizar os pais e encarregados de educação sobre os preparativos dos exames finais. "Carta" soube que, no distrito de Chiúre, alunos perderam as aulas devido aos ataques terroristas, como no caso das escolas do posto administrativo de Mazeze. (Carta)

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Um grupo de terroristas escalou a aldeia Nanquidunga, no distrito de Mocímboa da Praia, norte da província de Cabo Delgado, onde saqueou produtos alimentares, com destaque para o arroz e óleo alimentar, recentemente alocados à população local no âmbito de programa de assistência alimentar. Não há relatos de mortes e nem feridos.

 

“Os terroristas chegaram na noite de sexta-feira, não fizeram vítimas e passavam de casa em casa pedindo comida. Então, se alguém recusasse, eles levavam à força e saíam”, contou Assane Assane, informando que as autoridades continuam a trabalhar para garantir a segurança.

 

“É verdade, eles chegaram exactamente poucos dias depois de a população receber apoio. Passavam de casa em casa pedindo comida e a população, por medo, fugiu. Eles levaram o que queriam e foram embora. O grupo era grande, mas a população não conseguiu identifica-los devidamente”, disse Sumail Buana, residente do bairro Unidade, admitindo que não mataram e nem feriram os moradores.

 

As fontes acrescentaram ainda que, na semana passada, outro grupo de terroristas foi visto por um grupo de pescadores na região de Nsiri Siri, localizada no litoral, mais ao sul de Mocímboa da Praia. (Carta)

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