O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano comprometeu-se ontem com o pagamento de horas extraordinárias aos professores até finais de novembro, mas estes garantem que o congelamento das notas vai avançar até que a dívida seja liquidada.
“Está-se a trabalhar com as horas extras de 2022, que se diz que já estão validadas. Ficamos ainda a saber que as horas de 2023 já estão validadas e vão ser pagas depois do salário de novembro, este que está a terminar”, disse o secretário-geral da Organização Nacional dos Professores (ONP), Teodoro Muidumbe, após um encontro, em Maputo, com representantes dos ministérios da Educação e da Economia e Finanças, juntamente com a Associação Nacional dos Professores (ANAPRO).
Aquele representante afirmou, no final do encontro, ter recebido garantias do Governo sobre a regularização desses pagamentos. “O Ministério da Economia e Finanças, em nome do Governo de Moçambique, está a dizer que irá pagar normalmente as horas extras de 2024”, disse ainda.
Contudo, também no final, o representante da ANAPRO afirmou que a reunião só provou que o Governo apenas convida os professores “quando há pressão”. “Chamaram para nos acautelar, pois chegamos a mais um final do ano letivo", disse o porta-voz da Anapro, Marcos Mulima, lamentando que, apesar das promessas, a situação continue por resolver.
O representante garantiu que a decisão de congelamento das notas pelos professores, relativamente ao terceiro trimestre do ano letivo de 2024, que condiciona o período de exames, é para manter enquanto não se efetive o pagamento das horas extras.
“Justamente hoje submetemos uma carta que informa ao Ministério da Educação que, a partir da data de submissão, haverá congelamento dos resultados, que não haverá conselho de notas e, consequentemente, pode vir a minar o processo de preparação até a realização dos exames”, explicou Mulima.
O porta-voz da ANAPRO, que representa cerca de 4.000 professores e que realizou uma manifestação em Maputo, exigindo estes pagamentos, no último sábado, garantiu que, sem o pagamento das horas extra em atraso desde 2022, “não há entrega de notas, não há realização de exames da 10.ª e 12.ª classe” em Moçambique neste ano letivo, prestes a encerrar. “Já não há prazo, é hoje e agora (…) só voltamos a ter um ambiente normal em sala de aula, exames e todo o processo quando o pagamento for efetivado”, concluiu.
Em 17 de abril, o primeiro-ministro de Moçambique, Adriano Maleiane, disse que o Governo já pagou 3,3 milhões de euros de horas extraordinárias aos professores, alertando para "reivindicações de remunerações sem fundamento".
“No setor da educação, foi validada uma dívida no valor de 361,6 milhões de meticais [5,3 milhões de euros], tendo já sido pago um montante 227,4 milhões de meticais [3,3 milhões de euros] em subsídios de horas extraordinárias”, afirmou Maleiane, falando na Assembleia da República durante a sessão de respostas do executivo às perguntas dos deputados. (Lusa)
A cimeira extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) que terminou ontem à noite em Harare elogiou Moçambique, Botswana e Maurícias pela realização de eleições pacíficas, mas criticou a violência pós-eleitoral que tomou conta de Maputo e de outras cidades e vilas e a instabilidade contínua no leste da República Democrática do Congo (RDC).
Os líderes da SADC e os seus representantes na cimeira reafirmaram o seu “compromisso inabalável” em trabalhar com Moçambique para garantir a paz, a segurança e a estabilidade, através das estruturas relevantes do Órgão da SADC para a Cooperação em Política, Defesa e Segurança.
A cimeira expressou condolências ao governo e ao povo de Moçambique pelas vidas perdidas durante a violência pós-eleitoral. O presidente Filipe Nyusi actualizou os líderes regionais sobre a situação política e de segurança pós-eleitoral no país.
Na abertura da cimeira, o Secretário-Executivo da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, Elias Magosi, também condenou a violência pós-eleitoral que tomou conta de Moçambique após as eleições de 9 de outubro, vencidas pelo partido no poder no país, a Frelimo, segundo os resultados polémicos anunciados pela CNE.
No seu discurso de abertura, Magosi disse que os partidos políticos nunca deveriam adoptar o caminho da violência após as eleições, mas sim expressar as suas queixas por meio de leis eleitorais.
“Não esperávamos que os processos eleitorais pudessem se deteriorar a ponto de gerar conflitos sérios, interrupção da actividade económica, ameaça a vidas humanas e até mesmo perda de vidas, bem como danos à propriedade e à infra-estrutura”, disse.
“Existem estruturas apropriadas sob as leis eleitorais e a Constituição dos Estados-membros que lidam com reclamações e quaisquer dúvidas sobre eleições. Apelamos a todos os que estão prejudicados com o processo eleitoral para que sigam estes procedimentos legais e garantam a segurança dos cidadãos e a estabilidade do país”, referiu.
A violência, liderada pelos partidos de oposição de Moçambique, com o candidato presidencial Venâncio Mondlane em destaque, já deixou mais de 50 mortos. Numa comunicação à nação, na terça-feira, o presidente Filipe Nyusi convidou a todos os candidatos presidenciais para uma reunião para “encontrar soluções para o actual impasse político”. Ele acrescentou que a violência pós-eleitoral tinha “criado caos e medo em todo o país”.
Os Chefes de Estado e de Governo que participaram da cimeira foram os Presidentes Emmerson Mnangagwa do Zimbabwe, Filipe Nyusi de Moçambique, Duma Boko do Botswana, Felix Tshisekedi da RDC e Andry Rajoelina do Madagáscar.
A África do Sul foi representada pelo vice-presidente Paul Mashatile, a Tanzânia também pelo vice-presidente Hussein Ali Mwinyi, que é igualmente presidente do Zanzibar e presidente do Conselho Revolucionário, enquanto o Reino do E-swatini foi representado pelo primeiro-ministro Russell Mmiso Dlamini e a Namíbia pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Peya Mushelenga.
A Zâmbia também foi representada pelo Ministro das Relações Internacionais e Cooperação, Mulambo Haimbe, o Lesotho pelo Ministro no Gabinete do Primeiro-Ministro, Limpho Tau, Angola pelo Ministro da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos, General João Ernesto dos Santos “Liberdade”, Malawi foi representado pelo Ministro da Defesa, Harry Mkandawire, e as Seychelles pelo Ministro do Interior, Charles Errol Fonseka.
Vale lembrar que a cimeira da SADC realiza-se numa altura em que os Advogados de Direitos Humanos da África Austral (SAHRL, na sigla em inglês) alegaram que 296 519 zimbabueanos votaram ilegalmente nas eleições de nove de Outubro e por isso apelaram à repetição das eleições.
O número que constitui uma percentagem significativa do total de eleitores consta do relatório divulgado semana finda, intitulado, “A interferência do Zimbabwe nas eleições 2024 em Moçambique”.
O relatório que foi confirmado pelo alto-comissário dos Advogados dos Direitos Humanos da Africa Austral, professor Talent rusere, acusou a ZANU-PF de ter coordenado minuciosamente o processo de fraude nas eleições moçambicanas e nomeou pelo menos nove altos funcionários do partido, incluindo ministros, encarregues de conduzir o processo em cada província zimbabueana.
Solicitado a comentar sobre o assunto, o porta-voz da ZANU-PF, Chris Mutsvangwa, disse que todas as pessoas que votaram no Zimbabwe são moçambicanas que adquiriram dupla nacionalidade e que estavam a exercer os seus direitos políticos.
O embaixador do Zimbabwe em Maputo, Victor Matemadanda, também refutou as alegações de que cidadãos zimbabueanos votaram nas eleições de nove de Outubro. (The Herald/Masvingo Mirror)
A Área Metropolitana do Grande Maputo (que compreende as cidades de Maputo e Matola e as vilas de Marracuene e Boane) parou, esta quarta-feira, para homenagear as vítimas mortais das manifestações populares em curso no país desde o passado dia 21 de Outubro, convocadas pelo candidato presidencial Venâncio António Bila Mondlane em protesto contra os resultados eleitorais de 09 de Outubro, que dão vitória a Daniel Chapo e Frelimo com mais de 73% dos votos.
Quando eram pontualmente 12h00, milhares de condutores paralisaram viaturas em plena via pública e começaram a buzinar, conforme a orientação deixada por Venâncio Mondlane na sua comunicação virtual feita na passada terça-feira, na sua página do Facebook.
De Marracuene a Boane e do município da Matola ao centro da Cidade de Maputo, vídeos amadores ilustram o coro das buzinas que tomaram conta do Grande Maputo esta quarta-feira, no primeiro dos três dias do luto nacional anunciado por Venâncio Mondlane.
Por 15 minutos, as principais avenidas e praças de Maputo ficaram congestionadas e outras bloqueadas, devido à paralisação do trânsito pelos manifestantes. Aliás, enquanto os condutores tocavam buzinas, trabalhadores de algumas empresas, polidores de viaturas, vendedores informais iam ocupando os passeios, cantando e dançando e alguns exibindo dísticos.
Quem não podia fazer-se à via, assistia ao filme pela janela do seu escritório e/ou da sua casa. Em algumas vias, as viaturas foram obrigadas a suspender a marcha por manifestantes que se encontravam nos passeios. Tais actos aconteceram nas Avenidas Acordos de Lusaka, próximo da cadeia de supermercados Shoprite; Filipe Samuel Magaia (onde houve colocação de barricadas); Guerra Popular (junto ao Terminal dos transportes semi-colectivos); e de Moçambique, nas proximidades do bairro de Inhagoia.
Nesta acção, nem agentes da Polícia escaparam ao sinal de “paragem obrigatória”, emitida pelos manifestantes. Aliás, a Polícia (seja de trânsito ou municipal) esteve na via à hora 12h00 para orientar o trânsito.
Após 15 minutos de “buzinadelas”, a vida regressou à normalidade em Maputo e, até ao fecho desta rfeportagem, não havia registo de quaisquer incidentes. (Carta)
Membros da Casa Militar, a guarda oficial do Presidente da República, confiscaram, na tarde de hoje, o telemóvel da jornalista moçambicana Sheila Wilson, do Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), uma organização da sociedade civil.
O facto ocorreu quando a jornalista fazia uma transmissão em directo na página oficial do Director do CDD, Adriano Nuvunga, em torno do bloqueio, sem qualquer aviso, da Avenida Julius Nyerere (no troço entre a Praça do Destacamento Feminino e o Hotel Polana), uma das principais avenidas da capital do país.
Conforme documenta o vídeo gravado em directo, ao se aperceber da presença da repórter na Praça do Destacamento Feminino (nas proximidades da Presidência da República), os militares deslocaram-se ao seu encontro e, sem sequer saudá-la, arrancaram o telemóvel das suas mãos. O militar protagonista da façanha, cuja cara foi captada pela câmara frontal, deixou o telemóvel a gravar por longos três minutos, antes de interromper a transmissão.
Refira-se que este é o segundo caso público de violência contra jornalistas, protagonizada por elementos da Guarda de Filipe Jacinto Nyusi. O primeiro teve lugar em Setembro de 2023, no Estádio Nacional do Zimpeto, quando um dos guardas do Presidente da República agrediu o jornalista desportivo Alfredo Júnior, do jornal online LanceMz, por alegadamente ter captado a reacção do Chefe de Estado (à qualificação de Moçambique ao CAN 2023), através do telemóvel.
Da agressão protagonizada pela Guarda do Presidente da República, conhecida pelo seu comportamento intimidatório contra jornalistas, sublinhe-se, Alfredo Júnior perdeu o seu equipamento de trabalho (o telemóvel, estabilizador da câmara e auscultadores), para além de danos morais.
Igualmente, este é o segundo telemóvel a ser arrancado por elementos das FDS (Forças de Defesa e Segurança) das mãos de Sheila Wilson em pouco mais de seis meses. O primeiro telemóvel foi arrancado em Junho último por agentes da Polícia, quando a jornalista fazia uma cobertura em directo na página de Adriano Nuvunga sobre as condições desumanas em que se encontravam os antigos agentes dos serviços secretos moçambicanos.
Os antigos agentes da secreta moçambicana estavam acampados em frente às instalações das Nações Unidas, reivindicando as suas pensões. Para além de perder o telemóvel, Sheila Wilson esteve detida por quase 24 horas, na quarta Esquadra da PRM da Cidade de Maputo. A câmara da STV, por sua vez, foi roubada por desconhecidos diante da Polícia. (Carta)
A Montepuez Ruby Mining (MRM) sofreu na semana passada (15 de Novembro) outra incursão de grande dimensão na sua mina Maningue Nice, que foi invadida por cerca de 150 pessoas. O incidente aconteceu três semanas depois de uma outra invasão.
No início da última incursão, os envolvidos fizeram reféns um membro da Polícia da República de Moçambique (PRM) e um segurança contratado, ameaçando-os para não pedirem ajuda. Quando os reforços chegaram, os dois reféns foram libertos sem ferimentos.
As equipas de segurança da MRM identificaram Airos Samuel Tolecha (também conhecido como “Boica”) como o líder dos invasores. De acordo com o comunicado da MRM, Tolecha foi acusado em ocasiões anteriores, na esquadra de polícia de Namanhumbir, de outras incursões na MRM. “A seis de Setembro de 2024, Tolecha foi detido pela PRM e levado para a esquadra de polícia de Namanhumbir. Ele evadiu-se da prisão pouco tempo depois”, lê-se no comunicado do MRM.
A nota da MRM detalha ainda que outras informações adicionais foram fornecidas por pessoas envolvidas na incursão, nomeadamente, que os participantes recebiam 200 Meticais para se juntarem à incursão e ganhavam mais 500 Meticais se regressassem com sacos de “camada” contendo cascalho com rubis.
“A incursão foi organizada por “Laye”, um conhecido comprador ilegal de rubis da Guiné; e a incursão foi financiada por um indivíduo de nome “Zacare Idrisse” que se crê ser de nacionalidade nigeriana ou guineense. No total, foram detidos 44 cidadãos estrangeiros relacionados com a exploração mineira ilegal na MRM em 2024”, lê-se no comunicado.
De acordo com a fonte, as autoridades a nível distrital, provincial e nacional foram notificadas do incidente, na esperança de que sejam tomadas medidas mais proactivas contra aqueles que financiam, facilitam e encorajam o comércio ilegal de rubis moçambicanos, que prejudica Moçambique e o seu povo devido à perda de vidas e à privação das tão necessárias receitas fiscais provenientes dos recursos minerais de Moçambique.
A MRM desenvolve actividades de comunicação contínuas para alertar para os perigos da exploração mineira ilegal, sensibilizando as comunidades vizinhas (onde os mineiros ilegais muitas vezes se abrigam temporariamente) para os perigos da exploração mineira ilegal, a fim de dissuadir os indivíduos de se colocarem a si próprios e aos outros em risco. (Carta)
O jogo Aviator está agora entre um dos melhores jogos de casino disponíveis para os jogadores em Moçambique. O jogo de Aviator Moçambique ganhou muita popularidade, uma vez que os jogadores têm mostrado mais interesse em jogar este jogo nos últimos anos. Existem também vários sites onde os jogadores podem divertir-se a jogar este jogo para obter mais ganhos nas rondas. A sua jogabilidade simples e os seus ganhos impressionantes também o tornaram numa escolha de topo para apostadores casuais e experientes. Neste blogue, vamos analisar as razões pelas quais o jogo Aviator tem sido muito popular entre os jogadores em Moçambique.
Uma das razões mais importantes para a popularidade deste jogo é a simplicidade de o jogar. Ao contrário de outros jogos de casino, os jogadores não precisam de saber muito sobre o jogo antes de começarem a jogar no Aviator. Neste jogo, apenas têm de colocar o seu montante antes do início da ronda e levantar o dinheiro a tempo de garantir os ganhos. Isto é decidido através de um avião, que começa a voar em cada ronda, com o risco de voar para longe a qualquer momento. Os jogadores do Aviator podem até assistir a algumas rondas deste jogo para conhecerem o mesmo e até jogar o seu modo de demonstração.
Outro fator que contribuiu para a popularidade do jogo Aviator entre os jogadores em Moçambique é a capacidade de tomar decisões e estratégias em tempo real. Uma vez que não se pode prever com exatidão todas as rondas do jogo, os jogadores também podem criar as suas próprias estratégias para as rondas seguintes, o que os ajudará a garantir os ganhos. Podem também verificar os multiplicadores em que as rondas anteriores terminaram, o que os ajudará a tomar decisões instantaneamente para os níveis de multiplicadores em que se espera que a próxima ronda termine.
O jogo Aviator é capaz de garantir que os jogadores possam interagir uns com os outros e ter uma experiência social enquanto jogam este jogo em qualquer um dos sites. Todos os jogadores que estiverem a jogar este jogo também poderão conversar uns com os outros com a ajuda da funcionalidade de chat ao vivo. Isto ajuda os jogadores a interagir uns com os outros e a partilhar algumas estratégias de jogo, o que os ajudará a garantir ganhos impressionantes. Os jogadores também podem verificar os níveis de multiplicadores que os outros jogadores escolheram para ganhar na ronda atual.
O jogo Aviator é conhecido pela sua ação rápida e, por isso, vários jogadores começaram agora a jogá-lo e a obter ganhos. As rondas deste jogo duram apenas alguns segundos, mas os jogadores conseguem manter-se entusiasmados durante todo o tempo. Por isso, é mais fácil para os utilizadores que têm menos tempo para jogar, pois podem até jogar várias rondas deste jogo para obterem ganhos.
Outro fator importante que contribui para o crescimento do jogo Aviator é a disponibilidade de bónus e promoções. Os jogadores poderão encontrar vários sites de casino onde podem começar a jogar o jogo Aviator e receber alguns bónus e promoções exclusivas. Estes oferecem aos utilizadores bónus exclusivos do Aviator, que são altamente recompensadores, e ainda proporcionam aos utilizadores mais oportunidades de jogar o jogo e obter ganhos. Os novos utilizadores que criarem uma conta em qualquer um dos sites escolhidos para jogar o jogo podem reclamar o seu bónus de boas-vindas fazendo o seu primeiro depósito e utilizando o montante do bónus para jogar o jogo Aviator.
O país registou uma diminuição de 60% no número de pacientes atendidos nas unidades sanitárias, no âmbito das manifestações convocadas pelo candidato presidencial, Venâncio Mondlane, em repúdio contra a fraude eleitoral.
Os dados foram apresentados esta terça-feira (19) pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, na sua comunicação à Nação sobre o balanço das consequências das manifestações que vêm ocorrendo por todo o país, após o anúncio dos resultados das eleições de 09 de Outubro, considerados fraudulentos.
Nyusi destacou que os danos da violência, no contexto das manifestações, afectaram principalmente os mais vulneráveis socialmente, ou seja, os trabalhadores desprotegidos, que são os que mais sofrem neste tipo de contexto.
“A primeira e talvez a mais grave consequência dessa onda de violência manifestou-se na área da saúde, onde se registou uma redução de 60% no número de pacientes atendidos nos serviços de urgência de pediatria e de adultos, respectivamente”, destacou o Presidente.
Mais adiante, o Presidente da República anunciou ainda uma redução de 54% no número de doações de sangue, num período em que se aproxima a quadra festiva.
Por outro lado, disse Nyusi, foram ainda encerrados mais de 60 postos de vacinação e adiadas 54 brigadas móveis, o que resultou na perda ou adiamento da vacinação de mais de 6.500 crianças. Notou-se também uma redução de mais de 60% no número de profissionais de saúde nas unidades sanitárias.
Os números partilhados por Filipe Nyusi mostram que, nos últimos dias, ocorreram mais de 200 manifestações, marcadas pela vandalização de bens públicos e privados, roubo, saque em estabelecimentos comerciais, queima de pneus, bloqueio das vias públicas, entre outros.
Essas manifestações resultaram ainda em 807 cidadãos feridos, dos quais 66 eram membros da Polícia da República de Moçambique (PRM), e 19 pessoas mortas, cinco das quais eram membros da PRM. (M.A.)
O Hospital Central de Maputo (HCM), concretamente no Serviço de Neonatologia, regista o nascimento de uma média de 95 bebés prematuros por dia, o que corresponde a 53,6 por cento (uma cifra de 1.150 bebés ao longo do presente ano).
A informação foi partilhada esta segunda-feira (18), pelo director clínico daquela unidade sanitária, António Cossa, que aponta a desinformação como uma das principais causas da prematuridade em Moçambique.
Neste âmbito, aponta que a prematuridade tem sido uma das principais causas de morte no serviço de Neonatologia, onde os prematuros extremos (aqueles que nascem antes das 28 semanas) são apontados como líderes das estatísticas, com uma taxa equivalente a 85 por cento, seguida dos que nascem entre as 54 e 36 semanas, com 16 por cento.
Falando no âmbito do dia Mundial da Prematuridade que se assinalou a 17 de Novembro, a directora da Neonatologia disse que a gravidez precoce em adolescentes, hipertensão e diabetes não controladas, HIV, infecção urinária não tratada, anemia e malária são indicados como principais factores da prematuridade, além de ser responsáveis pelas mortes.
Entretanto, a fonte esclareceu que a prematuridade pode também ter repercussão na fase infantil e adulta, isto porque há chances de os bebés nascidos precocemente apresentarem sequelas, problemas neurológicos e outras doenças.
Porém, para fazer face à situação, o HCM pretende ampliar os seus serviços com a construção de uma unidade de Neonatologia.
“Estamos numa fase muito avançada do projecto de edificação e implantação do novo bloco de neonatologia que terá melhores condições, em comparação com o actual”, frisou o director-geral do HCM, Mouzinho Saide. (AIM)
Eleições 2024: Reduziu para 60% o número de pacientes atendidos nas unidades sanitárias
O país registou uma diminuição de 60% no número de pacientes atendidos nas unidades sanitárias, no âmbito das manifestações convocadas pelo candidato presidencial, Venâncio Mondlane, em repúdio contra a fraude eleitoral.
Os dados foram apresentados esta terça-feira (19) pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, na sua comunicação à Nação sobre o balanço das consequências das manifestações que vêm ocorrendo por todo o país, após o anúncio dos resultados das eleições de 09 de Outubro, considerados fraudulentos.
Nyusi destacou que os danos da violência, no contexto das manifestações, afectaram principalmente os mais vulneráveis socialmente, ou seja, os trabalhadores desprotegidos, que são os que mais sofrem neste tipo de contexto.
“A primeira e talvez a mais grave consequência dessa onda de violência manifestou-se na área da saúde, onde se registou uma redução de 60% no número de pacientes atendidos nos serviços de urgência de pediatria e de adultos, respectivamente”, destacou o Presidente.
Mais adiante, o Presidente da República anunciou ainda uma redução de 54% no número de doações de sangue, num período em que se aproxima a quadra festiva.
Por outro lado, disse Nyusi, foram ainda encerrados mais de 60 postos de vacinação e adiadas 54 brigadas móveis, o que resultou na perda ou adiamento da vacinação de mais de 6.500 crianças. Notou-se também uma redução de mais de 60% no número de profissionais de saúde nas unidades sanitárias.
Os números partilhados por Filipe Nyusi mostram que, nos últimos dias, ocorreram mais de 200 manifestações, marcadas pela vandalização de bens públicos e privados, roubo, saque em estabelecimentos comerciais, queima de pneus, bloqueio das vias públicas, entre outros.
Essas manifestações resultaram ainda em 807 cidadãos feridos, dos quais 66 eram membros da Polícia da República de Moçambique (PRM), e 19 pessoas mortas, cinco das quais eram membros da PRM. (M.A.)
Pelo menos três pessoas morreram e outras 14 ficaram feridas em manifestações pós-eleitorais em dois dias na província de Manica, centro de Moçambique, disse ontem o diretor clínico do Hospital Provincial de Chimoio (HPC), citado pela Lusa.
“Na tarde e na noite de ontem [segunda-feira] recebemos mais quatro doentes (...). Dois deles tinham lesões abdominais muito graves e foram a óbito pouco depois terem dado entrada no hospital”, disse Juvenal Chitovele, em declarações aos jornalistas, explicando que outros dois feridos foram submetidos a cirurgia e estão estáveis.
A terceira vítima mortal registou-se durante as manifestações da noite de domingo, na mesma província. O diretor clínico explicou que o HPC soma um “cumulativo de 14 atendidos, cinco internados, seis altas e um total de três óbitos” na sequência das manifestações pós-eleitorais em Manica, sendo que a maior parte vítimas foi baleada.
De acordo com o CIP Eleições, tudo começou na segunda-feira no mercado 38 Milímetro, na cidade de Chimoio, em Manica, quando membros da Polícia queimaram a banca de Paulino White, amigo pessoal de Venâncio Mondlane e mobilizador de massas em apoio ao PODEMOS e ao próprio candidato Venâncio Mondlane. Os vendedores revoltaram-se contra os polícias e vários manifestantes queimaram pneus e bloquearam vias.
A publicação assegura que suas fontes afirmam que o número de mortos pode vir a subir porque entre os feridos há alguns mais graves, um dos quais é o chefe da Praça dos Trabalhadores, terminal de transporte da rota Chimoio-Macate. Uma jovem, supostamente vendedeira do mesmo mercado, foi baleada na perna. A bala perfurou e partiu a perna.
Sedes da Frelimo incendiadas
Nos distritos de Dondo e Nhamatanda, em Sofala, diversos bens do partido Frelimo e de seus membros foram vandalizados e queimados durante o final de semana. No Posto Administrativo de Mafambisse, em Dondo, um grupo de manifestantes queimou o mercado pioneiro e a sede do partido Frelimo. O primeiro acto aconteceu na madrugada do último sábado. No total foram 25 barracas queimadas.
Ainda na madrugada desta segunda-feira, cinco membros do partido Frelimo foram ameaçados de morte nas suas residências nos bairros de Munhonha e Mussassa, e uma sede do partido Frelimo foi incendiada.
Em Nhamatanda, desconhecidos foram incendiar, na madrugada de sábado, cinco casas e um alpendre (Machessa) onde funcionava a sede da Frelimo do bairro. Na cidade de Xai-Xai, em Gaza, foi queimada a sede do partido Frelimo num dos bairros e no bairro Santa Isabel, em Maputo, também foi incendiada uma sede do partido.
O número de mortos durante as manifestações entre os dias 13 e 18 de Novembro aproxima-se a 30, a maioria das quais manifestantes. Na segunda-feira, foram confirmados três mortos, incluindo um suposto agente da polícia morto por populares em Murrupula, em Nampula.
Os outros dois óbitos foram em Chimoio e Matola. No total já são 28 mortos, entre 13 e 18 de Novembro. As quatro fases já resultaram na morte de mais de 60 pessoas. (Lusa/CIP Eleições)
Moçambique é um dos países onde a perseguição aos cristãos se intensificou desde junho de 2022, registando-se um aumento dos relatos de ataques de jihadistas contra comunidades cristãs, aponta o relatório “Perseguidos e Esquecidos?”, da Fundação AIS.
O relatório, que hoje será apresentado em Lisboa, no auditório do MUDE (Museu do Design), pelo jurista e docente universitário Jorge Bacelar Gouveia, dá conta de que, neste país lusófono, 2024 “assistiu a um recrudescimento dos ataques do autoproclamado Estado Islâmico (…), na província de Cabo Delgado, no Nordeste do país”.
O Bispo de Pemba, António Juliasse, aponta, citado no relatório, “a pobreza endémica e a falta de educação” como “os motores da insurreição islamista, e não a religião”. No entanto, outra fonte diocesana indica que “desde julho deste ano, parece que o Estado Islâmico assumiu o controlo” dos insurgentes e “a situação é mais sensível do que no ano passado, porque agora os cristãos começam a ser visados e a guerra está a assumir uma dimensão mais religiosa”.
O relatório “Perseguidos e Esquecidos?” analisa os desafios que os cristãos enfrentam em 18 países, onde sofrem problemas que vão desde o assédio à detenção, deslocação forçada ou assassinato e compreende o período entre agosto de 2022 e junho deste ano.
No documento é apontado um aumento da violência e/ou opressão sobre os cristãos na maioria dos 18 países escrutinados, embora se reconheça que, em muitos casos, esses problemas abrangeram apenas regiões específicas e não o total do país.
Assim, registou-se um agravamento na perseguição aos cristãos na Nicarágua, Burquina Fasso, Nigéria, Moçambique, Iraque, Irão, Paquistão, Índia, China, Sudão e Eritreia. Por sua vez, registou-se uma melhoria ligeira no Vietname e a manutenção da situação em Mianmar, Síria, Egito, Turquia, Arábia Saudita e Coreia do Norte.
Como uma das principais conclusões, o relatório da Fundação AIS reconhece que “o epicentro da violência militante islamista deslocou-se do Médio Oriente para África”, onde se registou uma “intensificação da perseguição dos cristãos como inimigos do Estado e/ou da comunidade local”.
Nessas zonas, “os intervenientes estatais e não estatais utilizaram cada vez mais como arma a legislação existente e nova legislação que criminaliza atos considerados desrespeitosos para com a religião do Estado como forma de oprimir os cristãos e outros grupos religiosos minoritários” e assistiu-se a um incremento da “ameaça às crianças cristãs, especialmente as raparigas”.
Entretanto, a Fundação AIS recorda que em 2024, quase 50% do mundo terá participado em eleições, desde logo os Estados Unidos da América, a França ou o Reino Unido, sublinhando que “durante anos, os governos têm sido criticados por, na melhor das hipóteses, se limitarem a falar da necessidade de tomar medidas contra a perseguição dos cristãos e de outras minorias religiosas”.
Neste contexto, também antecipa que “é pouco provável que os governos recentemente (re)eleitos tomem medidas para pôr termo à perseguição, porque têm outras prioridades em termos de assuntos internacionais”.
No entanto, avisa que “ignorar a situação dos cristãos é ignorar os sinais de alarme, pois onde quer que aqueles sejam perseguidos, o direito à liberdade religiosa para todos é posto em causa”. “Onde quer que os cristãos sejam assediados ou presos, detidos ou discriminados, torturados ou assassinados, os governos cometem ou toleram abusos também contra outros”.
A Fundação AIS depende diretamente da Santa Sé e ajuda os Cristãos onde quer que eles se encontrem perseguidos, refugiados ou ameaçados. Foi fundada em 1947, pelo P. Werenfried van Straaten, inspirado na mensagem de Fátima, sendo em Portugal dirigida atualmente por Catarina Martins de Bettencourt.
Ao final da tarde de hoje, após o lançamento do relatório, será iluminado de vermelho a estátua de D. José I, na Praça do Comércio, em Lisboa, e o monumento ao Cristo Rei, em Almada, lembrando as situações de perseguição religiosa, em particular dos cristãos, que se verificam em muitos países. Outros monumentos nacionais, um pouco por todo o país, vão ficar iluminados de vermelho durante esta semana.
O gesto é repetido em mais de 20 países, “para lembrar que a perseguição religiosa não é uma coisa do passado, mas sim uma realidade bem cruel dos dias de hoje”, frisa a Fundação AIS. (Lusa)