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Redacção

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Os resultados eleitorais anunciados na quinta-feira pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) mostram 170.000 votos falsos para a Frelimo e para Chapo. Mais uma vez, os números falam e contam uma história de fraude.

 

Cada eleitor chega e recebe três boletins de voto, um para cada uma das três eleições. Há três urnas separadas e ninguém denuncia eleitores que colocam boletins de voto numa caixa e não nas outras.

 

No entanto, a CNE relata que, na Zambézia, 56.000 eleitores colocaram boletins de voto na urna para o Parlamento (Assembleia da República), mas não para o Presidente. Em Inhambane, 6% dos eleitores supostamente votaram para o Parlamento, mas não para o Presidente e ninguém se apercebeu.

 

Nós argumentamos que os números da CNE contam uma história diferente. Claramente todos os eleitores votaram nas três eleições, mas alguns colocaram boletins de voto extra numa das eleições, ou os funcionários eleitorais acrescentaram votos extra quando redigiram os boletins de resultados.

 

Os sete membros que votaram contra a aceitação dos resultados citaram precisamente estes números duvidosos. Mas, a maioria na CNE, incluindo o seu presidente, o bispo Carlos Matsinhe, aceitou esses números obviamente impossíveis. Mas, os números falam e eles contam uma história de 170.000 votos falsos.

 

Em todas as 11 províncias, a diferença entre os votos de Chapo para presidente e os da Frelimo para o Parlamento foi pequena, mas geralmente Chapo ganhou mais votos. No entanto, em duas províncias, Zambézia e Inhambane, as tabelas da CNE mostram que 111.000 votos extras foram para a corrida parlamentar e, claramente, foram diretamente para a lista da Frelimo. Nestas duas províncias, a Frelimo estava claramente ansiosa por manter e ganhar assentos parlamentares. E tinha razão – sem esses votos extra, a Frelimo teria perdido um lugar para o PODEMOS.

 

Na província de Maputo, onde Venâncio Mondlane saiu-se bem no ano passado, a Frelimo estava preocupada e colocou mais 31.291 votos na disputa presidencial. Nampula e Tete são outras duas províncias onde a Frelimo quis colocar mais votos nas eleições presidenciais e apoiar Chapo.

 

Assim, os dados mostram que a Frelimo encheu 170.000 votos extras e pôde escolher em que concurso usar esse poder extra. Podemos não ter visto os votos a serem enchidos, mas os números aprovados pela CNE disseram-nos onde eles estavam. (CIP Eleições)

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O fim-de-semana ainda não havia terminado e o candidato presidencial Venâncio Mondlane anunciava, na sua página oficial do Facebook, a chegada, a partir de amanhã, de novos “dias duros e muito difíceis”, depois dos vividos na semana finda, em todo o território nacional.

 

O candidato presidencial suportado pelo PODEMOS (formado por dissidentes da Frelimo), e que reivindica a vitória nas eleições de 09 de Outubro, agendou para esta segunda-feira o anúncio das medidas da terceira fase das manifestações populares, cujo início terá lugar amanhã, mas ainda sem previsão do seu término.

 

“Meu povo! Usem o dia de hoje [ontem], domingo, de amanhã [hoje], segunda-feira, para se organizarem, porque a partir da terça-feira [amanhã] virão dias duros e muito difíceis”, declarou Mondlane, numa curta publicação na sua rede social.

 

As novas medidas de protesto aos resultados eleitorais da dupla CNE/STAE (agudizadas pelo assassinato do advogado Elvino Dias e do mandatário do PODEMOS Paulo Guambe), que dão vitória à Frelimo e seu candidato, já causam expectativas, depois do terror vivido na semana finda, nas cidades de Maputo, Matola, Nampula e Nacala-Porto.

 

Lembre-se que as cidades de Maputo e Matola, por exemplo, estiveram paralisadas e em chamas durante a semana finda (em particular na segunda, quinta e sexta-feira), fruto das manifestações convocadas por Venâncio Mondlane, em protesto contra os resultados eleitorais, assassinato de Elvino Dias e Paulo Guambe, sequestros, raptos e contra a violência policial.

 

Estradas bloqueadas, comércio paralisado, sons de balas, cheiro de gás lacrimogéneo, saque e pilhagem de bens e confrontos entre a Polícia e manifestantes são alguns dos momentos vividos nas manhãs, tardes e noites de segunda, quinta e sexta-feira, que resultaram em 11 mortos, mais de uma centena de feridos e mais de 450 detidos e milhares de meticais perdidos pela pobre e obsoleta economia moçambicana. Só na greve da segunda-feira, a CTA estimou em 1.4 mil milhões de Meticais, o dinheiro perdido pelos empresários.

 

Em geral, Venâncio Mondlane promete 25 dias de terror ao Governo de Filipe Nyusi, em homenagem a Elvino Dias e Paulo Guambe, crivados com 25 balas. Até ao momento, o país esteve literalmente parado três dias, com as “sequelas” a se fazerem sentir durante os sete dias da semana.

 

Em comunicações virtuais feitas na quinta-feira e sábado passados, Venâncio António Bila Mondlane disse estar aberto ao diálogo com o partido no poder (Frelimo), virtual vencedor das eleições de 09 de Outubro, mas defendeu haver linhas vermelhas que não podem ser ultrapassadas, com destaque para a verdade eleitoral.

 

Mondlane disse que, tal como ele, Daniel Chapo e a Frelimo devem apresentar as actas das mesas de votação, que indicam a vitória expressiva do antigo Governador de Inhambane. Defende que o voto não se negoceia. Exigiu ainda funerais condignos e indemnização aos manifestantes mortos pela Polícia nos três dias manifestações.

 

Na sua última comunicação, feita no sábado, Mondlane prometeu envolver quatro milhões de moçambicanos na terceira fase das manifestações. Os detalhes da reivindicação serão conhecidos hoje. (Carta)

sábado, 26 outubro 2024 17:09

As vidas e sorte(légio)s de A(u)dássia

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Da noite para o dia, a vida de Adássia Macuácua mudou completamente na transição de sexta-feira, 18, para sábado passado, 19 de Outubro. Uma cidadã anónima e pacata, sobreviveu a uma série de insólitos nessa noite. Apanhou uma boleia imprevista, que nunca chegou a acontecer e a qual deveria ter abandonado antes de partir... acabando na madrugada em uma cama de hospital.

 

Durante esta semana, Adássia se tornou pública, como sobrevivente de um assassinato político que tirou a vida à seus dois bons e desconhecidos samaritanos: Elvino Dias, advogado e mandatário do candidato presidencial Venâncio Mondlane, e Paulo Guambe, mandatário nacional do PODEMOS. No leito hospitalar da enfermaria de Ortopedia, onde se recupera, nos últimos dias, Adássia sobreviveu a boatos de sua morte e a um mini-interrogatório policial do Presidente da República.

 

Na última terça-feira (22), ''Carta'' visitou o mercado do bairro da Malhangalene, conhecido como "Pulmão", na cidade de Maputo, local frequentemente visitado pelo advogado Elvino Dias e de onde partiu para a eternidade, na noite de última sexta-feira, levado por 25 balas assassinas junto com seu companheiro de luta Paulo Guambe, mandatário do PODEMOS.

 

Em conversa com vendedores daquele mercado, que preferiram não se identificar por temer represálias, procuramos entender o que terá acontecido na fatídica noite e quem era a cidadã que estava à boleia do mandatário de Venâncio Mondlane, candidato à Presidente da República.

 

Uma boleia imprevista, que nunca foi...

 

Contaram-nos que Elvino Dias e Paulo Guambe estavam a socializar numa das barracas do “Pulmão”, onde o advogado costumava beber. Por volta das 23h00, quando Dias e Guambe abandonavam o local com destino a suas casas, uma das trabalhadoras da barraca pediu boleia ao advogado, para si e sua prima, a cidadã Adássia Macuácua. Adássia, contaram as nossas fontes, é uma funcionária recém-contratada por uma das vendedeiras, graças à ajuda da prima.

 

Ao chegarem ao carro, a prima de Adássia, cuja identidade não nos foi revelada, recebeu uma chamada do seu local de trabalho, solicitando o seu retorno para atender clientes que exigiam sua presença. Ela mandou a prima aguardar no carro de Elvino e prometeu voltar em breve. Chegada ao posto de trabalho, apercebeu-se que levaria mais tempo que o previsto. Decidiu ligar para a prima a fim de orientá-la a descartar a boleia e retornar à barraca, com a promessa de que encontrariam outra forma de voltar para casa.

 

“Depois de várias chamadas, a moça achou estranho a prima não atender e imaginou que pudesse estar com o celular no silêncio e, por isso, não ouviu tocar. Aquela moça (Adássia) não conhecia Elvino Dias porque era nova aqui no mercado. Ela não tinha nem duas semanas de trabalho. A prima tinha acabado de arranjar emprego para ela e, logo a seguir, aconteceu tudo isso”, lamentou uma das fontes.

 

Sobre a chamada repentina que forçou o regresso da prima de Adássia ao posto de trabalho, quando ambas já estavam prestes a seguir para casa à boleia de Elvino Dias, junto com Paulo Guambe, explicaram-nos ser comum clientes solicitarem ser atendidos por uma funcionária específica em detrimento de outras.

 

“Neste mercado, isso é normal. Existem clientes que, ao chegarem a uma barraca e não encontram as pessoas que os atendem habitualmente, preferem ir a outro lugar. Portanto, isso é comum. Existem clientes exigentes'', aos quais as funcionárias fornecem atendimento personalizado e exclusivo, segundo um dos nossos interlocutores.

 

''Por isso, a moça teve que voltar, mas ela não sabe se a prima (Adássia) não atendeu suas chamadas porque já havia ocorrido o assassinato do advogado ou porque não ouviu o celular, pois ligou uns 10 minutos depois e nesta zona há muito barulho à noite, especialmente aos fins-de-semana", sustentou.

 

Sortilégios de ser Adássia na era do ''Fake News''

 

No princípio da semana, viralizaram rumores nas redes sociais, com destaque para Facebook e WhatsApp. Uns especulavam sobre a identidade e verdadeira profissão de Adássia, com supostos e conspiracionistas perfis, fotografias de outras pessoas com nomes semelhantes ao dela, num enredo fértil para os criadores e fomentadores do mais mortal vírus mediático desta época: o ''Fake News''. Os rumores mais perigosos, no entanto, diziam que Adássia não teria sobrevivido aos ferimentos de que foi vítima colateral no cobarde assassinato político.

 

O ''Pulmão'' sucumbiu ao choque: Adássia  estivera apenas no lugar errado e na hora errada. "Tivemos informações de que a moça levou tiros nos braços e que o seu estado de saúde era estável. Ficamos chocados quando disseram que ela perdeu a vida. Nem tinha recebido o primeiro salário do emprego que a prima arranjou para ela", relata uma das fontes que estima que Adássia tenha aproximadamente 40 anos de idade. Ninguém sabe onde ela vive.

 

Contam as fontes que a prima de Adássia Macuácua ainda não conseguiu retornar ao trabalho e vive sob o sentimento de culpa, por ter colocado a prima naquela situação. "É muita coisa que passa na cabeça daquela moça, porque Elvino era das suas relações e a prima mal o conhecia. Inclusive, foi ela quem interveio para que a prima conseguisse a boleia que a levou ao hospital, onde está internada até hoje.''

 

Na terça-feira, o Hospital Central de Maputo (HCM) garantiu que Adássia Macuácua está viva e fora do perigo, colocando um ponto final ao boato que inundava as redes sociais, de que a sobrevivente havia perdido a vida. Nesse dia, o Director de Urgência do HCM, Dino Lopes, escusou-se a dar mais detalhes sobre a identidade da paciente. Dizia: “não posso fornecer esse tipo de informação por motivos que não vou explicar. A saúde da paciente está estável e em breve terá alta clínica”, explicou.

 

Já, na quarta-feira, depois de um silêncio sepulcral de quatro dias após a tragédia, enquanto o país se despedia de Elvino Dias e Paulo Guambe, o Presidente da República deslocou-se ao HCM para visitar a sobrevivente. Dirigindo-se à Adássia no plural, em nome do colectivo que representa (presumimos: Estado, Governo e Povo Moçambicano) disse estar ali para lhe prestar solidariedade. Qual polícia número um da República de Moçambique, Filipe Nyusi, perante as câmeras e microfones da mídia, interrogou Adássia se conhecia os malogrados e se não teria visto a cara dos autores dos 25 tiros que tiraram a vida à Elvino Dias e Paulo Guambe e a feriram.

 

No leito de sua debilidade face aos vários ferimentos sofridos, Adássia disse ao Chefe de Estado que não conhecia Elvino Dias e Paulo Guambe e que pediu boleia porque o marido estava a demorar ir buscá-la naquela noite. Às várias sortes e sortilégios que em uma semana mudaram sua vida, Adássia Macuácua vai ter de se proteger de audácia perante o escrutínio público, as teorias de conspiração e o processo de investigação policial/judicial que a tem como testemunha-chave do crime que ceifou a vida de Elvino Dias e Paulo Guambe. (Carta da Semana)

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O Consulado do Malawi, em Tete, emitiu um alerta de viagem, avisando os utentes da estrada de Malawi para Moçambique e vice-versa para evitar a rota. O Cônsul-Geral, Happy Jonathan Sakah, aconselhou os transportadores malawianos, incluindo motoristas, para ter extrema cautela ao utilizar a rota Malawi-Moçambique via Zimbabwe.

 

Sakah também instou os malawianos residentes em Moçambique a permanecerem dentro de casa durante o período de protesto de dois dias, que termina hoje, para minimizar eventuais danos.

 

De acordo com a imprensa malawiana, Moçambique está em tensão alta, na sequência de manifestações generalizadas de ontem (24) e de hoje (25), após eleições gerais disputadas realizadas no início deste mês e consideradas as mais fraudulentas de sempre.

 

Não obstante a crise, a Comissão Nacional de Eleições divulgou ontem os resultados que indicam que Daniel Francisco Chapo, Secretário-Geral da Frelimo, venceu a eleição presidencial com um total de 4.912.762 votos, correspondentes a 70,67%.

 

Em segundo lugar, ficou Venâncio António Bila Mondlane, com um total de 1.412.517 votos, equivalentes a 20,32%, enquanto Ossufo Momade ocupou a terceira posição, ao obter um total de 403.591 votos, o que representa 5,81%. Lutero Simango ocupa o último lugar com 223.066 votos, equivalente a 3,21%.

 

Por sua vez, para o parlamento, Frelimo conquistou 195 assentos na Assembleia da República, contra 31 do PODEMOS, 20 da Renamo e quatro do MDM, obtidos em Sofala (dois) e Nampula (dois). Os partidos da oposição em Moçambique alegam irregularidades eleitorais, o enchimento de urnas, entre outros ilícitos.

 

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) tem enfrentado críticas por sua gestão, levando a um descontentamento generalizado entre os apoiantes da oposição. Os protestos estão a ser organizados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, apoiado pelo partido Podemos. As manifestações decorrem nas principais cidades de Moçambique, incluindo Maputo, Beira e Nampula. (Carta/Nation)

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A Comissão Nacional de Eleições (CNE) chancelou, na manhã desta quinta-feira, a vitória da Frelimo e do seu candidato presidencial, no escrutínio do passado dia 09 de Outubro. Dados apresentados esta tarde pelo Presidente da CNE, Dom Carlos Matsinhe, indicam que Daniel Francisco Chapo, Secretário-Geral da Frelimo, venceu a eleição presidencial com um total de 4.912.762 votos, correspondentes à 70,67%.

 

Em segundo lugar, de acordo com o Edital da Centralização Nacional e Apuramento Geral dos Resultados, ficou Venâncio António Bila Mondlane, com um total de 1.412.517 votos, equivalentes a 20,32%, enquanto Ossufo Momade ocupou a terceira posição, ao obter um total de 403.591 votos, o que representa 5,81%. Lutero Simango ocupa o último lugar com 223.066 votos, equivalente a 3,21%.

 

Por sua vez, a eleição legislativa foi ganha pela Frelimo, que conquistou 195 assentos na Assembleia da República, contra 31 do PODEMOS, 20 da Renamo e quatro do MDM, obtidos em Sofala (dois) e Nampula (dois). Na verdade, foi a confirmação do que já era público, com base nos Editais do Apuramento Provincial.

 

Comparativamente às eleições legislativas de 2019, a Frelimo ganhou mais 11 deputados, enquanto a Renamo perdeu 40 e o MDM dois deputados. O PODEMOS, que entra para o Parlamento pela primeira vez, deverá torna-se na segunda maior força política do país.

 

A Frelimo foi, igualmente, anunciada vencedora das eleições provinciais, em todo território nacional, renovando, desta forma, o mandato de governar 10 províncias do país, excepto a Cidade de Maputo, que dispõe de um estatuto especial.

 

Em termos de mandatos, nas Assembleias Provinciais, a Frelimo conquistou 731 lugares, em todo país, contra 54 da Renamo e 27 do MDM. O PODEMOS tem 42 mandatos. No total, existem, em todas Assembleias Provinciais, um total de 867 mandatos.

 

O partido no poder, lembre-se, foi declarado vencedor das eleições provinciais de 2019, as primeiras em que os Governadores Provinciais foram eleitos, através do sistema de cabeça-de-listas, inaugurando uma nova página da democracia moçambicana.

 

Segundo a CNE, na eleição presidencial, 9.704.417 eleitores não se deslocaram às urnas, o correspondente a 56,52%, enquanto 273.858 depositaram votos em branco e 239.039 votos foram considerados nulos.

 

Aliás, o elevado índice de votos nulos e em branco, tal como o elevado índice de abstenção e de discrepância entre o número de votantes nas três eleições foi um dos principais pontos da discórdia durante a Assembleia de Centralização de dados, segundo o Presidente da CNE. Os resultados, sublinhe-se, foram aprovados com nove votos a favor, contra sete.

 

Referir que os resultados hoje aprovados e divulgados pela CNE deverão ser submetidos ao Conselho Constitucional para efeitos de validação e proclamação dos vencedores, um acto a ter lugar a qualquer dia, visto que não existe um prazo legal estabelecido para que o órgão possa apresentar o seu Acórdão.

 

Os resultados divulgados pelos órgãos eleitorais, lembre-se, estão sendo contestados pelo PODEMOS e o seu candidato presidencial Venâncio Mondlane, que entendem terem ganho o escrutínio do dia 09 de Outubro, com pelo menos 53% dos votos. (Carta)

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O jornalista Salomão Moyana e seis representantes da oposição, na CNE (Comissão Nacional de Eleições), votaram contra os resultados que dão à Frelimo 195 mandatos no Parlamento, contra 55 da oposição.

 

Os resultados foram aprovados com nove votos de representantes da Frelimo, incluindo o Presidente da CNE, Dom Carlos Matsinhe. A sessão, iniciada às 15h00 de ontem, só terminou às 8h00 desta manhã. É a segunda vez que Carlos Matsinhe vota favoravelmente pela aprovação dos resultados eleitorais fraudulentos. A primeira vez foi nas eleições autárquicas do ano passado.

 

Os seis representantes da oposição na CNE exigem a recontagem de votos nas Mesas onde se registaram discrepâncias de números; a requalificação dos votos nulos; e a anulação dos resultados eleitorais.

 

Os representantes da oposição na CNE apresentaram 10 argumentos para a não aprovação dos resultados das eleições de 9 de Outubro, dos quais os seguintes: a marginalização dos técnicos indicados pelos partidos da oposição nos STAE, a todos os níveis, sobretudo nos CPD, locais onde é feito o armazenamento de dados eleitorais; e o facto de a selecção dos MMV ter sido feita com base em listas fornecidas pelo partido Frelimo, operacionalizadas pelos directores distritais do STAE, em claro atropelo às normas eleitorais, o que contribuiu para a promoção da fraude no sistema eleitoral.

 

Igualmente, arrolaram a colocação tardia dos MMV da Renamo e do MDM, sendo que, em alguns casos, foram escorraçados pelos observadores do Conselho Nacional da Juventude, que se entendem ser elementos da Frelimo que circulam pelas Mesas dando ordens ilegais e fora do seu âmbito de observação eleitoral.

 

As irregularidades invocadas pelos vogais da oposição incluem também a circulação de boletins pré-votados e o enchimento de urnas com a conivência dos Presidentes de Mesas de Votos e dos directores do STAE; as discrepâncias significativas do número de votantes entre as três eleições: Presidencial, Parlamento e Assembleia Provincial; e a presença do número de eleitores acima dos inscritos nos cadernos eleitorais, sendo que o mais gritante se verificou em uma Mesa, em Harare, Zimbabwe, onde votaram 750 eleitorais, quando o caderno só tinha 595 eleitores inscritos.

 

Os vogais da oposição não votaram nos resultados apresentados esta tarde por Matsinhe devido também a ausência de mapas de centralização de resultados, Mesa por Mesa, ao nível dos distritos, e um número elevado de votos em branco e nulos, o que pode configurar falta de transparência no processo; devido a não verificação, pelo STAE, das dúvidas levantadas em plena sessão de apuramento com recurso aos meios informáticos; e pelo facto de os mandatários da oposição terem sido dispensados, durante a Assembleia Nacional, sem terem acompanhado a apresentação das actas que lhes dariam oportunidade de verificar as suas reclamações, submetidas anteriormente. (CIP Eleições/Carta)

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Real Madrid vs Barcelona é o jogo de destaque deste fim-de-semana, sábado (26), nos canais SuperSport da DStv e GOtv. Mais do que uma simples rivalidade do futebol, “El Clásico” é a batalha épica repleta de emoção, dribles e história.

 

O astro francês vai ter a sua primeira experiência no “El Clásico” no sábado à noite, e haverá pressão sobre seus ombros para liderar o ataque do Real e inspirar uma vitória potencialmente importante sobre os seus arquirrivais. O ritmo, a movimentação e a finalização afiada de Mbappe o tornam uma grande ameaça.

 

‘Los Blancos’ e os ‘Blaugrana’ continuam a ser dois dos principais candidatos ao título da Liga, tornando este derby - como quase sempre acontece - um jogo fundamental para decidir quem vai levantar o troféu da La Liga em Maio do próximo ano.

 

Este jogo vai ser transmitido em directo nos canais SuperSport da DStv e GOtv, tidas como as únicas e verdadeiras casas de futebol em Moçambique, oferecendo uma gama e profundidade de acção que nenhum outro concorrente consegue igualar. É literalmente, 'futebol imbatível'. A DStv também oferece uma ampla gama de opções de idiomas em português e inglês.

 

O Real é o actual campeão e favorito para manter o título, mas as exibições e os resultados do Barcelona sob o comando do técnico Hansi Flick aumentaram as expectativas na Catalunha. O Barça vai à capital espanhola determinado a vencer o seu rival de sempre.

 

O que os treinadores dizem sobre as equipas?

 

Carlo Ancelotti, técnico do Real Madrid

 

“É sempre o jogo mais importante para mim, para o Real Madrid e para os adeptos. Vamos tentar fazer um jogo completo, com e sem a bola. O Barça tem uma grande qualidade e tem mostrado uma energia diferente sob o comando de [Hansi] Flick, que é um treinador que admiro e respeito.”

 

Hansi Flick, treinador do Barcelona:

 

“Esse jogo [a vitória na pré-época sobre o Real Madrid nos Estados Unidos] não significa nada, foi apenas um amigável e, apesar de o termos ganho, ainda não jogámos como eu queria. Fizemos muito mais progressos desde então e somos uma equipa melhor, mas é claro que sabemos que o Real Madrid no Bernabéu é talvez o derradeiro teste a enfrentar.”

 

Jogador de destaque:

 

Vinicius Jr – Real Madrid

 

O fulgor, a subtileza e os dribles do Vinicius Jr constituem uma grande ameaça à defesa do Barcelona. Depois de uma exibição de sonhos, com hat-trick, na ‘remontada’ frente a Borussia Dortmund na Liga dos Campeões Europeus 2024/25, Vini Jr é considerado pela imprensa espanhola um candidato à bola de Ouro deste ano.

 

Lamine Yamal - Barcelona

 

Jovem talento do futebol mundial, Lamine Yamal, de 17 anos, quer melhorar ainda mais a sua reputação com uma exibição brilhante no “El Clásico”. Ele terá pela frente defensores agressivos e adeptos ferrenhos, mas nada que tenha atrapalhado essa estrela em ascensão até agora.

 

Confronto directo

 

Em termos de confrontos directos, Real e Barça já se enfrentaram em 257 jogos oficiais em todas as competições. Os ‘blancos’ conquistaram 105 vitórias contra 100 dos blaugranas, com 52 jogos empatados.

 

Na época passada, o Real obteve três vitórias sobre o Barcelona, venceu os dois jogos do campeonato (2-1 na Catalunha e 3-2 em Madrid), bem como a final da Supercopa por 4-1 na Arábia Saudita.

 

Detalhes da transmissão, em directo, do jogo:

 

Sábado, 26 de Outubro

  • 21:00: Real Madrid v Barcelona – na SuperSport La Liga e SuperSport Máximo 3 (na DStv)
  • 21:00: Real Madrid v Barcelona – na SuperSport La Liga (na GOtv)

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O velório de Paulo Guambe, mandatário do partido Podemos, vítima do duplo homicídio no dia 18 de Outubro, no qual também perdeu a vida o advogado Elvino Dias, foi realizado esta quarta-feira (23), na capela do Hospital Central de Maputo (HCM), tendo contado com a participação massiva de populares, amigos, estudantes e familiares.

 

A cerimónia teve início às nove horas e, do lado de fora do hospital, um forte contingente policial estava presente, armado e em prontidão. Depois do velório na cidade de Maputo, a urna seguiu para Jangamo, sua terra natal, onde terá lugar o funeral esta quinta-feira.

 

A comunidade estudantil, que compareceu em massa, lamenta que a indústria do audiovisual moçambicano sofreu uma perda irreparável com a morte de Guambe. Ele é lembrado como um cineasta, actor dedicado, professor, argumentista e fotógrafo, reconhecido por sua integridade e firmeza de convicções.

 

Na sala de aula, Guambe era um indivíduo sorridente, muito próximo dos estudantes, que gostava de compartilhar os seus conhecimentos e experiências. “É justamente por isso que estamos aqui, nós da comunidade académica, estudantes do Instituto Superior de Arte e Cultura (ISARC) e docentes, para o último adeus a Paulo Guambe.”

 

Por outro lado, o Secretário-Geral da Associação Moçambicana dos Cineastas (AMOCINE), Gabriel Mondlane, lamentou o assassinato do cineasta e fotógrafo Paulo Guambe. “Ninguém esperava pela morte dele tão cedo, especialmente porque se tratava de um jovem em fase de desenvolvimento técnico, profissional e social. As atenções estavam voltadas para ele, pois trazia obras com uma abordagem mais profunda.”

 

O Presidente do partido PODEMOS, Albino Forquilha, também expressou a sua profunda dor pela perda de dois proeminentes membros do partido e cidadãos de “alta cidadania no país”.  “Queremos também deixar uma mensagem ao povo moçambicano para que acredite que a luta pela qual morreram não será em vão. Esperamos que um dia possamos dizer ao povo moçambicano que o país está livre da tirania e é um país justo.”

 

Paulo Guambe deixa uma filha menor de 16 anos, que já era órfã de mãe. Ela ficará sob os cuidados da família. Recorde-se que Paulo Guambe e Elvino Dias foram assassinados na sexta-feira, 18 de Outubro. Os dois foram baleados por indivíduos até aqui desconhecidos enquanto estavam numa viatura de marca BMW.

 

Em vida, Paulo Guambe, como cineasta, produziu uma das suas grandes obras intitulada "Calças", que aborda histórias moçambicanas. Produzida em 2018, a curta-metragem foi realizada no âmbito de um estágio escolar de formação em Cinema e Audiovisual no ISARC, e gira em torno de um jovem que perde a vida por não ter recebido assistência médica num hospital, por estar vestido de calções. (M. Afonso)

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O repúdio foi apresentado esta quarta-feira (23) em Maputo, pelo vice-Presidente daquele pelouro, Fernando Lima, na sequência de imagens e noticiários veiculados em diversos canais de comunicação social nacionais e internacionais, dando conta de uma acção inapropriada cometida pelas Forças de Defesa e Segurança de Moçambique, na segunda-feira (21), dia das manifestações, ao lançar gás lacrimogéneo contra jornalistas.

 

Na altura, os profissionais de comunicação social encontravam-se no ambiente dos protestos a entrevistar Venâncio Mondlane, candidato presidencial, às eleições de 9 de Outubro. O Pelouro dos Serviços de Comunicação e Informação da CTA, articulado com os respectivos membros, repudia o acto bárbaro e todo o tipo de violência contra os jornalistas, em pleno exercício das suas actividades.

 

Para além de repudiar, em nome da CTA, Lima, que também é jornalista, solidarizou-se com todos os profissionais de comunicação social que, em resultado da sua dedicação e profissionalismo, contraíram ferimentos e/ou perderam o seu equipamento de trabalho. Apelou à classe de jornalistas à observância de medidas de segurança, mesmo em actividade, de modo a não se exporem ao risco e eventuais situações que possam resultar em ferimentos graves e até morte.

 

Refira-se que, sobre o caso, o Misa Moçambique pretende submeter uma queixa-crime à Procuradoria-Geral da República contra a polícia, pelo uso desproporcional da força que culminou com o ataque a jornalistas durante as manifestações de segunda-feira. A informação foi avançada na terça-feira (22), pelo Director Executivo do Misa Moçambique, Ernesto Nhanale.

 

Nhanale disse, em conferência de imprensa, que os agentes do Estado, que atentaram contra o direito à liberdade de imprensa e o direito à manifestação, devem ser responsabilizados.  “Vamos fazer uma participação. Aquele foi um crime público e é dever da Procuradoria-Geral da República, antes da nossa participação, fazer a sua investigação. Naquele momento, não estavam em nenhuma acção ofensiva. Naquele espaço, as imagens mostram que estava a decorrer a conferência de imprensa e ninguém estava a atirar algo contra a polícia”, disse Nhanale.

 

O Conselho Superior da Comunicação Social, o Sindicato Nacional de Jornalistas, empresas de comunicação nacionais e estrangeiras (como DW da Alemanha) também já repudiaram veementemente o ataque a jornalistas. (Carta)

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A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) apresentou esta quarta-feira (23) em Maputo os prejuízos da greve geral, que culminou em manifestações, convocada pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane na última segunda-feira (21) para repudiar a fraude eleitoral e o homicídio de Elvino Dias e Paulo Guambe, filiados ao partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS). Em conferência de imprensa, o Presidente da CTA, Agostinho Vuma, disse que os empresários contabilizaram prejuízos na ordem de 1.4 mil milhões de Meticais.

 

“De forma preliminar, a paralisação de actividade económica pode ter provocado uma perda de mais de 1,4 mil milhões de Meticais sem contar com danos indirectos. Nestas perdas, sobressai o impacto sobre o sector informal, que viu a sua actividade paralisada acima de 90%. Os prejuízos económicos e sociais para a classe trabalhadora e suas famílias não são quantificáveis, numa altura em que o país se debate com a problemática de desemprego acima de 18%, sendo os jovens os mais afectados”, afirmou Vuma.

 

Para a CTA, estes prejuízos resultaram do encerramento da maioria dos restaurantes. Nos escritórios, o cenário foi de absentismo por receio de danos físicos. No parque de Beluluane que abriga o maior centro industrial do país, a CTA diz que operou com menos de 50% das empresas. As empresas reportaram que os trabalhadores tiveram dificuldades de movimentação devido à indisponibilidade de transportes, entre outros impactos da greve.

 

Para além de prejuízos monetários, o Presidente da CTA disse ser também necessário ter em consideração as consequências sobre a carestia da vida e o impacto sobre a actividade e tesouraria das unidades económicas e produtivas que afectam a capacidade das entidades empregadoras do cumprimento das suas obrigações salariais para com os seus trabalhadores, bem como a capacidade do mercado de satisfazer as necessidades essenciais dos cidadãos.

 

“Dada a publicidade que se tem feito dos tumultos a nível internacional, não temos dúvidas que os turistas que escolheram Moçambique como destino para a quadra festiva poderão cancelar. Isto colocará em causa a perspectivas de chegada dos 360 mil turistas nesta quadra festiva e possíveis perdas de receitas retidas em cerca de 50 milhões de USD”, afirmou Vuma.

 

Para a CTA, estas são razões suficientes para que, como sector privado, se peça o fim de tumultos e pedir paz para que as empresas continuem a laborar, providenciado emprego e sustento para as famílias moçambicanas. O apelo acontece numa altura em que a Agência de Rating, a Standard & Poors, baixou o rating de endividamento de Moçambique, o que poderá contribuir no aumento dos custos de financiamento, tanto no mercado interno como no internacional.

 

“Ou seja, se por um lado as empresas registam perdas, por outro, não terão opções de se financiar para recuperação. A CTA reconhece que a greve é um direito constitucional, mas entende que o recurso à medida deve ser o último artifício, que deve ser usado quando não há mais nenhuma condição de negociação e quando os interesses populares, ou dos trabalhadores, estão sendo verdadeiramente violados e atingidos em suas necessidades básicas”, afirmou o Presidente daquela entidade.

 

Em relação às greves previstas para esta quinta e sexta-feira, Vuma lançou um não à greve ora convocada! “Instamos as instituições do Estado a agirem, nos termos da lei e das suas atribuições, no sentido de assegurar a lei, ordem e tranquilidade públicas, usando de todos os meios ao seu alcance para proteger os interesses económicos nacionais, públicos e privados, e a assegurarem condições para o normal funcionamento da nossa economia”, concluiu o Presidente da CTA. (Evaristo Chilingue)

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